domingo, 25 de dezembro de 2011

É NATAL

Ontem, 24/12, nas Comunidades onde se cultivava a Liturgia, o responsável pelo canto na igreja, postado no meio do coro, acompanhado de ministros com velas e turíbulo, incensa o MARTIROLÓGIO (LIVRO QUE CONTÉM OS NOMES DOS QUE SOFRERAM OU MORRERAM PELA FÉ), colocado numa estante coberta com um véu roxo e começa a cantar: "No ano 3199 depois da criação do mundo, quando Deus no começo fez o céu e a terra. No ano 2759 depois do Dilúvio. No ano 2015 depois de Abraão. No ano 1510 depois da saída do povo de Israel do Egito sob o comando de Moisés. No ano 1032 depois que Davi recebeu a unção real. Na sexagésima quinta semana do ano depois da profecia de Daniel. Na centésima nonagésima quarta semana, no ano de 752 da Fundação de Roma. No ano 42 do reinado de Augusto Otaviano, QUANDO A PAZ FOI ESTABELECIDA NO MUNDO TODO. Na sexta época da história do mundo, então JESUS CRISTO, DEUS ETERNO E FILHO DO PAI ETERNO, quis santificar o mundo pela graça ; ELE FOI CONCEBIDO DO ESPÍRITO SANTO E DEPOIS DE NOVE MESES (TODOS SE AJOELHAM) EM BELÉM, NA TRIBO DE JUDÁ, ELE NASCEU COMO HOMEM DA VIRGEM MARIA (todos se prostram na terra por alguns segundos, depois do que se levantam e se termina a leitura do Martirológio). Ao pôr do sol a IGREJA canta: "Quando o sol de novo se erguer no firmamento, vereis o REI dos reis que procede do PAI como um esposo que sai do quarto nupcial.

sábado, 24 de dezembro de 2011

NOVENA DO NATAL - OITAVO DIA

1 - "Ö" REI DOS POVOS". Sexta antífona "O" do NATAL. "Ó REI dos POVOS", o desejado das nações, pedra angular que reúnes os dois povos, judeus e não judeus, VEM e SALVA a HUMANIDADE QUE TU FORMASTE DO LIMO DA TERRA!". A AÇÃO SALVÍFICA de CRISTO cobriu toda a HUMANIDADE. Mesmo aos melhores do mundo não judaico Ele inspirou o desejo de sua VINDA. Agora o MURO de separação deve cair! Num futuro bastante distante, haveria de cair com repercussões nunca olvidadas o MURO que dividia BERLIM!.
2 - O dia que precede a VIGÏLIA DO NATAL oferece-nos dois cânticos preciosos do ADVENTO. Ao nascer do sol a IGREJA canta, como num suspiro de alegria depois de uma longa espera: "Agora tudo se cumprirá, tudo que foi anunciado pelo ANJO sobre a VIRGEM MARIA". Lá como hoje, uma tranquila certeza do cumprimento penetra nossa alma. A última ANTÍFONA "Ö" É CANTADA: "Ó EMANUEL (DEUS CONOSCO), NOSSO REI, E NOSSO LEGISLADOR, ESPERANÇA DOS POVOS, SALVADOR DOS POVOS, VEM, TRAZE-NOS A SALVAÇÃO, SENHOR NOSSO DEUS". A PRÓXIMA NOITE NOS TRARÁ O EMANUEL, NOSSO REI E NOSSO LEGISLADOR. ESTA VIGÍLIA OCUPA UM LUGAR ESPECIAL ENTRE TODAS AS VIGÍLIAS. OS SENTIMENTOS DE PENITÊNCIA SO TÊM ENTÃO UM PAPEL SECUNDÁRIO. A impressão dominante é antes a de uma espera alegre. O costume popular dos PRESENTES de NATAL, muito conforme ao sentimento dominante, concorre bastante para fazer deste dia um dos mais alegres do ano. Em cada família esta noite tem uma liturgia particular, pessoal, que seria de desejar fosse sempre conservada. Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá. Por tua causa, repito, Deus se fez HOMEM. Estarias morto para sempre, se Ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se Ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

NOVENA DO NATAL - SÉTIMO DIA

CAIXA DE PAPELÃO É FEITA GRUTA,
REVESTIDA DE PAPEL DE EMBRULHOS VELHOS.
DE UMA LATA VAZIA DE CERVEJA,
RECORTO UMA ESTRELA.

RECOLHO PEDRAS CAÍDAS PELAS RUAS
E AREIA MOLHADA PELA CHUVA,
BARBAS-DE-PAU À BEIRA DAS ESTRADAS
E LODO DO QUINTAL.

UM POUQUINHO DE GRUDE QUE AS SOBRINHAS
DERRIÇAM NO PAPEL COM ÁGEIS MÃOS
MALACACHETA DE BARRANCO EM BRILHOS NOVOS,
SOBRE A NUDEZ DA TARDE.

POVÔO DE FIGURAS ESFOLADAS
DE GESSO E DE ARGILA MEU PRESÉPIO,
ONDE ESVOAÇAM ANJOS COM SEU CANTO
DE PAZ NA TERRA.

MARIA E JOSÉ CHEGAM POR ÚLTIMO,
COM PRESSA, SEM LUGAR NA HOSPEDARIA.
BELÉM REJEITA, COMO SE PROFETA,
O VERBO DA VIDA.

AGORA VEM JESUS TÃO PEQUENINO
DEITADO SOBRE TRASTES E PAPEL.
CADA NATAL, ME SINTO RENOVADO
E EXPERIMENTO O CÉU!

RECOMPOSTO EM MEUS CACOS, TODO INTEIRO,
AO MENOS UM MOMENTO, A CADA ANO,
ME REVESTE A TERNURA DE CRIANÇA
E VEJO DEUS!

DOM MIGUEL ANGELO FREITAS RIBEIRO
BISPO DE OLIVEIRA - MINAS - NATAL DE 2011.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SEXTO DIA DA NOVENA DO NATAL

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO veio ao mundo EM BELËM, num HUMILDE PRESÉPIO. Avisado pelos ANJOS, vieram ADORÁ- LO OS PASTORES DA MONTANHA e os REIS MAGOS acudiram do ORIENTE, trazendo-lhe presentes. Oito dias depois, na circuncisão, recebeu o MENINO o nome de JESUS. Após 40 dias, apresentaram-no no Templo, conforme preceituava a Lei de Moisés. Perseguida por HERODES, teve a SAGRADA FAMÏLIA que fugir para o EGITO onde JESUS ficou, enquanto reinou o Tirano. Voltaram para NAZARË e JESUS ali crescia em SABEDORIA, perante DEUS e perante os HOMENS. Nosso Senhor Jesus Cristo veio ao mundo em BELËM, num PRESËPIO, a 25 de dezembro, dia do NATAL, no ano do mundo, segundo reza a cronologia senão a mais exata, pelo menos a que se adota mais geralmente. De conformidade com uma ordem do imperador romano, CÉSAR AUGUSTO, que mandava fazer o recenseamento de seus Estados, intimando que todo habitante fosse inscrever-se no país donde era originário, lá se foram MARIA e JOSË, moradores de NAZARË, a caminho de BELËM, cidadezinha da JUDEIA e pátria de DAVI, de quem ambos descendiam. Ali, durante a noite, no seio da pobreza, num estábulo abandonado onde tinham sido constrangidos a abrigar-se, NASCEU O MENINO JESUS, O SALVADOR PROMETIDO AO MUNDO!. ANJOS PARTICIPARAM O FATO AOS PASTORES NA MONTANHA E ESTES VIERAM AO PRESÉPIO, OS PRIMEIROS A ADORAREM SEU LIBERTADOR. UMA ESTRELA NO ORIENTE TROUXE A NOVA AOS REIS MAGOS QUE ACUDIRAM A RECONHECÊ-LO, ADORÁ-LO E OFERECER-LHE SEUS PRESENTES: OURO, INCENSO E MIRRA. OITO DIAS DEPOIS, NA CIRCUNCISAO O MENINO RECEBEU O NOME DE JESUS. QUARENTA DIAS DEPOIS FOI APRESENTADO NO TEMPLO, enquanto MARIA cumpria a obrigação legal da PURIFICAÇÃO (2 de fevereiro). Nesta ocasião realizou-se a entrevista do santo velho SIMEÃO e da PROFETISA ANA (Curso de Instrução Religiosa por Mons. CAULY).

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

NOVENA DO NATAL - QUINTO DIA

21/12 = QUINTO DIA DA NOVENA. Segundo DOM PIUS PARSCH, autor do livro "GUIA NO ANO LITÜRGICO", a IGREJA nos faz ouvir hoje dois cânticos de particular importância como preparação do NATAL. A antífona entoada ao nascer o SOL hoje diz: "Nolite timere: quinta enim die veniet ad vos Dominus noster!" "Não tenhas medo, quatro dias ainda e o Senhor virá a ti!" E nas Vésperas deste dia cantamos a QUINTA ANTÍFONA "O": "Ó SOL nascente justiceiro, resplendor da LUZ eterna: Oh vinde e iluminai os que JAZEM entre as TREVAS e, na SOMBRA do mal e da MORTE, estão sentados!" A IGREJA desce do mundo sobrenatural, da história da salvação, para o mundo natural, bem próximo de nós. E o SALVADOR JESUS aqui também adota um símbolo bem familiar a todos nós: O SOL! que é o SÍMBOLO preferido da SAGRADA ESCRITURA e da LITURGIA. Nessa ANTÏFONA o ciclo do Natal vem caracterizado da maneira mais feliz, pois, de um lado, a HUMANIDADE é apresentada ASSENTADA nas TREVAS e na SOMBRA da MORTE; DE OUTRA PARTE, ATRAVESSANDO AS NUVENS, EIS QUE SURGE O SOL REDENTOR! Dois PROFETAS com o mesmo nome, ZACARIAS, anunciam o REDENTOR na figura de UM SOL QUE SE LEVANTA: "EIS UM HOMEM, O R I E N T E É SEU NOME! (ZACH.VI,12), pelas entranhas da misericórdia de nosso Deus ELE nos visita (Luc.1,78), o ASTRO DAS ALTURAS, o ASTRO QUE TRAZ A LUZ. O SOL QUE SE LEVANTA NO ALTO!" Mais uma vez, um ASTRO aparece em nossa NOVENA de Natal. Mas um astro muito nosso familiar, irmão quase, cujas benéficas influências experimentamos no corpo e na alma diariamente: O SOL! Eis o TEMPO favorável, eis o DIA da SALVAÇÃO, O REINO DE DEUS ESTA JÁ BEM PERTO, ESTÁ SE APROXIMANDO para, fazendo-se HOMEM, iluminar os que jazemos sentados entre as trevas na sombra do degredo e da morte. Vinde, Senhor, reuni numa só FË todos os POVOS da TERRA, purificai-nos de toda mancha, vinde DE NOVO para que não se PERCAM os que remistes com o vosso SANGUE!.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

NOVENA DO NATAL - QUARTO DIA

"Ó CHAVE DE DAVI", Cetro da Casa de Israel, que ABRIS e ninguém FECHA, que FECHAIS e ninguém ABRE, vinde LOGO e libertai o HOMEM PRISIONEIRO!" A CHAVE e o ESCUDO de DAVI eram para os judeus o símbolo do MESSIAS que ia chegar conforme prenunciava a ESTRELA de BALAÃO e a ESTRELA dos MAGOS. Jesus era a CHAVE, PORQUE seria ELE que daria o SENTIDO de todas as FIGURAS do ANTIGO TESTAMENTO, relacionadas com a sua VINDA À TERRA. 1. MOAB, rei dos AMORREUS, com pavor dos FILHOS DE ISRAEL, POVO ESCOLHIDO DE DEUS, contratou mediante dinheiro a BALAÃO para amaldiçoar os ISRAELITAS ( NÚMEROS, 22,XXI). UMA SUGESTÃO: Ler os Capítulos 21,22,23 e 24 de NÜMUROS, narrações primorosas em que BALAÃO, longe de amaldiçoar os ISRAELITAS, OS EXALTA E ABENÇOA, PERORANDO SEU ORÁCULO ASSIM: "Eu vejo um ASTRO (ESTRELA) PROCEDENTE DE JACÓ TORNAR-SE CHEFE, UM CETRO SE LEVANTA, PROCEDENTE DE ISRAEL". 2. Na visita dos MAGOS a JESUS outra ESTRELA faz parte da cena, desta feita indicando o caminho aos régios personagens procurando o recém-nascido rei dos judeus. Pedindo-lhes HERODES ao partirem que lhe indicassem o camnho para também ir até lá, ëis que a ESTRELA que tinham visto ia à frente deles, até que parou sobre o lugar onde se encontrava o MENINO, conforme fora escrito pelo profeta: "E tu, BELËM, terra de JUDÄ, de modo algum és o menor entre os clãs de JUDÄ, pois de TI sairá um CHEFE que apascentará ISRAEL, o meu POVO". Para BALAÃO como para os MAGOS o aparecimento da ESTRELA era sinal de algum miraculoso acontecimento e do nascimento de um rei poderoso.

"Ó SABEDORIA QUE SAISTE DA BOCA DO ALTÍSSIMO, E ATINGIS ATÉ OS CONFIS DE TODO O UNIVERSO E COM FORÇA E SUAVIDADE GOVERNAIS O MUNDO INTEIRO: VINDE ENSINAR-NOS O CAMINHO DA PRUDÊNCIA!"

"Ó ADONAI, guia da CASA de ISRAEL, que aparecestes a MOISÉS na sarça ardente, e lhe destes vossa LEI sobre o SINAI: VINDE SALVAR-NOS COM O BRAÇO PODEROSO!""

"Ó RAIZ DE JESSÉ, Ó ESTANDARTE, levantado em sinal para as NACÕES! Ante vós se calarão os reis da TERRA, e as nações implorarão misericórdia: VINDE SALVAR-NOS! LIBERTAI-NOS SEM DEMORA!"

