terça-feira, 31 de maio de 2011

O PADRE DA ARTINHA

Não há como não ouvir o próprio autor da "ARTE DA COMPOSIÇÃO E DO ESTILO" contar a gestação do livro de sua preferência e que mais lhe custou a compor. "O que mais me custou a escrever foi a Arte da Composição e do Estilo. Em 1912, foi introduzida no programa de ensino do Caraça uma nova disciplina que deveria abranger o estudo da teoria literária e a história da literatura. Por essa época não existia entre nós nenhum manual desenvolvido sobre princípios estilísticos. Além de um de José Tomé da Silva, esgotado, decorava-se nos seminários uma velha retórica de Borges de Figueiredo, com nomes rebarbativos de figuras de pensamentos e de palavras. Para a literatura portuguesa e brasileira adotava-se o prolixo Fernando Pinheiro. Indicado para lecionar a matéria, urgia-me descobrir um manual. Percorri as livrarias do Rio e nenhum encontrei que servisse. Dirigi-me a livreiros portugueses em Lisboa por meio do correspondente do Caraça, em Paris, e, após uns meses, chegaram-me três folhetos, recheados de tropos de linguagem, nada útil nem prático. Pus-me então a traduzir um manual francês. Pelo Jornal do Comércio do Rio entrei em contato em Lisboa com Cândido de Figueiredo, para me orientar na adaptação dessa obra à nossa língua e ao nosso gosto. Fiz manuscrever a tradução em vários cadernos para servirem de manual aos meus alunos. Em 1920 pretendi publicar a minha tradução. Escrevi ao autor francês para a devida licença, mas ele não só a negou como nem aceitou adaptação do seu livro. Compus, então, sem frase alguma do autor francês, a minha ARTE DA COMPOSIÇÃO E DO ESTILO, a cuja segunda edição acrescentei a Literatura Portuguesa e Brasileira, que a tornou mais procurada. Pela elevação do conteúdo e porque me custou muito é que eu prefiro a ARTE aos outros livros meus". Para o nosso "imortal" Autran Dourado eis a história da fonte onde saciaram a sede da arte de escrever os "quatro cavaleiros do Apocalipse": Oto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Helio Palegrino e Fernando Sabino, para ficarmos apenas nos cavaleiros. As notícias acima colhi-as do discurso de posse e elogio do patrono, Padre Antônio da Cruz, proferido na Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, aos 7 de novembro de 1981, pelo caracense Onofre de Freitas.

LUIZ VAZ DE CAMÕES

Foi CAMÕES que me levou a falar dias atrás sobre Autran Dourado, Caraça e Artinha do Padre Cruz. De LUIZ VAZ DE CAMÕES (1524/1580), autor português de "OS LUSIADAS", escreve o PADRE CRUZ, na sua "ARTE DA COMPOSIÇÃO E DO ESTILO": "Camões é por si só uma literatura inteira, no dizer de SCHLEGEL. Irmão pelo gênio de HOMERO e VIRGÏLIO, Camões simboliza as aspirações, a glória e o valor do país que o viu nascer. A literatura portuguesa gira em volta de seu nome. Dá o nome a um povo. Diz-se a pátria de Camões, como se diz a pátria de Homero. Dá o nome a uma época. Diz-se a Renascença produziu CAMÕES. Os LUSIADAS são uma das quatro ou cinco grandes epopeias do mundo. Seu assunto é o descobrimento do caminho marítimo da India e a primeira viagem de Vasco da Gama. Com o nobre e patriótico empenho de cantar os feitos de sua pátria, Camões tomou um título coletivo para o seu poema, apelidando-o de "LUSIADAS". Primeiro poema regular na literatura da Renascença, atinge o sublime nos episódios de Inês de Castro, do Adamastor, da partida da frota portuguesa, nas descrições de cenas do mar e de combates, na cena da Ilha dos Amores. A vida de Camões foi um tecido de aventuras. Em 1547 perde em Ceuta o olho direito numa escaramuça com os mouros. Voltando a Portugal em 1550, tem duelos, rixas, fere um servidor do paço, ficando preso por um ano, quando compôs o primeiro canto dos LUSIADAS. Em 1553 vai para Goa, tomando parte em expedições militares. Da Índia parte para Macau, onde escreve mais seis cantos do poema. Voltando a Goa, naufraga na costa do Camboja e salva-se nadando com um braço e erguendo com o outro , acima das vagas, o manuscrito dos LUSIADAS. Preso em Goa, consegue justificar-se de acusações caluniosas mas é preso de novo. Conseguida a liberdade, em 1569 regressa a Lisboa. Em 1572 sai a lume a primeira edição dos LUSIADAS. Seus últimos dias de vida foram amargurados pelas enfermidades e pela miséria. Um escravo jau salvou-o de morrer de fome, indo de noite esmolar para ele, que o ignorava, pelas ruas de Lisboa. Em 10/08/1580 expirou numa enxerga miserável um dos maiores poetas que a humanidade tem produzido" ("ARTE DA COMPOSIÇÃO E DO ESTILO", PP.158, sexta edição).

QUE IDEIA VOCÊ FAZ DA CONFISSÃO?

Que lugar ocupa ou que importância tem na vida de um CATÓLICO o Sacramento da PENITÊNCIA, também mais conhecido como "CONFISSÃO"? A resposta ideal, mais consentânea com os ensinamentos evangélicos, seria : A PENITÊNCIA (ou,por sinédoque, a CONFISSÃO) ocupa o mesmo lugar ou tem a mesma importância que tem o PECADO na vida de um católico. A RELIGIÃO CRISTÃ envolve o SER HUMANO todo, em toda a sua integridade, corpo e alma, daí não poder esquecer, desinteressar-se do seu membro, quando se torna pecador, abandonando-o à própria sorte. Do contrário, com que cara teria um cristão, e maxime um católico, membro do POVO DE DEUS, da IGREJA, de rezar com convicção, com FÉ, o artigo do CREDO que assim reza: "Creio na Comunhão dos Santos?" Se já antes do nascimento de Cristo o poeta romano TERÊNCIO (194/159.A.C.) escrevera: "Homo sum: humani nihil a me alienum puto" (nada do que é humano não me é estranho), como poderia a humanidade, depois que nosso Criador se fez um de nós para nos resgatar da escravidão do MAL, agir de outra maneira? Daí a IGREJA, obra prima de Deus Humanado, ser nas mãos de Cristo seu fundador o instrumento da REDENÇÃO de todos os homens, o que ela executa através dos sacramentos, entre os quais se contam OS SACRAMENTOS DA CURA, a saber: o sacramento da PENITÊNCIA e o sacramento da UNÇÃO DOS ENFERMOS. Pelo sacramento da iniciação, isto é, do BATISMO, recebemos a VIDA NOVA de CRISTO, mas que trazemos "EM VASOS DE ARGILA" (2Cor 4,7). "EM NOSSA MORADA TERRESTRE" (2Cor 5,1) estamos sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte; nossa "vida nova" pode-se tornar debilitada e até perdida pelo pecado. A CONFISSÃO ou PENITÊNCIA, também chamada sacramento da Conversão, é o caminho de volta ao Pai do qual a pessoa se afasta pelo pecado. Chama-se Sacramento da CONFISSÃO, porque a declaração (confissão) dos pecados é elemento essencial desse sacramento. Também Sacramento do Perdão, porque pela absolvição sacramental do sacerdote Deus concede "o perdão e a paz".

