quinta-feira, 5 de maio de 2011

PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

QUINTA-FEIRA, 05/05/11, DEZ HORAS DA MANHÃ. Deixo o Hospital Rocha Maia na Rua General Severiano, em Botafogo, Rio. Ali fora tomar a vacina anual contra a gripe. Fui chegando e entrando, sem fila. A senhora foi me pedindo arregaçar a manga da camisa, já com o frasco da vacina em punho. Perguntei-lhe se estava esterilizado o frasco. Estranhou a pergunta, ao que lhe lembrei que sempre que me apresentei para o cumprimento legal de tal dever, a pessoa responsável por sua aplicação, retirava à minha vista o frasco de um continente de plástico , comunicando que estava esterilizado. A resposta veio-me meio nervosa, dizendo-me que já tinha vindo lá de dentro, apontando para uma porta à esquerda, onde nada podia ver. Feita a operação, pediu-me olhasse dentro do recinto que me apontava, o que recusei, alegando que me bastava acreditar no que me respondera. Mas, mesmo assim, olhei e vi uma caixa que me pareceu conter os frascos disponíveis, enquanto três funcionários, sorridentes, percebendo certamente o que ocorria diante da explicação que me dava, se juntavam a ela num silencioso apoio: "esprit-de-corps". Chateado pela aparente gozação de que era vítima, confessei-lhes que, estando os quatro funcionários de comum acordo, eu lhes agradecia e me retirava. Se navegar é preciso, viver muito mais! Se não, vejamos: quando reclamamos, de funcionários públicos sobretudo, pelo meu serviço prestado, pelo descumprimento de seus deveres de ofício, somos tachados de exigentes, de velhos chatos, de mal educados, de quadrados. Se, ao contrário, resignamo-nos, não reclamamos, fechamos os olhos, nosso procedimento é censurado: é por isto que o país não progride, ninguém reclama. Ah! se fosse na Europa! como bem se aplica em casos assim o que o sábio dizer popular inventou: "se corro, o bicho pega, se fico, o bicho come!" Se protesto, sou mal educado, intransigente, quero mostrar-me, ser mais realista que o rei; se calo, omito-me, concorro para a falta de patriotismo, de republicanismo, para deixar como está para ver como é que fica, dirá o gaiato! Como é difícil viver, VIVER!!! Se eu lhes revelasse a minha idade e lhes dissesse que somente depois de 60 anos me convenci, CONVENCI, de que jogar lixo fora, pouco importando o tipo que for, em lugar não apropriado, me fere a consciência cívica, cristã, não sei qual seria sua reação. Sei, porém, que o cidadão, o ser humano, tem o direito de VER que o frasco da vacina do idoso está sendo retirado de um ambiente esterilizado!

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