NOVENA DE NATAL = TERCEIRO DIA

"Ó RAIZ DE JESSÉ!" Terceira ANTÍFONA "Ó", dia 19/12/2011. 'O tu que te ergues como um estandarte dos povos, diante de quem os reis silenciarão e as nações dobrarão os joelhos, VEM, LIBERTA-NOS, NÃO DEMORES!" O Evangelista MATEUS, cap. 1, 1a18, expõe a GENEALOGIA de Cristo, em ordem descendente, desde ABRAÃO até JOSÉ , esposo de MARIA, dividindo-a em 3 partes iguais, cada parte com 14 nomes: de ABRAÃO a DAVI = 14 gerações; de DAVI até o exílio de Babilônia = 14 gerações; do exílio de Babilônia até JOSÉ, ESPOSO DE MARIA = 14 GERAÇÕES. Nas DUAS PRIMEIRAS antífonas "Ó" (Ó SABEDORIA e Ó ADONAI, dia 17 e 18), CRISTO É CONSIDERADO respectivamente ANTES DA da criaçào do mundo ("O SABEDORIA") e SENDO ANUNCIADO pelos PROFETAS ( "O ADONAI!"). Nesta terceira ANTÍFONA "O", "Ö RAIZ DE JESSÉ", O MUNDO fica conhecendo AS GERAÇÕES donde a humanidade de JESUS se originou. Donde "O RADIX JESSE". "O RAIZ DE JESSÉ" (ISAÍAS, CAP. 11). Esta ANTÍFONA inspira-se sobre esta passagem do profeta ISAÍAS: o ramo é MARIA e a flor é JESUS. No final da PRIMEIRA DAS 3 PARTES EM QUE SE DIVIDE A GENEALOGIA DE CRISTO (Mateus, cap. 1) vê-se que do casamento de BOOZ com RUTE nasceu OBED; de OBED nasceu JESSÉ e de JESSÉ nasceu DAVI e vai-se por aí abaixo, até JOSÉ, pai putativo de Jesus. Na IDADE MÉDIA a arte criou a ÁRVORE GENEALÓGICA de JESUS CRISTO, conhecida por "ARVORE ou RAIZ de JESSÉ", assim descrita: a árvore surge do peito de JESSÉ, deitado, sonolento, no chão. Trata-se de um tronco vigoroso que se ramifica. Cada ramificação representa um dos ancestrais de JESUS CRISTO. O RAMO ou ramificação mais alto termina com uma flor aberta que serve de trono à VIRGEM MARIA, sozinha ou com o INFANTE JESUS nos braços (Dic. Grand Larousse). "Ó RAIZ de JESSÉ, ó Estandarte, levantado em sinal para as Nações! Ante vós se calarão os Reis da terra, e as Nações implorarão misericórdia: VINDE salvar-nos! LIBERTAI-NOS sem DEMORA!"`

domingo, 18 de dezembro de 2011

NOVENA DE NATAL - SEGUNDO DIA

Os 7 dias antes do NATAL são assinalados por 6 ANTÍFONAS especialíssimas, chamadas "ANTÍFONAS Ó". "ANTÍFONA" é um versículo que se entoa ou se reza antes de um salmo ou cântico religioso. No caso em questão, as ANTÍFONAS são cantadas antes do "MAGNIFICAT", cântico entoado por NOSSA SENHORA, quando o ANJO SÃO GABRIEL lhe anunciou que seria a MÃE de JESUS. As 6 ANTÍFONAS natalinas, distribuídas uma em cada um dos seis dias antes do NATAL, são denominadas "ANTÍFONAS Ó", por exprimirem uma exclamação ou suspiro pela vinda do REDENTOR prometido, por serem como que o resumo de todas as profecias sobre o SALVADOR. Respiram admiração e o desejo ardente pelo nascimento do MESSIAS PROMETIDO, são o "RORATE COELI" ("Chovei, ó céus!") da humanidade, que assim começa: "Que os CEUS, lá do alto, derramem o ORVALHO, que CHOVA das núvens o JUSTO esperado. Que a TERRA se abra e GERMINE o SENHOR". A "ANTÍFONA Ó" DE ONTEM, DIA 17/12, COMEÇA ASSIM: "Ó SABEDORIA!"...vinde para nos ensinar o caminho da prudência!" Tem-se aqui uma visão do FILHO DE DEUS na sua vida eterna, antes dos tempos. A "SEGUNDA ANTÍFONA Ó", 18/12, visão do Filho de Deus na ANTIGA ALIANÇA, é assim formulada: " Ó ADONAI" (DEUS DA ALIANÇA) ...tu que apareceste a MOISÉS na sarça ardente e deste a lei sobre o Monte Sinai, VEM, estende tua mão e liberta-nos!" A sarça ardente e a lei sobre o Sinai são duas figuras da LUZ do NATAL que vem, são uma alusão à libertação do exílio no Egito, imagem de nossa redenção realizada por Jesus Cristo. Existem no BRASIL três localidades que têm igrejas dedicadas a "NOSSA SENHORA DO Ó", INVOCAÇÃO ESTA ORIGINÁRIA das antifonas natalinas apelidadas de "O" e rezadas no Ofício Divino, ORAÇÃO OFICIAL DA IGREJA, antes do Natal, desde tempos imemoriais, na Espanha e em Portugal. No Brasil a mais antiga sede do trono da "SENHORA DO Ö",está em OLINDA. Em Minas Gerais, na cidade de SABARÁ, foi construída nos últmos anos de século XVII, pelos descendentes da família Bueno de São Paulo, a "Capela de Nossa Senhora do Ó", magnífico exemplar do estilo indo-português, hoje sob a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ("HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA EM MINAS GERAIS", AUGUSTO DE LIMA JÚNIOR, PP.267).

sábado, 17 de dezembro de 2011

NOVENA DE NATAL - PRIMEIRO DIA

"A origem de toda guerra é o MEDO. E que ELEMENTO pode afastar para longe o MEDO? "Se os HUMANOS realmente desejassem a PAZ, pedi-la-iam a DEUS e Ele dar-lha-ia. Mas, por que daria ELE paz a um mundo que a não deseja realmente? Porque a PAZ que o mundo parece desejar nada tem, na verdade, de PAZ. Para alguns PAZ significa simplesmente a liberdade de explorar os outros sem MEDO de represálias ou intervencões. Para outros, PAZ significa a liberdade de mutuamente e sem cessar se roubarem. Para outros, enfim, mais não é que uma cômoda oportunidade de devorar os bens terrenos sem serem obrigados a interromper os seus prazeres para alimentar aqueles a quem a sua voracidade está esfomeando. E praticamente para TODOS PAZ significa simplesmente a ausência de qualquer violência física susceptível de espalhar uma sombra sobre vidas entregues ã satisfação dos seus apetites animais de conforto e de gozo. Muitos homens pedimos a DEUS o que nós pensávamos ser a PAZ e nos admiramos de que nossa prece não obteve resposta. Não pudemos compreender que já estávamos atendidos. DEUS abandonou-nos com o que desejávamos, porque nossa ideia de PAZ era apenas uma outra forma de GUERRA. Em lugar, portanto, de AMAR o que julgamos ser a PAZ, amemos os OUTROS homens e AMEMOS a DEUS sobre todas as coisas. E em lugar de odiar os que consideramos obreiros da guerra, odiemos os apettites e a desordem da nossa alma, que são as causas da GUERRA! PORQUE SÓ O AMOR, QUE SIGNIFICA HUMILDADE, pode afastar para longe o MEDO que é a ORIGEM de TODA GUERRA!" ("SEMENTES DE CONTEMPLAÇÃO", Thomas Merton). "Opus justitiae PAX!" A PAZ é o efeito do bem que se pratica.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

REVOLUÇÃO COMUNISTA NO MÉXICO

Em 1926 houve no MÉXICO perseguição contra os CATÓLICOS, como nos tempos de NERO em ROMA. Um dia, no Estado de Jalisco as tropas comunistas prenderam um rapaz de 18 anos, obrigando-o a gritar: "Abaixo Cristo!" "Não posso, sou católico". " Então és revolucionário?" "Ninguem poderá provar isso a meu respeito. Sou católico e não posso renegar minha fé". Prendem-no, atam-no a uma caminhonete de carga que se põe em marcha. Arrastam-no cheio de sangue, de feridas e de terra até a casa dos pais. Param o carro e tentam uma última experiência: "Grita: VIVA CALLES! (Presidente do País)". O rapaz grita: "VIVA CRISTO!". Uma vizinha, vendo o moço ser atacado a baioneta, corre à casa da mãe dele e avisa que querem que o filho renegue a fé. Aproximando-se, a mãe vê o filho de 18 anos estendido no chão, ensanguentado, coberto de lama. Sem pestanejar, inclina-se sobre o filho a contorcer-se em convulsões e grita-lhe em voz rígida: "Ainda que te matem, não renegues tua fé! A fé vale mais que a vida!! Viva CRISTO REI!" O jovem reúne as derradeiras forças e repete: "VIVA VRISTO REI!". E MORRE na estrada à vista da mãe. O CASO PASSOU-SE NO ANO DE 1927. Há uns 10 dias atrás, na igreja do Colégio Santo Inácio, no Rio, celebraram a Santa Eucaristia usando um rito especial em homenagem a um coirmão jesuíta martirizado nessa revolução comunista de 1926, já beatificado pela Igreja Católica, chamado PADRE MIGUEL AGUSTIN PRÓ, fuzilado pelos comunistas.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A CONSCIÊNCIA MORAL EM THOMAS MERTON

Continuando a publicação da análise sobre a CONSCIÊNCIA que HOMAS MERTON faz em seu livro "HOMEM ALGUM É UMA ILHA", escreve ele "que a CONSCIÊNCIA é a face da alma. A variedade de expressão da consciência, expressão das profundezas de um homem, appresenta maior exatidão, para mostrar a ação moral da alma, do que o jogo fisionômico do ser humano para comprovar as emoções que lhe vão dentro. NA VERDADE É SÓ MUITO POUCO DO QUE LHE ESTÁ NA ALMA QUE HABITUAL,MENTE REPONTA NA FACE DE UMA PESSOA, sabendo-se que o rosto visível não passa de um reflexo da sua consciência, embora o pouco que aí se mostra seja bastante para exprimir com eloquência a sua íntima consciência". Em outra página do livro, MERTON lembrou que a consciência MORAL exerce o papel de julgar o valor de nossos atos, de nos dizer quão bem agimos; e que a consciência PSICOLÓGICA ou reflexa nos refere as ações que praticamos, é um olhar interior, uma visão que termina em nós mesmos pela percepção de nossos sentimentos, de nossa atividade interna, do nossos pensamentos, juízos e desejos. Em seguida, MERTON escreve que uma das funções mais importantes da VIDA DE ORAÇÃO é aprofundar, confirmar e desenvolver a CONSCIÊNCIA MORAL. QUANDO ORARMOS, ensina MERTON, deixemos em paz a consciência psicológica. A alma que se ocupa de si, numa estúpida análise reflexa, chega a um estado de consciência que é um tormento e uma desfiguração de nossa personalidade integral. Nossa formação religiosa brasileira se baseou por demais no uso da consciência psicológica, na base dos frequentes exames de consciência ao ponto de dar origem a espíritos atormentados pelos escrúpulos, com ênfase nos sermões ã base do terror dos castigos eternos, numa palavra: a fazer de nossa formação cristã, portanto de nossa vida de oração num objetode psicanálise. MERTON conclui mostrando a distinção evangélica entre a letra que mata e o espírito que vivifica. A justiça dos escribas que conheciam perfeitamente a letra da lei não era suficiente para entrar no Reino do Céu. Era preciso que a lei fosse cumprida em espírito e verdade, que os homens fossem perfeitos na lei, não pela observância exterior dos preceitos, mas pela transformação interior de todo o seu ser em FILHOS DE DEUS.

43 ANOS DA MORTE DE THOMAS MERTON

Faz hoje, 11/12/2011, exatamente 43 anos que uma carta enviada ao Abade Burns do Mosteiro de Getsêmany, Kentucki, USA, assim comunicava a passagem desta para a verdadeira vida, ocorrida em Bancoc, na Tailândia, de THOMAS MÉRTON (Padre Louis), o monje beneditino que o século vinte jamais olvidará.
"Na manhã do dia 10/12/1968, ele fizera uma conferência sobre o Marxismo e Perspectivas Monásticas e esperávamos a sessão da tarde, quando responderia a perguntas sobre o texto e sobre assuntos monásticos em geral. Depois do almoço recolhera-se ao quarto, para preparar-se para fornecer as respostas esperadas. Algum tempo depois, ouviu-se um grito vindo de uma cabana, mas, depois de uma troca de impressões, pensou-se que fora um grito apenas imaginado. Ele foi encontrado no fim da tarde e jazia no chão. Estava deitado de costas, com o ventilador elétrico atravessado sobre o peito. O ventilador ainda se achava ligado e havia uma profunda queimadura e alguns cortes no braço direito do padre Louis. Também a parte posterior da cabeça sangrava um pouco. Uma das religiosas tinha experiência médica e logo o atendeu, mas ele já estava evidentemente morto. Veio um médico tailandês e mais tarde chegou outro também tailandês. É difícil determinar exatamente a causa da morte, a essa altura. Acredita-se que ele tenha tomado um banho de chuveiro e logo em seguida tenha tido um ataque de coração junto do ventilador e que, ao cair, tenha derrubado o ventilador contra si, ou ainda que estando descalço e pisando na pedra do chão ele tenha recebido um choque elétrico fatal. Na morte o rosto do padre Louis expressava profunda paz e era evidente que ele encontrara Aquele que tão diligentemente havia buscado. A MISSA DE CORPO PRESENTE FOI CELEBRADA COM PARAMENTOS BRANCOS, PARA TESTEMUNHAR NOSSA CRENÇA DE QUE ESSA ERA UMA OCASIÃO PARA GRANDE JÚBILO E QUE NOS ALEGRÁVAMOS POR SABER QUE NOSSO IRMÃO TINHA VERDADEIRAMENTE ENCONTRADO DEUS" ("O DIÁRIO DA ÁSIA DE THOMAS MERTON", editora Vega).

