segunda-feira, 16 de maio de 2011

MARITAIN E PADRE PENIDO

O mundo católico acaba de ser informado de que o "aggiornamento" apregoado pelo bom Papa João XXIII continua sua divina missão de forçar a SÉ APOSTÓLICA a abrir janelas no Vaticano. Um documento foi elaborado, e com certeza ancorado em corajoso e transparente realismo, destinado a enfrentar o grave problema da pedofilia nos meios eclesiásticos. Lembrei, dias atrás, ideias inovadoras de Jacques Maritain, colhidas em páginas de seu livro "A IGREJA DE CRISTO". De propósito, deixei para citar depois o pensamento dele no trecho seguinte: "Nos meses durante os quais este livro vem sendo escrito, o problema urgente com o qual os bispos se defrontam é, se não me engano, o de suas relações com os seus padres; problema de suma importância evidentemente. Trata-se, porém, de NEGÓCIO DE FAMÍLIA (louve-se a sagaz prudência do nosso teólogo leigo!) que provavelmente será resolvido dentro em breve, a despeito de defecções, a bem dizer pouco lamentadas QUANDO DENOTAM , EM ALGUNS CLÉRIGOS, A AUSÊNCIA DE VERDADEIRA VOCAÇÃO". Esta última oração do filósofo e psicólogo cristão me trouxe à mente dizeres preciosos e infelizmente não ouvidos do nosso teólogo, prata da casa, PADRE MAURÍLIO TEIXEIRA LEITE PENIDO: "Queixa-se PENIDO a uma carmelita de um seminarista que por ele fora mantido no seminário, mas que o decepcionara, pois, ordenado, pedira laicização. A carmelita lhe havia contado que estava tranquilizada, porque despedira do Carmelo uma noviça sem vocação. Escreve-lhe PENIDO: "Compreendo bem o seu alívio ao ser liberada de tal noviça. Tive aqui no seminário caso análogo. É um martírio. Tudo passado, devo ter feito mal aos pobrezinhos, pois já estão a pedir laicização! Se tivesse que recomeçar, seria implacável: qualquer dúvida seria motivo para afastá-los do sacerdócio. Complacência seria, não já caridade, senão fraqueza" ("Padre Penido, Vida e Pensamento", por Dom Odilão Moura). À vista dos balanços que sacodem a IGREJA, compreendo o pensamento que aprendi na adolescência: "Deus é paciente porque é eterno!" A Igreja também, não?

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