CONVÉM LER ANTES DE VOTAR
Em vésperas de eleições, a Câmara Municipal de São Paulo, século XVI, nos fornece a imagem viva da PARTICIPAÇÃO POPULAR na coisa pública. É então que se "vê , a quente, o nascer da consciência do povo nosso, do povo em carne e osso, em trabalho, com a sua ignorância, o seu bom senso grosseiro, as suas ambições de enriquecer, o seu sentimento inicial de arrogância e de independência, enfim uma consciência viva em formação". Outra fonte, a História da Fundação do Império Brasileiro, de Pereira da Silva nos fornece interessante material para vermos de perto a verdade real e concreta da consciência local do sentimento de responsabilidde que forma a base das "pequenas democracias"( a dos municípios) e de que não devemos fugir e antes até DEVEMOS ESTIMULAR, pois virá a ser a única base sólida possível de qualquer governo nosso". Segundo Antônio Sardinha (doutrinador político português, 1888-1925) a DEMOCRACIA é a forma política inevitável para a América de nossos dias. O povo brasileiro não parece difícil de ser governado. O que parece difícil é continuar a governar com essa cisão radical entre governantes e governados. Um partido político que saiba operar essa fusão, que aproxime esses dois elementos, poderá fazer um grande bem. A boa autoridade não é apenas a que manda, mas a que sabe mandar. O chefe é sobretudo o que o é, sem se fazer sentir. A POLÍTICA é a arte de curar e de defender a estrutura social. Há, portanto, na POLÍTICA um elemento básico de construção, de permanência, de cálculo seguro, de solidez de materiais, de subordinação de partes que TORNA O PRINCÍPIO de AUTORIDADE tão fundamental em POLÍTICA quanto o cálculo da RESISTÊNCIA dos materiais na arquitetura. Tal como se consegue uma solidez definitiva em arquitetura pela sábia e precisa distribuição de pesos e proporções, só se poderá conseguir a permanência do sentido social e a solidez da estrutura de organização de um povo, se o PRINCÍPIO de AUTORIDADE for justo. Só pela justiça se consegue fazer desse princípio, não uma simples fórmula de força, mas uma CONVICÇÃO mais ou menos aceita pela maioria da COMUNIDADE SOCIAL. O sentimento de difusão do princípio de autoridade só pode ser o princípio de JUSTIÇA. Deve-se considerar esse princípio de autoridade não em abstrato, como puro conceito, mas em ação, no meio e nos fatos e nos homens em que ele vai ter como função coordenar, hierarquizar, para permitir a eles durar e realizar a sua expressão própria. O princípio de autoridade tem que ser JUSTO, para que se consiga uma certa difusão, um certo assentimento, condição indispensável de toda vida social normal. Nesse caso, só nos resta como elemento de JUSTIÇA, o POUCO QUE TEMOS DE LEI, de lei CONSTITUCIONAL, de lei JURÍDICA prática (aplicação dos princípios legislativos e respeito a essa aplicação) e de LEI MORAL. Só assim entendido, o princípio de autoridade pode receber o prestígio necessário para difundir-se e penetrar o espírito público por mais corrompido que esteja pelo invencível libertarismo do palavreado sonoro da demagogia (carta de TRISTÃO a JACKSON, 24/04/1927).
terça-feira, 30 de setembro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
73 ANOS de EXÍLIO da CASA PATERNA
Segunda-feira, 29/09/2014, século XXI, acordo e levanto-me às 05,00, manhã fechada, de CRISTO no Corcovado encoberto, televisão, canal 40, me localizando no tempo: cinco pancadas no velho relógio de parede, parte bahiana de herança do sogro. Uma composição da Central do Brasil Mineira, meia hora atrás já me locomovia, exatas 04,30, de Belo Horizonte, destino Santa Bárbara do Mato Dentro. Pontualmente o trem me acolhera às 04,30 e me ajeitara num banco de segunda classe, ao melancólico enleio sonoroso cheirando a carvão de pedra, na Praça da Estação da capital alterosa até bem pouco CURRAL DEL REI, hoje transvestida em Belo Horizonte, bem fria, um garoto de quase 13 anos, 28 quilos, calça curta só de camisa, coroado de um boné que levará o idoso Padre Antonio da Cruz, diretor da Escola Apostólica Nossa Senhora Mãe dos Homens do Caraça, na boca da noite, às 18 horas bem avançadas, a acolhê-lo, carimbando-o carinhosamente: "Ô seu inglês disfarçado!". Eu era de verdade mais um pinto ensopado, chovera bastante desde a terra do ex-presidente Afonso Pena num caminhão demoroso, portando na carroceria cerca de dez adolescentes. Eu, Jair Barros, um deles, por dentro soluçando "solidão sonora", de que sentimentos povoada, santo Deus, de saudades, perdido num mundo estranho, mas pelo pai recomendado ao pai de um já naturalmente colega de Belo Vale, totalmente perdiddo também numa diáspora exótica. Como me livrar dessa manhã que me deu um lar, tão distante sentimentalmente daquele de que, por 12 anos apenas vivido, me vi descolado, sem condições então de sopesar a novíssima realidade: à sombra da SENHORA MÃE DOS HOMENS DO CARAÇA (1941, setembro-dezembro de 1946), acompanhando o desenrolar distante da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) DE QUE SAÍ INCÓLUME. Tudo o que aqui narrado, transposto para os dias de hoje, quem sabe alguém apelidaria de um "delicioso pungir de acerbo espinho", caracterizado como uma tortura providencialmente planejada que nunca saberei agradecer!?
Segunda-feira, 29/09/2014, século XXI, acordo e levanto-me às 05,00, manhã fechada, de CRISTO no Corcovado encoberto, televisão, canal 40, me localizando no tempo: cinco pancadas no velho relógio de parede, parte bahiana de herança do sogro. Uma composição da Central do Brasil Mineira, meia hora atrás já me locomovia, exatas 04,30, de Belo Horizonte, destino Santa Bárbara do Mato Dentro. Pontualmente o trem me acolhera às 04,30 e me ajeitara num banco de segunda classe, ao melancólico enleio sonoroso cheirando a carvão de pedra, na Praça da Estação da capital alterosa até bem pouco CURRAL DEL REI, hoje transvestida em Belo Horizonte, bem fria, um garoto de quase 13 anos, 28 quilos, calça curta só de camisa, coroado de um boné que levará o idoso Padre Antonio da Cruz, diretor da Escola Apostólica Nossa Senhora Mãe dos Homens do Caraça, na boca da noite, às 18 horas bem avançadas, a acolhê-lo, carimbando-o carinhosamente: "Ô seu inglês disfarçado!". Eu era de verdade mais um pinto ensopado, chovera bastante desde a terra do ex-presidente Afonso Pena num caminhão demoroso, portando na carroceria cerca de dez adolescentes. Eu, Jair Barros, um deles, por dentro soluçando "solidão sonora", de que sentimentos povoada, santo Deus, de saudades, perdido num mundo estranho, mas pelo pai recomendado ao pai de um já naturalmente colega de Belo Vale, totalmente perdiddo também numa diáspora exótica. Como me livrar dessa manhã que me deu um lar, tão distante sentimentalmente daquele de que, por 12 anos apenas vivido, me vi descolado, sem condições então de sopesar a novíssima realidade: à sombra da SENHORA MÃE DOS HOMENS DO CARAÇA (1941, setembro-dezembro de 1946), acompanhando o desenrolar distante da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) DE QUE SAÍ INCÓLUME. Tudo o que aqui narrado, transposto para os dias de hoje, quem sabe alguém apelidaria de um "delicioso pungir de acerbo espinho", caracterizado como uma tortura providencialmente planejada que nunca saberei agradecer!?
domingo, 28 de setembro de 2014
PERDOAR COMO ELE
O bem-aventurado ANTÔNIO FREDERICO OZANAM, o fundador das Conferências Vicentinas tão espalhadas no Brasil, recebeu um dia uma carta recheada de ataques amargos como o fel. Sentou-se, produziu uma resposta que mostrou ao amigo Cornudet. "Você é um Cristão, Ozanam: perdoe o missivista!" Sem pestanejar, Ozanam rasgou a carta e lançou-a no fogo. É que um cristão, para ser digno do nome que carrega, deve ir até às últimas consequências em sua maneira de agir COMO TAL. Caso menospreze o valor divino do perdão, seu cristianismo fica muito a desejar!