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

LÁGRIMAS DA MINISTRA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Confessando fugir dos assuntos religiosos, objeto de seu blog, JEAN-MARIE GUÉNON , LE FIGARO, comenta abaixo as LÁGRIMAS da ministra da PREVIDÊNCIA SOCIAL da ITÁLIA, ONTEM NA TV, ELSA FORNERO. "TOCANTES, AUTÊNTICAS, RESPONSÁVEIS, as LÁGRIMAS DE ELSA significam a AMPLIDÃO DOS SACRIFÍCIOS A SE SUPORTAREM. NOTICIANDO ESSAS LÁGRIMAS, JEAN_MARIE se diz muito perto de uma humanidade de que os ITALIANOS sabem dar-nos lições, sobretudo aos franceses, cartesianos. Humanidade num mundo dominado pela tecnocracia fria e racional, aplicada às contabilidades. O Papa BENTO XVI, há pouco, pôs-nos em guarda contra a ilusão corrente de se aplicar à economia, à política e ao social um método de gestão baseado somente sobre impulsos de "variáveis" fáceis de serem efetivaddos nos domínios da ciência e da tecnologia. Lembra o Pontífice a aplicação no meio desta crise do poder de uma "invariável": as capacidades do potencial humano que podem vencer situações aparentemebte perdidas. No fundo as lágrinas de ELSA devolvem à POLÍTICA suas mais elevadas armas e sinais de nobresa. Lembram que no coração da sociedade e da administração das coisas humanas há o HOMEM e a MULHER. Com suas "variáveis" de temperamentos, como são exemplo o casal de Merkel e Sarkozy. Mas com suas "variáveis" arrancadas das profundezas da alma humana - crente ou descrente - que dão à sociedade uma força e uma "fraqueza" não imaginadas. As lágrimas de ELSA têm também a virtude de lavar a maquilagem e as palhetas da era berlusconi, ressuscitando um estado de espírito bem italiano, portanto bastante humano a lembrarem o estilo democrata cristao que dominou a política italiana da última metade do século vinte. Está de volta uma visão de política sem falsos semblantes, visando ao bem comum por uma honestidade intrlectual e prática que se perdera também nos negócios no curso dos anos 80 do século passado".
,

domingo, 4 de dezembro de 2011

VATICANO - FRATERNIDADE SÃO PIO X

Estando a IGREJA CATÓLICA no momento em um constante e responsável diálogo com o movimento conhecido por FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X, em vista de uma unidade no "pusillus grex" de JESUS CRISTO, vão abaixo alguns trechos colhidos aqui e ali nos diários do conhecido escritor convrtido JULIEN GREEN referentes ao imbróglio que separa o VATICANO de GENEBRA.

21/02/1975 ("Labouteille a la Mer",pp.322): Triste constatar, como o faço nestes dias, que o estudo da REFORMA na INGLATERRA lança uma forte luz sobre o pensamento de certos católicos na IGREJA atual. A noção de SACRIFÍCIO na MISSA, da PRESENÇA REAL como nós acreditamos, DUAS VERDADES vivamente atacadas e finalmente condenadas nos "TRINTA E NOVE ARTIGOS". Os "MÁRTIRES JESUÍTAS que, depois de dependurados eram em seguida estripados e esquartejados, derramaram o sengue por ESSA MISSA que se procura desnaturar!"

01/01/1973 (idem,pp.101): Visitando-me um jovem católico, com mechas de cabelos brancos já na cabeça, e fungando bastante, perguntei-lhe se sentia frio: "Não, respondeu-me com doçura; é a gripe, mas não faz mal, todo mundo a tem". Respondeu-me então com sinceridade: "Nas escolas de filosofia, TUDO é direcionado a favor do ATEISMO, portanto contra a IGREJA". Conforme o que me falou, sua geração sofre de um desespero de certa forma crônico.

19/01/1974 (idem, pp.199): Em carta minha dei a entender claramente que a nova missa, isto é, celebrada no vernáculo, é chamada EQUÍVOCA, isto é, feita de tal maneira que pode contentar os católicos sem descontentar os luteranos. Os exemplos são significativos: a VIRGEM SANTA é denomonada a VIRGEM MARIA à moda protestante e não a BEM-AVENTURADA MARIA SEMPRE VIRGEM, expressão consagrada pelos séculos. Nas orações em francês a DIVINDADE de CRISTO não é indicada como nas orações em latim. Oa franco-maçons teriam dito: "Nós temos NOSSA MISSA e NOSSO PAPA e uma destruirá o outro".

Em complemento ao que deixei escrito no diário precedente (idem, ibidem): "Pensei nas palavras da mãe de John Broderick, bastante inquieta também ela com a introdução da nova liturgia católica: Não é talvez a MESMA MISSA que nós aprendemos a amar, mas é INFELIZMENTE a MISSA!".

Percebe-se claramente que, sobretudo a partir do CONCÍLIO VATICANO II, a divergência entre o VATICANO e a FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X tem versado especialmente sobre o tema LITURGIA.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

02/12/1945 = MEMORÁVEL DATA

Faz 65 anos ( 1946/2011) que se encerrou nos ESTADOS UNIDOS DO BRASIL o primeiro período, de 10 ANOS no mínimo, de abstinência partidária em nosso país. Digo no mínimo, porque, já antes da criação por GETÚLIO VARGAS do ESTADO NOVO (1937/1945), sonhava-se com o regresso da alternâncis do poder através do patriótico carnaval popular da escolha de nossos dirigentes. Mas, com a VITÓRIA dos ALIADOS na SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939/1945) e a participação nela de nossos PRACINHAS, teve fim nosso PRIMEIRO FAMIGERADO PERÍODO DITATORIAL em plena vida republicana, conhecido pela alcunha de ESTADO NOVO (1937/1945). A partir de então, com a deposição de GETÚLIO VARGAS no dia 29/10/1945, da presidência da república, fato bastantemente antecipado pelo célebre MANIFESTO DOS MINEIROS, renascia em terras brasílicas a tenra flor da DEMOCRACIA. É justamente hoje (02/12/2011) que, 65 anos volvidos, o país reaprendia a lição de que fora PRIVADO
desse valor superior da DEMOCRACIA, bem indispensável à digna vivência humana e cristã de um povo nascido no berço da "LIBERDADE ainda que tardia", mas sempre uma irmã gêmea da DEMOCRACIA. Foi nesse dia 02/12/1945, aniversário natalício de DOM PEDRO II (1825) , 54 anos após seu falecimento no exílio (1891), que o BRASIL foi sacudido com a vitória nas urnas do General EEURICO GASPAR DUTRA , eleito presidente da nação num pleito disputado por três outros candidatos: ROLIM TELES, YEDO FIUZA e BRIGADEIRO EDUARDO GOMES. Por me haver faltado então um ano e meio à capacidade eleitoral, só pude sufragar o nome do BRIGADEIRO nas urnas para presidente da república na segunda vez em que se candidatou e de novo perdeu, em 1950, voltando NOS BRAÇOS DO POVO como então se cantava GETÚLIO VARGAS, para governar o país até 1954, quando se matou.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

VATICANO EM FOCO

JEAN-MARIE GUÉNON, jornalista credenciado junto à Sé Apostólica, em artigo recente no LE FIGARO, expõe três experiências vividas e ligadas a questões de COMUNICAÇÃ0 ou INCOMUNICAÇÃO da IGREJA CATÓLICA. Acompnhando o Papa BENTO XVI a BENIN (ÁFRICA: 18-20/11): por duas vezes debruçou-se sobre a "exortação apostólica de 140 páginas", dirigida ao continente, originária do trabalho de 250 bispos africanos reunidos durante 3 semanas no Vativcano, no outono de 2009. Ao texto, escreve Guénon, falta unidade e sobra excesso de citações de documentos vaticanistas. Carece também de "lisibilidade". Peca por extensividade do conteúdo que bem melhor teria sido resumidp em 8 a 10 páginas, enfocando os pontos salientes. Outra significativa experiência vivenciou GUËNON, quando, no dia 10/11, ao lado de 4 colegas jornalistas europeus, a convite da Sé Apostólica paritcipou de um colóquio sobre os problemas de comunicação midiática da Igreja Católica. O objetivo apresentado visava conhecer dos jornalistas suas opiniões sobre as "incompreensões entre a IGREJA e o MUNDO DA MÍDIA". Justo reconhecer que problema algum foi eliminado neste dia de estudo intelectual mais aberto, o que significou um rompimento com a imagem de uma cúria romana insensível ãs questões de comunicações, com o fim de melhorá-las. Foi a primeira vez que se consultaram profissionais não italianos para se tentar compreender uma situação. Finalmente uma terceira experiência verificou-se antes em LOURDES numa assembleia de outono de bispos. Particular interesse despertou um grupo de trabalho 'Internet e Igreja". Mas conclusões da conferência do teólogo P. Henri Gagey, do Instituto Católico de Paris, deixaram bastante perplexo o colunista, por ter afirmado, diante da imprensa, que convinha "FORMAR OS BLOGUEIROS CATÓLICOS". Há na França pequena centena de blogueiros católicos, por sinal muito dinâmicos. Escapam, contudo, à vigilãncia da hierarquia episcopal, o que inquieta os bispos, quando se trata de padres. Tanto que um bispo observou que um cura blogueiro ultrapassa de longe sua responsabilidade canônica territorial paroquial. Guénon estranhou a ideia de querer "formar blgueiros católicos, "o que seria inquietante. E pergunta: seria uma tentativa de "enquadramento" onde a estrutura entende não só formatar um pensamento mas também exercer seu controle? Felizmente a inanidade da ideia foi logo entendida, colocando-se sob guarda o P, Gagey contra o risco do "caporalismo". O próprio dos blogues e outros tweets é justamente a "institucionalidade". Eles nasceram livres e livres devem permanecer. Longe de se oporem, eles completam a comunicação institucional.

sábado, 26 de novembro de 2011

GETÚLIO, DE "VARGAS GETÚLIO"

Isto mesmo: veio de GETÚLIO VARGAS o nome préescolhido , caso o meu irmão caçulo, prestes a nascer, fosse homem. Hoje está fazendo 71 anos de idade. No dia 26/11/1940 veio à luz (VENI), viu a luz (VIDI), venceu as trevas do ventre materno (VINCI), prosáica recordação das manobras do GG de quem herdou o nome e que, galopando dos Pampas, juntando-se aos aliados mineiros, venceu os adversários e havia três anos era o chefe do ESTADO NOVO. Celebrava-se no dia o terceiro aniversário do Levante Comunista da Praia Vermelha no Rio. Hoje, portanto, é o aniversário natalício de meu irmão caçulo GETÚLIO BARROS. Não quis o Criador e Pai completasse os 71 junto dos irmãos. Como escevi em " ANTES QUE AMANHEÇA" (pg.432), "...tão de madrugada (21/22 de maio de 1966) nos dando adeus: "consummatus in brevi explevit tempora multa" (Santo Agostinho), você amadureceu tão rápido que o ambiente aqui era muito acanhado para sua inteigência, seu idealismo, sua inconformação com a situação de injustiça no país ("anos de chumbo"), meu irrequieto jornalista. Por isso, antes que o quebrassem, como a tantos de sua geração o fizeram, o bom anjo o levou, plantando em seus familiares e amigos o espinho da saudade". E fato irmanado à data de hoje, anualmente por mim não esquecida, vejo-me em pé, diante de meu e nosso pai, levando o menos esperado de todos os castigos jamais dele esperado: "Você não está vendo sua mãe de cama e faz uma coisa dessas?" "Uma coisa dessas" foram uns sopapos que me imprimiu no nariz, ao sair do grupo escolar na semana em que você nasceu o irmão mais velho do Luizinho , meu colega, pelo motivo mais heroico de que até hoje me considero credor de uma medalha de honra: defender a INGLATERRA e FRANÇA na guerra contra HITLER. Infelizmente, só convivi com você em casa durante uns 30 dias, , julho/agosto de 1944. Antes a Mãe me escrevera que você tinha um cavalinho de estimação - um cabo de vassoura - em que montava e alegre gritava que ia ao Guedes, arraial da cidade que você acreditava ser o Caraça, visitar o LULU, que sou eu até hoje. Poucos meses antes de falecer de desastre, GETULIO, adoentado, colocou-me em seu lugar no jornal do Rio, "A NOTÍCIA", de Chagas Freitas. E do hospital de BH me escreveu no dia 02/09/1965 o seguinte: "Aguente a mão, pois como lhe disse acredito que você me herdará (e mais cedo que pensemos) meu lugar na MANCHETE (tudo é possível, meu caro, no jornalismo)". E mais: "Creio que você já descobriu que isto é uma profissão não muito fácil, nem rendosa, nem importante (para o povo). Mas para gente de nosso temperament é a melhor. Costumam os velhos jornalistas afirmarem que "jornalismo é uma cachaça", cousa à qual a gente se apega e não consegue largar mais, ainda que não nos faça muito bem. Também acho. E não me arrependp de me ter metido nisto. Pelo contrário, VIVI A MELHOR PARTE DE VIDA DEPOIS QUE ENTREI PARA O JORNAL (AÍ MESMO, E NAS MESMAS CONDIÇÕES QUE VOCÊ)". SEI QUE VOCÊ, dentro de um raciocínio realista, também há de concluir que há boas vantagens (ao lado das muitas e constantes chateações ) nesta vida intensa, vibrante, confusa, mas sempre divertida, de jornal". Esta tua carta, mano querido, inseparável e sagrada relíquia, comprova -me a convicçào de que já estavas maduro até para continuares a profissão de jornalista na IMPRENSA DO EMPÍREO CELESTE. Até... quando Deus quiser!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

VÔLEI BRASILEIRO 3X2 SOBRE A CHINA

25/11/2011, sexta-feira, dia despertando, um sol benvindo chapeando de claridade promissora as laterais de ridentes espigões defronte do janelão do meu apartamento em Botafogo, Rio. Na TV o placar no campeonato mundial de vôlei masculino, seis da matina: BRASIL 2x1 CHINA. O TERCEIRO SET, PORÉM, já na metade, me sussurra: "Cuidado, meu velho! Teu coração já virou os oitenta, não?" Ouvidos moucos. A CHINA empata: 2x2. Mais que de repente, meu espírito cria asas: voa e assiste ao despencar de um carro de um viaduto na BR-040 em Minas, vinte anos atrás, dirgido pelo jovial amigo, ex-caracense, magistrado mineiro JAIME ABREU. Que me contara ter sido seu pai morto pelo técnico de futebol, ZAGALO, quando via na TV em BH um dos jogos da SELEÇÃO CANARINHA no momento do gol decisivo para a conquista então de mais um campeonato mundial brasileiro. O idoso coração do Seu Henrique, pai do magistrado, esquecera-se de continuar a palpitar, fascinado pelo entusiasmo tupiniquim, ao grito do gol da seleção nacional. E o BRASIL empata agora, 2x2, no vôlei com a CHINA. No balouçar hesitane da vontade de continuar ou não a ver o final do jogo, o quinto set, percebi incipiente calor estranho neste meu andarilho coração. Lembrado do JAIME ABREU, da emoção fatal do pai, e de Zagalo, desliguei a engenhoca. Passados os minutos necessários para o fim do jogo no quinto set, que euforia no resultado final: BRASIL 3x2 sobre a CHINA! Confesso, porém que esta sensação só me chegou aos nerônios, depois de ver no telão chineses e brasileiros cumprimentando-se formalmente num ritual sempre constrangedor, gesto de solidariedade, entre vencidos e vencedores . QUE CONTRASTE! Nos rostos dos CHINESES a frescura dos sorrisos TÃO TÍPICOS DA RACA, o que me levara à conviçção de nossa derrota, e nos NACIONAIS a tensão de rostos cansados, como do regresso de uma luta perdida, no prelúdio, só vários minutos depois, porém, constatado, de uma suada VITÓRIA: BRASIL 3X2 CHINA! Como senti nossa seleção no momento, embora nascida ao bafejo luxuriante do brilho do ouro e dos aromas ricamente nutrientes das nossas decantadas florestas, psicologicamente defenestrada do caráter de nossa raça, num eclipse de rostos sorridentes esbanjando a paz das coroas douradas nas frontes, diante da derrota face aos CHINESES ! O controle remoto decepcionado passou-me a correr então atrás de canais na busca da melancólica derrota do BRASIL. Que logo logo se metamorfoseou NUM 3x2 pró BRASIL! E me voltei, então, ao JAIME e às figuras amigas de seus queridos pais, Henrique e Dona Cantalina, mineiros de BH, casal exemplar, dotado por Deus de prendas humanas e cristãs como aí estão a testemunharem seus filhos numerosos e netos e bisnetos, além de terem sido benfeitores, de placa, do Colégio do CARACA na época de suas dificuldades financeiras no após Guerra Mundial (1939-1945).

