sábado, 26 de novembro de 2011

GETÚLIO, DE "VARGAS GETÚLIO"

Isto mesmo: veio de GETÚLIO VARGAS o nome préescolhido , caso o meu irmão caçulo, prestes a nascer, fosse homem. Hoje está fazendo 71 anos de idade. No dia 26/11/1940 veio à luz (VENI), viu a luz (VIDI), venceu as trevas do ventre materno (VINCI), prosáica recordação das manobras do GG de quem herdou o nome e que, galopando dos Pampas, juntando-se aos aliados mineiros, venceu os adversários e havia três anos era o chefe do ESTADO NOVO. Celebrava-se no dia o terceiro aniversário do Levante Comunista da Praia Vermelha no Rio. Hoje, portanto, é o aniversário natalício de meu irmão caçulo GETÚLIO BARROS. Não quis o Criador e Pai completasse os 71 junto dos irmãos. Como escevi em " ANTES QUE AMANHEÇA" (pg.432), "...tão de madrugada (21/22 de maio de 1966) nos dando adeus: "consummatus in brevi explevit tempora multa" (Santo Agostinho), você amadureceu tão rápido que o ambiente aqui era muito acanhado para sua inteigência, seu idealismo, sua inconformação com a situação de injustiça no país ("anos de chumbo"), meu irrequieto jornalista. Por isso, antes que o quebrassem, como a tantos de sua geração o fizeram, o bom anjo o levou, plantando em seus familiares e amigos o espinho da saudade". E fato irmanado à data de hoje, anualmente por mim não esquecida, vejo-me em pé, diante de meu e nosso pai, levando o menos esperado de todos os castigos jamais dele esperado: "Você não está vendo sua mãe de cama e faz uma coisa dessas?" "Uma coisa dessas" foram uns sopapos que me imprimiu no nariz, ao sair do grupo escolar na semana em que você nasceu o irmão mais velho do Luizinho , meu colega, pelo motivo mais heroico de que até hoje me considero credor de uma medalha de honra: defender a INGLATERRA e FRANÇA na guerra contra HITLER. Infelizmente, só convivi com você em casa durante uns 30 dias, , julho/agosto de 1944. Antes a Mãe me escrevera que você tinha um cavalinho de estimação - um cabo de vassoura - em que montava e alegre gritava que ia ao Guedes, arraial da cidade que você acreditava ser o Caraça, visitar o LULU, que sou eu até hoje. Poucos meses antes de falecer de desastre, GETULIO, adoentado, colocou-me em seu lugar no jornal do Rio, "A NOTÍCIA", de Chagas Freitas. E do hospital de BH me escreveu no dia 02/09/1965 o seguinte: "Aguente a mão, pois como lhe disse acredito que você me herdará (e mais cedo que pensemos) meu lugar na MANCHETE (tudo é possível, meu caro, no jornalismo)". E mais: "Creio que você já descobriu que isto é uma profissão não muito fácil, nem rendosa, nem importante (para o povo). Mas para gente de nosso temperament é a melhor. Costumam os velhos jornalistas afirmarem que "jornalismo é uma cachaça", cousa à qual a gente se apega e não consegue largar mais, ainda que não nos faça muito bem. Também acho. E não me arrependp de me ter metido nisto. Pelo contrário, VIVI A MELHOR PARTE DE VIDA DEPOIS QUE ENTREI PARA O JORNAL (AÍ MESMO, E NAS MESMAS CONDIÇÕES QUE VOCÊ)". SEI QUE VOCÊ, dentro de um raciocínio realista, também há de concluir que há boas vantagens (ao lado das muitas e constantes chateações ) nesta vida intensa, vibrante, confusa, mas sempre divertida, de jornal". Esta tua carta, mano querido, inseparável e sagrada relíquia, comprova -me a convicçào de que já estavas maduro até para continuares a profissão de jornalista na IMPRENSA DO EMPÍREO CELESTE. Até... quando Deus quiser!

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