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CRISTO, A IGREJA, OS SACRAMENTOS

. Para os católicos, como é na Igreja que Cristo realiza e revela seu, MISTÉRIO, o mistério de salvação da humanidade, PELA SUA ENCARNAÇÃO, PAIXÃO , MORTE E RESSURREIÇÃO GLORIOSA, MISTÉRIO ESTE meta do desígnio de Deus, a saber: "recapitular tudo nele"(Ef. 1,10), SÀO PAULO qualifica de "GRANDE MISTÉRIO" ( Ef.5,32) a UNIÃO entre Cristo e a Igreja. Por estar esta unida a Cristo como a seu esposo, a própria Igreja também se torna "MISTÉRIO", o que se comprova pelo fato de a traduçào, do latim, da palavra MYSTERIUM, na expressao paulina "Grande Mistério", encerrar dois sentidos, dois termos: "MYSTERIUM e SACRAMENTUM". Neste duplo sentido dado à expressão "MYSTERIUM", Cristo, ele mesmo, é o "MISTÉRIO DA SALVAÇÃO": "Non est enim aliud Dei mysterium nisi Christus" (S.Agostinho, ep. 187, 11,34), pois não existe outro mistério de Deus a não ser Cristo. E a OBRA SALVÍFICA da sua humanidade santa e santificante é o SACRAMENTO da salvação que se manifesta e age através dos SETE SACRAMENTOS INSTITUÍDOS POR CRISTO, a saber: Batismo, Confirmação, Penitência, Eucaristia, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio. São, pois, os SETE SACRAMENTOS os sinais e os instrumentos pelos quais o ESPÍRITO SANTO difunde a graça de Cristo, Cristo que é a CABEÇA da Igreja, IGREJA esta, que é, por sua vez, o CORPO DE CRISTO. Como sacramento, a Igreja é INSTRUMENTO de Cristo, instrumento da REDENÇÃO DE TODOS OS HOMENS, o instrumento universal da salvação. Instrumento pelo qual Cristo MANIFESTA e ATUALIZA o amor de Deus pelos homens. Ela é o projeto visível do amor de Deus pela humanidade, que quer que o "gênero humano inteiro constitua o ÚNICO POVO DE DEUS, que se congregue no único Corpo de Cristo, que seja constituído no único templo do Espírito Santo". A palavra IGREJA significa CONVOCAÇÃO. Designa a assembleia daqueles que a palavra de Deus CONVOCA para formarem o POVO DE DEUS e que, alimentados pelo CORPO DE CRISTO, se tornam CORPO DE CRISTO. A IGREJA é ao mesmo tempo CAMINHO e FINALIDADE do PROJETO de DEUS: fundada pelas PALAVRAS e ATOS de JESUS CRISTO, realizada pela sua CRUZ REDENTORA e pela sua RESSURREIÇÃO, ela é manifestada como MISTÉRIO DE SALVAÇÃO pela EFUSÃO do ESPÍRITO SANTO. Será consumada NA GLÓRIA DO CÉU COMO ASSEMBLEIA de todos os RESGATADOS da TERRA!.

domingo, 29 de maio de 2011

ARTINHA DO PADRE CRUZ

Minha mensagem nesta tarde mariana - recordaçoes indeléveis das noites de meu torrão natal mineiro no mês de Maio, mês de Maria - aos pacientes seguidores envolve uma série de fatos que hoje se me apresentaram como em cascata. Folheando "OS LUSÏADAS", relicário imortal de tantos fatos históricos, senti-me diante do Padre Cruz, durante uma aula de literagura no Colégio do Caraça no ano de 1945. O manual usado na classe era fruto de pesquisas e estudos realizados pelo mestre no correr dos 20 anos em que lecionou a matéria no famoso colégio mineiro, fundado em 1820 na Serra do Caraça por dois sacerdotes lazaristas portugueses, padre Antônio Viçoso e Padre Leandro de Castro. Na segunda parte do livro, conhecido como "Artinha do Padre Cruz", o autor caprichou na exposição da Literatura Portuguesa e da Brasileira. Abrindo as páginas dedicadas à Literatura Portuguesa, português que era, PADRE ANTÔNIO DA CRUZ fez surgir no proscênio a figura do imortal Luiz Vaz de Camões (1524/1580), autor de "OS LUSÏADAS". E passando na rua em que moro diante do prédio onde "ao alto de um edifício antigo do Botafogo, numa rua outrora menos barulhenta do Rio, retirou-se AUTRAN DOURADO", vejo o "imortal" mineiro presente num programa de Jô Soares pouco tempo atrás. À pergunta do interlocutor sobre o motivo do surgimento em Minas, na metade do século passado, dos "quatro cavaleiros do apocalipse": Paulo Mendes Campos, Oto Lara Resende, Fernando Sabino e Hélio Palegrino, em moldura sempre a "descer Bahia e subir Floresta", que emoção me trouxe a resposta espontânea do escritor mineiro, membro da Academia Brasileira de Letras, AUTRAN DOURADO. Falando como um historiador cioso dos contos e coisas e casos da Terra Mineira, lembrou ele, com toda a modéstia peculiar aos gerais ou baêtas, que o florescimento de tais escritores nacionalmente conhecidos e apreciados se deveu simplesmente à existência e leitura e aprendizado da bela escrita de antanho veiculada num manual intitulado "ARTE DA COMPOSIÇÃO E DO ESTILO", de autoria do PADRE ANTÔNIO DA CRUZ, professor do Colégio do Caraça. Muito me orgulho de ter sido aluno do Padre Cruz. Que, ao me receber na tarde-noite de 29/09/1941 no Colégio do Caraça, me dirigiu as primeiras seguintes palavras na porta de entrada do velho educandário, "ponto de encontro da alma humana e das belezas da obra divina": "Ô seu inglês disfarçado!"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

MAIO MÊS DE MARIA

"O grande pecado, a fonte de todos os outros pecados, é a IDOLATRIA. Nunca ela foi maior, mais generalizada do que agora. Quase completamente irreconhecida - justamente porque é tão total e esmagadora. Prevalece em tudo. Nada mais escapa. Fetichismo do PODER, máquinas, posses, medicamentos, esportes, roupas etc., tudo isso mantido pela AMBIÇÃO de dinheiro e de poder. A BOMBA é apenas um aspecto acidental do CULTO. De fato, a Bomba não é o pior. Deveríamos ser gratos por ela como um SINAL, uma revelação daquilo para que todo o resto de nossa civilização aponta: a AUTOIMOLAÇÃO do homem à sua própria AMBIÇÃO e ao seu próprio DESESPERO. Por trás de tudo estão os PRINCIPADOS e POTESTADES a que o homem serve em sua idolatria. Os CRISTÃOS estão tão profundamente envolvidos nisso como quaisquer outros (Meditação de Merton dia 17/04/1965). "Todos os MONGES, como é bem sabido, são CELIBATÁRIOS. E os EREMITAS são mais celibatários que o resto. Não é que eu tenha alguma coisa contra mulheres. Não vejo razão para que um homem não possa amar a Deus e uma mulher ao mesmo tempo. Se Deus fosse passar a olhar as mulheres com algum ciúme nos olhos, por que iria fazê-las tão no início? Tem-se falado muito sobre padres casados. Interessante. Mas por enquanto não se disse grande coisa sobre eremitas casados. Bem, eu, seja como for, tenho a casa cheia de ícones da Santa Virgem" (Meditando algum momento de maio de 1965: "Merton Na Intimidade. Sua vida em seus Diários", tradução de Leonardo Fróes). THOMAS MERTON nasceu dia 31/01/1915 em Prades, França, e faleceu em Bangcoc, Tailândia, dia 10/12/1968.

terça-feira, 24 de maio de 2011

QUEM CALA CONSENTE?