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PAUSA PARA REFLEXÕES

Mais uma vez, JULIEN GREEN (JOURNAL - 18/ 09/1936): "Relendo meu jornal de 1931, entristeci-me! Há coisas que eu tinha esquecido e que meu diário me recordou. Embora fosse melhor esquecê-las, talvez o registro de todos os meus atos seja contrário às intenções da natureza que afasta de nossa memória tantas recordaçõe inúteis ou prejudiciais! UM REMORSO, por exemplo, eis UM OBSTÁCULO! NASCE MUITAS VEZES DE AÇÕES QUE PRATICAMOS E QUE, RECORDADAS, NOS ENTRISTECEM, PELO REMORSO CAUSADO! É O SENTIDO que precisamos dar AO QUE ABIGAIL, mulher de NABAL, disse a DAVI: "Que isto (INTENÇÃO DE DAVI DE MATAR ALGUÉM) não te seja UM OBSTÁCULO por derramar o sangue alheio!...", isto é, "Não derrames o sangue humano, para que mais tarde o REMORSO não te constitua um OBSTÁCULO ( REMORSO) EM TEU CAMINHAR NA VIDA!"

"O homem é LIVRE, mas ele é de natureza tal que se julga prisioneiro numa espécie de gaiola estreita. Como , contudo, ele ama esta sua gaiola!!! Dá-lhe o nome de FATALIDADE, de RELIGIÃO, de DESTINO, de PÁTRIA!. Por outro lado, entretanto, quanto a detesta! E costuma dizer ou pensar: "Sou um prisioneiro que sonha ser livre!!!" Na realidade, não há nem prisão, nem prisioneiro, o que existe é a LIBERDADE DOS FILHOS DE DEUS! (20/12/1938).

"LIBERDADE: a alma, os olhos, a energia, a vida da LIBERDADE é a CONSCIÊNCIA. Nossos ATOS LIVRES não devem limitar-se a uma intenção qualquer; é preciso que tenhamos uma INTENÇÃO RETA. E é a nossa consciência que nos ensina a escolher. CONSCIÊNCIA é a luz na qual interpretamos a vontade de Deus na nossa vida. Esta LUZ é dupla: é PSICOLÓGICA ou reflexa, que nos refere as ações que praticamos. Ela as conhece e por elas se conhece a si mesma. E é MORAL, que se reduz a dizer-nos quão bem agimos. Julga o VALOR de nssos atos. Ambas, a PSICOLÓGICA e a MORAL, são faculdades da INTELIGÊNCIA.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

AUTÊNTICA CÓLERA DO VATICANO

"LE MONDE" PUBLICA HOJE A COLUNA DE JEAN-MARIE GUÉNOIS nos seguintes termos:
"É muito raro o VATICANO SE IRRITAR A TAL PONTO, MAS A ESCANDALOSA CAMPANHA DE PUBLICIDADE DA BENETTON, mostrando o PAPA beijando na boca o ímã Almed El-Tayyeb, da Universidade al-Azhar do Cairo, Egito - de fato em conflito com Roma - foi julgada inaceitável pela SANTA SË.
O que levou a marca italiana de roupas a retirar a imagem da campanha que afirma querer promover a "não-ira" e que utiliza outras foto-montagens de chefes de governo, como Sarkozy beijando Angela Merkel.
O texto de P.Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, publicado quinta-feira, merece ser citado integralmente porque esse estilo ofensivo não é costumeiro: "Precisamos exprimir um protesto bastante firme contra um uso absolutamente inaceitável da imagem do santo padre, manipulada e instrumentalizada no quadro de uma campanha publicitária de finalidade comercial.
Trata-se de grave falta de respeito pelo PAPA e de uma ofensa à sensibilidade dos FIEIS que demonstra como, no meio publicitário, se pode violar as regras do respeito às pessoas para chamar a atenção para o viés da provocação.
A SECRETARIA DE ESTADO estuda como garantir uma proteção do respeito da imagem do Santo Padre junto às autoridades competentes".
A BENETTON retirou a imagem do PAPA sob a pressão do VATICANO, mas manteve as outras imagens. A firma conhecida por suas campanhas provocadoras se disse desolada de que a utilização da imagem tenha ferido a sensibilidade dos fieis, retirando-a de toda publicação e afirmando que a campanha visa unicamente a combater a cultura do ódio sob todas as formas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PAUSA PAPA REFLEXÕES

SÃO BERNARDO: "Chercher Dieu c est être cherché par Lui". "Quem procura a Deus, já estava sendo procurado por Ele!.
"O trem de HITLER, DESCERRADAS AS CORTINAS DAS JANELAS, escreveu Julien Green no dia 23/03/1974 em "La Bouteille à la Mer", detém-se numa estação. Hitler manda DESCER as cortinas. Esta recusa da realidade num esquizofrênico explica o drama de 1939-1945. Um sonhador no poder é uma catástrofe para o mundo".
"No livro de Priestley sobre os "EDWARDIANS" a descrição do naufrágio do TITANIC: a bordo, um caos sem pânico. Uma hora da manhã. Os passageiros vão e vêm como num sonho. A orquestra continua a tocar até o fim (duas horas e vinte), mas não certamente NEARER MY GOD TO THEE ( mais perto de ti, meu Deus!). Antes da oartida, UM DOS MEMBROS DA EQUIPAGEM dissera a um passageiro: "Nem DEUS poderia afundar o Titanic!" Fórmula que fez fortuna por bastante pouco tempo! O desafio foi desfeito! O "iceberg", como um mensageiro cego, cortou o casco do navio numa extensão de cem metros, como uma tesoura sobre um papel de seda, enquanto as chalupas, inutilizadas, desdenhosas quase, partiam praticamente vazias! 15 de abril de 1912".
"Tudo que DEUS faz é BELO e BOM! O drama começa com a aparição do homem e sua luta com o SEU CRIADOR!"
"Uma garrafa de plástico vazia, perdida no mar... Como faz sonhar! Que há nesse microcosmo de plástico? Uma mensagem cifrada, um apelo ao socorro? Isto poderia ser tão trágico quanto um homem no mar! Para GREEN é o MUNDO que está no interior da garrafa, os acontecimentos, a IGREJA à deriva, os países em pleno naufrágio, Biafra, Vietnam, Liban, Angola... Há também nossa vida de cada dia, as viagens, e os sonhos, uma parte dos quais se chama trabalho. Se se devesse quebrar essa garrafa oscilante sobre um mar estranho e se fosse preciso dela extrair uma palavra apenas, esta palavra na pena de JULIEN GREEN seria: ESPERANÇA! ( "LA BOUTEILLE À LA MER", E.J. 1976).
"A Saudade é o AMOR que fica! ("PORTA DO CÉU", out. 2011).

INDIGNEZ-VOUS! = INDIGNADOS

Estamos vendo atualmente os tão badalados INDIGNADOS em diversas pracas de vários países do mundo. INDIGNADOS! Esta expressão tornou-se universalmente conhecida e espalhada, sobretudo depois da publicação do panfleto de 32 páginas, rm francês, escrito pelo diplomata, embaixador, nascido na Alemanha em 1917, STÉPHANE HESSEL, que, em 1937, adquiriu a nacionalidade francesa. HESSEL foi membro da RESISTÊNCIA FRANCESA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, QUANDO FOI PRESO E TORTURADO PELA GESTAPO EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA. Terminada a guerra, participou da equipe de redatores da Declaração dos Direitos Humanos (1948). Foi defensor ardoroso do "Tribunla Russel para a Paz" que procurava defender as resoluções da ONU e promover a Paz e a Justiça no Oriente Médio. Costumam compará-lo ao líder indiano Mahatma Gandhi, por ser um homem livre, partidário da não-violência. O panfleto, de 32 páginas, intitulado "INDIGNEZ-VOUS" ( indignais-vos) ,tirou s do movimento de patriotas franceses, denominado "RESISTÊNCIA", que teve por base a INDIGNAÇÃO, EXPRESSA NO APELO "INDIGNEZ-VOUS", pela invasão da França pelos alemães. Na época, HESSEL defendia as conquistas sociais trazidas da RESISTÊNCIA LOGO DEPOIS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL COM O SEGUINTE ARGUMENTO: "COMO PODE HAVER FALTA DE DINHEIRO para manter e propagar essas conquistas, se a produção de riquezas aumentou desde o fim da guerra, quando a Europa estava arruinada?" Engajou-se à causa palestina, quando sua conferência na École Normale Supérieure na França foi cancelada por pressões do Conselho Representavivo das Instituições Judaicas da França e de alguns inteletuais da direita. HESSEL figura atualmente em todas as causas "subversivas"da França: defesa dos sem-teto, dos inigrantes ilegais e da Palestina, tend abraçado também os movimentos ambientalistas. Prega a não cooperação à financeirização do mundo e convida à desobediência civil a leis e reformas injustas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VIRTUDES: CONCEITO e ESPÉCIES

Num de nossos blogs precedentes, comparamos nossa vida na terra com uma partida de futebol. Dissemos que o PRIMEIRO TEMPO DA PARTIDA, além de nào ter prorrogação, termina com a nossa MORTE. Encerramos o blog, afirmando que esse primeiro tempo é presidido por três rainhas angelicais, a saber: a FË, a ESPERANÇA e a CARIDADE. Vamos recordar.
Que se entende por VIRTUDE? É uma disposição, uma atitude firme, uma perfeição~habitual da inteligência e da vontade para se praticar o bem.
Que é uma VIRTUDE NATURAL? É UM HÁBITO BOM, ADQUIRIDO POR ATOS FREQUENTEMENTE REPETIDOS, QUE FACILITAM A PRÁTICA DE UM BEM HONESTO. UMA PESSOA SEM RELIGIÃO ALGUMA PODE praticar uma virtude natural
Que é uma VIRTUDE INFUSA? VIRTUDE INFUSA não se confunda com ESTADO DE GRAÇA (ESTADO DA PESSOA QUE VIVE SEM PECADO QUE EXCLUI DO REINO DE DEUS, como escreveu SÃO Paulo, hoje o chamamos de PECADO MORTAL). As VIRTUDES INFUSAS, também chamadas SOBRENATURAIS, embora não sejam o estado de graça, derivam, contudo, dele, supoem-no; são VIRTUDES que crescem dependentemente de nosso esforço, de modo meritório. São princípios de ação que Deua insere, deposita em nós, para desempenharem em nossa alma o papel de FACULDADES SOBRENATURAIS e assim nos tornarem capazes de praticar atos MERITÓRIOS. São inseridas em nossa alma quando somos batizados. São de duas espécies as VIRTUDES INFUSAS:
A PRIMEIRA ESPÉCIE DAS VIRTUDES INFUSAS compreende as VIRTUDES TEOLOGAIS, a saber: a FË, a ESPERANÇA e a CARIDADE (I.Thess. V.8). Todas as virtudes naturais, humanas, se fundam nessas virtudes teologais que adaptam as faculdades do homem para participarem da natureza divina; elas animam, caracterizam o agir moral do cristão (ser humano batizado) , informando e vivificando todas as virtudes MORAIS (de que falaremos a seguir). São chamadas TEOLOGAIS, por terem a DEUS como objeto imediato, se relacionarem diretamente com Ele. Essas VIRTUDES TEOLOGAIS são INSERIDAS, INFUNDIDAS, na alma pelo BATISMO, instituído por JESUS CRISTO para apagar o PECADO ORIGINAL, restituir-nos a vida da graça, fazer-nos CRISTÃOS, FILHOS DE DEUS e da IGREJA.
A SEGUNDA ESPÉCIE DAS VIRTUDES INFUSAS são as chamadas VIRTUDES MORAIS, por terem por objeto imediato um bem criado, como, por exemplo, o domínio das paixões. Este bem honesto, em si uma virtude natural, humana, se tornará uma virtude moral infusa, se quem a pratica é portador do ESTADO DE GRAÇA. As VIRTUDES MORAIS INFUSAS são muito numerosas. Mas praticamente se reduzem a quatro, denominadas VIRTUDES CARDIAIS, por serem como que os GONZOS ou DOBRADIÇAS em que giram todas as demais virtudes morais. São elas: a PRUDÊNCIA, A JUSTIÇA, a TEMPERANÇA e a FORTALEZA. Oportunamente falaremos de todas as demais, enquadrando-as , de conformifade com sua naturezam, em cada uma das quareo virtudes cardiais.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