Ó mestre JESUS, que vossa voz seja o VEÍCULO de toda palavra que eu disser! Vós o contador de parábolas, o conquistador das atenções! Empresto-vos meu olhar, tornai-o mais cativante! Para que se respire em volta de mim o odor de Deus, derramai de vossos perfumes na concha de minhas mãos os bálsamos que os exalem! Para que eu encante as serpentes, irmanai à minha a vossa voz como uma água cristalina! Enfim, ó meu bom Pai, ocultai-vos no fundo de meu coração, para que temor não sintam de mim as almas que de mim se aproximarem! E que mal comece eu falar, ouçam a vossa voz, e que, encantando-se com o que digo, sejais vós, E NÃO EU, o objeto de sua ADORAÇÃO! (PADRE BAETEMAN).
O bem-aventurado ANTÔNIO FREDERICO OZANAM, o fundador das Conferências Vicentinas tão espalhadas no Brasil, recebeu um dia uma carta recheada de ataques amargos como o fel. Sentou-se, produziu uma resposta que mostrou ao amigo Cornudet. "Você é um Cristão, Ozanam: perdoe o missivista!" Sem pestanejar, Ozanam rasgou a carta e lançou-a no fogo. É que um cristão, para ser digno do nome que carrega, deve ir até às últimas consequências em sua maneira de agir COMO TAL. Caso menospreze o valor divino do perdão, seu cristianismo fica muito a desejar!
Ó mestre JESUS, que vossa voz seja o VEÍCULO de toda palavra que eu disser! Vós o contador de parábolas, o conquistador das atenções! Empresto-vos meu olhar, tornai-o mais cativante! Para que se respire em volta de mim o odor de Deus, derramai de vossos perfumes na concha de minhas mãos os bálsamos que os exalem! Para que eu encante as serpentes, irmanai à minha a vossa voz como uma água cristalina! Enfim, ó meu bom Pai, ocultai-vos no fundo de meu coração, para que temor não sintam de mim as almas que de mim se aproximarem! E que mal comece eu falar, ouçam a vossa voz, e que, encantando-se com o que digo, sejais vós, E NÃO EU, o objeto de sua ADORAÇÃO! (PADRE BAETEMAN).
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
TEMOS CORAGEM DE NOS PERGUNTARMOS?
Cremos nas BEM-AVENTURANÇAS anunciadas pelo MESTRE?
Cremos ainda que JESUS é DEUS, o AMIGO, o JUIZ, o PAI?
Cremos no seu AMOR, na sua BONDADE, nos seus perdões?
PRATICAMOS nossa FÉ? Estamos impregnados dela de tal modo que ELA circule em nossa vida como o sangue em nossas veias?
Sim, dela vivemos a ponto de ser uma LUZ, um EVANGELHO vivo, uma inconfundível TESTEMUNHA?
SE CRISTO NOS PERGUNTASSE O QUE PERGUNROU AOS APÓSTOLOS: "E vós, que dizeis quem eu sou?" que lhe responderíamos?
Pode ELE que nos acompanha na vida dizer de nós "Olhe aquele lá! é um CRISTÃO que passa?"
Ó JESUS, obrigado por me haverdes chamado à FÉ; sua ausência como sua perda nos faz sofrer tanto! E sabemos que como as demais virtudes ELA cresce pelo exercício. Por isso desejo não apenas CRER mas CRER abertamente, racionalmente, na sua vivência prática, nessa FÉ de que me orgulho e de que prestarei contas um dia. Quero crer por mim e por muitos outros!
Eu CREIO, mas aumentai a minha FÉ! (Padre Baeteman, lazarista).
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
APARIÇÃO de NOSSA SENHORA DA SALETE
Há 168 anos a Santa Virgem Mãe de Deus desceu da direita do trono de seu FILHO para conversar na montanha da SALETE, na França, com duas criancinhas, Melânia e Maximin. Familiarmente, falou-lhes de seu povo que estava perecendo, e do peso do braço de seu Filho. Em poucas palavras, deu-lhes um resumo dos preceitos divinos, acompanhados de magníficas promessas caso o povo obedecesse, e associados de horrorosas ameaças, caso não obedecesse. Vestida de branco e ajoelhada sobre uma pedra e enxugando as lágrimas lhes recomendou propagassem isso por todo o povo. Foi essa sua última palavra. LÉON BLOY (1846-1917), devoto de Nossa Senhora da Salete, escreveu que a Igreja se esquecera de comemorar também no dia de sua aparição (19/09/1846) as LÁGRIMAS de MARIA, quando chorou na montanha da Salete. Seria porque, pergunta LÉON BLOY, "as terríveis desgraças que mal começamos a suportar apresentavam como sua causa evidente a criminosa indignidade das pessoas consagradas a Deus?" Ora, isso não podia ser suportado. O farisaismo protestou e estabaleceu-se impenetrável silêncio. Felizmente houve almas que se recusaram a esquecer. É que, em meio às lágrimas, Maria confiara a Melânia um segredo que, revelado 12 anos depois da aparição, prenunciava um futuro tenebroso, caso a mensagem da Mãe Dolorosa não fosse atendida. E mais tarde, apenas iniciado o século XX, BLOY iria sentir descendo sobre a humanidade a desolação da GRANDE GUERRA MUNDIAL, de 1914, de cujo término comemoramos há pouco o centenário. Quarenta anos depois da aparição de NOSSA SENHORA da SALETE assim escreveu BLOY: "A Salete é o último baluarte do cristianismo e há 40 anos que essa fortaleza vem capitulando!"
