quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O CRISTO REDENTOR DO CORCOVADO

Na FOLHA DE SÃO PAULO de hoje, 24/08/11, A2 OPINIÃO, em face da discussão entre o engenheiro brasileiro HEITOR DA SILVA CASTRO e o escultor francês PAUL LANDOWSKI em torno da autoria da obra o CRISTO REDENTOR, RUY CASTRO opinou em favor do brasileiro. Declarando que, embora para a família francesa HEITOR seria apenas um mestre de obras, e LANDOWSKI o atista, ele, RUY CASTRO , ponderando que, tendo HEITOR se decidido pela construção do homem, Cristo, de braços abertos, - que, por seu formato e dimensões, poderia ser visto de toda parte da cidade e, à noite, iluminado, transformar-se-ia numa cruz - HEITOR foi mais artista que qualquer artista. Pena LANDOWSKI não ter visto o resultado - nunca pôs cá os pés". O assunto sobre o CRISTO REDENTOR começa a ser bastante veiculado, porque no dia 07/09 ocorrerá o octogésimo aniversário da real e prática movimentação pela concretização da atual sétima maravilha do mundo (declarada em 07/07/2007), que marcaria o transcurso do primeiro centenário da independência do Brasil (07/09/1922). Sabe-se que a ideia da construção de um monumento religioso no morro do Corcovado foi apresentada, numa visita do sacerdote lazarista PADRE PEDRO MARIA BOS, francês, à Princesa Isabel, sugestão esta que foi abraçada em 1921, quando se planejava a celebração, em 1922, do centenário de nossa libertação do domínio de Portugal. Esteve à frente das obras o cardeal DOM SEBASTIÃO LEME, que em 1926 fez o lançamento da pedra fundamental, iniciando-se as obras. O desenho final do monumento coube ao artista plástico brasileiro CARLOS OSWALD. Em 1937 o CRISTO REDENTOR foi declarado patrimônio histórico nacional, e, em 2007, a "SÉTIMA MARAVILHA DO MUNDO". A inauguração oficial realizou-se no dia 12 de outubro de 1931.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

CARTA-TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS

Tópicos da CARTA-TESTAMENTO deixada por GETÚLIO VARGAS no dia de seu suicídio, 24/08/1954, 57 anos atrás:
"Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes... Tenho lutado mês a mês, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate... EU VOS DEI A MINHA VIDA... AGORA VOS OFEREÇO A MINHA MORTE. NADA RECEIO. SERENAMENTE DOU O PRIMEIRO PASSO NO CAMINHO DA ETERNIDADE E SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA!" Ass. GETÚLIO VARGAS.

ATENÇÃO, PREFEITO DE PETRÓPOLIS!

Li domingo passado em postes de iluminação da Rua João Xavier, no bairro do Bingen, em PETRÓPOLIS, um APELO endereçado ao PREFEITO da Cidade, outrora com bastante propriedade apelidada de CIDADE DAS HORTÊNSIAS, no sentido de que o mandatário do município voltasse sua atenção para os habitantes daquela região. Parabéns aos autores da justíssima reclamação, uma evidente prova do espírito democrático, republicano e solidário de membros da sociedade petropolitana que, cansadas de esperar pela concretização de promessas de campanha política, se vêem na contingência de transformarem postes de iluminação da rua onde moram em tribunas de exposição de suas reais reclamações. Com residência na Rua Dr. Arthur Cruz, um braço da Rua João Xavier, endosso as palavras dos habitantes da referida região, resumidas num PEDIDO AO PREFEITO DE PETRÓPOLIS para, assim como pavimentou ruas em favor de empresa estabelecida na região, com isenção até de impostos, certamente pensando no benefício que adviria para a cidade a instalação no local da referida atividade industrial ou de serviço, não se esquecesse de providenciar na RUA JOÃO XAVIER melhoramentos no leito do rio, nas pontes que o atravessam e nas margens dele, além de sua pavimentação. Nossa rua que se sente deixada à margem, como um primo pobre, pela prefeitura da cidade, levanta com JUSTIÇA sua voz em direção aos concidadãos em quem confiamos, neles depositando nas urnas nossos votos quando de sua eleição para PREFEITO DE PETRÓPOLIS.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