1911 - 11/11 - 2011

No dia 11/11/11, 100 anos teriam sido completados, de uma existência devotada à pobreza material e espiritual, na comunidade fundada por SÃO VICENTE DE PAULO, pela IRMÃ THEREZA VASCONCCELLOS, se o O PAI CELESTE, apenas celebrado o seu octogésimo aniversário natalício, NÃO A TIVESSE convocado para junto de si, na pátria que fica do lado de lá. Foi bastante rápido o tempo de contato que tive com ela, quando de minha passagem por JOSÉ BRANDÃO, em Minas Gerais, terra escondida à sombra da SERRA DA PIEDADE. Tempo, contudo, o bastante PARA DELA CONSERVAR O RETRATO ESPIRITUAL QUE ME FICOU, lá se vai QUASE MEIO SÉCULO! Conhecedor já então de Henriqueta Lisboa, a Poetiza Mineira, desta tomo de empréstimo o início do poema "A FLOR DE SÃO VICENTE", para sintetizar O PERFIL QUE não mais me foge da irmã Thereza: "Do caule esguio em pendor, três pétalas uma flor: Humildade, Simplicidade, Caridade". Os pobres, os órfãos, eram sua segunda família na terra em substituição àquela onde viera à luz em Ponte Nova. CARIDADE essa modestamente revestida de lhaneza de gestos, de SIMPLICIDADE muito despida de ostentação, virtudes vicentinas depois de cristíferas brotadas e simpaticamente ocultas sob as folhas das HUMILDES violetas. Assim aprendiz da Escola de São Vicente, IRMÃ THEREZA era uma religiosa alegre, acolhedora, dispensando atenção integral a quem dela se aproximasse ou dela IMPLORASSE ajuda, conselheira nata sem o saber. Conheço atualmente uma filha da caridade que, impregnada do espírito vicentino, ocupando posto importante na província, é por certo uma de suas afilhadas espirituais, devedoras suas, em parte , do estado que abraçou. Aliás, IRMÃ THEREZA, não foi você uma das peças daquele trio fraterno formado, além de você, pelos ungidos de Cristo: Padre Caetano Vasconccellos, S,J., cujas meditações O GLOBO publicava no meado do século XX para a elevação de muitos espíritos? e pelo Padre José Vieira de Vasconccellos, salesiano batalhador no campo da educação nacional, por Tristão de Athayde lembrado em carta de 08/08/1966, à sua filha madre Maria Teresa como sendo um dos quatro membros do Conselho Federal de Educação, únicos conselheiros que ficaram a seu lado quando tenazmente se opôs, "diante de 4 cabeças baixas", a um voto de solidariedade do Conselho ao ministro da Educação, Muniz de Aragão, que acabara de proferir palavras explicativas (?) de sua atitude no caso do Congresso da UNE de Beagá (1966)? Carismáticos pais, fonte desse trio ungido de membros da Santa Igreja no Brasil! Homenageando hoje os 100 anos de nascimento da IRMÃ THEREZA, peço-lhe a absolvição pela apropriação de três livrinhos preciosos que me emprestou há mais de meio século, um dos quais aqui a meu lado , da autoria de G.Courtois, 'LE SENS CHRÉTIEN DE LA MORT', com o seguinte pensamento inicial de Charles de Foucauld: "A toute minute vivre aujourddhui comme devant mourir ce soir martyr!"

MISSÃO IMPOSSÍVEL (ELIANE CANTANHÊDE) = FOLHA

Com presumida licença de Eliane Cantanhêde e da FOLHA de SÃO PAULO, sob a emoção patriótica do que se viu e se quer continuar a ver na ROCINHA, resumo abaixo o que a FOLHA publicou hoje, 15/11/11, sob o título: "MISSÃO IMPOSSÍVEL". "COM TANTAS BELEZAS E PECULIARIDADES, o RIO sempre abriga vários governadores simultaneamente... A estrela que sobe, porém, é a do SECRETÁRIO DE SEGURANÇA, JOSÉ MARIANO BELTRANO, 54, gaúcho de Santa Maria, expert em inteligência policial e cérebro da guinada histórica que ocorre no Estado, principalmente na cidade maravilhosa. Beltrame tem muita coincidência com Rodolph Giuliani, o prefeito da "Tolerância Zero" em Nova York... São de famílias italianas e formados em administração. Um,o nosso, é delegado da PF. O outro, o deles, é procurador. Ambos acreditam que o impossível é possível e levam ao pé da letra as funções de homens públicos. Foi pela ousadia e estratégia de BELTRAME que o Estado recuperou o Complexo do Alemão e a ROCINHA (esta sem um só tiro) e devolveu a CIDADANIA a seus moradores. E ele tenta inaugurar uma NOVA ERA com os POLICIAIS que recusaram propinas fabulosas e puseram o traficante Nem na cadeia. Parece pouco? Pois, no Rio, a "bola" é a regra, não a exceção. Surge assim um nome novo no cenário político. Só não custa lembrar que Giuliani conquistou o reconhecimento público, mas jamais se elegeu mais do que prefeito. Tentou em 2000, de novo em 2008 e não emplacou. Fala em insistir em 2012, mas praticamente sem chance. Uma pena! Se BELTRAME e GIULIANI enfrentam a criminalidade e a corrupção com tanta firmeza e sucesso, por que não assumir responsabilidades mais globais como governadores, quem sabe até presidentes? Faltam-lhes carisma e apoio partidário? MISTÉRIOS DA POLÍTICA!".

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EM CASO DE ACIDENTE, CHAMEM-ME UM PADRE!

JULIEN GREEN escreveu em seu diário no dia primeiro de setembro de 1994 o seguinte: "O pároco da cidade veio almoçar em minha casa. Um tipo alto, robusto, aparentemente da zona rural, ele logo me impressionou pela franqueza com que me falou da solidão moral do sacerdote do campo. Uma igreja cheia aos domingos é uma recompensa sem dúvida, mas persistem sérias dúvidas sobre o futuro da Fé na França. No período de 15 anos, apenas duas visitas "in extremis", isto é, em duas circunstâncias apenas ele fora chamado para atender a uma pessoa que estava para morrer. Disse-me que era leitor de Bernanos e de Péguy. Falei- lhe do mal feito por RENAN (Joseph-Ernest RENAN, 1823-1890) à religião na França com sua 'VIDA DE JESUS". Ele acrescentou: "É o grande responsável e como agrada àqueles que não crêem!" Completei: "numa época como a nossa somente as ideias efêmeras e a ignorância produzem efeito". Como gostaria de comentar esse fato com um dos párocos de nossa cidades brasileiras! Lembra-me que no interior onde me criei o vigário era por vezes chamado ao domicílio de uma pessoa e ninguém perguntava para que. Sabia-se que a morte rondava aquele lar, daí a presença do sacerdote para como pastor socorrer espiritualmente ao cristão que passava mal. Perdurará em nossos dias entre os católicos interesse ou zelo em em providenciar um sacerdote para atender a um cristão que pode estar prestes a comparece diante de Deus? Nas celebrações eucarísticas de que participamos aos domingos, ouvimos pedidos de orações na intenção de pessoas falecidas, o que é sumamente louvável. Mas fizemos algo para a paz de espírito das pessoas que se foram? Aquele sacerdote referido por GREEN em seu diário, há 15 anos passados, demonstrava profunda inquietação a respeito da autenticidade da Fé dos católicos dos tempos atuais. Sabiam que tempos atrás se dizia que católicos houve que traziam no bolso ou bolsa um cartão com os seguinte dizeres: "Sou católico! Em caso de acidente, chamem-me um sacerdote!?".

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A VIDA DO CRISTÃO É UMA PARTIDA DE FUTEBOL

A vida do ser humano compara-se a uma partida de futebol. Mas para tranquilidade da galera, aí morre a comparação. A vitória ou derrota se dá no primeiro tempo, sem empate, nem prorrogação. Não há intervalo entre os dois tempos e nem se fale em torcida organizada. A duração do primeiro tempo, preestabelecidA, depende do arbítrio do juiz. Ao apito final segue-se de imediato o segundo tempo, todo jogado do lado de lá da fronteira. Quem ficou dependendo de uma melhor atuação no primeiro tempo passará por um estágio de recuperação de uma condição imprescindível: a limpidez de vida, para poder jogar no segundo. Os que, ao contrário, ali figuraram bem, do pódio da vitória saltarão de imediato para a glorificação sem término. Se me perguntarem pela sorte daqueles que por alguma razão estiveram ausentes no primeiro tempo, ou lembro o que Cristo disse a Santa Gertrudes, monja beneditina alemã: "De Judas e de Salomão não digo o que faço, para que não abusem de minha misericórdia", ou , o que dá na mesma, confio-os à bondade de Cristo que não quer a perdição de nenhum de seus redimidos. Na primeira etapa do nosso jogo predomina o elemento TEMPO. Este são as duas margens de um rio - nossa VIDA no caso - dentro das quais desliza nossa existência, cronometrada pela sua atuação no gramado. E fica por conta do "LIVRO DO ECLESIASTES" (3. 1-9) estabelecer a agenda de atuação de cada ser humano, sabendo-se que "Todas as coisas têm o seu tempo. E todas estas passam debaixo do céu segundo o tempo que a cada uma foi prescrito. Há tempo de nascer, e tempo de morrer. Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou. Há tempo de chorar, e tempo de de rir. Há tempo de edificar, e tempo de destruir. Há tempo de se afligir, e tempo de dançar. Há tempo de espalhar pedras, e tempo de as ajuntar. Há tempo de dar abraços, e tempo de se afastar deles. Há tempo de adquirir, e tempo de de perder. Há tempo de guardar, e tempo de lançar fora. Há tempo de rasgar, e tempo de coser. Há tempo de calar, e tempo de falar. Há tempo de amar, e tempo de ódio. Há tempo de guerra, e tempo de paz" "Há tempo de repouso para a terra, como semelhantemente o há para o espírito" ("Pourquoi suis-je moi? Journal 1993-1996", Julien Green). Todo o jogo da vida é presenciado por 3 controladoras angélicas: a FÉ, a ESPERANÇA e a CARIDADE. Findo o jogo, o TEMPO é substituído pela ETERNIDADE.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SÃO JOÃO GABRIEL PERBOYRE

Nesta semana a IGREJA recorda-nos a figura do padre lazarista GABRIEL PERBOYRE (pronuncie-se PERBOÁR; 1802-1846), martirizado na CHINA (11/09/1846) num tipo de morte semelhante ao de JESUS CRISTO.
***
1. TRAÍDO e VENDIDO por 30 MOEDAS pelo filho de um catequista.
2. Caiu nas mãos dos satélites em um BOSQUE.
3. Não PERMITIU que seus companheiros repelissem os guarda-costas.
4. Foi levado ao TRIBUNAL do VICE-REI e dos MANDARINS.
5. Esgotado pela fome e pelo cansaço foi socorrido por um PAGÃO.
6. Espancado e com o corpo como um trapo, viu muitos CRISTÃOS negarem a FÉ, entre eles seu querido CATEQUISTA.
7. Obrigado a paramentar-se, exposto a zombaria, disse-lhe o VICE-REI: "PEDE A TEU DEUS que TE livre de minhas mãos!"
8. Depois de obrigado a beber o SANGUE de um cão, foi ao lugar da execução seguido de CRIMINOSOS.
9. DESPIDO DA TÚNICA VERMELHA, estrangulado numa FORCA em forma de CRUZ, PERBOYRE expirou numa SEXTA-FEIRA às
15 HORAS, tendo recebido um ponta-pé no ventre para ACABAR DE MORRER (11/09/1846).
10.Diante do MARTÍRIO de PERBOYRE muitos CHINESES se converteram ao CRISTIANISMO e no céu da CHINA foi VISTA UMA GRANDE CRUZ LUMINOSA.
Foi CANONIZADO no dia 02/06/1996 pelo Papa JOÃO PAULO II. Foram padres 2 outros irmãos seus. Das irmãs, duas foram FILHAS DA CARIDADE e UMA FOI RELIGIOSA CARMELITA. PERBOYRE se fez padre em 23/09/1825.

domingo, 6 de novembro de 2011

PARA O BRASIL OFICIAL PENSAR

A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje, 06/11/11, povoou-me de ideias, dignas de meditações:
1. EXAME DA OAB: "Será que a OAB é o órgão mais indicado para aplicar a PROVA e emitir as licenças profissionais? A ordem é uma entidade de classe, cuja agenda EM PARTE coincide os interesses da sociedade, mas EM PARTE se afasta deles. Do ponto de vista da população, não há nenhum problema em haver mais advogados do que o "necessário". Pelo contrário até, mais profissionais no mercado costuma ser sinônimo de maior concorrência e honorários menores" (Helio Schwartsman).
2. QUEM PERDE, QUEM GANHA: "A decisão de FREIXO de buscar segurança no exterior nos deixa duas lições: As MILÍCIAS estão mais perigosas do que os próprios criminosos. E estão ganhando a guerra. Os políticos não são todos iguais, mas há ALGO DE ESTRANHO num reino em que os maus se dão bem e os bons é que têm medo e precisam sair correndo. A fuga de MARCELO FREIXE é uma vergonha nacional: (Eliane Cantanhêde).
3. ATEOU FOGO ÀS VESTES: "No meu tempo já havia suicídios, mas muitos. Hoje são poucos. A vida deve ter melhorado ou a humanidade deve ter piorado. E todo mundo continua numa boa" (Carlos Heitor Cony).
4. SEM CONTROLE: "Um derradeiro toque de melancolia do Controlador Geral da União: 'Falta dinheiro, disse Hage, para informatizar plenamente os dados sobre os convênios governamentais. Chega-se ao paradoxo em que, por carência de verbas (e também de disposição, acrescente-se) o governo perde recursos em maior quantidade - ou melhor, entrega-os a parceiros sobre os quais não se tem controle" (EDITORIAL).
5. BRASIL PROTAGONISTA: "... na sociedade global não há mais espaço para um único líder ou o "OLIGOPÓLIO do G7. Nesse aspecto, foi imensa a contribuição da diplomacia brasileira, ao capitanear o aumento da influência do G20, democratizando as grandes decisões econômicas da humanidade" (Josué Gomes da Silva).
6. IDH,COMO UMA ONDA NO MAR: "Enquanto o país não tiver um planejamento estratégico de longo prazo para transformar seus sistemas educacional e de saúde em PRIORIDADES EFETIVAS do Estado brasileiro, continuaremos ao sabor das ondas, vagando a cada ano no ranking do IDH, de acordo com progressos e fracassos dos demais" (Flávio Comim).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