Por algumas vezes encontrei o pensamento "QUEM CALA CONSENTE" em livros jurídicos. Há dois dias, a FOLHA de São Paulo veiculou-o como cabeçalho de um artigo na segunda página de sua edição. Sempre julguei que fosse, por vezes, a tradução do brocardo latino "QUI TACET CONSENTIRE VIDETUR", pois sempre o vejo empregado, quer em latim, quer em português, como última prova conclusiva obtida por alguém que, diante do silêncio da parte provocada a falar, a responder, se omite, silencia-se, ou por subterfúgios sai pela tangente, o que, para o interessado na resposta, equivaleria a um consentimento de acordo com o referido aforismo jurídico "Quem cala consente". Derradeiro meio de prova este que costuma vir acompanhado de sua tradução em latim: "Qui tacet consentire videtur". Salvo melhor juízo, porém, parece-me que se tem dado ao referido brocardo jurídico um valor conceitual maior do que ele na realidade encerra. Escreve o autor da "Gramática Latina", P. joão Ravizza (Da Arcádia Romana), na pp. 214, que "é raríssimo o verbo VIDEOR (VIDETUR) = olhar, ver, ser usado com valor PASSIVO; suprem-no verbos que têm o mesmo sentido, p. ex.: SPECTO, CONSPICIO". Em latim, o verbo VIDERE, usado na voz ativa, significa VER, OLHAR. Empregado na voz passiva, VIDERI, tem o sentido de PARECER. No aforismo acima VIDETUR está na voz passiva, sim, mas com sentido ativo, na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Traduzido, diremos: "Quem cala PARECE que consente, e não "Quem cala CONSENTE". Quando muito, creio que podemos considerar o silêncio, in casu, apenas como um indício de consentimento, não, porém, um consentimento perfeito. O dicionário "LATINO-PORTUGUÊS", conhecido como "DICIONÁRIO SARAIVA", declara, no vocábulo VIDEO,ERE, que na voz passiva este verbo é unipessoal, impessoal, com o sentido de PARECER. Na língua grega o verbo "EIDO"= ver, olhar, se empregado na voz média, impessoalmente, apresenta também o sentido de PARECER, tornar-se semelhante (Diccionnaire Greco-Français, de A.Bailly, pp. 584). No emprego de VIDERE (voz ativa) há atividade de nossos olhos, VER; ao passo que, quando empregamos VIDERI ( voz passiva) = PARECER, a função, o papel exercido é do nosso pensamento, trata-se de um julgamento, de um juízo elaborado pela inteligência.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MEDIDAS CULTUAIS

e) distinguiremos duas sortes de assistências infalíveis, dois tipos de infalibilidade. Uma relaciona-se à mensagem principal da Igreja. Garante-lhe o valor definitivo, irreformável. Ela pode sem dúvida explicitar-se sempre mais, mas não pode intensificar-se. Nesse sentido, a santidade da mensagem principal da Igreja é uma santidade absoluta. A outra assistência infalível relaciona-se com a mensagem secundária. Ela assegura a prudência e a santidade positiva das leis universais que ela contém. Mas esta prudência pode ser mais ou menos perfeita. Seu nível pode elevar-se ou abaixar-se, de conformidade, de uma parte, com o zelo da Igreja que ensina, e de outra parte com a virtude dos fiéis que é preciso dirigir (a virtude da Igreja que crê tem sua repercussão sobre a Igreja que ensina). Nesse sentido a santidade intrínseca da mensagem secundária da Igreja é uma santidade relativa.

MEDIDAS CULTUAIS

c) é preciso, pois, crer que a Igreja é assistida po Cristo quando legisla para a salvaçào comm dos fiéis. De que maneira? Não se pode tratar da assistência que lhe permite definir de uma maneura absoluta e irrevogável tal ponto do depósito revelado relativo a coisas a serem cridas ou a se fazerem. Medidas tomadas pela Igreja pela sua própria autoridade nào são irrevogáveis; elas mudam com o tempo e com os homens. Trata-se de uma assistência que assegura, de uma maneira por certo infalível, a bondade simplesmente prática, prudencial, de tal medida pela qual a Igreja prescreve a seus filhos o que é preciso, em tal momento do tempo, cumprir ou evitar-se, aceitar como verdade ou rejeitar como falsidade. Oponhamos, pois, à infalibilidade em matéria absoluta e irreformável a infalibilidade em matéria prudencial e reformável. É a BONDADE PRUDENCIAL DAS LEIS UNIVERSAIS DA IGREJA que é divinamente garantida por aquele que prometeu ligar e desligar no céu...etc. d) como se deve entender ESSA BONDADE PRUDENCIAL? Pelo menos de uma maneira NEGATIVA: leis universais da Igreja jamais ordenarào o que for imoral ou contrário ao direito natural ou evangélico. Mas também de uma maneira POSITIVA. Se as leis universais, no que se refere nào às suas aplicações, mas à sua substância mesma, poderiam ser, não, digamos, iníquas, imorais, mas pelo menos vãs, indiscretas, supérfluas, seria preciso convir que elas são por outro lado imprudentes, prejudiciais, contrárias à prescrição do Direito Canônico. Mas como a Igreja Universal poderia promulgar ou manter em vigor, sem permitir que o costume pudesse legitimamente abrogar medidas legislativas próprias a entravar em vez de promover a saúde espiritual do conjunto das almas? Digamos, pois, sem hesitar que as leis univesais da Igreja têm uma BONDADE POSITIVA. Sem ser necessariamente o mais prudente possível (tal medida, excelente quando de sua promulgação, pode-se achar com o tempo menos adaptada que outra que, com efeito, lhe será logo substituída), elas são, contudo, enquanto não tenham sido regularmente abolidas, prudentes e úteis ( continua : letra d): distinguiremos duas sortes de assistências infalíveis...).

ANTES QUE ANOITEÇA!

Abri agora a Folha, que só pode ser a de São Paulo, e nela morri, por enquanto. Mais uma vez explico-me. Tinha um escritório em Belo Horizonte, apenas cinco décadas atrás. Da janela do décimo segundo andar onde apreciava à tarde o desfilar militarmente em dupla, ecologicamente tranquilizador, dos ex-ficus-benjamins da Avenida Afonso Pena (crime inafiançável, roubaram-nos!) de repentemente um susto humano me cai do alto a menos de um metro de meu rosto. Num átimo, por instinto por certo, reconhecendo na sombra quem podia ser, grito-lhe bem forte: "Como vai, Castro!" E a resposta otimista outra não era. Era mesmo do Castro: "Por enquanto vou bem, Jair! E da "Especial" da Folha de 23/05/11 pulei para o computador, só para tirar o boné e saudar o RUY DE CASTRO pela oportuna recordação do 25/01/1985. E pelo cívico amor dos seus colegas de redação e pela pitoresca narração que nos traz nesta fria manhã carioca, banhada de sol de montanha, descobrindo-nos uma face para mim desconhecida, quando, sentindo-se observado, levantou os olhos e viu na porta da agência, de pé ( ou em pé? ) a 2 metros de você, nada menos que "seu" Frias - Octavio Frias de Oliveira, o publisher do jornal. Meio em pânico, pois violava norma sagrada contra seminudez na redação, você se virou de costas e, a 3 fileiras de mesas atrás, RICARDO KOTSCHO, o número 1 do jornal, a grande admiração de "seu Frias" estava também de peito nu. E você encerrou dizendo elegantemente que, ao se endireitar na cadeira, do Frias nem mais sombra, mas "apesar dos repórteres impertinentes, uma nova FOLHA nasceu da edição das diretas". E para mim a descoberta no Frias de uma invejável qualidade, peregrina, hoje em dia, em tantos chefes de serviços ou DIRETORES de EMPRESAS: GRANDEZA DE ALMA!