GETÚLIO E JK SECUNDUM ALCIONEM

A propósito: hoje faz 57 anos do suicídio do presidente da República dos Estado Unidos do Brasil: GETÚLIO DORNELES VARGAS que governou o país de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Em seu livro "CARTAS DO PAI" assim escreveu, no dia 11/02/1960, o nosso filósofo-teólogo e imortal ALCEU AMOROSO LIMA, vulgo TRISTÃO DE ATHAYDE, discorrendo sobre eleições no Brasil de ontem e de hoje: "E esses moços (os candidatos) apresentam um programa positivo, construtivo, para ser realizado (tanto no poder como na oposição) e partindo de fatos e posições atuais. O povo é naturalmente carnavalesco, e o JK que nos governou até 1960, sendo substituído por Jânio Quadros, compreendeu isso muito bem, de modo que está governando carnavalescamente, com dinheiro falso que dá impressão de verdadeiro, porque algumas obras visíveis se têm feito por aí com ele. De modo que é um fato que a popularidade de JK tem crescido apesar da vida cara. Repete-se em outros termos o caso do GETÚLIO. Este se tornou popular por causa das leis sociais. O JK se tornou popular por causa das obras feitas. Cidade bonita, estradas, açudes. Como o nosso povo é muito sensível às coisas exteriores, não está sabendo muito bem a que preço isso se faz e as negociatas atrás de tudo isso. O que ama é a figuração e o préstito, o samba, o carnaval em suma... E BRASÍLIA é um CARNAVAL de cimento armado, menos o primeiro do que o outro. E alguma coisa fica de tudo isso. Como ficaram as leis sociais com as quais GETÚLIO VARGAS improvisou a sua POPULARIDADE". A HISTÓRIA vai-se repetindo: onde foi buscar o nosso EX a sua popularidade?

23/08 = DIA DE SANTA ROSA DE LIMA

A Igreja Católica comemora hoje a festa de SANTA ROSA DE LIMA. QUE NASCEU EM LIMA, PERU, NO ANO DE 1586. Foi neste ano que no mesmo país, na cidade de CHIQUINQUIRO, houve uma aparição de Nossa Senhora. O nome completo da santa hoje celebrada é ISABEL FLORES Y DE OLIVA. Por sempre aparentar um rosto bonito e rosado, sua mãe passou a chamá-la de ROSA. DESCENDIA DE PAIS ESPANHOIS QUE, TENDO PERDIDO A FORTUNA NA ESPANHA, foram viver no Peru. Como gostasse bastante de rezar e de meditar, um dia ouviu uma voz que lhe dizia: "ROSA, DEDIQUE-ME TODO O SEU AMOR!". Foi sempre muito requestada pela juventude por causa de sua beleza e simpatia. QUERENDO ATENDER A VOZ QUE LHE PEDIA O AMOR POR INTEIRO, solicitava SEMPRE A NOSSA SENHORA LHE INDICASSE UM CONVENTO PARA NELE SE INTERNAR e melhor servir a Deus. Quando o pedido foi atendido, e preparando-se já para nele entrar, depois de fazer uma oração não conseguiu levantar-se sem a ajuda de um irmão. Compreendendo ser isso um aviso do céu, desistiu do convento mas insistiu no pedido a Nossa Senhora para que lhe indicasse o que fazer. Rodeando-a, um dia, uma borboleta preta e branca, concluiu que seu pedido fora atendido: preto e branco eram as cores da vestimenta dos membros da Ordem Terceira de São Domingos. Construiu no quintal da casa dos pais uma capelinha onde se entregava à oração e à meditações. Tinha 20 anos quando, no seu oratório, pronunciou os votos religiosos. Redobrou então suas mortificacões, passou a dormir sobre tábuas, privava-se de beber água por amor a Cristo e às almas. Pouco tempo depois, perdendo seus pais toda a fortuna, ela foi ser doméstica. Costumava dizer o seguinte:"Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com sofrimento algum, pois a GRAÇA é fruto da paciência". ROSA foi beatificada pelo Papa Clemente IX em 1667, e canonizada por Clemente X, tendo sido a primeira santa, CANONIZADA, da AMÉRICA DO SUL e das FILIPINAS.