RUBEM ALVES E JULIEN GREEN E GIDE

A "DESPEDIDA", crônica com que RUBEM ALVES, no dia 01/11/11, parou de escrever na FOLHA DE SÃO PAULO, lembrou-me o que JULIAN GREEN deixou no dia 10/07/1935 em seu "JOURNAL 1935-1939". "Visitando GIDE (ANDRÉ GIDE 1869-1951), ele me disse que o que mais o impressionava em meus livros é que meu lápis nunca deixa o papel, que o impulso é contínuo até o final e que, se algum dia, tivesse que escrever algo sobre mim, SOBRE ISSO é que ele insistiria. Disse-me que o que é verdadeiro em meus romances é verdadeiro, a despeito do desacordo sensível com a realidade cotidiana. Confessou-me que me encontro numa encruzilhada, que minha verdadeura carreira começará quando meu público me abandonar, quando se descobrir que meus livros se assemelham realmente pouco aos modelos naturalistas que o público exige. "O público, diz ele, quer romances que se assemelhem aos romances que ele conhece". Ele acrescenta que não será preciso forçar, chegado o momento, mas deixar-ME levar pela inspiração, pelo meu verdadeiro temperamento de romancista de fantasia. E A ESSA ALTURA, ele volta sobre si mesmo e diz que no fundo ele não havia encontrado o seu verdadeiro público. "Que escritor encontra seu verdadeiro público?" pergunto então. "O que? quase todos! Vede Bourget! ( Charles-Joseph-Paul /1852-1935). "Falemos de grandes escritores. Dickens (1812-1870) não agradou a muitos leitores aos quais ele não teria devido agradar? Seu verdadeiro público se recruta ENTÃO". Gide então dá o braço a torcer e me fala de livros que ele teria podido escrever e que lamenta não ter escrito. "Se os escritores do século XVII tivessem podido prever que seriam ainda lidos trezentos anos mais tarde, teriam escrito de outra forma. Imaginemo-los voltando à terra e dizendo: "Se tivéssemos sabido!..." Sente-se que teriam podido fazer melhor e não se atreveram". Pergunto a Gide o que teriam sido esses livros que ele não escreveu. "Oh! respondeu com ar pensativo, livros de imaginação, romances..." Diz-me que chegará o dia em que abandonarei minha posição de escritor irrealista e que tomarei partido, pensando por certo nos grandes conflitos políticos que virão dividir o país em esquerda e direita, quando serei forçado a escolher. Pergunto-lhe se, depois de convertido ao comunismo, se sente livre. "Não", responde, citando Barres (Auguste-Maurice / 1862-1923) que, interpelado sobre o que lhe parecia mais penoso na vida de parlamentar, respondeu: "Votar com meu partido!"

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

METRÔ DE MOSCOU

Em 15/05/1935 o transporte metroviário moscovita inaugurou sua primeira linha, que seguia de Sokolnikov a Dvorest Sovietov (hoje Kropotkinskaia). Tinha 11 km e incluía 13 estações. Atualmente o metrô de Moscou conta com mais de 300 kl. de trilhos, 12 linhas e 182 estações. Segundo os planos de desenvolvimento da cidade, até 2020 serão construídos mais 120 quilômetros. As estações construídas até 1950 eram como ricos palácios para o povo: acabamento de mármore, gesso. O país não tinha azulejo para revestir seus mais de mil kl. de metros quadrados. A rica decoração foi um meio de glorificar o novo país soviético que se erguia como superpotência, sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A era de ouro da arquitetua russa terminou em 1955 com a publicação de uma resolução do Partido Comunista condenando o suposto excesso das obras . Os prédios quadrados a partir de então refletiam o estilo - ou a falta dele! - da época depois de 1955. A arquitetura subterrânea, isto é, do metrô, segue os mesmos caminhos: foram construídas estações comuns e enfadonhas. A terceira etapa do desenvolvimento metroviário, a "renascença", começou em 2002 na estação Vorobiôvi Góri, toda em vidro, com privilegiada vista do rio Moscou. Na nova Dostoiévskaia paineis de pedra reproduzem os herois dos romances O Idiota, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov. Sete milhões de pessoas usam o metrô de Moscou diariamente. É a cidade que tem o maior número de usuários do mundo! Dez mil trens ligam cento e oitenta e duas estações por doze linhas de metrô em Moscou. A extensão total atinge trezentos e vinte quilômetros!

]

terça-feira, 25 de outubro de 2011

DONDE O PODER DO DALAI LAMA?

A ÁFRICA DO SUL recusou a entrada do DALAI LAMA no país, onde, convidado de honra, participaria da homenagem ao Arcebispo DESMOND TUTU no dia 08/08/11, quando o herói do apartheide" completaria 80 anos de idade. A ausência do Chefe de Estado, JACOB ZUMA, na celebração do feito na CATEDRAL ST. GEORGE DU CAP, foi oara DESMOND TUTU a comprovação de que cedera às pressões da CHINA para o não recebimento no país do DALAI LAMA. Mas essa ausência também se atribui à imolação pelo fogo naquela semana de monges tibetanos, com apenas 20 anos, em sinal de protesto. Elevou-se assim a seis o número de monges imoladdos pelo fogo no ano, numa demonstração de desagrado desesperado contra a política chinesa com relação ao TIBET. Durante a visita que DALAI LAMA fez a TOULOUSE em agosto último, o comentarista do LE FIGARO, JEAN-MARIE GUÉNOIS, ponderou-lhe que sua autoridade moral paradoxalmente se tornara mais poderosa, desde que ele abandonara sua responsabilidade política sobre o TIBET no dia 08.08 último. Sorrindo, Dalai Lama respondeu: "A autoridade moral me vem do povo e não existe meio algum de me retirarem a confiança que os povos me atribuem, a menos que eu me torne completamente estúpido". Ao jornalista a recusa da visita de DALAI LAMA nas homenagem a DESMOND TUTU foi mais eloquente diante do mundo do que a viagem que esse responsável religioso teria podido fazer. Quando de sua presença em TOULOUSE em agosto, acharam-se frente a frente o DALAI LAMA e STÉPHANE HESSEL, herói da resistência francesa e dos campos de concentração nazis, autor do célebre opúsculo "INDIGNAI-VOS". Estranho face-a-face desses dois homens: o "jovem" monge de 79 anos e o velho sábio de 94 anos! Impressionou a JEAN-MARIE o verdadeiro PODER exercido pelas DUAS PERSONALIDADES: o PODER MORAL. Sob este ponto de vista, STÉPHANE jamais gozara de tanto poder, o mesmo se podendo dizer de DALAI AMA que está como que libertado da ambiguidade que fazia dele um responsável político. Resta para a humanidade o PODER SIMBÓLICO MUNDIAL do BUDISMO e do TIBET pela sua transparência, simplicidade e ausência de compromisso.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ANACOLUTO ==== PONTE ESTAIADA

ANACOLUTO: a) etimologicamente (do grego = sem sequência), consiste numa frase quebrada, ou num termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica do período, quebrando ou interrompendo o fio da frase, prosseguindo-a de outra forma.
b) as mais das vezes o ANACOLUTO é uma incorreção gramatical, quando, por exemplo, há um TERMO solto na frase, quebrando a estruturação lógica, interrompendo o fio da frase. Exemplo: "num dos jornais de hoje lê-se o seguinte: "Quando a Dilma tomou posse como Presidente da República, eu disse para ela que tinha uma obra que eu gostaria de participar da inauguração". Iniciando a terceira oração, aparece um QUE (que eu gostaria...); eis um termo solto, quebrando a estruturação lógica do período. Neste caso, existe um ANACOLUTO ou UMA INCORREÇÃO GRAMATICAL.
c) O " ANACOLUTO", porém, pode considerar-se uma FIGURA DE SINTAXE. NESTE CASO, consistiria na interrupção de uma frase iniciada geralmente após uma pausa, e retomada através de mudança de construção. Exemplo: "QUEM feio ama bonito lhe parece". Eis um período iniciado por uma palavra "QUEM" no qual esta palavra não se integra SINTATICAMENTE, no período, embora esteja integrada pelo sentido: "O feio parece bonito a QUEM ama". Outro exemplo: "EU, porque sou mole, você fica abusando". Eis um períodp iniciado por EU, no caso seguido de pausa, tendo como continuação uma oração (porque sou mole), no qual a palavra EU não se integra SINTATICAMENTE no período, embora nele integrada pelo SENTIDO: "Você fica abusando DE MIM porque sou mole" (Rubem Braga)

ESTAI: cada um dos cabos que sustentam a mastreação para vante; VANTE: parte da frente do navio (Houaiss).
PONTE ESTAIADA:ou atirantada: ponte suspensa por cabos, constituída por um ou mais mastros de onde partem cabos de sustentação.

PONTE sobre o Rio Negro ligando MANAUS a IRANDUBA, inaugurada hoje, dia 24/09/11, Aniversário, 342 anos, da Cidade de Manaus, sendo a segunda maior do mundo, em águas fluviais; a primeira está sobre o rio Orinoco, na Venezuela. No momento é a maior Ponte Estaiada construída no Brasil. A parte estaiada mede 400 metros. Sua extensão total: 3.595 metros.

domingo, 23 de outubro de 2011

PANFLETO CONTRA OS CATÓLICOS FRANCESES

JULIEN GREEN, escritor americano de expressão francesa (1900/1998), converteu-se ao catolicismo em 1916. Como na época de sua conversão grassasse na França e de modo geral em todo o ocidente, inclusive no Brasil, uma onda bastante influente e crescente de anticlericalismo, a atitude de GREEN, recém-saído do protestantismo CONVENCIDO de ESTAR COM A IGREJA CATÓLICA A VERDADE TRAZIDA POR CRISTO, outra não foi senão colocar em defesa de sua fé o dom da palavra escrita. Enfrentando um mundo hostil aos valores transmitidos pelos Sumos Pontífices, num país intelectualmente simpático a "Ação Francesa", movimento animado desde 1904 pelo escritor Charles Maurras (1868-1952), centrado no nacionalismo integral e de rígida conotação tradicionalista, de larga aceitação entre os católicos, GREEN não hesitou em colocar seu espírito recém-convertido em defesa do Catolicismo que abraçara convictamente. Publicou aos 23 anos de idade o "PANFLETO CONTRA OS CATÓLICOS DA FRANÇA", a seu ver membros mornos, desossados, apáticos, uma espécie de nossos "católicos não praticantes". Já considerado figura promissora das letras francesas, exerceu O PANFLETO influência real nos meios católicos da França onde GREEN hoje é tido como o maior escritor da França no século XX. No seu "JOURNAL 1935-1939", com a data de 06/04/1935, à proposta que reeditasse o PANFLETO, ponderou ser impossível, pois "nesse pequeno livro escrito aos 23 anos não consigo reencontrar-me tal como sou hoje. Essas páginas, continuava ele, não constituíam uma profissão de fé, antes permitiam supor uma profissão de fé violenta e fanática! Se a publicasse hoje, pensariam que eu vivo no temor do Inferno e que lamento os belos dias da Inquisição". Em geral as lutas, as dores até à conquista da verdade, religiosa sobretudo, inoculam no convertido energias, forças tais que chegam por vezes até a perder-se a noção da realidade, o que, em parte, explica a origem dos fanatismos. Pelo que conheço, de leituras, de JÚLIO GREEN, ele viveu e "dormiu" no Senhor de sua conversão, o que até exemplifico pelo que escreveu no seu "POURQUOI SUIS-JE MOI? JOURNAL 1993-1996", pp.399 (30/12/1995): "Se eu pudesse me dizer ao ouvido, afastando o lençol que me cobre a orelha antes de dormir : 'Hoje seguiste o Evangelho', como me sentiria feliz, pois teria vivido o Amor tal e qual Cristo o concede. Mas...também hoje ouvi a voz do mundo!" A propósito: no dia 05/03/1995, no citado livro, GREEN escreveu; "DE SALOMÃO e de JUDAS não direi o que faço, a fim de que não se abuse de minha MISERICÓRDIA" (De um dos diálogos de Jesus Cristo com Santa Gertrudes (1253-1302), beneditina alemã, autora de "Arauto do Amor Divino", um dos primeiros monumentos da devoção ao Coração de Jesus.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PASCAL e BOSSUET = CONTRASTES NO ESTILO

"Conversando com um jornalista, afirmei que PASCAL (1623-1662) foi o maior dos autores franceses. Eu já afirmara isto quando era moço ainda. Longe de um elogio imaturo, acho que Pascal tem direito ao título. Foi ele que fixou a Língua Francesa num momento da História em que ela corria o risco de desvirtuar-se por superabundância e falta de rigor. A língua de BOSSUET era como um muro indestrutível, mas tratava-se de uma língua de orador, ao passo que a de PASCAL era perfeitamente empregada no uso corrente. Linguagem leve, sem arcaísmos, sempre atual. De uma resplandecente clareza, ela é capaz de apresentar uma frase longa, de página inteira até, sem que se perca o fio, ao passo que em Prroust (1871-1922) um período mais longo nos embaraça. Atualmente o emprego da língua francesa se deteriora. O mesmo fenômeno de usura ocorre em outros países (Inglaterra, Alemanha), fenômeno de usura, não de usura da língua, mas usura da mentalidade nacional.
No começo do século XVII houve um começo de purificação da língua entre os romancistas de 1630, mas ficou apenas numa tentativa. Julgo hoje que PASCAL deve ter sido leitor de CALVINO (1509-1564) cuja língua transparente e um tanto rígida nos leva a considerar o autor da "INSTITUIÇÃO CRISTÃ", uma das mais notáveis obras da antiga literatura francesa, o primeiro escritor do século XVII.
Em PASCAL quase não se lê um arcaísmo. Seja qual for o Francês de educação normal, comum, mesmo do curso fundamental, lê-se PASCAL de uma ponta a outra sem qualquer dificuldade. O sentido é translúcido, o vocabulário usual. RABELAIS (1494-1553) por vezes bastante confuso. PASCAL empobreceu a língua para lhe dar a admirável clareza. Sem dúvida falta-lhe a cor. Para o colorido, busque-se SAINT-SIMON (1675-1755).
Interessantes as observações de JULIEN GREEN (1900/1998) no dia 04/08/1993, no seu "POURQUOI SUIS-JE MOI", JOURNAL 1993-1996.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