Há 168 anos a Santa Virgem Mãe de Deus desceu da direita do trono de seu FILHO para conversar na montanha da SALETE, na França, com duas criancinhas, Melânia e Maximin. Familiarmente, falou-lhes de seu povo que estava perecendo, e do peso do braço de seu Filho. Em poucas palavras, deu-lhes um resumo dos preceitos divinos, acompanhados de magníficas promessas caso o povo obedecesse, e associados de horrorosas ameaças, caso não obedecesse. Vestida de branco e ajoelhada sobre uma pedra e enxugando as lágrimas lhes recomendou propagassem isso por todo o povo. Foi essa sua última palavra. LÉON BLOY (1846-1917), devoto de Nossa Senhora da Salete, escreveu que a Igreja se esquecera de comemorar também no dia de sua aparição (19/09/1846) as LÁGRIMAS de MARIA, quando chorou na montanha da Salete. Seria porque, pergunta LÉON BLOY, "as terríveis desgraças que mal começamos a suportar apresentavam como sua causa evidente a criminosa indignidade das pessoas consagradas a Deus?" Ora, isso não podia ser suportado. O farisaismo protestou e estabaleceu-se impenetrável silêncio. Felizmente houve almas que se recusaram a esquecer. É que, em meio às lágrimas, Maria confiara a Melânia um segredo que, revelado 12 anos depois da aparição, prenunciava um futuro tenebroso, caso a mensagem da Mãe Dolorosa não fosse atendida. E mais tarde, apenas iniciado o século XX, BLOY iria sentir descendo sobre a humanidade a desolação da GRANDE GUERRA MUNDIAL, de 1914, de cujo término comemoramos há pouco o centenário. Quarenta anos depois da aparição de NOSSA SENHORA da SALETE assim escreveu BLOY: "A Salete é o último baluarte do cristianismo e há 40 anos que essa fortaleza vem capitulando!"
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
CONSTANTINO, OZANAM e TRISTÃO
"A pior das perseguições que se faz à IGREJA é aquela que se traduz pelo regalismo, pela OFICIALIZAÇÃO do CULTO, pelo clericalismo político, pelas subvenções interessadas pela incorporação subreptícia da IGREJA ao ESTADO com a perda inconsciente da sua independência", escreveu Tristão (A Vida Sobrenatural e o Mundo Moderno"). O mesmo escrevera ANTÔNIO FREDERICO OZANAM em carta a Dufieux, o7/o4/1851: "Não temos bastante FÉ, meu caro amigo, desejamos sempre o restabelecimento da religião mediante meios políticos, sonhamos com um CONSTANTINO MAGNO (274-337) que, com um só golpe e um só esforço, reconduza os povos ao redil. Mas desconhecemos a verdadeira história de Constantino. Tornou-se ele cristão exatamente porque mais da metade do mundo já esposara o cristianismo, e a multidão dos céticos, dos indiferentes e dos cortezãos que o seguiu apenas levou ao seio da IGREJA a hipocrisia, o escândalo e o relaxamento. Não, as conversões não são feitas por decretos mas pelos costumes e pelas consciências que necessitam ser conquistadas uma a uma. Queres ter dois grandes exemplos? PARIS e GENEBRA, cidades em que, apesar de nenhuma lei ter sido feita para o CATOLICISMO entre 1830 e 1848, a recondução das almas realizou-se com uma força e perseverança que aturdiram o mundo. Vê os ESTADOS UNIDOS e a INGLATERRA. A FÉ não prospera senão onde encontra governos que com ela não se preocupam ou lhe são adversos. Que época tão tempestuosa quão instrutiva! Talvez nela pereçamos, mas não nos lastimemos por tê-la vivido. Aprendemos muito, mas aprendamos sobretudo a DEFENDER NOSSAS CONVICÇÕES sem odiar nossos adversários, a amar aqueles que pensam diferentemente de nós, a reconhecer que HÁ CRISTÃOS EM TODOS OS CAMPOS e que Deus, como sempre, pode também hoje ser servido. Queixemo-nos menos de nosso tempo e mais de nós mesmos! Sejamos menos desanimados, mas sejamos melhores!"
"A pior das perseguições que se faz à IGREJA é aquela que se traduz pelo regalismo, pela OFICIALIZAÇÃO do CULTO, pelo clericalismo político, pelas subvenções interessadas pela incorporação subreptícia da IGREJA ao ESTADO com a perda inconsciente da sua independência", escreveu Tristão (A Vida Sobrenatural e o Mundo Moderno"). O mesmo escrevera ANTÔNIO FREDERICO OZANAM em carta a Dufieux, o7/o4/1851: "Não temos bastante FÉ, meu caro amigo, desejamos sempre o restabelecimento da religião mediante meios políticos, sonhamos com um CONSTANTINO MAGNO (274-337) que, com um só golpe e um só esforço, reconduza os povos ao redil. Mas desconhecemos a verdadeira história de Constantino. Tornou-se ele cristão exatamente porque mais da metade do mundo já esposara o cristianismo, e a multidão dos céticos, dos indiferentes e dos cortezãos que o seguiu apenas levou ao seio da IGREJA a hipocrisia, o escândalo e o relaxamento. Não, as conversões não são feitas por decretos mas pelos costumes e pelas consciências que necessitam ser conquistadas uma a uma. Queres ter dois grandes exemplos? PARIS e GENEBRA, cidades em que, apesar de nenhuma lei ter sido feita para o CATOLICISMO entre 1830 e 1848, a recondução das almas realizou-se com uma força e perseverança que aturdiram o mundo. Vê os ESTADOS UNIDOS e a INGLATERRA. A FÉ não prospera senão onde encontra governos que com ela não se preocupam ou lhe são adversos. Que época tão tempestuosa quão instrutiva! Talvez nela pereçamos, mas não nos lastimemos por tê-la vivido. Aprendemos muito, mas aprendamos sobretudo a DEFENDER NOSSAS CONVICÇÕES sem odiar nossos adversários, a amar aqueles que pensam diferentemente de nós, a reconhecer que HÁ CRISTÃOS EM TODOS OS CAMPOS e que Deus, como sempre, pode também hoje ser servido. Queixemo-nos menos de nosso tempo e mais de nós mesmos! Sejamos menos desanimados, mas sejamos melhores!"
terça-feira, 16 de setembro de 2014
PATRIOTISMO, O QUE É?
No singelo e leve estilo de GUSTAVO CORÇÃO PATRIOTISMO é uma forma de reverência que tem apoio na tradição. Tradição é o ato ou efeito de entregar algo, de comunicar oralmente um fato a outrem. Patriotismo é uma maneira particular, racional, sentimental de se ver no chão de uma terra o sinal de pés antigos. É uma virtude de longa continuação ou duração no tempo e merecedora ao mesmo tempo de grande fidelidade. Tem como fundamento, como raiz, o passado donde retira o que há de genuíno, de digno de ser comunicado às futuras gerações e de ser conservado no futuro. Traz em si a ideia de uma duração no tempo e merecedora de uma grande fidelidade. É um sentimento de respeito por aquilo que é passado, de enxergar, de descobrir numa cidade, por exemplo, certos eventos, ou realizações que deixaram sinais, marcas na sua história. É um modo especial de adivinhar numa paisagem os sinais comoventes de antigas mãos. É uma maneira sem igual de se simpatizar com dores, sofrimentos antigos, vividos, e de se alegrar com acontecimentos memoráveis. Ser patriota é ter uma história comum, isto é, vivida por mais de uma pessoa, que vem de longe no tempo, que é cantada na mesma língua e vivida num mesmo e grande cenário, a Independência do Brasil, por exemplo. A palavra "patriotismo"vem, deriva de "pai". Nossos primeiros antepassados são pai e mãe. Podemos dizer que o patriotismo começa pela reverência, o respeito, o amor pelos pais. Decorre de uma lei natural que sabemos e aprendemos ter sido elevada à dignidade de um mandamento divino: "Honrar Pai e Mãe". Numa palavra: patriotismo é uma reverência, uma veneração pelo que se considera sagrado ou se apresenta como tal, é o respeito profundo por alguém ou alguma coisa por causa das virtudes ou qualidades que possui ou parece possuir. O nacionalismo, que é uma exultação diante de uma idéia a ser realizada, diferencia-se, do patriotismo que supõe algo passado e que é uma virtude de longa duração e merecedora de grande fidelidade e baseada numa realidade que continua com o passar do tempo e se transmite ("As Fronteiras da Técnica", Gustavo Corção).