AGORA E SEMPRE

Você abriu? Feche!
É de graça? Não desperdice!
Acendeu? Apague!
Ligou? Desligue!
Não sabe como funciona? Não mexa, pergunte!
Quebrou? Conserte!
Não sabe como consertar? Chame quem o faça!
Desarrumou? Arrume!
Fez? Assuma!
Pediu emprestado?
Devolva!
Sujou? Limpe!
Está usando algo? Trate-o com carinho!
Para usar o que não lhe pertence, peça licença!
Não veio ajudar? Não atrapalhe!
Prometeu? Cumpra!
Ofendeu? Desculpe-se!
Falou? Assuma!
ISTO É QUALIDADE, Republicanismo! Solidariedade! NUNC ET SEMPER AMEM!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

MEDDIDAS CULTUAIS - 7

A IGREJA propõe ao mundo, no lugar do culto pagão e do culto da lei antiga, o SACRÍFÍCIO REDENTOR, realizado uma vez na Cruz mas tornado constantemente presente no correr do tempo sob as aparências do pão e de vinho, na eucaristia da missa, e cujos frutos são aplicados a cada alma individual através dos 7 sacramentos da Nova Lei. Medidas Cultuais da Suprema Mensagem! Mas como o exercício digno e ordenado de culto tão misterioso seria possível no mundo todo, se a Igreja não editasse, tendo em vista a diferença dos tempos, lugares e ritos, MEDIDAS GERAIS relativas à celebração da missa, à aplicação e recepção dos Sacramentos? Donde a necessidade de LEIS UNIVERSAIS referentes à digna celebração do culto evangélico, ao santo uso dos sacramentos e sacramentais, etc. Em resumo: a Igreja tem por missão secundária tomar todas as medidas de ordem geral, de promulgar leis capazes de dispor as almas a se abrirem à luz do Evangelho. A prática do cristianismo sendo uma atividade social e visível exige da Igreja leis para harmonizar as obras dos homens às exigências do Cristianismo. O verdadeiro Cristianismo não é separável da atividade humana. Se ele consistisse na simples convicção interior da salvação individual, se ele devesse ser uma religião separada da atividade humana, social e visível, poder-se-ia pretender que fosse inútil editar leis para harmonizar com as exigências do Cristianismo a obra dos homens.

MEDIDAS CULTUAIS

2. Dando à IGREJA o poder de pregar o Evangelho, Cristo lhe confiou ao mesmo tempo o poder de FAZER LEIS em seu nome e de tomar as medidas de interesse geral que lhe parecessem, segundo as conjunturas, em conexão moralmente necessária com sua finalidade espiritual: "Tudo que ligares na terra será ligado no céu, etc. "Enviou-a a todas as partes da terra, com plenos poderes. Confiou-lhe apascentar os cordeiros e os rebanhos (J.XXI, 15/17), o que significa "protegê-los contra os perigos que os ameaçam e os conduzir às verdadeiras pastagens. Assim a Igreja primitiva na pessoa dos apóstolos, excluiu, v,g., do episcopado aqueles que tivessem casado duas vezes ou fossem neófitos (Tim.III,2 e 6), prescreveu aos pagãos convertidos absterem-se de carnes oferecidas aos ídolos, ordenarem às mulheres cobrirem-se com o véu (I,Cor.XI,6), etc.
3. A Igreja universal é infalivelmente assistida por Cristo quando exerce seu poder de fazer leis? em outros termos: a santidade das leis universais de ordem puramente eclesiástica está infalivelmente garantida por Cristo? a) trata-se aqui das LEIS ECLESIÁSTICAS UNIVERSAIS, isto é, de medidas que são gerais pela sua causa eficiente (elas engajam a autoridade pastoral da Igreja plenamente como só o podem fazer o Papa, o concílio ecumênico ou o conjunto dos bispos unidos ao papa, mas não parcialmente, como pode fazê-lo um bispo isolado; pela sua causa formal (elas são no sentido estrito das leis, isto é, medidas que definissem a regra do bem comum, e não preceitos que apliquem estas regras a matérias particulares; por sua causa final (elas refletem imediatamente o bem comum da sociedade sobrenatural à qual elas são essencial e imediatamente ordenadas); por sua causa material, elas dizem respeito ao conjunto dos cristãos; outras, ainda que promulgadas pela Igreja Universal, visam apenas a uma categoria de cristãos. b) se a Igreja Universal pudesse errar em tais matérias, se ela pudesse ser abandonada por Deus quando precisasse tomar decisões necessárias à salvação comum da cristandade, nào seria mais verdade que ela é assistida "todos os dias até a consumação dos séculos" na sua missào de evangelizar as nações. c) é preciso, pois, crer que que a Igreja é assistida por Cristo quando faz leis para a salvação comum dos fiéis. De que maneira? (continua na próxima mensagem, 8).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

NON OMNIS MORIAR

MARCO TULIO CICERO (106/043 A.C.), o mais eloquente dos oradores romanos, narra em seu livro "Diálogo Sobre a Velhice" as palavras pronunciadas por "Ciro, O Grande", momentos antes de falecer: " Não pensem, meus caros filhos, que, depois que eu os deixar, não estarei em parte alguma ou não existirei mais. Enquanto eu estava junto de vocês, minha alma lhes era invisível, mas, vendo-me agir, vocês compreendiam que ela estava neste corpo. Acreditem, pois, que ela existe, embora não A vejam. As honras prestadas aos homens importantes após a morte não durariam por certo por muitp tempo, se a convicção que temos de que suas almas existem não nos fizesse conservar sua lembrança. Jamais foi convicção minha que a alma vive enquanto informa o corpo e que morra logo que o deixa, nem que ela perde toda a inteligência deixando um corpo inteligente. Creio, antes, que uma vez liberta de todo resquício do corpo, e depois livre e pura, ela reencontra então a perfeita inteligência. Mais ainda, quando a morte acarreta a dissolução do corpo, percebe-se em que se resolvem as partes materiais: elas retornam ao lugar donde vieram; somente o espírito é invisível, quando está presente no corpo e quando dele se ausenta. Vocês sabem que nada se assemelha mais à morte do que o sono. Sobretudo quando dormem é que os espíritos mais bem manifestam sua natureza divina. É que mais livres e mais independentes eles contemplam o futuro. Daí podemos ter ideia daquilo em que eles se tornarão, quando se libertarem dos laços materiais do corpo. Se assim é, meus filhos, prestem-me uma honra como a um ser divino. Mas se a alma ao contrário deve perecer com o corpo, vocês que reverenciam os deuses, que toda esta beleza protegem e regulam, conservem de mim uma piedosa e inviolável recordação". Ciro, O Grande, nasceu no ano 560.A.C. e morreu no ano 529 A.C. Fundador do Império Persa. Foi um príncipe corajoso, respeitador da religião dos vencidos. As palavras acima ele pronunciou, antes de morrer, ferido que fora combatendo os Massagetas.

MEDIDAS MORAIS - 6

SANTO TOMÁS fala em MEDIDAS DISCIPLINARES MORAIS E DISCIPLINARES CULTUAIS. A) MEDIDAS MORAIS; a IGREJA impõe ao mundo, em lugar das prescrições do paganismo,os PRECEITOS da LEI DA GRAÇA, do AMOR, que confirmam e elevam a um grau supremo de pureza os preceitos morais da lei antiga. Eles prescrevem ou proscrevem ATOS EXTERIORES relativos, por exemplo, ao respeito pela vida, pelo bem alheio. Sendo de direito natural, Cristo não precisou instituí-los, mas explicá-los e purificá-los de erros introduzidos pela malícia humana. Como, porém, preceitos tão santos, tão eigentes, tão universais, poderiam ser eficazmente impressos nos corações dos cristãos, se a Igreja não tivesse o direito de legislar para proscrever o que leva a infringi-los, a lembrar o mínimo de suas exigências, a ordenar o que favorece sua melhor observância? Donde as leis da Igreja relativas à conduta exterior própria dos clérigos, dos religiosos, dos leigos, às práticas comuns de penitência como o jejum e a abstinência, à santificação dos domingos e das festas, ao ensino nas escolas e universidades, à publicaçação de livros e imagens, ao uso dos bens eclesiásticos, à criação de tribunais eclesiásticos, etc. Medidas disciplinares de sua mensagem secundária.