domingo, 14 de agosto de 2011

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA - 15/08

MARIA SUBIU AOS CÉUS... Esta maneira comum de exprimir a verdade da ASSUNÇÃO não lhe empobrece o significado? Não dá uma visão desfalcada do plano de Deus? Um privilégio a mais, um milagre? O milagre nos deve levar pela mão ao santuário do mistério. Do mistério de MARIA assunta, de MARIA assumida. ASSUMIDA por Deus à glória do céu. No fim de nossa vida mortal poderia bem o padre dizer, benzendo uma última vez o que foi nosso corpo: "Toma, terra, o que é teu!" Porque nosso corpo se lhe assemelhou pelo pecado na corrupção. Quando toca a seu fim, entretanto, a existência terrena da SANTÍSSIMA VIRGEM, quem deve reclamar-lhe o corpo é o céu, o próprio Deus, que nele teve o mais perfeito de seus santuários entre os homens. Deus o ASSUME, o associa à sua glória. Com um milagre que a tradição conservou, porque lia nele o complemento, a perfeição, a consumação do trabalho que Deus começara no primeiro instante da vida de MARIA sobre a terra. Esse primeiro instante foi santo: MARIA foi SANTA e IMACULADA em sua CONCEIÇÃO mesma. Preservada para sua missão. Separada do resto de todos os mortais por AQUELE que pôde escolhê-la como MÃE. Tendo que, no seu seio, assumir um corpo, ele começou por ASSIMILÁ-LA à sua divina santidade, redimindo-a antecipadamente, unindo-a a si de maneira tão singular quanto definitiva e irrevogável. Possuída assim de maneira constante e total por Deus, só mesmo ele poderia chamá-la. Elevada aos céus, estava sendo colocada no lugar que lhe tinha sido assinalado, como próprio, nos planos de Deus. Naquele dia a HUMANIDADE, regenerada, devolveu a Deus o princípio emprestado de sua regeneração: a MÃE que nos trouxe o VERBO-SALVADOR, a própria MÃE de DEUS. Resta-nos contemplar no rastro de graça que marcou seu caminho para o céu o arco-íris a unir DEUS e HOMEM, após o dilúvio do pecado, no seu CORPO, inundado com o ESPLENDOR ETERNO de DEUS, a garantia da nova e eterna aliança, NELA já consumada e, por nós, ardente e esperançosamente suspirada! (Pe. Marçal, C.M. - Revista São Vicente, 08/1958).

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DIA DOS PAIS = VOZES DAS MÃES

1 - Ouve, filho, os conselhos de teu PAI! Deus quer honrar o PAI nos filhos.
2 - O que honra seu PAI encontrará alegria nos seus filhos e será atendido no dia da sua oraão!
3 - O que honra seu PAI viverá uma vida larga, e consola sua MÃE quem obedece a seu PAI!
4 - Honra teu PAI por ações, por palavras e com toda a paciência, para que venha sobre ti a sua bênção!
5 - A bênção do PAI fortifica as casas dos filhos.
6 - Não te glories com aquilo que desonra teu PAI. Pois a glória do homem provém da honra de seu PAI!
7 - Um PAI sem honra é a vergonha de seu filho.
8 - Filho, ampara a velhice de teu PAI e não o entristeças durante a sua vida. Se a inteligência lhe faltar, suporta-o e não o desprezes por teres mais vigor do que ele! Exerce a caridade com teu PAI!
9 - A caridade exercida com teu PAI não ficará no esquecimento!
10 A justiça será o fundamento da tua casa, no dia da tribulação se lembrará de ti!
11 Tens filhos? Ensina-os bem! Acostuma-os à sujeição desde a infância!
12 Lembra-te que não terias nascido sem ele, e faze em favor DELE o que ele fez por ti!