MENSAGENS COMPARTILHADAS

Preocupa-me por vezes a ideia de que os seguidores deste blog possam estranhar o hábito que tenho de frequentemente citar determinados autores. São, aliás, muito poucos, o que prova a indigência de minha cultura, pois os conto com os dedos de uma das mãos apenas: Tristão de Athayde, Gustavo Corção, Jackson de Figueiredo, Thomas Mérton, Saint-Exupéry e Julien Green. Sem exclusividae, porém. Na procura de uma explicação, neste exato momento acabo de descobrir o óbvio. Digo "o óbvio", porque desde criança ouvi que toda pessoa é bastante infuenciada pelas leituras que costuma fazer, segundo, aliás, o dito: "Dize-me o que lês e dir-te-ei o que és"! E a descoberta, acompanhada de um efusivo e silencioso "eureka", aflorou justammente em JÚLIO GREEN, que, no dia 30/06/1938, escreveu em seu "JOURNAL", 1935/1939: "O escritor não deve acreditar não ser diretamente influenciado pelo que lê. Existe apesar de tudo uma relação secreta entre a obra e os livros de que o autor se nutre, como entre o que ingerimos e o nosso organismo. Esse tipo de contágio, literário no caso, a psicologia popular o exprime, quando nos diz também: "Dize-me com quem andas e te direi o que és!" Sendo verdadeiro o brocardo, quanto proveito deveria eu extrair, pelo menos por osmose, de tantas citações transcritas! Confesso que com tais citações nada mais faço senão compartilhar dos bons e belos e judiciosos conceitos deles, e de outros autores, por uma razão muito singela: descubro neles, em trajes, especificamente condizentes com o que penso e proponho-me escrever, aquilo que me aprazeria ter escrito ou escrever no momento de elaboração de determinada mensagem. Gostaria, mas não fui dotado de um espírito criativo, filosófico, reflexivo, dons inatos nos aurores que cito. Apropriando-me, numa comparacão claudicante, de uma histórica saída de São Vicente de Paulo, quando os padres missionários da Congregação por ele fundada foram equiparados ou assemelhados aos padres Jesuítas, que respondeu o camponês gascão na sua rude simplicidade? "Nada mais somos senão humildes carregadores de malas dos intrépidos filhos de Santo Inácio de Loyola!" Citando com frequência pensamentos de outras pessoas, numa tentativa assim de melhorar o que escrevo, nas melhores das intenções nada mais exerço senão fazer deslizar na mesma esteira as suas malas e as minhas mochilas.

sábado, 15 de outubro de 2011

NÃO CURTI A PRESENÇA DE MEU PAI!

Meu pai faleceu, quando eu tinha 22 anos. Convivi com ele apenas até aos 12 anos, quando entrei no Colégio do Caraça. Depois disto, por mais 3 vezes, espaçadas, e por um mês apenas de duração cada uma, estive em casa junto dele. Isso quer dizer que na prática foi só na minha infância que convivemos, que sua presença fez-se sentir em mim. Ora, essa fase da vida, Tristào escreveu, "é o período em que a infância domina a criança em contraste com aquele em que o adulto domina a maturidade. A infância, continua o mestre, é a idade do anonimato, em que a criança renasce a cada manhã, uma idade sem memória em que as impressões são tanto mais violentas quanto mais efêmeras". Relembro esses pormenores, porque hoje (15/10/11) faz 60 anos que meu pai se foi para a casa do Pai, 5 anos depois que o vira pela derradeira vez (1947), quando, estando eu longe de casa, soube da morte dele repentinamente. Pai de 12 filhos vivos, seu contato comigo foi bastante curto. Um "fac-totum" por necessidade, eram fora do lar seus variados ambientes de trabalho. Assim cabia bem mais a minha mãe a vigilãncia e os cuidados dos filhos, apesar de vê-lo diariamente quase em casa. Se fui castigado vezes sem conta por minha santa mãe, só me lembro de três ocasiões de sua intervenção sobre ninha conduta: quando briguei com minha irmã Anesia, e recebi duas chineladas; quando, tendo apanhado na rua ao sair da escola, do irmão de um colega por causa de uma discussão sem agressão mas apaixonada, em que eu era pela Inglaterra e meu colega pela Alemanha (1940), meu pai assim me interpelou: "Como isso?! Não vê que sua mãe está de resguardo pelo nascimento de seu irmão?" E a terceira vez foi quando aos 15 aos (1944) estive de férias do Caraça, diariamente ouvindo na rádio Tupi o programa de Júlio Louzada, mal sentado na cadeira, e meu pai me dizendo com humor: "Vou mandar fazer uma cadeira de 2 pés pra você!" A impressão, porém, dele recebida e que muito me marcou foi quando me visitou no Caraça, um ano depois que lá me achava, em 1942. Em conversa no Claustro dos Padres com o Padre MontÀlvão, ele confessou que eu em casa lhe fizera muita falta, porque já o ajudava bastante, passando a mão na minha cabeça com carinhoso gesto antes por mim nunca sentido! Hoje assisto ao fenômeno normalíssimo na vida de todos nós: na proporção em que encurta a família aqui na terra, vai ela crescendo do outro lado! Até breve, meus queridos pais!

VOCÊ CONCORDA?

Nos meus encontros diários com autores de "Memórias", de Diários, de Autobiografias, observações há que me fazem pensar. N0 seu "POURQUOI SUIS-JE MOI" Julien Green escreve que, no dia 19/02/1995, paticipou da missa celebrada pelo amigo norueguês Padre Kjell Pollestad. Impressionado pela beleza do texto EM LATIM naquele domingo da Sexagésima, lançou no papel o seguinte: "A beleza do texto nessa língua me encantou. Sem pestanejar, pude mensurar as riquezas que perdemos nos ANOS SESSENTA (do século passado). Um público iletrado era agraciado apesar de inconsciente ("malgré lui") de algo inapreciável: UM CERTO SENTIDO DO MISTÉRIO. ATUALMENTE ELE COMPREENDE (?), mas...e daí? Não afirmo que ele, o público, não tenha tirado disso algum proveito, mas não faz mal levantar a dúvida! O Padre Kjell nos devolveu a missa de meus primeiros anos de catolicismo ( Green converteu-se ao catolicismo aos 17 anos) : atrás das palavras em latim eu senti uma presença, ousaria dizer uma presença perdida".
E no dia 14/11/1995, no mesmo livro, GREEN recorda "que o PAPA pede à Igreja que se arrependa, convocando-a a uma atualização do Martirológio Cristão compreendendo ortodoxos, anglicanos, protestantes. Nada a declarar ou tudo a repetir! Os protestantes que contei entre meus ascendentes foram por sua vez alguns perseguidos e outros perseguidores. E ademais a fé católica é a única totalmente verdadeira? As outras fés religiosas ou declarações de fé religiosa são ou parcialmente verdadeiras ou parcialmente errôneas? Por que levantar um problema que não faz senão desencadear oposições sem fim entre os cristãos?" Infelizmente não dispondo de meio de um acesso ao tal pedido de arrependimento feito pelo Papa, confesso que necessitária de um esclarecimento do que no caso escreveu Julien Green. Prometo empreender algo a respeito. Quanto à supressão do uso da língua latina na liturgia católica, foi ele permitido por Bento XVI aos membros da Fraternidade São Pio X na celebração da Santa Eucaristia.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MERTON ANTES DA VOLTA PARA DEUS

THOMAS MÉRTON, aos 17 anos, em 1932, abandonada a Fé de sua infância, era um rapaz como a maioria dos outros. Frequentando um colégio na Inglaterra, acometido de doença de certa gravidade, viu-se confinado entre as 4 paredes de uma enfermaria, "sem nada no coração a não ser apatia, orgulho e desdém como se fosse culpa da vida estar eu sofrendo e só por isso dever evidenciar desprezo, ódio pela vida e morrer como se isso fosse uma vingança contra ela, a vida! Que era a vida? Algo existindo separado de mim. Se tenho que morrer, que morra! Morro e pronto, fico liquidado!" Assim descreveu MÉRTON seu estado de espírito na época e continuou: "Quem tem religião, fé e amor a Deus sabe o que significa a vida e o que vem a ser a morte e se dá conta direito do que seja ter uma alma imortal, não compreende como pode ser o estado íntimo de quem não tem fé e já atirou para um canto a alma. E não pode conceber que uma pessoa possa se ver diante da morte sem sentir uma espécie de compunção. Mas por certo pode saber que milhões de pessoas morrem assim sem preparo, da maneira como eu por exemplo poderia ter morrido. Até quando me lembro, o pensamento de Deus e o pensamento de rezar não acudiram sequer ao meu espírito doente, e tão pouco durante o ano. Ou se tais pensamentos bruxoleavam diante de mim foi para renegá-los e rejeitá-los. Naqueles dias, quando na capela se recitava o Credo dos Apóstolos, eu ficava de boca fechada, não acreditava em nada. Mas apenas substituíra uma F'É certa, a FÉ em DEUS, na Verdade, por uma fé incerta e vaga nas opiniões e na autoridade de homens, panfletos e artigos que se agitavam, variavam e se contradiziam sem que chegasse a discernir claramente. Assim eu jazia naquele leito, repleto de gangrena, e com a alma apodrecida pela corrupção dos meus vícios. A pior coisa que pode acontecer nesta vida a uma pessoa é perder todo o senso de realidades tais como sem se importar sequer se vai morrer ou não. Um dia saberei quem intercedeu por mim naqueles dias, pois a distribuição dos dons de Deus é sempre através das orações de outras pessoas" ("A MONTANHA DOS SETE PATAMARES", de Thomas Mérton).

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MATRICULADOS NO CARAÇA EM 1941 = PIRACEMA

PIRACEMA: período entre outubro e março de cada ano, quando, elevando-se a temperatura da água e do ar, os peixes sobem até às cabeceiras dos rios nadando contra a correnteza para a desova. Figurativamente PIRACEMA emprega-se entre os membros da AEALAC (Associação dos Ex-alunos Lazaristas e Amigos do Caraça) para marcar o dia por excelência da VISITA ESPECIAL dos EX-ALUNOS ao CARAÇA, a fim de comemorarem o aniversário de suas matrículas no COLÉGIO. Por isto, no próximo dia 15/16 de outubro a TURMA dos 22 adolescentes, remanescentes e disponíveis, matriculados no CARAÇA em OUTUBRO/SETEMBRO de 1941 se apressam para uma visita histórica ao SANTUÁRIO DO IRMÃO LOURENÇO, para, num reencontro sentimental, agradecerem a NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS e à CONGREGAÇÃO DA MISSÃO - SETENTA ANOS VOLVIDOS - o DOM INEFÁVEL de uma formação cristã a eles por DEUS concedida. Dos 22 jovens convocados: ÁLVARO, BATISTA, CASTRO, CORNÉLIO, FRANCISCO, FRANCO, GERALDO, JAIR, LAÉRCIO, LARA, LÉLIS, LINS, LUIZ, MAGALHÃES, MARTINS, MAURÍCIO, NOGUEIRA, RAMIRO, SINFRÔNIO, TAVARES, TEIXEIRA E TRINDADE, por razões bastante compreensíveis e justificáveis a DOIS somente: ao FRANCO ( JOSÉ FRANCO DE MORAIS) e ao TRINDADE ( WILSON BARRETO TRINDADE) caberá a honrosa missão de representar os fisicamente ausentes, embora espiritualmente jamais distantes das "cabeceiras" das santas e culturais fontes alterosas do SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS e do IRMÃO LOURENÇO. Na ocasião a turma de 1941 se recordará de maneira muito especial das figuras missionárias do mestre de então: Padre CRUZ, Padre TORRES, Padre SARAIVA, Padre MONTÀLVÀO, Padre BRAGA, Padre SILVA, padre GUERRA, Padre EGÍDIO e PADRE OLIVEIRA ( FREI JOSAFÁ). Não serão esquecidos os IRMÃOS LEIGOS: MARIANO, JOÃO MERTENS, NILO e PIO. E Flores silvestres depositaremos nos túmulos de nossas queridas SAMPAIAS, piedosas senhoras que se santificaram na imolação por seus afilhados. E dos empregados do Colégio todos gozarão de nossas póstumas atenções. Por derradeiro. "last but not least", brindaremos os fundadores pioneiros da AEALAC, que, "sensibilizados com as notícias que vazavam sobre a penúria vivida na casa que os viu crescer, por atos e não apenas por palavras durante a Segunda Guerra Mundial (1939/1945) materializaram seu amor ao Caraça, cujas portas de entrada nem por pensamento admitiam viessem a ser trancadas", fundando a AEALAC, hoje nas mãos, não menos gratas ao Caraça, das atuais gerações de ex-alunos e amigos. "No CARAÇA, escreveu Drumond de Andrade, está-se mais perto do céu do que da terra!"

terça-feira, 11 de outubro de 2011

SENHORA MÃE DOS HOMENS - POEMA TEOLÓGICO

A poetisa mineira HENRIQUETA LISBOA, no livro dedicado ao CARAÇA "MONTANHA VIVA", escreveu o poema ORAÇÃO, muito próprio para o dia de hoje, quando se celebra NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS, padroeira do Santuário construído pelo IRMÃO LOURENÇO que assim rezou no término de sua obra:

NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS,
A TUA IGREJA ESTÁ EM PÉ.
DIAS RUDES, NOITES INSONES
TESTEMUNHARAM MINHA FÉ.

QUEM HÁ DE COMPLETAR A OBRA
QUE REGUEI COM MEU PRANTO E SUOR?
A MIM CARECE-ME O QUE SOBRA
A TEU PODER E A TEU AMOR.

TU QUE NOS FIZESTE NASCER
PARA A GRAÇA, ESPIRITUALMENTE,
CONSERVA-NOS JUNTO AO TEU SEIO
TÃO FECUNDO COMO INOCENTE.

PELA TUA M A T E R N I D A D E
MÍSTICA E REAL, À HORA DA DOR
EM QUE A TODOS NOS IRMANASTE
A TEU FILHO NOSSO SENHOR.

