quarta-feira, 27 de março de 2013

VIA -SACRA DA FRATERNIDADE MG 1986

12a.  ESTAÇÃO:  JESUS  MORRE  NA  CRUZ.  Mais ou menos ao meio-dia, o sol parou de brilhar e a escuridão cobriu tudo até às três horas da tarde.  A cortina do templo se rasgou em dois pedaços. Aí Jesus gritou bem alto: "Pai,  nas tuas mãos  entrego o meu espírito! "Depois de dizer isto, ele morreu! ULTIMAMENTE centenas de lavradores, sindicalistas, advogados, irmãos ou padres inocentes foram assassinados no BRASIL, porque, à imagem de Cristo, defendiam a causa dos POBRES.  Canto: Meu Jesus, por mim morrestes, por meus crimes padecestes. Oh! que grande é minha dor! (bis). Pela VIRGEM dolorosa, Vossa Mãe tão piedosa, Perdoai-me, meu Jesus (bis).

13a. ESTAÇÃO:  A  DESCIDA   DA   CRUZ.  Depois disso, JOSÉ, que era da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus.  Tirou o corpo da cruz.  E a tradição nos diz que MARIA, sua mãe, estava lá recebendo-o nos braços.  HOJE, como MARIA, as mulheres recebem muitos sofrimentos. Trezentas mil mães, a cada ano, recebem nos braços a criança morta por falta de condições de viver  nesta sociedade de ganância.  Milhões estão olhando os filhos que não crescem normalmente por causa da FOME, do MAL  ATENDIMENTO do INPS, da falta de ESCOLA!  CANTO: Do madeiro vos tiraram E à Mãe vos entregaram Com que dor e compaixão (bis). Pela VIRGEM dolorosa Vossa Mãe tão piedosa Perdoai-me, meu Jesus (bis).

15a. ESTAÇÃO:  A  RESSURREIÇÃO:  No domingo bem cedo as mulheres foram ao túmulo. Viram que a pedra tinha sido tirada; entraram e não acharam o corpo do Senhor Jesus. Então se lembraram que o Senhor tinha prometido ressuscitar no terceiro dia. E foram contar tudo isto aos apóstolos.  AS  MULHERES  DO  EVANGELHO nos dizem que a miséria, a opressão, a injustiça e todas as mortes vão sr vencidas: o CRISTO  vive  no  meio  de  nós. Vivemos essa ressurreição quando participamos da missa, e também quando lutamos por uma nova sociedade!.  CANTO:   EU VIM  PARA  QUE  TODOS  TENHAM  VIDA!  QUE  TODOS TENHAM  VIDA,  QUE   TODOS  TENHAM   VIDA   PLENAMENTE!

CATÓLICOS VERSUS NÃO CATÓLICOS

Nunca me cansarei de recordar as lições do bom PAPA  JOÃO  na sua "Pacem in Terris".  Leia no título "Relações  entre  católicos  e  não católicos  no  campo  econômico-social-político", 158:  "Não se deverá jamais confundir o erro com a pessoa que erra, embora se trate de erro ou indequado conhecimento em matéria religiosa ou moral.  A pessoa que erra não deixa de ser uma pessoa, nem perde nunca a dignidade do ser humano, e portanto sempre merece estima. Ademais, nunca se extingue na pessoa a capacidade natural de abandonar o erro e abrir-se ao conhecimento da verdade.  Nem lhe faltam nunca neste intuito os auxílios da Divina Providência. Quem, num certo momento de sua vida,  se encontre privado da luz da fé ou tenha aderido a opiniões errôneas, pode, depois de iluminado pela divina luz, abraçar a verdade.   Os encontros em vários setores de ordem temporal entre católicos e pessoas que não têm fé em Cristo, ou têm-na de modo errôneo, podem ser para estas ocasião ou estímulo para chegarem à verdade. 159 = Além disso, cumpre não identificar falsas ideias filosóficas sobre a natureza, a origem e o fim do universo e do homem com movimentos históricos de finalidade econômica, social, cultural ou política, embora tais movimentos encontrem nessas ideias filosóficas a sua origem e inspiração. A doutrina, uma vez formulada, é aquilo que é,  mas um movimento, mergulhado como está em situações históricas em contínuo devir não pode deixar de lhes sofrer o influxo e, portanto, é susceptível de alterações profundas. De resto, quem ousará negar que nesses movimentos, na medida em que concordam com as normas da reta razão e interpretam as justas aspirações humanas, não possa haver elementos positivos dignos de aprovação!".