LIVRO DA SABEDORIA

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

LAFER, CONY e o CUPIM

Na FOLHA DE SÃO PAULO de hoje, 11/08/11, a coluna de CARLOS HEITOR CONY comentou com o brilho de sempre a palestra do ex-ministro das Relações Exteriores, CELSO LAFER, nesta semana, na Academia Brasileira de Letras sobre ética e cidadania em tempos de transição. Com a presumida licença de Cony, e sobretudo diante do espetáculo de corrupção que tanto nos constrange, transcrevo aqui o resumo da conferência do imortal acadêmico apresentado pelo Cony, também imortal. "Com sua vivência de "scholar", ao monumental volume de considerações as mais modernas, desde Maquiavel a Bobbio, ele não localizou os desafios da ética na hora atual em grandes e apocalípticos exemplos que atravessam a história. Pelo contrário, usou uma palavra que me pareceu um neologismo, mas o mestre Evanildo Bechara garantiu que não era: descupinizar. Além dos conflitos religiosos, políticos e territoriais que marcaram a humanidade e as nacões com tragédias, a realidade de hoje parece se concentrar em fatos miúdos, universais - que, em linhas gerais, podem ser resumidos na corrupção generalizada que atinge a todos os escalões da vida pública, quase de modo silencioso, roendo a estrutura ética do Estado e dos indivíduos. Não precisou citar exemplos específicos, aludiu ao que se vê em toda parte. Um bichinho insignificante, que mal percebemos no início de seu trabalho destruidor, vai corroendo os alicerces éticos da sociedade como um todo. E as construções mais sólidas se diluem em pó. Abandonando a metáfora e examinando a extensão e a propagação do cupim, descobre-se que ele não nasce de geração espontânea. Tampouco o seu resultado final: a corrupção. Para dar um exemplo do dia, em termos nacionais: de uma só levada, vários funcionários do Ministério do Turismo, inclusive de alto escalão, acabam de ser afastados. E assim a confiança do cidadão na estrutura do Estado é cada vez menor e mais problemática".

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SÃO LOURENÇO MÁRTIR - ANO 258 D.C.

Celebra hoje a Igreja a festa de SÃO LOURENÇO que foi um dos diáconos do Papa Sixto II, decapitado durante a perseguição contra os cristãos sob o Imperador Valeriano, no ano de 258 da Era Cristã. Juntamente com o Papa foram mortos seis dos sete diáconos que o serviam, sendo poupado LOURENÇO, o sétimo, que, por ser o encarregado da alimentação dos pobres, fora reservado para sofrer um interrogatório especial. Teve, contudo, a felicidade de sofrer o martírio oito dias depois da decapitação de Sixto II. Quando este era conduzido ao lugar do suplício, LOURENÇO se aproximou para lhe dirigir um último adeus: "AONDE IDES SEM O VOSSO DIÁCONO?" Sixto II lhe respondeu: "MEU FILHO,EU NÃO TE ABANDONO! DEIXA DE CHORAR! DENTRO DE 3 DIAS ME SEGUIRÁS! Poucos dias depois, intimado a entregar o tesouro da Igreja, LOURENÇO se apresentou com os pobres: "EIS OS TESOUROS DA IGREJA! Cruéis suplícios puniram-lhe a intrepidez da fé. Estenderam-no vivo sobre uma grelha ardente para fazê-lo assar. "VIRA-ME, disse Lourenço ao juiz, ESTE LADO JÁ ESTÁ BASTANTE ASSADO! ASSATUM EST, JAM VERSA ET MANDUCA! OS TESOUROS DA IGREJA QUE PROCURAS OS POBRES OS DEPOSITARAM NOS CELEIROS CELESTES!" A ssim morreu o ilustre e heroico Diácono SÃO LOURENÇO. O misterioso fundador do SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS, situado na Serra do CARAÇA, em Minas Gerais, procurado como um dos Távoras por ocasião da conspiração contra o Rei de Portugal, no século XVIII, talvez para ocultar sua identidade civil, adotou o nome religioso de IRMÃO LOURENÇO DE NOSSA SENHORA. homiziando-se NA SERRA DO CARAÇA. Sabe-se que SÃO LOURENÇO é o orago de Souro-Pires, solar dos Távoras, nos confins de Pinhal, em Portugal, berço natal do IRMÃO LOURENÇO. Lourenço é nome tradicional dos Távoras desde o século XIV. O sobrenome do fundador do Caraça, desde que se tornou Terceiro Franciscano, é "DE NOSSA SENHORA": IRMÃO LOURENÇO DE NOSSA SENHORA. Naquele tempo eram frequentes os nomes "mariais" na vida religiosa ("As Minas Gerais e os Primórdios do Caraça", de José Ferreira Carrato, pp.298). Ainda existe no Caraça a cela onde faleceu o IRMÃO LOURENÇO. Foi transformada em oratório. Em cima da porta de entrada vê-se uma pequena imagem de madeira do glorioso SÃO LOURENÇO, tendo embutida na dalmática uma relíquia do santo diácono, martirizado sobre uma grelha" ("Guia Sentimental do Caraça", pp. 54, de Sarnelius).