MEDIDAS DOUTRINAIS - 5

Depois de escrever sobre a MENSAGEM SUPREMA E A MENSAGEM SECUNDÁRIA OU SUBORDINADA (DIAS 18, 17, 16 E 14 de o5/11), Charles Journet, cujos pensamentos estamos reproduzindo, passa a escrever sobre a MENSAGEM SECUNDÁRIA UNIVERSAL E INFALÍVEL. A IGREJA FOI ENVIADA A TODAS AS NAÇÕES, A FIM DE AS SALVAR DO PECADO e de ATRAÍ-LAS À SANTIDADE DO EVANGELHO. Como, porém, lhe seria isto possível, se, além do socorro divino que lhe permite conservar inalterado o Evangelho, ela não fosse AUTORIZADA a CRIAR LEIS em vista da preparação das almas que lhe são confiadas relativamente à DISCIPLINA MORAL e CULTUAL do EVANGELHO? São de TRÊS TIPOS TAIS MEDIDAS: A) MEDIDAS DOUTRINAIS: A IGREJA prega ao mundo, em lugar dos ensinamentos do paganismo e do ensinamento ainda bastante implícito do Antigo Testamento, a REVELAÇÃO EXPLÍCITA de Cristo e dos Apóstolos, medidas DOUTRINAIS de sua mensagem suprema, garantidas de uma maneira absoluta e irreformável. Mas como essa verdade tão espiritual. tão elevada, poderia ser eficazmente protegida e desenvolvida no coração daqueles que a receberam, se a Igreja não tivesse autoridade para indicar, mesmo sobre pontos que nào estão ainda infalivelmente definidos, de uma parte as DOUTRINAS que ela sente em harmonia secreta com as verdades definidas, e de outra parte os ERROS que elas são capazes de despertar lentamente nos espíritos? Donde certos ensinamentos que ela não pode ainda definir de maneira irrevogável, mas que ela apresenta, propõe à nossa adesão, porque são de natureza a proteger ou a manifestar a verdade revelada. São medidas doutrinais da mensagem secundária, especulativas ou práticas. São garantidas de uma MANEIRA RELATIVA, porque são dadas não como absolutas e irreformáveis, mas como abrindo caminho seguro em direção à verdade revelada; seria pecar gravemente por temeridade - contra a virtude da prudência - desprezá-las. Não são, contudo, todas igualmente garantidas: a autoridade jurisdicional pode, com efeito, se engajar mais ou menos, quando, sem definir ainda uma doutrina como irreformável, ela a dá, contudo, como prudente e segura. Quando ela se engaja plenamente, universalmente, diremos que ela é infalível no sentido de que ela não faltará jamais à prudência. As decisões doutrinais que o Papa promulga "de ciência certa", na plenitude de sua autoridade apostólica, não são necessariamente irrevogáveis, mas são certamente prudentes e seguras para os fiéis dos tempos em que elas foram editadas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PODER JURISDICIONAL DA IGREJA

Falando do PODER JURISDICIONAL que tem a IGREJA, vimos que em virtude deste poder cabe a ela exercer dois papéis: a) lembrar e explicar a seus membros a MENSAGEM REVELADA; b) tomar de comum acordo com seu chefe as medidas úteis em vista da salvação das almas. Observe-se que o papel da assistência divina se transforma, se altera, conforme se trata de assegurar a pureza da MENSAGEM REVELADA, ou de se proteger a mensagem secundária promulgada pela própria Igreja. No exercício do primeiro papel, letra a), "explicar a mensagem revelada", a IGREJA toma iniciativas não para PROMULGAR novas revelações, mas para pregar a revelação do Cristo e dos Apóstolos. O papel da Igreja consiste então em propor integralmente a MENSAGEM REVELADA. Neste caso, ela goza de uma ASSISTÊNCIA DIVINA por excelência, absoluta. A IGREJA age como um puro instrumento nas mãos de Deus. A doutrina que prega, que transmite aos fieis, é a própria palavra divina, a expressão exata dos divinos mistérios. Neste caso, nossa FÉ repousa sobre a autoridade incriada de Deus que revelou. Sustentada pela ASSISTÊNCIA ABSOLUTA, cabe à IGREJA apresentar a MENSAGEM EVANGÉLICA COM INFALIBILIDADE. A Igreja é absolutamente INFALÍVEL. No exercício do segundo papel, letra b), "tomar de comum acordo com seu chefe, etc.", a IGREJA age mais livremente, pois ela acolhe, recebe de seu chefe, do Papa, as medidas que julga necessárias ou úteis ao BEM ESPIRITUAL das almas. Não é mais a voz e as ordens do Esposo que ela nos lembra, é a voz e as diretivas da Esposa que ela nos faz ouvir. Ela deixa de ser o arauto da mensagem revelada, ela se torna o autor de uma nova mensagem, subordinada à precedente que será a principal ou suprema. Eis aí a mensagem secundária da Igreja. Neste caso a mensagem não será crida, acreditada, como a mensagem principal ou suprema que, revelada, foi acreditada, crida, em virtude da AUTORIDADE INCRIADA de Deus que revelou. Ela será recebida em virtude da AUTORIDADE CRIADA da Igreja que a PROMULGA. A adesão que ela reclama não pode ser a da fé teologal. É uma adesão, sobrenatural sem dúvida, mas de ordem moral e que se poderia chamar, por oposição à obediência de fé divina e teologal uma obediência de fé humana e eclesiástica. Sem ter direito a uma fé divina ou INFALÏVEL, tais ensinamentos merecem sempre uma FÉ HUMANA interna e certa, enquanto não for evidente, e o será raramente, que a Igreja se enganou de fato. Esta fé humana outorgada aos ensinamentos não infalíveis da Igreja, conhecida em nossos dias como "piedoso assentimento", se deveria batizar com o nome de FË ECLESIÁSTCA, do mesmo modo como chamamos de "leis eclesiásticas" as leis humanas e variáveis da Igreja, para distingui-las das leis verdadeiramente divinas e imutáveis. Nestes casos, num papel secundário, a Igreja, sem estar entregue às próprias forças e luzes, é GUIADA PELO SOCORRO DIVINO. Mas esta ASSISTÊNCIA não é ABSOLUTA, como aquela que lhe permite definir irrevogavelmen um ponto DOUTRINAL. Trata-se então de uma ASSISTÊNCIA RELATIVA. Esta se subdivide em: a) ASSISTÊNCIA RELATIVA INFALÍVEL, quando se trata de LEIS e MEDIDAS de interesse geral; b) ASSISTÊNCIA RELATIVA FALÍVEL, quando se trata das aplicações legislativas e das MEDIDAS de interesse particular.

terça-feira, 17 de maio de 2011

PODER JURISDICIONAL DA IGREJA - 2

A INTEGRIDADE e a EXATIDÃO DO ENSINO na IGREJA CATÓLICA são garantidas pelo privilégio da INFALIBILIDADE. Esta consiste no poder que Cristo deu à sua Igreja de NÃO PODER ENGANAR-SE no ENSINO da VERDADE RELIGIOSA. Esta infalibilidade envolve dois elementos: a) a ASSISTÊNCIA DIVINA que preserva a Igreja de qualquer erro; b) o PODER de Formular DECISÕES DOGMÁTICAS ou MORAIS obrigatórias para todos os cristãos. A IGREJA, como sociedade que é, carece de PODERES que lhe regulem a vida e encaminhem seus membros à meta comum. Por ser uma sociedade, a IGREJA foi provida de poderes destinados a fazer chegar seus membros à eterna bem-aventurança. Diz São João Apóstolo (Jo.1, 14/17) "que o Unigênito do Pai se encarnou para trazer aos homens "A GRAÇA e a VERDADE", insinuando um DUPLO ASPECTO na missão que ele confiou à sua IGREJA junto aos homens, missão designada, por um lado, pelo nome de: SUMO SACERDOTE e SALVADOR = GRAÇA: por outro lado, de PROFETA e REI = VERDADE. Esta dupla missão constitui os dois PODERES que tem a IGREJA: a) o PODER SACRAMENTAL ("GRAÇA"): a finalidade da Igreja é santificar os homens; Jesus é nosso salvador; o papel da Igreja é distribuir a cada homem que nasce os efeitos da morte e da ressurreição de Cristo; a IGREJA é a DISTRIBUIDORA DA "GRAÇA". b) o PODER DE JURISDIÇÃO ("VERDADE"): sendo a Igreja um organismo, uma sociedade visível, TEM UM CHEFE VISÍVEL para representar a CRISTO e agir em união com ele: é aquele a quem ele entregou as chaves do reino dos céus, PEDRO, o PAPA. Esse poder jurisdicional consiste, de um lado, em lembrar e explicar ao mundo a mensagem divina revelada por Cristo e pelos Apóstolos, e, do outro lado, consiste em tomar as medidas úteis para se procurar a salvação das almas, em íntima união com Jesus Cristo. Lembre-se de que a IGREJA não é uma sociedade religiosa como tantas outras, não é uma instituição humana, é UM MISTÉRIO DE FÉ, "grande mistério", diz São Paulo (Ef. 5,32). Não seja ela identificada com este ou aquele de seus membros, em geral para criticá-la. Indignos ou santos, os membros da Igreja são instrumentos efêmeros da mais bela e sublime das obras: a obra salvífica de Cristo que prossegue pelos tempos afora. "A IGREJA É SANTA MAS NÃO SEM PECADORES".