No singelo e leve estilo de GUSTAVO CORÇÃO PATRIOTISMO é uma forma de reverência que tem apoio na tradição. Tradição é o ato ou efeito de entregar algo, de comunicar oralmente um fato a outrem. Patriotismo é uma maneira particular, racional, sentimental de se ver no chão de uma terra o sinal de pés antigos. É uma virtude de longa continuação ou duração no tempo e merecedora ao mesmo tempo de grande fidelidade. Tem como fundamento, como raiz, o passado donde retira o que há de genuíno, de digno de ser comunicado às futuras gerações e de ser conservado no futuro. Traz em si a ideia de uma duração no tempo e merecedora de uma grande fidelidade. É um sentimento de respeito por aquilo que é passado, de enxergar, de descobrir numa cidade, por exemplo, certos eventos, ou realizações que deixaram sinais, marcas na sua história. É um modo especial de adivinhar numa paisagem os sinais comoventes de antigas mãos. É uma maneira sem igual de se simpatizar com dores, sofrimentos antigos, vividos, e de se alegrar com acontecimentos memoráveis. Ser patriota é ter uma história comum, isto é, vivida por mais de uma pessoa, que vem de longe no tempo, que é cantada na mesma língua e vivida num mesmo e grande cenário, a Independência do Brasil, por exemplo. A palavra "patriotismo"vem, deriva de "pai". Nossos primeiros antepassados são pai e mãe. Podemos dizer que o patriotismo começa pela reverência, o respeito, o amor pelos pais. Decorre de uma lei natural que sabemos e aprendemos ter sido elevada à dignidade de um mandamento divino: "Honrar Pai e Mãe". Numa palavra: patriotismo é uma reverência, uma veneração pelo que se considera sagrado ou se apresenta como tal, é o respeito profundo por alguém ou alguma coisa por causa das virtudes ou qualidades que possui ou parece possuir. O nacionalismo, que é uma exultação diante de uma idéia a ser realizada, diferencia-se, do patriotismo que supõe algo passado e que é uma virtude de longa duração e merecedora de grande fidelidade e baseada numa realidade que continua com o passar do tempo e se transmite ("As Fronteiras da Técnica", Gustavo Corção).
domingo, 14 de setembro de 2014
EXPOSTO A PERIGO POR OZANAM ARCEBISPO É ASSASSINADO
ANTÔNIO FREDERICO OZANAM, não tendo a honra de eleger-se membro da Assembléia Nacional da França, em 1848, quis contudo, defender Paris com o uniforme de Legionário. Inquirido se o governo deveria ceder às exigências dos revoltosos, Ozanam (1813-1853) respondeu: "Não acho que se deva ceder às exigências deles diante da violência, mas julgo que um acordo amistoso seria preferível à solução pelas armas, acrescentando: Este fusil há dois dias me queima as mãos, eu nunca me servi dele e prefiro que me matem a me ver obrigado a atirar contra o povo". Em conversa com o amigo Bailly veio-lhe à ideia sugerir ao arcebispo de Paris, Mon. AFFRE, servir de mediador na pavorosa luta de classes, o que seria de grande proveito para a IGREJA. Recebido pelo arcebispo, este lhe revelou que tivera a mesma ideia, sugerindo-lhe, então, Ozanam, que, interpondo-se como mediador e seu Pastor, comparecesse revestido da batina roxa para que sua cruz peitoral ficasse bem visível. A história guardou o desenlace. Contrariando os conselhos dos timoratos, dizendo que oferecia a Deus sua vida pelo seu rebanho, tentou interpor-se entre os combatentes. Eram 8 horas da noite, 25/06/1848. Ao chegar à Praça da Bastilha, foi advertido pelo substituto do General Négrier, morto momentos antes, do perigo que corria. Então um jovem que o seguia atou um lenço num galho de árvore e avançou até a primeira barricada. Sem esperar o regresso do parlamentar, o santo arcebispo penetrou na barricada. Empunhando a promessa de graça, mal começara a falar aos insurretos quando um tiro partiu, respondido por uma formidável descarga de fusilaria. Ferido de morte, o arcebispo tombou, exclamando: "Seja o meu sangue o último a ser derramado!" ( Cartas de Ozanam, II vol. p. 153).
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
NÃO ESQUEÇAS A TERRA MINEIRA DE TEU BERÇO
A respeito um ex-embaixador por muitos anos da República Oriental no Brasil te confessa que "aquela terra antiga (Minas Gerais) atraiu misteriosamente minha alma primitiva. Tradições, paisagens austeras - na vida social e na família, hábitos patriarcais e uma simplicidade cheia de simpatia - no trabalho e na vida pública uma energia tenaz e uma vontade compassada de progresso, dentro de uma moralidade essencial de fins e de meios - isso tudo falou ao meu espírito e me vinculou intimamente com a alma daquela terra - alma boa e austera que nem se brinda nem se prodiga, mas cuja amizade tem a lei do ouro de suas montanhas. MINAS é por isso um ponto excelente de observação para se ver o Brasil, sobretudo para se ver o Brasil interior, que, sendo o mais desconhecido, é, por isso mesmo, o mais interessante - o BRASIL do futuro, o mais rico em potência, o melhor aparelhado para o progresso pelo trabalho, o mais original e mais característico, o mais visivelmente predestinado. Observando MINAS, vê-se o BRASIL por DENTRO. Especialmente nos fenômenos evolutivos de sua vida agrária que é a grande incubadora do bem-estar futuro. MINAS oferece um resumo palpitante deste país" (Manuel Bernardez, "O Coração do Brasil"- Crônicas de MINAS GERAIS em VOZ de MINAS, Tristão de Athayde). "MINAS, um coração de ouro num peito de ferro" (CLAUDE HENRI GORCEIX).
A respeito um ex-embaixador por muitos anos da República Oriental no Brasil te confessa que "aquela terra antiga (Minas Gerais) atraiu misteriosamente minha alma primitiva. Tradições, paisagens austeras - na vida social e na família, hábitos patriarcais e uma simplicidade cheia de simpatia - no trabalho e na vida pública uma energia tenaz e uma vontade compassada de progresso, dentro de uma moralidade essencial de fins e de meios - isso tudo falou ao meu espírito e me vinculou intimamente com a alma daquela terra - alma boa e austera que nem se brinda nem se prodiga, mas cuja amizade tem a lei do ouro de suas montanhas. MINAS é por isso um ponto excelente de observação para se ver o Brasil, sobretudo para se ver o Brasil interior, que, sendo o mais desconhecido, é, por isso mesmo, o mais interessante - o BRASIL do futuro, o mais rico em potência, o melhor aparelhado para o progresso pelo trabalho, o mais original e mais característico, o mais visivelmente predestinado. Observando MINAS, vê-se o BRASIL por DENTRO. Especialmente nos fenômenos evolutivos de sua vida agrária que é a grande incubadora do bem-estar futuro. MINAS oferece um resumo palpitante deste país" (Manuel Bernardez, "O Coração do Brasil"- Crônicas de MINAS GERAIS em VOZ de MINAS, Tristão de Athayde). "MINAS, um coração de ouro num peito de ferro" (CLAUDE HENRI GORCEIX).