terça-feira, 9 de agosto de 2011

GREEN - MAX JACOB - MARITAIN

Em seu livro "L' AVENIR N' ÉST À PERSONNE" o escritor, católico, JULIEN GREEN (1900/1998), criado na religião anglicana e convertIdo ao catolicismo aos 16 anos, escreveu no dia 22/09/1990 que alguns atribuíam a MAURIAC sua aparição no mundo da literatura, bem como sua aproximação do catolicismo. Denunciando tal assertiva como pura fantasia, lembrou que em 1924 ele tinha publicado o "PANFLETO CONTRA OS CATÓLICOS DA FRANÇA", compreendendo duzentos e quarenta e nove aforismos contra os católicos relaxados. Essa manifestação de sua ortodoxia, observou GREEN, foi lida por MAX JACOB, judeu, astrólogo, pintor, poeta original, que no dia 24/02/1944, preso pelos nazistas, faleceu, cristão, católico, no campo de concentração de Drancy. Que morreu cristão no meio de seus irmãos judeus. Aqueles que circundaram os últimos momentos de seu irmão, convertido a uma fé estrangeira, sentiram-se então mais que nunca seus irmãos. Pois assim testemunhou o médico que o assistiu: "Não me exprimiu senão que queria morrer catolicamente; com que tato, com que discreção formulou esse pedido, a fim de não nos ferir, a nós, judeus! Prometemos-lhe tudo". No bolso encontraram-lhe um terço; sem hesitar, enrolaram-lho entre os dedos. JULIEN GREEN, além de citar em sua defesa esse judeu convertido, MAX JACOB, confessou que JACQUES MARITAIN, outro protestante convertido ao catolicismo, procurou-o, quando da publicação do Panfleto, nascendo daí uma amizade que durou até a morte, declarando mesmo que "sua fidelidade à fé católica ele a devia a Maritain". Em março de 1934, O CARDEAL CHARLES JOURNET, em carta dirigida a MARITAIN, pediu-lhe rezasse muito por JULIEN GREEN, pois "Estamos comovidos diante do que Deus realiza em sua alma" (Journet/Maritain, Correspondance. vol.II.1930/1939). A propósito: em 27/06/1939, Maritain escreveu a Charles Journet que rezasse por Julien Green que comungou antes de partir para a América. Em nota a esta carta Maritain cita trecho de carta a ele escrita por Green no dia 25/04/1939, onde declara que comungou por obediência tanto quanto por amor e sob a segurança que lhe havia conferido o Padre Rzewuski de que não é necessário crer em tudo que ensina a Igreja para se aproximar da Santa Mesa. Mais tarde, em carta de 11/05/1941, Green lhe escreveu o seguinte: "Por certo não duvidais do papel que exercestes para meu retorno à Igreja; palavras de que nem vos lembrais mais, estou certo, tiveram sobre mim uma ação determinante (como o que me dissestes em 1939 a respeito de Aristóteles e de Platão a propósito precisamente do problema da metempsicose)".

sábado, 6 de agosto de 2011

ERROR CORRIGITUR UBI CORRIPITUR

No blog anterior, o título por um cochilo meu saiu com falhas. TERIA SIDO: OCASIÕES DA PERDA DA FÉ EM EXUPÉRY. Relevem também outras falhas que se contêm no texto. No mais, hoje, 06/08/11, não se esqueçam do lançamento da primeira bomba atômica no Japão. "POR QUEM TERIAM DOBRADO OS SINOS?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