NOTÍCIAS DO VATICANO

O comentarista do LE FIGARO, JEAN-MARIE GUÉNOIS, comunica-nos que, dentro de alguns dias, precisamente no dia 27 de outubro, o Papa BENTO XVI irá a ASSIS, Itália, para celebrar o vigésimo quinto aniversário do Primeiro Encontro Interreligioso de Oracão pela Paz. Abraçado pelo Papa João Paulo II,o movimento inquietara os meios católicos, a começar pelo próprio cardeal RATZINGER, então Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé que, em linha reta com o Documento "Dominus Jesus", pensava de acordo com o texto referido que reafirmava a primazia do Cristo e da Igreja Católica em prejuízo, aliás, dos protestantes; Ratzinger via no movimento o risco de uma tendência sincretista: mistura das religiões onde tudo faz crer tratar-se de assunto considerado no mesmo plano. Atualmente uma corrente católica se alegra de ver o Papa Bento XVI acompanhar os passos do falecido João Paulo II no caminho árduo do diálogo interreligioso. Em contra partida, levantam-se os integristas formulando críticas acerbas diante do episódio, julgando um sacrilégio a atitude de Bento XVI rebaixando-se ao nível das outras religiões! Outra corrente mais moderada poderia estar decepcionada diante da imprudência de Bento XVI imiscuindo-se num movimento de tal natureza e como tal. Para os simpatizantes dessa ala, tratar-se-ia de um diálogo, sem dúvida simpático no seu espírito, mas sem resultados teológicos sérios!. Entre os que assim julgam, porém, há alguns que estão seguros, no caso, da reafirmação delicada mas clara da preeminência da Revelacão Cristã sobre as demais religiões. Numa visão mais liberal do referido movimento estão aqueles que, longe de se espantarem, vêem no propósito de Bento XVI não tanto um diálogo interreligioso mas entre culturas oriundas dessas religiões: nuance, sem dúvida, importante!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

11/10/2011 = N.SRA.MÃE DOS HOMENS = CARAÇA

Amanhã o SANTUÁRIO DO COLÉGIO DO CARAÇA celebra o dia de sua padroeira, NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS. Vinda de PORTUGAL a pedido do IRMÃO LOURENÇO, ha 227 anos entronizada no altar-mor da igreja do CARAÇA em 17/05/1784, faz 227 anos que NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS, há 1.400 metros acima do nível do mar abençoa e protege as TERRAS MINEIRAS e também as BRASÍLICAS, conquistadas que foram por seu FILHO, "O CRISTO REDENTOR" no MONTE PASCAL, Bahia, em 26/04/1500, quando da primeira missa celebrada no Brasil por frei Henrique de Coimbra. "Em belo nicho de mármore, sobre uma peanha onde ANJOS sorriem, a VIRGEM MÃE, vestida de manto azul está em pé. Cinge-lhe a cabeça uma coroa imperial. Traz pendentes das orelhas mimosos brincos de ouro. Brilha sobre sua túnica branca uma grande joia presa a um colar e engastada em preciosíssimo relicário. Com graça levanta o seu braço direito e dá a sua bênção. Tem sentado no braço esquerdo o MENINO-DEUS coroado também e com uma corrente no peitinho. Em tudo o filhinho é parecido com a Mãe. Toda bela MARIA. Mais belo ainda o pequenino JESUS na sua nudez. Este segura na mão esquerda um pequeno globo prateado e, com a direita, IMITA À RISCA O GESTO DE SUA MÃE. Seu bracinho tem a mesma curva cheia de graça, e os seus dedinhos a mesma posição: os dois estão dobrados, dois outros levantados e juntinhos, e o polegar separado. SÃO DUAS BÊNÇÃOS que se confundem NUMA SÓ E MESMA BÊNÇÃO DIVINA!" NOTA: A preciosa imagem foi restaurada no final da década de 1998. Numa fenda no dorso da imagem o restaurador, Gilson Felipe Nogueira, encontrou uma relíquia do século XVIII ou início do XIX: a oração de um tal ALEXANDRE que se diz escravo de Nossa Senhora, cujo texto ortograficamente atualizado diz o seguinte: "Ó MARIA SANTÍSSIMA, Mãe de Misericórdia e dos Pecadores, aqui está a vossos pés o menor de todos eles e o mais indigno filho, ALEXANDRE, escravo vosso. Lançai, minha Mãe, e Senhora, sobre a alma deste enorme pecador a vossa Santíssima Bênção e ponde-me os vossos piíssimos olhos e intercedei por nós a vosso Santíssimo Filho, meu Deus de Amor e Misericórdia" (do livro "GUIA SENTIMENTAL DO CARAÇA", por Sarnelius).


issimo Filho, meu Deus de Amor e Misericórdia!"

sábado, 8 de outubro de 2011

GESTO INFANTIL QUE DOBRA O VÔ

Um beijo angelical de minha neta de ano e meio na face do vô na manhã do dia 07/10/11, enterneceu-me inidelevelmente o coração, prestes a celebrar o octogésimo terceiro ano de vida. Algo me vinha segredando que ela mal espreitava o momento, dela somente escolhido, somente por ela presenciado. Vezes tantas ouvia: "Beija o võ! Beija o vô!" Não! Giovanna dispensava conselho, a iniciativa tinha que ser dela somente! E chegara o momento. Sentindo-se solta, a três metros do alvo, que, este, sim, a convidava ao gesto real face na face, então era a hora, não de um estalo apenas de boca, ou ofertando de longe na concha da mão pequenina o gesto simbólico do bem-querer infantil aflorado nos lábios, a hora era aquela.O vô implorando, aguardando, ansiando, e ela afinal deslanchando na angélica flor de um sorriso, pé ante pé caminhando, solta no espaço, levada apenas pela vontade impulsora nas asinhas do livre arbítrio - já em atividade, santo Deus? - foi-se aproximando devagarzinho, em passos lentos de daminha de casamento, e de leve, envolta na tranquilidade precoce de compenetrada criança, depositou rapidinho na face do vô o primeiro beijo por ela só intentado, por mais ninguém incentivado, presente por ela só escolhido e entregue sem a presença de solicitante algum sinalizando, fiscalizando, fotografando. E descrever a emoção do pai do pai dela e do sogro da mãe dela quem há-de? O efeito de um acontecimento dessa espécie só outro vô saberia explicar. O muito/pouco que consigo dizer é que o estado de espírito que me tocou as fímbrias da emotividade se assemelharia àquele espiritual e extasiante descido sob a forma de uma paz celestial, tipo daquela que os celícolas, presentes no presépio, sentiram, quando , contemplando na fé o Deus-Menino entre palhas, ao bafejo quente dos bichos amigos, sob os olhares divinamente privilegiados de Maria e José, sob os balidos da mansidão dos cordeiros e aos sons das flautas agrestes dos pastores despertados , seus espíritos se enterneceram com as vozes dos anjos cantando: "GLÓRIA! GLÓRIA! NO CÉU! PAZ NA TERRA AOS HOMENS! "Toda criança é um novo anjo caído dos céus e confiado por Deus aos humanos! É pena que às vezes isto se esquece!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

RAZÃO DA BIOGRAFIA DE STEVE JOBS

Está saindo a biografia do fundador da APPLE, STEVE JOBS, escrita pelo amigo WALTER ISAACSON. No verão de 2004, JOBS lhe telefonou, tendo WALTER aproveitado a ocasião para convidá-lo a falar no campus de verão no Colorado. JOBS propôs em troca uma caminhada para poderem conversar, concluindo por revelar que desejava que ele lhe escrevesse a biografia. WALTER acabara de publicar a biografia de Benjamin Franklin e estava escrevendo outra sobre Albert Einstein. Julgando encontrar-se JOBS no meio de uma carreira oscilante, prometeu atendê-lo, quando ele se aposentasse. Observando, contudo, que o convite precedia a primeira operação do amigo em luta com um câncer, "combinada com um espantoso romantismo emocional", WALTER se convenceu de que JOBS acreditava que com a biografia prestaria serviços às pessoas, esclarecendo isto com o raciocínio de que "as pessoas estão ocupadas fazendo o que sabem fazer melhor, querendo que façamos o que fazemos melhor, pois elas têm mais coisas a fazerem do que pensar em como integrar seus computadores e dispositivos". WALTER declarou que, faz pouco, visitou JOBS pela última vez em sua casa de PALO ALTO. Tinha-se mudado para um quarto no andar de baixo, porque estava fraco demais para subir e descer escadas, com um pouco de dor mas com a mente afiada e um humor vibrante. Acostumado a manter distanciamento como escritor, WALTER, ao tentar dizer-lhe adeus e atingido por uma onda de emoção, perguntou-lhe por que se mostrara tão disposto, por 2 anos e em 50 entrevistas, a se abrir tanto para um livro, quando costumava ser geralmente tão discreto. JOBS lhe deu a seguinte resposta: "EU QUERIA QUE MEUS FILHOS ME CONHECESSEM. EU NEM SEMPRE ESTAVA PRESENTE E QUERIA QUE ELES SOUBESSEM O PORQUÊ DISSO E ENTENDESSEM O QUE FIZ!" (FOLHA DE SÃO PAULO, 07/10/11).

PAI E FILHO ADMIRÁVEIS

JULIEN GREEN, um dos mais brilhantes escritores franceses do século XX, num de seus livros de memórias, confessou, no dia 28/10/1955, sentir-se em perigo, por vezes, frente às críticas a romances seus, taxados de imorais. Consolando-se, escreveu então o seguinte: "Esse sentimento do temor se atenua e se apazigua, na presença de certas pessoas que se amam. Meu pai me confortava completamente. MUITAS VEZES ME PERGUNTAVA se sua bondade e sua inocência não confinavam com uma espécie de santidade de que, contudo, ele não tivesse a menor ideia. Perguntava-me também então se ele tinha perfeito conhecimento de minha pessoa. Falávamo-nos tão pouco, mas HAVIA NA GAVETA DE MEU QUARTO CONFISSÕES que jamais me passou pela cabeça guardar sob chaves!. Um dia, de volta de uma viagem, percebi que a gaveta estava vazia. Tão grande era minha negligência que já no dia seguinte não pensava mais no caso. E tinha 23 anos. Apenas concuíra que alguém tinha lido aqueles papeis e os tinha destruído todos, mas nunca comentei o fato com alguém, e ninguém, igualmente, jamais tocou nesse assunto comigo!" JULIEM GREEM ( 1900-1998), escritor norte-americano de expressão francesa, escreveu livros de orientação católica. Falecendo-lhe a mãe, devota protestante, em 1916, o pai converteu-se ao catolicismo e logo depois ele e várias de suas irmãs. Em 1972 declinou do pedido de Pompidou para adotar a nacionalidade francesa. Foi enterrado no dia 13/o8/1998 em Klagenfurt, Áustria, na igreja de Santo Egídio, tal fora a emoção aí sentida diante da estátua de Nossa Senhora, quando de sua visita ao templo em 1990.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O QUE CARACTERIZA A ADOLESCÊNCIA

Na ADOLESCÊNCIA em geral se forma nosso caráter. É quando se gravam os sulcos na lava ainda ebuliente de nossa vida interior, por onde em geral se encaminhará nossa existência vindoura. Idade capital de nossa existência, por ser a que vai repercutir de modo mais profundo em todas as idades que se lhe seguem. É quando começa realmente a memória a fixar as impressões recebidas. A infância é a idade sem memória em que as impressões são tanto mais violentas quanto mais efêmeras. A criança renasce cada manhã. O adolescente é eminentemente rememorativo. As impressões recebidas e recapituladas, e até as prefiguradas, passam a fazer a trama de nossa vida interior A adolescência é o campo predileto em que tudo vemos diante de nós, em que só nos interessa o dia seguinte, o que se espera. Mas ao mesmo tempo nessa idade o que passou possui um prestígio inigualável pela rememoração de fatos, de figuras, de frases, de sentimentos. É idade por excelência da imaginação. E em geral não são as coisas reais que mais nos encantam então e sim a ruminação pela memória ou pela fantasia daquilo que passou e do que vai vir. É a mais perigosa das idades porque a mais facilmente comunicativa em relação aos da mesma idade. A criança vive no seu eu; o adolescente, no seu nós! Idade de fraternizações fáceis e de entusiasmos contagiosos. Daí o problema das companhias nessa fase mais problemática da formação. Aos 15 anos colocamos nossos amigos acima de tudo. Daí é que em geral nasce uma particular impaciência para com a família. O adolescente se julga um incompreendido, parecendo-lhe ser sempre vítima de uma injustiça por parte de todos ( Pensamentos extraídos do livro "IDADE, SEXO E TEMPO", de Tristão de Athayde).

ETIAM HOMERUS ALIQUANDO DORMITAT

Tal era o esmero, o cuidado, a religiosidade com que se procurava ensinar no Colégio do Caraça a Língua Portuguesa que nem aos alunos recém matriculados se perdoava qualquer escorregão que ferisse, ainda que de leve, a língua de Camões. Língua esta que já em tempos remotos, como se lê nos LUSÍADAS, CANTO I,33, a bela deusa VÊNUS, afeiçoada à gente lusitana, " por quantas qualidades via nela", sustentava, defendia contra BACO, que se opunha à expedição de VASCO DA GAMA a caminho das ÍNDIAS, confessando tratar-se de uma gente cuja "lingua na qual, quando imagina, com pouca corrupção crê que é a LATINA", isto é, a LÏNGUA LATINA donde derivou, além da nossa, a língua italiana, a francesa, a espanhola, etc. Prova do aprendizado castiço do Português no Caraça, ofereço aqui um exemplo: meia hora depois de recebido no Caraça, faz 70 anos, um conterrâneo conhecido, já ali cursando o terceiro ano, me apresentou a um colega, dizendo ser ele filho de Simeãozinho, político influente em nossa cidade. "Filho do Simeãozinho? exclamei eufórico, conheço ELE muito!" Foi esta frase CONHEÇO ELE MUITO o distintivo de minha consagração no Caraça! A turma dos curiosos, que nos espreitavam, em coro prorrompeu de inopino: "Que é isto, novato?! rasgando a GRAMÁTICA! conheço ELE, não! CONHEÇO-O!!!" Até nos recreios se fiscalizava o emprego correto da LÍNGUA PÁTRIA, como na escola primária aprendi a chamar o nosso idioma. A propósito: a FOLHA DE SÃO PAULO de ontem, 05/10/11, página 1, sob o título "Presidente do Chile endurece...", parágrafo segundo, trouxe: "...prevê penas mais rígidas para quem agredir policiais e fazer manifestação, etc." Salvo melhor juízo, parece-me que deveria ser: "...para quem agredir (futuro do subjuntivo) e FIZER (futuro do subjuntivo).