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
SETEMBRO MÊS DE 0ZANAM
FREDERICO OZANAM, falecido em 08/09/1843, foi beatificado pelo papa João Paulo II. Em 13/IX/1953 TRISTÃO de ATHAYDE escreveu "que hoje OZANAM é um nome popular. Já se fala mesmo que um dia é provável que os nossos descendentes rezem a Santo Ozanam... Milhares de homens simples, em todos os recantos do mundo, repetem o seu nome. Neste mês de setembro, a um século de sua morte (08/09/1843) está havendo em todos os continentes, nos trezentos mil vicentinos espalhados por 74 países, comemorações pelo centenário da morte de um homem. Mas o que comemoram esses homens do povo, muitos descalços e analfabetos dessas humilíssimas conferências como uma a que assisti no interior de Minas e outra que dirigi no interior do Estado do Rio, será, por ventura, o professor da Sorbon ne? SERÁ, POR VENTURA, o poliglota que sabia oito línguas? Será o professor de Direito Comercial ou de Literatura Alemã? Não. A maioria nem sabe que esse homem, de nome visceralmente ligado a uma obra de bondade e de sacrifício, tivesse sido um universitário e um erudito. O que sabem apenas, é que foi amigo dos pobres. Esse o grande título de Ozanam à gratidão da posteridade. É por isso que em 74 países hoje em dia, em dezenas de línguas diferentes, homens brancos, pretos, amarelos e vermelhos, ouvem falar desse santo homem que há 20 anos, moço de 20 anos, juntou-se a outros sete moços como ele e começaram a dar à lei da caridade o seu sentido verdadeiro, quando, então, a consideravam apenas como um auxílio material ao pobre. OZANAM mostrou que a CARIDADE, assim equiparada à esmola, era uma deturpação da virtude suprema, daquela que não passará nem na eternidade, quando a FÉ e a ESPERANÇA tenham desaparecido por terem alcançado o seu objetivo de ver a Deus e de atingir a Deus". Por isso pôs em prática em vida a verdadeira caridade cristã que nào é dar esmola, mas amar, visitar, animar, aquecer o coração daqueles para quem a vida é mais dura e, por isso, têm motivo para se fecharem, para perderam a fé e a esperança, porque conheceram a indiferença dos homens e não o amor" (A Vida Sobrenatural e o Mundo Moderno", Alceu Amoroso Lima).
FREDERICO OZANAM, falecido em 08/09/1843, foi beatificado pelo papa João Paulo II. Em 13/IX/1953 TRISTÃO de ATHAYDE escreveu "que hoje OZANAM é um nome popular. Já se fala mesmo que um dia é provável que os nossos descendentes rezem a Santo Ozanam... Milhares de homens simples, em todos os recantos do mundo, repetem o seu nome. Neste mês de setembro, a um século de sua morte (08/09/1843) está havendo em todos os continentes, nos trezentos mil vicentinos espalhados por 74 países, comemorações pelo centenário da morte de um homem. Mas o que comemoram esses homens do povo, muitos descalços e analfabetos dessas humilíssimas conferências como uma a que assisti no interior de Minas e outra que dirigi no interior do Estado do Rio, será, por ventura, o professor da Sorbon ne? SERÁ, POR VENTURA, o poliglota que sabia oito línguas? Será o professor de Direito Comercial ou de Literatura Alemã? Não. A maioria nem sabe que esse homem, de nome visceralmente ligado a uma obra de bondade e de sacrifício, tivesse sido um universitário e um erudito. O que sabem apenas, é que foi amigo dos pobres. Esse o grande título de Ozanam à gratidão da posteridade. É por isso que em 74 países hoje em dia, em dezenas de línguas diferentes, homens brancos, pretos, amarelos e vermelhos, ouvem falar desse santo homem que há 20 anos, moço de 20 anos, juntou-se a outros sete moços como ele e começaram a dar à lei da caridade o seu sentido verdadeiro, quando, então, a consideravam apenas como um auxílio material ao pobre. OZANAM mostrou que a CARIDADE, assim equiparada à esmola, era uma deturpação da virtude suprema, daquela que não passará nem na eternidade, quando a FÉ e a ESPERANÇA tenham desaparecido por terem alcançado o seu objetivo de ver a Deus e de atingir a Deus". Por isso pôs em prática em vida a verdadeira caridade cristã que nào é dar esmola, mas amar, visitar, animar, aquecer o coração daqueles para quem a vida é mais dura e, por isso, têm motivo para se fecharem, para perderam a fé e a esperança, porque conheceram a indiferença dos homens e não o amor" (A Vida Sobrenatural e o Mundo Moderno", Alceu Amoroso Lima).
domingo, 7 de setembro de 2014
ANIVERSÁRIO DE NOSSA SENHORA
A Igreja Católica celebra o aniversário de nascimento de cada santo no dia em que faleceu, isto é, no dia de sua entrada no céu. Apenas abre exceção em dois casos: pra Nossa Senhora e pra João Batista. E por uma razão bastante justa: São João Batista, ainda no seio de sua mãe, foi purificado do pecado original, no momento em que ouviu Nossa Senhora comunicar a Santana que ela também acabava de ficar grávida. Resumindo: São João Batista ficou purificado do pecado original antes de nascer, mas já concebido. Maria, diferentemente, foi isenta do pecado original não só antes de nascer, mas antes até de ser concebida no seio de Santana, sua mãe: "Ó Maria concebida sem pecado original!" Ela foi desde a concepção no seio de sua mãe Santana, a mais santa de todas as criaturas. Nunca ela esteve sujeita ao poder do demônio. Donde, segundo o costume da Igreja, seu aniversário natalício ser comemorado, desde o século VIII, no dia o8 de setembro, dia em que o anjo Gabriel lhe comunicou que seria a mãe do Messias: "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo". Celebramos hoje o aniversário de Nossa Senhora com a máxima alegria, por se tratar de uma festa de família: hoje é o aniversário natalício de nossa mãe, MÃE de CRISTO. Se Cristo, filho de MARIA, fez de nós seus irmãos, somos filhos de MARIA também. A celebração da Eucaristia nos oferece uma ocasião de dar e de receber: antes da consagração ofertamos a Deus nossa palavra e recebemos dele sua palavra; com a consagração ofertamos a Deus o nosso dom, o Cordeiro Divino, o filho de Maria, em sua honra; a COMUNHÃO é o festim da MÃE, o dom que ela nos faz em retorno do nosso, dom o mais precioso, pois a carne e o sangue imolados de seu FILHO, a carne de sua carne e o sangue de seu sangue. A missa glorifica MARIA como MÃE de DEUS, no sentido do Concílio de Éfeso, como MÃE do REDENTOR, demonstrando assim a participação especial de MARIA em nossa REDENÇÃO.