segunda-feira, 16 de maio de 2011

MARITAIN E PADRE PENIDO

O mundo católico acaba de ser informado de que o "aggiornamento" apregoado pelo bom Papa João XXIII continua sua divina missão de forçar a SÉ APOSTÓLICA a abrir janelas no Vaticano. Um documento foi elaborado, e com certeza ancorado em corajoso e transparente realismo, destinado a enfrentar o grave problema da pedofilia nos meios eclesiásticos. Lembrei, dias atrás, ideias inovadoras de Jacques Maritain, colhidas em páginas de seu livro "A IGREJA DE CRISTO". De propósito, deixei para citar depois o pensamento dele no trecho seguinte: "Nos meses durante os quais este livro vem sendo escrito, o problema urgente com o qual os bispos se defrontam é, se não me engano, o de suas relações com os seus padres; problema de suma importância evidentemente. Trata-se, porém, de NEGÓCIO DE FAMÍLIA (louve-se a sagaz prudência do nosso teólogo leigo!) que provavelmente será resolvido dentro em breve, a despeito de defecções, a bem dizer pouco lamentadas QUANDO DENOTAM , EM ALGUNS CLÉRIGOS, A AUSÊNCIA DE VERDADEIRA VOCAÇÃO". Esta última oração do filósofo e psicólogo cristão me trouxe à mente dizeres preciosos e infelizmente não ouvidos do nosso teólogo, prata da casa, PADRE MAURÍLIO TEIXEIRA LEITE PENIDO: "Queixa-se PENIDO a uma carmelita de um seminarista que por ele fora mantido no seminário, mas que o decepcionara, pois, ordenado, pedira laicização. A carmelita lhe havia contado que estava tranquilizada, porque despedira do Carmelo uma noviça sem vocação. Escreve-lhe PENIDO: "Compreendo bem o seu alívio ao ser liberada de tal noviça. Tive aqui no seminário caso análogo. É um martírio. Tudo passado, devo ter feito mal aos pobrezinhos, pois já estão a pedir laicização! Se tivesse que recomeçar, seria implacável: qualquer dúvida seria motivo para afastá-los do sacerdócio. Complacência seria, não já caridade, senão fraqueza" ("Padre Penido, Vida e Pensamento", por Dom Odilão Moura). À vista dos balanços que sacodem a IGREJA, compreendo o pensamento que aprendi na adolescência: "Deus é paciente porque é eterno!" A Igreja também, não?

AINDA SOBRE O DEPÓSITO DA FÉ

Importante: o DEPÓSITO DA FÉ (objeto de minha mensagem passada), que contém a revelação escrita e a revelação oral, ENCERROU-SE definitivamente com a morte do último apóstolo, portanto o APOCALIPSE fechou a porta de entrada do Depósito da Fé. Observamos, também, que a definição do dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA por Pio IX, em 1854, e a definição do dogma da ASSUNÇÃO DE MARIA AO CÉU por PIO XII, em 1950, decorreram do conhecimento de verdades implicitamente contidas no Depósito da Fé, precisamente, "in casu", no dogma da Maternidade Divina de Maria, definido no Concílio de
Éfeso, em 431 D.C., contra os nestorianos, quando Maria recebeu o título de "Theotokos"( de Mãe de Deus ) em vez de "Christokos"( de Mãe de Cristo, o que seria negar que Cristo é verdadeiramente Deus). A dignidade de ser Mãe de Deus trouxe-lhe o privilégio não apenas de ter sido isenta do pecado original, mas também de não sofrer a corrupção da carne, uma vez que seu corpo foi assunto aos céus no término de sua existência terrena. Houve assim o fenômeno da explicitação do que estava implícito. No dia da IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA, 08/12/1966, assim se expressou o Papa Paulo VI: "Mistério do privilégio (isenção do pecado original), da exceção, única criatura preservada de toda imperfeição, de toda deformação do MODELO PRIMITIVO da Humanidade, única por consequência na qual a IDEIA DE DEUS SE REFLETE FIELMENTE E SE REALIZA A DEFINIÇÃO INTATA E AUTÊNTICA DO SER HUMANO, imagem de deus. "TOTA PULCHRA ES MARIA". Pensamento bastante para inebriar nossas almas tão MAIS ávidas de HUMANA BELEZA QUANTO A QUE nos oferece a arte figurativa é mais falsa, mais disforme, mais impudica! Pensamento bastante para quem quiser, para restaurar a ciência da beleza, para descobrir suas relações transcendentais, sua alegria interior e seu comportamento exterior, REENCONTRAR em MARIA a expressão mais elevada, mais representativa da estética espiritual do ser humano".

sábado, 14 de maio de 2011

DEPÓSITO DA FÉ

DEPÓSITO = recipiente próprio para guardar ou acumulat objetos. A função primária do magistério eclesiástico é "conservar e explicar o DEPÓSITO DA FÉ, expressão usada pela Igreja para metaforicamente designar o recipiente do conjunto das verdades em que o cristão deve crer ( são os DOGMAS) e das verdades que ele deve praticar (é a MORAL). Este conjunto de VERDADES a CRER e a PRATICAR constituem a DOUTRINA CRISTÃ que foi revelada por DEUS e que encontramos nas duas chamadas FONTES DA REVELAÇÃO, a saber: A ESCRITURA SAGRADA OU BÏBLIA (Antigo e Novo Testamento), e temos então a REVELAÇÃO ESCRITA, e a TRADIÇÃO APOSTÓLICA ( ou REVELAÇÃO ORAL). Esta TRADIÇÃO APOSTÓLICA, no sentido estrito, abrange aquela parte do DEPÓSITO REVELADO "ORALMENTE" que não está fixada, contida, na ESCRITURA SAGRADA ou BÍBLIA, mas que, recebida pelos Apóstolos dos próprios lábios de Cristo ou a eles ditada pelo Espírito Santo, até nós chegou como que transmitida pelas mãos deles, sendo-nos COMUNICADA, em primeira mão, ORALMENTE. A IGREJA conserva essa DOUTRINA REVELADA por Deus e contida no DEPÓSITO DA FÉ, dela se servindo de duas maneiras: a) PREGANDO-A (por exemplo: a Divindade de Cristo, O Decálogo, etc,) GENUÍNA E INALTERADA a cada geração que se sucede, que passa. Bem sabe a Igreja que convites não faltam para uma "revisão" ou da CRENÇA ou da MORAL cristãs, com a finalidade de adaptá-las às ideias modernas! Melhor, porém, sabe ela que o TESOURO da Doutrina Cristã não lhe pertence, pois é de Deus. Ela não passa de guardiã. Não pode transigir. Tem que conservá-la! b) DEFENDENDO-A, se alguém resolve impugná-la. Haverá uma defesa negativa, se, por exemplo, a Igreja condena, anatematiza erros contrários à FÉ. Foi uma defesa negativa da Igreja, quando em 31/03/1653 o Papa Inocêncio X condenou como heréticas 5 proposições de Jansenius, numa repulsa apenas do erro. Haverá uma defesa positiva, quando a Igreja define como de fé, portanto formulando explicitamente uma verdade, impugnada por heresiarcas; em 325 D.C. o Concílio de Niceia definiu a "consubstancialidade" do VERBO, sem revelar verdade nova alguma, pois todos criam que o VERBO era DEUS. Apenas formulou mais claramente o que era admitido por todos. Finalizando, deve-se lembrar que, além de CONSERVAR a REVELACÃO, às vezes é preciso EXPLICITÁ-LA. Sendo uma realidade viva, a verdade evangélica como todo organismo vivo CONSERVA-SE progredindo, desenvolvendo-se. Do dogma da MATERNIDADE DIVINA DE MARIA SANTÍSSIMA, com o passar dos tempos, foram-se avivando e se reconhecendo pelos fieis dois privilégios e prerrogativas em harmonia com o fato de ser ela a Mãe de Jesus Cristo. Quando refulgiu, como disse Pio XII, o privilégio da sua Assunção corpórea com luz mais clara, esse Papa definiu o dogma da ASSUNÇÃO em o1/11/1950, na Constituição Apostólica ""Munificentissimus Deus". O mesmo tendo sido feito pelo Papa Pio IX em 08/12/1854, quando definiu o dogma da Imaculada Conceiçào de Maria, na "Bula Ineffabilis Deus". Nos dois casos houve uma EXPLICITAÇÃO do que estava implicitamente encoberto. Houve apenas o que se chama "progresso dogmático". Mal comparando, pense-se no telefone celular! Há 30 anos só tinha uma finalidade! E hoje? quantas utilidades foram surgindo desde que foi inventado!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