`oes da infância. Par

Com 18 anos, final da guerra de 1914, EXUPÉRY, em Paris, frequenta por 15 meses a Escola de Belas Artes. De 1921 a 1923 submete-se ao serviço militar na aviação, época de uma vida gregária, de disciplina estúpida que ele execrou. Por isso procurou seu próprio caminho até 1926: empregou-se em usinas, foi representante na venda de caminhões, período amargo, durante o qual se entregou a meditar sobre a vida, a escrever, a revoltar-se, a elaborar sua concepção, senão do mundo, pelo menos da vida, antes de descobrir sua vocação pelo contato com Didier Daurat, diretor na Companhia de Empresas Aeronáuticas Latécoere. Foi por essa época que, dizem, ele perdeu a fé. Para alguns essa perda se deu sem sofrimentos, sem traumas, do mesmo modo como se perdem as ilusões da infãncia. Outros, porém, procuram senão razões pelo menos ocasiões que a foram minando. Aos 17 anos a morte do irmão mais moço causou-lhe profunda revolta, pois perdera o companheiro de jogos e de pensão. A frequência à casa da prima Lestrange o pôs em contato com diversas personalidades literárias da época: André Gide, entre outros, de quem teria herdado certa forma de libertinagem intelectual ou ceticismo. Citam-se também seus deslocamentos frequentes como aviador o que contribuiu para modificar as crenças de sua juventude. O Padre jesuíta Barjon, já citado, atribui como contributo ã perda de sua fé uma insuficiência de formação religiosa, com o catecismo como única bagagem, a insuficiência de certos exemplos que se diziam cristãos, quando não o eram, insuficiência em certos casos da pregação, como "Correio Sul" parece confirmar. Quem conheceu Exupéry observava que ele jamais proclamava sua falta de fé, mas sempre se referia à uma inquietação pela sua falta, a uma certa nostalia pela fé perdida. O que é certo é que Exupéry perdera a prática da religião cristã, o que lhe faltava era sobretudo o sentido da graça, graça que é veiculada pela observação dos sacramentos justamente criados para isto. PASCAL recomendava a quem se encontrasse em tal estado de espírito que, antes de tudo, se pusesse de joelhos (se confessasse). E no seu livro "HARLES DE FOUCAULD" René Bazin conta que, um dia, este seu biografado se chegou ao confessionário do Padre Huvelin, conceituado conselheiro e confessor em Paris, e, em pé, pediu-lhe o instruísse. O padre lhe disse: AJOELHE-SE! CONFESSE SUAS FALTAS A DEUS! Foucauld esclereceu-lhe que não fora ali para isso. AJOELHE-SE! CONFESSE!. Foucauld que desejava crer, sentindo que a paz era tudo que queria ajoelhou-se, confessou sua vida. Huvelin lhe perguntou se estava em jejum. Sim, estava.! ENTÃO VÁ COMUNGAR! Foucauld comungou, tendo sido esta muitos anos depois a sua segunda comunhão! Charles de Foucauld (1858/1916), sacerdote trapista, ordenado em 1901, viveu na Argélia entre os Tuaregues. Depois de morto, realizou-se seu desejo: a criação da comunidade dos PEQUENOS IRMÃOS DE JESUS. Assassinado em 1916, foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 2005.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"URUGUAI, A EDUCAÇÃO COMO EXEMPLO"

Impessionei-me bastante - e positivamente - domingo atrasado, assistindo pela televisão ao desenrolar do jogo de futebol entre as equipes do Paraguai e do Uruguai, quando conquistou a taça olímpica o time azul ou celeste. E poucos minutos atrás, lendo a Folha de São Paulo de hoje, 04/08/11, deparo-me no caderno C2 COTIDIANO com o artigo, sempre de meu agrado, do colunista PASQUALE CIPRO NETO, abordando o assunto que desde aquele jogo foi objeto de meus pensamentos e de minhas conversas sobre o jogo que consagrou a mocidade do Uruguai. Não farei uso de considerações próprias. Quero apenas transcrever o essencial do artigo "URUGUAI, A EDUCAÇÃO COMO EXEMPLO', parabenizando o seu autor pela oportunidade de sua publicação, excelência de seu conteúdo e pela elegância do estilo com que sempre envolve tudo que escreve e que não deixo de ler sempre. Com a vênia não pedida mas supostamente aceita, eis o que aqui transcrevo: "Um jogador de futebol tem de saber outras coisas além de futebol. Uma dessas coisas é a verdadeira noção de equipe. O resultado disto é visto no campo: o impressionante despojamento das estrelas em prol do grupo funciona como elemento verdadeiro educador. Como educador, sempre achei que, por ser muito popular e democrático, o FUTEBOL É ESPELHO. Quando se ouve ou se lê um "jornalista" exaltar certas idiotices e quando se constata que o resultado dessa exaltacão e da própria "malandragem" é pífio, vê-se que o CAMINHO a seguir parece ser outro...Felizmente, uma parte da nossa imprensa captou a MENSAGEM URUGUAIA". Parabéns ao "El MAESTRO" que me levou à minha cidade natal nas Minas Gerais, onde cursando o primário, na década de trinta, tive como professora a "SÁ MESTRA", nome com que por todos da pequena cidade era sempre apontada e respeitada e hoje alvo de nossa gratidão e saudades.