A Igreja Católica celebra o aniversário de nascimento de cada santo no dia em que faleceu, isto é, no dia de sua entrada no céu. Apenas abre exceção em dois casos: pra Nossa Senhora e pra João Batista. E por uma razão bastante justa: São João Batista, ainda no seio de sua mãe, foi purificado do pecado original, no momento em que ouviu Nossa Senhora comunicar a Santana que ela também acabava de ficar grávida. Resumindo: São João Batista ficou purificado do pecado original antes de nascer, mas já concebido. Maria, diferentemente, foi isenta do pecado original não só antes de nascer, mas antes até de ser concebida no seio de Santana, sua mãe: "Ó Maria concebida sem pecado original!" Ela foi desde a concepção no seio de sua mãe Santana, a mais santa de todas as criaturas. Nunca ela esteve sujeita ao poder do demônio. Donde, segundo o costume da Igreja, seu aniversário natalício ser comemorado, desde o século VIII, no dia o8 de setembro, dia em que o anjo Gabriel lhe comunicou que seria a mãe do Messias: "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo". Celebramos hoje o aniversário de Nossa Senhora com a máxima alegria, por se tratar de uma festa de família: hoje é o aniversário natalício de nossa mãe, MÃE de CRISTO. Se Cristo, filho de MARIA, fez de nós seus irmãos, somos filhos de MARIA também. A celebração da Eucaristia nos oferece uma ocasião de dar e de receber: antes da consagração ofertamos a Deus nossa palavra e recebemos dele sua palavra; com a consagração ofertamos a Deus o nosso dom, o Cordeiro Divino, o filho de Maria, em sua honra; a COMUNHÃO é o festim da MÃE, o dom que ela nos faz em retorno do nosso, dom o mais precioso, pois a carne e o sangue imolados de seu FILHO, a carne de sua carne e o sangue de seu sangue. A missa glorifica MARIA como MÃE de DEUS, no sentido do Concílio de Éfeso, como MÃE do REDENTOR, demonstrando assim a participação especial de MARIA em nossa REDENÇÃO.
UM SÉCULO SEM CHARLES PÉGUY
Cem anos depois de sua morte (05/09/1914), no início da Guerra de 1914, o escritor -poeta-filósofo e cristão CHARLES PÉGUY (nascido em O7/01/1873) jamais esteve ausente de nossos pensamentos, escreveu Le Monde. No dia 05/09/1914 uma bala o atingiu no front, na véspera da batalha do Marne. Estava na frente de sua unidade da décima nona companhia do 276 regimento da infantaria. Sem bastante prudência não se deitou no chão como os companheiros para evitar o metralhar inimigo. Ele havia prefigurado esse sacrifício quando escreveu: " Felizes os que morrem numa guerra justa. Felizes as espigas maduras e os grãos de trigo colhidos". "Nenhum escritor jamais me marcou tanto como Péguy", declarou De Gaulle. O teólogo jesuíta Hans Urs Von Balthasar coloca-o entre os 12 gênios religiosos ao lado de Agostinho, Dante e Pascal. Ele para Pierre de Lubac é o profeta da fidelidade. Nascido em 07/01/1873, educado numa família religiosa, recebeu conhecimentos sobre o inferno e a graça. A recusa da condenação foi sempre sua preocupação. Foi-lhe necessária toda a existência para harmonizar essas representações contraditórias, recebidas na infância. Maduro, revelou-se um temperamento revoltado, irritadiço frente a um ambiente conformista, levando uma vida de tensão interior extrema, tornando-se anticlerical convicto e praticante. Aluno de Henri Bergson, dele herdou profunda simpatia por Joana Darc no momento em que aderia a um socialismo extremamente militante. Embora impedido por parentes católicos de batizar os 4 filhos, em 1912 confiou um deles, doente, a Nossa Senhora, empreendendo uma perefrinação a Chartres. É uma aposta, disse ele, "vivo sem os sacramentos mas possuo um tesouro de graças, o que me consola". Estourando a Grande Guerra de 14, que ceifou 15 milhões de pessoas, Péguy foi um deles. Morto, em companhia, contudo, da filha ESPERANÇA. Conheci-o em 1948, lendo na revista católica, VOZES DE PETRÓPOLIS, um artigo intitulado 'OS QUATRO EVANGELISTAS DOS TEMPOS MODERNOS: MARITAIN, BERNANOS, LÉON BLOY E PÉGUY, de MESQUITA PIMENTEL.
Cem anos depois de sua morte (05/09/1914), no início da Guerra de 1914, o escritor -poeta-filósofo e cristão CHARLES PÉGUY (nascido em O7/01/1873) jamais esteve ausente de nossos pensamentos, escreveu Le Monde. No dia 05/09/1914 uma bala o atingiu no front, na véspera da batalha do Marne. Estava na frente de sua unidade da décima nona companhia do 276 regimento da infantaria. Sem bastante prudência não se deitou no chão como os companheiros para evitar o metralhar inimigo. Ele havia prefigurado esse sacrifício quando escreveu: " Felizes os que morrem numa guerra justa. Felizes as espigas maduras e os grãos de trigo colhidos". "Nenhum escritor jamais me marcou tanto como Péguy", declarou De Gaulle. O teólogo jesuíta Hans Urs Von Balthasar coloca-o entre os 12 gênios religiosos ao lado de Agostinho, Dante e Pascal. Ele para Pierre de Lubac é o profeta da fidelidade. Nascido em 07/01/1873, educado numa família religiosa, recebeu conhecimentos sobre o inferno e a graça. A recusa da condenação foi sempre sua preocupação. Foi-lhe necessária toda a existência para harmonizar essas representações contraditórias, recebidas na infância. Maduro, revelou-se um temperamento revoltado, irritadiço frente a um ambiente conformista, levando uma vida de tensão interior extrema, tornando-se anticlerical convicto e praticante. Aluno de Henri Bergson, dele herdou profunda simpatia por Joana Darc no momento em que aderia a um socialismo extremamente militante. Embora impedido por parentes católicos de batizar os 4 filhos, em 1912 confiou um deles, doente, a Nossa Senhora, empreendendo uma perefrinação a Chartres. É uma aposta, disse ele, "vivo sem os sacramentos mas possuo um tesouro de graças, o que me consola". Estourando a Grande Guerra de 14, que ceifou 15 milhões de pessoas, Péguy foi um deles. Morto, em companhia, contudo, da filha ESPERANÇA. Conheci-o em 1948, lendo na revista católica, VOZES DE PETRÓPOLIS, um artigo intitulado 'OS QUATRO EVANGELISTAS DOS TEMPOS MODERNOS: MARITAIN, BERNANOS, LÉON BLOY E PÉGUY, de MESQUITA PIMENTEL.
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
DO LIVRO "O SÉCULO do NADA", de GUSTAVO CORÇÃO
O catolicismo no Brasil viveu na metade do século passado um período meio turbulento que só no momento me é dado aprofundar. E como cresce aos meus olhos as figuras de Tristão de Athayde e de Gustavo Corção, envolvidos que foram no turbilhão desse evento! Aqui vai um pequeno trecho do livro "O Século do Nada" onde Corção (1896-1978) conta que, "lá no meio do caminho achei-me de repente dentro de uma casa luminosa como se já estivesse naquela tarde no "outro lado". VOLTAVA À FÉ do meu batismo. Voltava à casa (1939). Ja tive a estulta extravagância de tentar contar a história dessa volta em A DESCOBERTA DO OUTRO. Hoje tenho certo vexame do que andei escrevendo de mim mesmo e de minhas angústias espirituais; mas não é dessas coisas que me sinto na obrigação de me desdizer e de me retratar. Bem avisado andou Henri Charlier quando um jovem intelesctual o procurou para entrevistá-lo e pedir-lhe a história de sua conversão. Interrompendo com mau humor a obra que pintava, rasgou uma tira de jornal e rabiscou: "Ma conversion est une grâce immeritée de la toute puissance Divine". Não menos sábio foi o humilde e obscuro amigo que ouvia em silêncio as histórias dos "convertidos" do Centro Dom Vital. Quando lhe perguntaram : "E você? Como foi?" Ele ficou meio embaraçado e afinal balbuciou: "Foi assim. Deus me pegou, me ajeitou na porta da Igreja, e me meteu o pé... Assim ou assado achei-me logo compelido à posição essencial de animal-professor. Estudar para ensinar. Ensinar para ser o primeiro a aprender, e para logo ensinar. E a par dos cursos que dei sobre eletrônica aplicada às telecomunicações passei a ensinar o que quer dizer, por extenso, o credo dos Apóstolos: Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, etc. etc. E deste curso até hoje não me aposentei nem tenho nada a retratar".