LEMBRANDO JACQUES MARITAIN

JACQUES MARITAIN, filósofo e teólogo católico, nascido em Paris em 1882 e falecido em Toulouse em 1973, pouco antes de morrer deixou-nos o livro "A IGREJA DE CRISTO". Eis o que aí lemos na página 113, sobre "algumas questões indiscretas". Quanto ao modo de se tratarem as pessoas constituídas em certas funções eclesiásticas, que se abandone o que serve para colocar as pessoas de Cristo acima dos outros homens: em vez de "Vossa Eminência" digamos "Senhor Cardeal". Eliminem-se as "Excelências". Há tempos um bispo era "Vossa Grandeza". Por que "O Sacro Colégio", em vez de "O Colégio Cardinalício"? Por que "A Santa Sé" em vez de "A Sé Apostólica" Por que chamar o Papa de "Sua Santidade" em vez de, por exemplo, "O Venerável Vigário de Cristo" como usou o Papa Paulo VI? A Igreja Oriental chama o seu Patriarca de "Sua Beatitude!" Até aqui Maritain falou de coisas que afetam os ouvidos, continuando: "Que dizer dos miseráveis cânticos que expulsam de nossas igrejas o espírito de oração e dão saudades do canto gregoriano? Compreendo que os jovens pendam para o jazz que infelizmente em nada contribui para o recolhimento. Pode-se encontrar uma preciosa fonte de inspiração no tesouro bizantino!" Como fecho de seu livro, disse o seguinte: O que eu me esforço por trazer aqui é o último testemunho de um velho solitário ajudado em sua fraqueza por aquela que sempre inspirou o seu trabalho. Como escrevi mais acima, penso que hoje ele desagradaria a muitos. Mas quem sabe? Dentro de uns 50 anos verificar-se-á talvez que isso foi muito mal expresso, mas que, apesar de tudo, não era tão estúpido!".

segunda-feira, 9 de maio de 2011

POR QUE SE CELEBRA O "NATAL" EM 25/12?

Todo brasileiro sabe que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral no dia 22 de abril de 1500. Mas há católico que não sabe quando Jesus Cristo nasceu! "Muitos celebram as festas e conhecem os seus nomes, mas ignoram a sua origem HISTÓRICA e ocasional. Merece isto a censura de proceder muito vergonhoso e ridículo!" (São João Crisóstomo- 347/407). CLEMENTE DE ALEXANDRIA (morto em 220) refere que a festa de NATAL era celebrada por uns no dia 19 ou 20 de abril, por outros em 20 de maio e por outros no dia 28 de março ou na festa da Epifania. Em ROMA o NATAL foi fixado no dia 25 de dezembro. A explicação histórica, sentença comum, indicou-a PETAVIUS (morreu em 1652). "Para os Povos Persas o principal das divindades subalternas era MITHRA (Mitras), para os quais era um deus invisível, autor do universo e superior ao sol, aos planetas e a todos os deuses visíveis. Era representado debaixo do símbolo do fogo. Alguns autores afirmam que para alguns persas Mithra distinguia-se de MITHRES, sendo este, sim, O MAIOR, O PRIMEIRO DOS DEUSES, e MITHRA COMO O SOL E O FOGO ("DICIONARIO ABREVIADO DA FABULA", PARIS, 1839, por Chompré). Os pagãos comemoravam o nascimento de MITHRA (ou MITHRES) à meia-noite do dia 24 para o dia 25 de dezembro, saindo de uma pedra, no solstício do inverno, a partir do qual o sol se levanta (nasce) outra vez no hemisfério do Norte. No seu nascimento dizia-se que fora adorado pelos pastores (reminiscências dos Evangelhos?) e que adulto vencera o touro inimigo, sendo assim o deus preferido pelos soldados e celebrado pelos imperadores no fim do século III. Aliás, Constantino, ainda pagão (batizara-se ao morrer), cunhara uma moeda com a inscrição "SOLI INVICTO COMITI" (nome dado ao deus MITHRA ou MITHRES). Os imperadores se consideravam como deuses! Prova de que o culto de MITHRA ou MITHRES era geral em todo o império romano são os numerosos santuários encontrados nas escavações. Morto o imperador Constantino, cessou o respeito à sua pessoa cuja mãe , Santa Helena, muito fizera pelo cristianismo. Aboliu-se a festa do "SOL INVICTUS" (SOL INVENCÍVEL) transformando-a numa festa litúrgica. SUBSTITUÍRAM A FESTA PAGÃ do nascimento do "SOL NATURAL" pela festa cristã do "SOL DIVINO", JESUS CRISTO. Daí o dito, numa festa de Natal, de Santo Agostinho (354-430): "Celebremos este dia, não como os infieis, por causa DESTE SOL, mas por causa DAQUELE QUE FEZ ESTE SOL".

quinta-feira, 5 de maio de 2011

PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

QUINTA-FEIRA, 05/05/11, DEZ HORAS DA MANHÃ. Deixo o Hospital Rocha Maia na Rua General Severiano, em Botafogo, Rio. Ali fora tomar a vacina anual contra a gripe. Fui chegando e entrando, sem fila. A senhora foi me pedindo arregaçar a manga da camisa, já com o frasco da vacina em punho. Perguntei-lhe se estava esterilizado o frasco. Estranhou a pergunta, ao que lhe lembrei que sempre que me apresentei para o cumprimento legal de tal dever, a pessoa responsável por sua aplicação, retirava à minha vista o frasco de um continente de plástico , comunicando que estava esterilizado. A resposta veio-me meio nervosa, dizendo-me que já tinha vindo lá de dentro, apontando para uma porta à esquerda, onde nada podia ver. Feita a operação, pediu-me olhasse dentro do recinto que me apontava, o que recusei, alegando que me bastava acreditar no que me respondera. Mas, mesmo assim, olhei e vi uma caixa que me pareceu conter os frascos disponíveis, enquanto três funcionários, sorridentes, percebendo certamente o que ocorria diante da explicação que me dava, se juntavam a ela num silencioso apoio: "esprit-de-corps". Chateado pela aparente gozação de que era vítima, confessei-lhes que, estando os quatro funcionários de comum acordo, eu lhes agradecia e me retirava. Se navegar é preciso, viver muito mais! Se não, vejamos: quando reclamamos, de funcionários públicos sobretudo, pelo meu serviço prestado, pelo descumprimento de seus deveres de ofício, somos tachados de exigentes, de velhos chatos, de mal educados, de quadrados. Se, ao contrário, resignamo-nos, não reclamamos, fechamos os olhos, nosso procedimento é censurado: é por isto que o país não progride, ninguém reclama. Ah! se fosse na Europa! como bem se aplica em casos assim o que o sábio dizer popular inventou: "se corro, o bicho pega, se fico, o bicho come!" Se protesto, sou mal educado, intransigente, quero mostrar-me, ser mais realista que o rei; se calo, omito-me, concorro para a falta de patriotismo, de republicanismo, para deixar como está para ver como é que fica, dirá o gaiato! Como é difícil viver, VIVER!!! Se eu lhes revelasse a minha idade e lhes dissesse que somente depois de 60 anos me convenci, CONVENCI, de que jogar lixo fora, pouco importando o tipo que for, em lugar não apropriado, me fere a consciência cívica, cristã, não sei qual seria sua reação. Sei, porém, que o cidadão, o ser humano, tem o direito de VER que o frasco da vacina do idoso está sendo retirado de um ambiente esterilizado!