05/08/1954 = ATENTADO CONTRA LACERDA

Na noite de 05/08/1954, regressando de um comício no Colégio São José, onde estudara, na Tijuca, em companhia do major da Aeronáutica, Rubens Vaz, CARLOS FREDERICO DE WERNECK LACERDA (30/04/1914 - 21/05/1977) foi alvo de um atentado encomendado por áulicos do Palácio do Catete, diante de sua residência, na Rua Tonelleros, em Copacabana. No ataque, faleceu o Major Vaz. Ferido no pé, Lacerda, socorrido, recuperou-se em pouco tempo. Jornalista e político, Carlos Lacerda, filiado à União Demacrática Nacional (UDN), foi vereador no então Estado da Guanabara em 1945, Deputado Federal em 1947 e Governador do Estado em 1960. Liderando a oposição à candidatura de Getúlio Vargas a Presidente da República em 1950, fundou o jornal combativo "TRIBUNA DA IMPRENSA", em 1949, duelando com a 'ÚLTIMA HORA', de Samuel Wainer, que prestigiava a candidatura Vargas. Em 1965 lançou os alicerces da Editora "NOVA FRONTEIRA". Deixando o movimento comunista em 1939, acreditando que seria mais fácil derrubar uma ditdura militar do que uma ditadura comunista, tornou-se ardoroso opositor de Getúlio Vargas e dos movimentos trabalhista e comunista. O FREDERICO na composição de seu nome, originou-se do casamento das iniciais dos nomes de KARL MARX e de FRIEDRICH ENGELS. O atentdo contra Carlos Lacerda teve como consequência o suicídio do presidente da Repúbica, GETÚLIO VARGAS, no dia 25/08/1954, no PALÁCIO DO CATETE. Em 1955 Carlos Lacerda uniu-se aos militares e à direita da UDN para tentar impedir a eleição e posse de JUSCELINO KUBTSCHECK e seu VICE JOÃO GOULAR na presidência da República. Mais tarde, em 1966, durante a ditadura militar inaugurada em 1964, em enconto com Juscelino em Portugal, o fundador de Brasilia lhe declarou que o proibira de ir à Televisão durante seu governo na presidência, na certeza de que, não impedindo, o derrubaria do governo. CARLOS LACERDA foi um dos líderes civis do movimento golpista de 1964, quando governador do Estado da Guanabara. Sabe-se que, quando se cuidou da prorrogação do mandato de Castelo Branco, primeiro presidente da República do regime ditatorial, CARLOS LACERDA SE VOLTOU CONTRA ESTE REGIME IMPOSTO ao país com sua anuência e colaboração na época. Faleceu no dia 21 de maio de 1977.

EXUPÉRY PERDEU A FÉ DA INFÂNCIA?