O catolicismo no Brasil viveu na metade do século passado um período meio turbulento que só no momento me é dado aprofundar. E como cresce aos meus olhos as figuras de Tristão de Athayde e de Gustavo Corção, envolvidos que foram no turbilhão desse evento! Aqui vai um pequeno trecho do livro "O Século do Nada" onde Corção (1896-1978) conta que, "lá no meio do caminho achei-me de repente dentro de uma casa luminosa como se já estivesse naquela tarde no "outro lado". VOLTAVA À FÉ do meu batismo. Voltava à casa (1939). Ja tive a estulta extravagância de tentar contar a história dessa volta em A DESCOBERTA DO OUTRO. Hoje tenho certo vexame do que andei escrevendo de mim mesmo e de minhas angústias espirituais; mas não é dessas coisas que me sinto na obrigação de me desdizer e de me retratar. Bem avisado andou Henri Charlier quando um jovem intelesctual o procurou para entrevistá-lo e pedir-lhe a história de sua conversão. Interrompendo com mau humor a obra que pintava, rasgou uma tira de jornal e rabiscou: "Ma conversion est une grâce immeritée de la toute puissance Divine". Não menos sábio foi o humilde e obscuro amigo que ouvia em silêncio as histórias dos "convertidos" do Centro Dom Vital. Quando lhe perguntaram : "E você? Como foi?" Ele ficou meio embaraçado e afinal balbuciou: "Foi assim. Deus me pegou, me ajeitou na porta da Igreja, e me meteu o pé... Assim ou assado achei-me logo compelido à posição essencial de animal-professor. Estudar para ensinar. Ensinar para ser o primeiro a aprender, e para logo ensinar. E a par dos cursos que dei sobre eletrônica aplicada às telecomunicações passei a ensinar o que quer dizer, por extenso, o credo dos Apóstolos: Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, etc. etc. E deste curso até hoje não me aposentei nem tenho nada a retratar".
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
PAPEL DO DINHEIRO NA IGREJA
Se o diabo gosta do cheiro do dinheiro, do "esterco do demo" segundo Papini, no momento pelo menos ele não mais o sente no espaço do banco do Vaticano, oficialmente IOR (Instituto para Obras de Religião). O papa Francisco resolveu enxugá-lo, tornando-o um banco acessível apenas a funcionários da Igreja e instituições católicas, transformando-o num simples prestador de serviços à Igreja. "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro", disse Jesus (Lucas 16,13). E ele próprio quebrou as bancas dos cambistas do Templo de Jerusalém (Mateus 21,12). Daí, já na primeira semana de seu pontificado, ter sido surpreendido apagando as luzes do Vaticano. Ao ser indagado por que se ocupava com aquilo: "A conta de luz de um mês desses salões dá pra sustentar por um ano um sacerdote na América Latina". Quem sabe o papa se lembrou, no momento da resposta, da judiazinha filósofa, mística, SIMONE WEIL ( 1909-1943) em carta ao escritor Georges Bernanos em 1938, não sem antes informar-lhe que o "Journal dun curé de campagne" era a seus olhos o mais belo de quantos livros seus já havia lido, um verdadeiramente grande livro". "Eu não sou católica (embora o que vou dizer deva sem dúvida cheirar a presunção a qualquer católico, dito por uma não católica!), mas não saberia exprimir-me de outra maneira, ainda que nada que seja católico, nada que seja cristão me seja estranho. Costumo dizer às vezes que, se afixassem nas portas das igrejas que somente pudesse entrar nelas quem tivesse uma renda inferior a determinada quantia pouco elevada, eu me converteria imediatamente. "A moeda, escreveu Giovanni Papini, entra em todos os lares, esplende nos bancos dos cambistas, empilha-se nas caixas, profana a cabeceira do sono, esconde-se nas fétidas trevas dos esconderijos, suja as mãos inocentes das crianças, tenta as virgens, paga o trabalho do algoz, circula sobre a face da terra acendendo o ódio, atiçando a cobiça, acelerando a corrupção e a morte"("História de Cristo, Giovanni Papini).
Se o diabo gosta do cheiro do dinheiro, do "esterco do demo" segundo Papini, no momento pelo menos ele não mais o sente no espaço do banco do Vaticano, oficialmente IOR (Instituto para Obras de Religião). O papa Francisco resolveu enxugá-lo, tornando-o um banco acessível apenas a funcionários da Igreja e instituições católicas, transformando-o num simples prestador de serviços à Igreja. "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro", disse Jesus (Lucas 16,13). E ele próprio quebrou as bancas dos cambistas do Templo de Jerusalém (Mateus 21,12). Daí, já na primeira semana de seu pontificado, ter sido surpreendido apagando as luzes do Vaticano. Ao ser indagado por que se ocupava com aquilo: "A conta de luz de um mês desses salões dá pra sustentar por um ano um sacerdote na América Latina". Quem sabe o papa se lembrou, no momento da resposta, da judiazinha filósofa, mística, SIMONE WEIL ( 1909-1943) em carta ao escritor Georges Bernanos em 1938, não sem antes informar-lhe que o "Journal dun curé de campagne" era a seus olhos o mais belo de quantos livros seus já havia lido, um verdadeiramente grande livro". "Eu não sou católica (embora o que vou dizer deva sem dúvida cheirar a presunção a qualquer católico, dito por uma não católica!), mas não saberia exprimir-me de outra maneira, ainda que nada que seja católico, nada que seja cristão me seja estranho. Costumo dizer às vezes que, se afixassem nas portas das igrejas que somente pudesse entrar nelas quem tivesse uma renda inferior a determinada quantia pouco elevada, eu me converteria imediatamente. "A moeda, escreveu Giovanni Papini, entra em todos os lares, esplende nos bancos dos cambistas, empilha-se nas caixas, profana a cabeceira do sono, esconde-se nas fétidas trevas dos esconderijos, suja as mãos inocentes das crianças, tenta as virgens, paga o trabalho do algoz, circula sobre a face da terra acendendo o ódio, atiçando a cobiça, acelerando a corrupção e a morte"("História de Cristo, Giovanni Papini).