terça-feira, 3 de maio de 2011

ENCONTRO DA CRUZ DE CRISTO

Depois do Concílio de Niceia (325 A.C.), realizado pela Igreja Católica nesta cidade, o Imperador CONSTANTINO com sua mãe, Helena, voltou a Roma (326) depois de uma ausência de 12 anos. No fim de 326 empreenderam uma peregrinação à cidade de Jerusalém. Foi então que, após escavações por eles ordenadas, se descobriu e se identificou o túmulo e a própria cruz em que Cristo morreu. Muito feliz com o achado, Constantino deu ordens para que sobre o Santo Sepulcro se construísse uma soberba basílica, em substituição a um templo, erguido pelo imperador Adriano em 135 e dedicado à deusa Vênus, no lugar da cruz do Salvador do mundo. O escritor Eusébio fala de uma carta escrita na época pelo imperador Cpnstantino ao bispo de Jerusalém, dando notícia do acontecimento. Não resta dúvida alguma sobre a autenticidade da descoberta do Santo Lenho, sendo eloquente o testemunho do bispo de Jerusalém, Cirilo, que declarou em 351 que a santa cruz foi encontrada e reconhecida sob o imperador Constantino. Discute-se sobre a maneira pela qual se distinguiu das cruzes dos dois ladrões a cruz de Jesus Cristo. Para alguns, foi pela inscrição ordenada por Pilatos. Sabe-se que sobre a cabeça de Cristo pregado na cruz puseram uma inscrição indicando a causa de sua morte: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus". Para outros pela ressurreição de uma pessoa e pela cura milagrosa de uma outra, ao simples toque do seus corpos ao Sagrado Lenho. Antigamente celebrava-se a festa da invenção (descobrimento) da Santa Cruz de Cristo no dia 14 de setembro. Mais tarde, porém, no dia 03 de maio, por ter sido neste dia que houve a restituição pelos Persas da Santa Cruz ao imperador Heraclius, no ano de 628. O Vaticano II determinou que se voltasse a celebrar a invenção da Santa Cruz no dia 14 de setembro. A mãe de Constantino deu início à construção de duas outras igrejas, uma sobre a gruta de Belém e a outra sobre o Monte das Oliveiras. Ela faleceu santamente, depois de deixar Jerusalém em 328, com a idade de mais de 80 anos. Constantino, após dividir o Império entre os filhos Constantino, Constâncio e Constante e dois sobrinhos, recebeu o batismo em Nicomédia das mãos do bispo da cidade, Eusébio, falecendo no dia 22/05/337, aos 63 anos, sendo sepultado em Constantinopla.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ASSIS VALENTE - CARMEN MIRANDA

ASSIS VALENTE nasceu em Santo Amaro, na Bahia, no dia 19/03/1911. Comemorou-se este ano o centenário de sua agitada vida entre nós. Roubado pelo pai, veio para o Rio onde se casou e teve uma filha, separando-se da esposa. Tentou o suicídio, pulando do alto do corcovado. Salvou-se, caindo sobre árvores. Segunda vez, num banco de rua, ingeriu formicida, deixando um bilhete a Ari Barroso, a quem pedia lhe pagasse dois alugueis atrasados. Deixou variado repertório musical de que muito usou Carmen Miranda nos anos 30 e 40 sobretudo. Por acaso, conectando a Ministério da Educação ontem, eis o que a musa portuguesa me fez ouvir: "Good-bye, good-bye, boy"- Deixa a mania do inglês - É tão feio pra você - Moreno frajola! - Que nunca frequentou - As aulas da escola _ "Good-bye, good- bye, boy"- Antes que a vida se vá - Ensinaremos cantando - A todo mundo - B e Bé - B e Bi, B a Ba - Não é mais boa-noite - Nem bom-dia - Só se fala "good morning"- "Good night"- Já se desprezou o lampião - De querosene - Lá no morro - Só se usa luz da "Light". E então me perguntei: que intenção levou Assis Valente a criar essa canção?Seria uma crítica aos que para parecerem o que não eram, letrados, alfabetizados, tentavam com seu inglês aparecerem? Ou, patrioticamente, pela literatura e pela música, especialmente na voz divinal de Carmen Miranda, teria desse jeito escolhido o meio de motivar os analfabetos a aprender a língua pátria? Ou simplesmente com uma cajadada só planejaria matar dois coelhos? Os métodos escolhidos eram, sem dúvida, para nós do interior de então, a televisão, a internete de hoje, época em que o rádio (nem o de pilha havia ainda! ) mal começava a dar seus primeiros passos, mesmo assim quando não se quebrava o mancal da usina elétrica. Uma coisa é certa: tínhamos então aulas de "beabá", de soletrar, por onde a "importância" tinha entrada em nós. E para arrematar, recordando ainda, vem ajudar-me, Raul Brunini, radialista da Globo de antanho, que diariamente, às nove da noite, depois de loas a algum personagem, assim terminava: "Por isto, diante deste microfone, pronuncio os nomes de ASSIS VALENTE e de CARMEN MIRANDA!

domingo, 1 de maio de 2011

FALHA NA FORMAÇÃO DOS LEVITAS

THOMAS MERTON foi um instrumento de Deus para alertar os formadores de padres. Medite no que escreveu: "Um dos elementos mais perturbadores da instituição monástica (religiosa) para a maioria da juventude moderna que vem em busca da entrega de si a Deus na solidão, na oração e no amor, é a interpretação corrente dos votos religiosos, especialmente do de obediência. Quem se dedica a Deus por votos, hoje em dia (isto é, mais ou menos na metade do século passado) compromete-se a viver uma existência institucional organizada macissamente e rigidamente formalista. Nesta existência tudo já está decidido de antemão. Tudo já foi previsto e providenciado pelo regulamento e pelo sistema. A iniciativa não é somente desincentivada, torna-se também inútil. As perguntas deixam de ter qualquer sentido, pois já se sabe a resposta de cor, de antemão. E o pior é que não são respostas, uma vez que implicam numa firme decisão de não tomar o menor conhecimento das perguntas dos monges (seminaristas). A obediência não consiste mais em dedicar a vontade e o amor ao serviço de Deus, mas quase numa renúncia a todos os direitos humanos, às necessidades e aos sentimentos individuais, para conformar-se, amoldando-se, às rígidas exigências de uma instituição que é identificada com Deus e torna-se um fim em si. Dá-se a entender que não existe qualquer alternativa senão considerar essa vida institucionalizada em todos os seus pormenores, por mais arbitrários, arcaicos e sem sentido, como única maneira de ser perfeito no amor e sincero na sua busca de Deus. Incutiu-se isto não apenas como um soleníssimo dever religioso, mas quase como um artigo de fé: sim, o jovem que tem sérios problemas com uma vida que pode parecer-lhe cada vez mais infrutífera e mesmo absurda, deverá ainda ouvir que está falhando em sua fé cristã e, quem sabe, à beira de uma apostasia!" ("CONTEMPLAÇÃO NUM MUNDO DE AÇÃO", PP. 36/37, de Thomas Merton).