A defesa contra as críticas desfavoráveis à religiosidade de Exupéry são extraídas quase sempre de suas obras, principalmente de "CIDADELA". Observe-se, antes de tudo, que ações tidas como de caridade, maxime quando praticadas por politiqueiros, não são obrigatoriamente prova da grandeza de uma alma. De Exupéry conhecemos melhor seu procedimento exterior por se tratar de uma glória nacional, de um Exupéry oficial, mas quase nada de sua vida íntima. Daí ele declarar que seu eu íntimo deve ser buscado não no cotidiano banal, superficial, de seu dia a dia, mas, sim, em seus escritos. Em carta a sua mãe, escreve: 'E difícil falar-se da nossa vida interior, devido a um certo pudor. Entretanto é a única coisa que tem valor para mim. O que escrevo é o resultado escrupuloso e refletido do que penso e creio". Esta justificativa assemelha-se bastante, "mutatis mutandis", ao que se contém no dito popular: "Não faça o que faço, faça o que digo!" Seja como for, o Padre Barjon que o conheceu na adolescência confessou que não se podia pressentir o "gênioo que depois se revelou, observando que" um abismo separa a aventura mais ou menos autobiográfica, revelada em "CORREIO DO SUL", do que se lê na "suma bíblica ou corâmica" de "CIDADELA". Não se esqueça de que a época da perda (ou eclipse?) da fé de Exupéry ocorreu no período compreendido entre a primeira e a segunda guerra mundial do século passado. Período esse tido por todos os historiadores como de grandes inquietações políticas, artistícas, sociais, religiosas, etc. No Brasil, a conversão de Jackson de Figueiredo, de Tristão de Athayde, etc. Com Exupéry a transformação ocorrida foi em sentido contrário: da prática do catolicismo ao seu esquecimento. E aqui vale lembrar também o caso de Thomas Merton, convertido, que se tornou monge durante a segunda guerra mundial. Exupéry, um ser formado no cristianismo, uma vez liberto da tutela de um lar piedoso, da tutela de colégios católicos, "quis refazer suas ideias religiosas através de buscas de pesquisas pessoais", na idade de 18 anos em diante, quando "perdeu" a fé. Pergunto: terminada a segunda guerra mundial (1939/1945) não passou o mundo, de novo, por transformações bastante mais radicais sob vários aspetos? Pense-se, por exemplo, no que se verificou na Igreja Católica com a defecção de centenas de seus membros tanto no seu clero religioso como no diocesano, reflexo indubitável da evolução do espírito humano nos diferentes campos das atividades, nos costumes sociais, na formação da infância, adolescência e juventude, paralelamente ao progresso contínuo da ciência, da indústria, etc. Resumindo: até o desfecho do dia 31/07/1945, Exupéry "procurou um Deus que ele já havia encontrado" (Clément Borgal). O Deus-Menino, encarnado em Jesus Cristo, enviado pelo Pai como Redentor de um mundo atingido não apenas nas asas, mas no seu todo, em pleno deslizar no espaço e mergulhado num mar de profunda melancolia. Ó feliz culpa, porém, do causador na Terra dos Homens de tamanha desgraça que teve como recuperador ou inventor do que se perdera o Filho de Deus encarnado! "O felix culpa quae talem ac tantum meruit habere Redemptorem! "

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SAINT-EXUPÉRY ERA CRISTÃO?

Sim. Foi batizado, fez a primeira comunhão e estudou com os irmãos maristas e com os padres jesuítas. Tópicos da uma carta de SAINT-EXUPÉRY, escrita à sua mãe em 1917, quando com 17 anos de idade: "Acabo de ler um pouco da Bíblia. Os mandamentos que tomam bem umas 25 páginas são 0bras Primas de legislação e bom senso. Por toda parte as leis da moral fulguram em sua utilidade e beleza. Já leu os Provérbios de Salomão? E o Cântico dos Cânticos? Que beleza! Há de tudo neste livro, é comum encontrar ali um pensamento muito mais profundo e mais verdadeiro do que o dos autores que usam esse gênero por requinte. Já leu o Eclesiastes?" Escreve Clément Borgal ( "Saint-Exupéry mystique sans la foi") , que ele perdeu a fé mais ou menos aos 18 anos". Esse mesmo autor observa que Exupéry jamais facilitou a alguém o conhecimento de seu verdadeiro pensamento religioso. Nunca a tal respeito fez alguma declaração convincente aos mais íntimos amigos, nem em sua correspondência em geral ou mesmo em suas cartas particulares. Dotado de legendária modéstia, no duplo sentido da palavra (pudor e humildade), diz Léon Weth, relatando seu derradeiro encontro com Exupéry, "nunca conversamos sobre a vida religiosa dele, pois ele não se fiava mais nas dificuldades de sua fé do que nas de seu coração" ( PIERRE MESNARD, La Derniere Philosophie de Saint-Exupéry). Como cristão era tido por um grupo de pessoas, por ser prendado de muita bondade, sempre se esforçando para ajudar os mais próximos de si nas dificuldades. Sacerdotes citavam-no nos sermões, movimentos de jovens propunham-no como exemplo a seus adeptos. Outras pessoas, porém, confessavam que exercia verdadeira tirania sobre os que amava, sobretudo no relacionamento com a sua mãe, através de sistemática exploração, inspirada pelo mais total egoísmo, como, parece-me, se percebe em sua correspondência epistolar à sua genitora. Ficam para o próximo blogue as sentenças expostas por Exupéry em resposta, consentida ou não, às precedentes observações sobre o pensamento religioso de Exupéry, fundamentando-me em Clément Borgal sobretudo.