COMO O OLHAR DE JESUS TRAÍDO POR SÃO PEDRO
Um mês atrás o papa FRANCISCO falou com seis vítimas de sacerdotes pedófilos. Uma delas CONFESSOU QUE então o olhar dela era como O de Jesus voltado para PEDRO quando traiu JESUS. Outra vítima disse que, graças a FRANCISCO, sentiu sobre si o olhar de JESUS, "olhando comigo, vítima, para o ABISMO de minha dor! "E FRANCISCO não fugiu desses olhares pedindo-lhe chorar com as vítimas. Em prova disso permaneceu com cada uma, além do tempo previsto. Antes de lhes pedir perdão pessoalmente pelos crimes de ministros da Igreja, o pontífice fez pequena alocução pedindo-lhes tenham ESPERANÇA, se é que fosse possível ainda ter nova esperança. Que visivelmente LHES VOLTOU, graças ao caminho de preparação PARA AQUELE encontro com FRANCISCO, "o doce Cristo na terra", REGRESSO demonstrado no clima de acolhimento e de atenção com que foram recebidas. O desejo de muitas das vítima era deixar em Roma, no coração da Igreja, nas mãos do sucessor de PEDRO, o peso de sua dor. A experiência vivida naquele dia teve o efeito de portas, para sempre trancadas, que se abriram transformando-se na ESPERANÇA de poderem libertar-se de uma PROFUNDA SOLIDÃO, como uma delas confessava, substituída pela CONFIANÇA que fora destruída. Encerrando o papa o reencontro da paz e do perdão, lembrou que o regresso dessas disposições impõe a quem de direito a tarefa de tornar-se disponível para apoiar "a DOR do OLHAR de JESUS que nos olha com os olhos de uma vítima de abuso".
Um mês atrás o papa FRANCISCO falou com seis vítimas de sacerdotes pedófilos. Uma delas CONFESSOU QUE então o olhar dela era como O de Jesus voltado para PEDRO quando traiu JESUS. Outra vítima disse que, graças a FRANCISCO, sentiu sobre si o olhar de JESUS, "olhando comigo, vítima, para o ABISMO de minha dor! "E FRANCISCO não fugiu desses olhares pedindo-lhe chorar com as vítimas. Em prova disso permaneceu com cada uma, além do tempo previsto. Antes de lhes pedir perdão pessoalmente pelos crimes de ministros da Igreja, o pontífice fez pequena alocução pedindo-lhes tenham ESPERANÇA, se é que fosse possível ainda ter nova esperança. Que visivelmente LHES VOLTOU, graças ao caminho de preparação PARA AQUELE encontro com FRANCISCO, "o doce Cristo na terra", REGRESSO demonstrado no clima de acolhimento e de atenção com que foram recebidas. O desejo de muitas das vítima era deixar em Roma, no coração da Igreja, nas mãos do sucessor de PEDRO, o peso de sua dor. A experiência vivida naquele dia teve o efeito de portas, para sempre trancadas, que se abriram transformando-se na ESPERANÇA de poderem libertar-se de uma PROFUNDA SOLIDÃO, como uma delas confessava, substituída pela CONFIANÇA que fora destruída. Encerrando o papa o reencontro da paz e do perdão, lembrou que o regresso dessas disposições impõe a quem de direito a tarefa de tornar-se disponível para apoiar "a DOR do OLHAR de JESUS que nos olha com os olhos de uma vítima de abuso".
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
RESPEITO HUMANO DE REZAR
A FOLHA de São Paulo, 29/08/14, noticiou que a Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto iria apelar aos céus pedindo o fim da seca que atinge a cidade. Meu retrovisor levou-me à minha terra natal, num torrão de Minas. Menino, repicando o sino da igreja, sobretudo se no meio da semana, de longe se ouvia um aglomerado de pessoas, mulheres sobretudo, cantando na Rua de Cima um "Mistério do Terço". A procissão fazia um percurso mais curto, um andor do santo a quem se dedicava o piedoso exercício acompanhava o povo, com o vigário fechando o movimento e intercalando preces rezadas. Costume propagado no ano de 470 por São Mamerto de Viena por ocasião de calamidades públicas, más colheitas, guerra, quando se recorria a tais meios para se conseguir a misericórdia de Deus. Historicamente praticava-se anualmenteno dia 25 de Abril em substituição a um ritual pagão (robigalia = doença dos cereais cultivados) uma procissão solene, para se alcançar a proteção dos frutos e das searas contra a ferrugem. No século passado ainda se praticavam no Colégio do Caraça as "procissões ordinárias" no tríduo antes da festa da Ascensão do Senhor e no dia do "Corpus Christi" antes da missa do dia. Na solidão do Caraça era especialmente tocante, falando à alma, o espetáculo então percorrendo o campo das hortaliças e dos frutos, presentes os alunos, professores e funcionários da casa, num silêncio apenas cortado pelas vozes dos adolescentes cantando a ladainha de todos os santos, entrecortado pelo repicar alegre dos sinas da igreja. Antes do sol nascente! Recordações jamais apagadas de nossas almas. Pena que hoje em dia o respeito humano atirou para o museu da memória a prática exteriorizada de nossa fé. Parece que os cristãos temos vergonha de rezar em público. Por que seria? Nada mal se, nos tempos bicudos em que vivemos pela ameaça de falta dágua, elevássemos aos céus nossas vozes e corações rogando a Deus elevar o nível de nossos pequenos e grandes rios brasileiros e mundiais! "Petite et accipietis!" Pedi e recebereis! "Tu, Pai bondoso que sobre todos fazes brilhar o sol e fazes cair a chuva, tem compaixão de todos os que sofrem duramente pela seca que nos ameaça nestes dias!" Oração composta pelo papa PAULO VI.
A FOLHA de São Paulo, 29/08/14, noticiou que a Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto iria apelar aos céus pedindo o fim da seca que atinge a cidade. Meu retrovisor levou-me à minha terra natal, num torrão de Minas. Menino, repicando o sino da igreja, sobretudo se no meio da semana, de longe se ouvia um aglomerado de pessoas, mulheres sobretudo, cantando na Rua de Cima um "Mistério do Terço". A procissão fazia um percurso mais curto, um andor do santo a quem se dedicava o piedoso exercício acompanhava o povo, com o vigário fechando o movimento e intercalando preces rezadas. Costume propagado no ano de 470 por São Mamerto de Viena por ocasião de calamidades públicas, más colheitas, guerra, quando se recorria a tais meios para se conseguir a misericórdia de Deus. Historicamente praticava-se anualmenteno dia 25 de Abril em substituição a um ritual pagão (robigalia = doença dos cereais cultivados) uma procissão solene, para se alcançar a proteção dos frutos e das searas contra a ferrugem. No século passado ainda se praticavam no Colégio do Caraça as "procissões ordinárias" no tríduo antes da festa da Ascensão do Senhor e no dia do "Corpus Christi" antes da missa do dia. Na solidão do Caraça era especialmente tocante, falando à alma, o espetáculo então percorrendo o campo das hortaliças e dos frutos, presentes os alunos, professores e funcionários da casa, num silêncio apenas cortado pelas vozes dos adolescentes cantando a ladainha de todos os santos, entrecortado pelo repicar alegre dos sinas da igreja. Antes do sol nascente! Recordações jamais apagadas de nossas almas. Pena que hoje em dia o respeito humano atirou para o museu da memória a prática exteriorizada de nossa fé. Parece que os cristãos temos vergonha de rezar em público. Por que seria? Nada mal se, nos tempos bicudos em que vivemos pela ameaça de falta dágua, elevássemos aos céus nossas vozes e corações rogando a Deus elevar o nível de nossos pequenos e grandes rios brasileiros e mundiais! "Petite et accipietis!" Pedi e recebereis! "Tu, Pai bondoso que sobre todos fazes brilhar o sol e fazes cair a chuva, tem compaixão de todos os que sofrem duramente pela seca que nos ameaça nestes dias!" Oração composta pelo papa PAULO VI.
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