CATOLICISMO CULTURAL

Uma pesquisa feita pelo DATAFOLHA parece consolidar (na opinião da FOLHA, 27/03/13) a impressão de que os católicos brasileiros apresentam na prática uma discordância entre o que a Igreja ensina e o que seus membros pensam ou não aceitam.  Daí concluirem que no país  "católicos são os mais liberais entre  religiosos". Aliás, não seremos nós o único país a dividir os membros da Igreja Católica em "praticantes" e "não praticantes"? A pesquisa, para justificar sua opinião,  esclarece que entre os membros das igrejas cristãs,  41% dos católicos aceitam a chamada "união homossexual", número este que só não é maior  que o registrado entre os espíritas (64%) e os adeptos da umbanda (53%). Curioso ainda é o resultado obtido na pesquisa, quando se quer saber a opinião dos católicos no tocante à possibilidade de as mulheres poderem exercer o múnus sacerdotal (celebrar missa, confessar, etc.); são favoráveis 64% dos católicos, quando os evangélicos pentecostais são apenas 56% e os  não pentecostais 58%. Na pesquisa chamou-me bastante a atenção a observação  que transcrevo: "Um primeiro aspecto importante provavelmente é o simples gigantismo da Igreja Católica no Brasil. O "catolicismo cultural", O  HÁBITO  DE  BATIZAR  OS  FILHOS  E  IR  À  IGREJA  APENAS  PARA  CASAMENTOS  E  FUNERAIS,  ainda é uma força considerável, embora esse tipo  de católico  esteja virando evangélico ou  "SEM  RELIGIÃO" com frequência  cada  vez  maior!" Como  fazer frente ao crescimento no Brasil desse "CATOLICISMO  CULTURAL"? Assunto, preocupação, objeto da primeira ou das primeiras mensagens dirigidas às paróquias de sua diocese pelo bispo negro de Mariana, DOM  SILVERIO,  substituto de DOM ANTONIO VIÇOSO, no fim do século XIX. Num dos próximos blogues voltaremos ao assunto.

terça-feira, 26 de março de 2013

CORAL DOS COSSACOS DE KUBAN

CELEBROU-SE, nos anos  2011 e 2012 na RÚSSIA  o bicentenário do CORAL DOS  COSSACOS  DE  KUBAN,  tradicional intérprete das canções e danças folclóricas russas.  Adquiriu o nome KUBAN por ter surgido  na região perto do Rio Kuban,  no Mar Negro, sul da Rússia.  Os COSSACOS eram pessoas que se distinguiam pela coragem, bravura, força e capacidades militares, sobretudo na cavalaria. Eram grupos de pessoas, de camponeses fugitivos que escaparam do controle dos senhores feudais polacos e moscovitas. Foram de grande valia ao governo imperial  para conter desordens nas agitações de trabalhadores e camponeses, sobretudo nos anos  de 1905/1906. Com o advento da revolução russa de 1917, parte aderiu ao exército vermelho, outra parte ficou do lado do exército branco,  que defendia o poder do imperador. Foi a partir deste momento que, certamente perseguidos, muitos cossacos se dispersaram pelo mundo afora, chegando até aos grotões das Minas Gerais.  Adolescente,  um grupo deles, uns cinco ou pouco mais,  surgiu em minha cidade natal, BONFIM, MG.  Era o ano de 1940. Minha memória gravou nitidamente a presença deles, não apenas na pensão onde se hospedaram, dirigida por meus pais, mas sobretudo pelo  deslumbramento dos instrumentos musicais donde extraiam peças de tons bastante originais no pequeno salão onde se apresentaram ao público. Este salão ainda está de pé, depois de ter sido fábrica de manteiga, de doce de leite, de queijos e sei lá de que mais. Pra mim bastou tornar-se e ser até hoje a primeira das duas recordações que deles conservo indelevelmente. A segunda adveio da estrada ou rodovia que na época ligava São Paulo a Belo Horizonte.  Na manhã de um domingo, quando os moradores da roça afluiam à cidade para a missa  das dez,  reuniram-nos no trecho da estrada que fazia uma curva a uns  50 metros depois da casa do Jacinto Silva, oficial de justiça. Os valentes guerreiros extasiaram a garotada, e claro os marmanjos também, exibindo seus dotes,  montando  cavalos a galope, permitindo-lhes  apanhar com a boca lenços brancos colocados no solo feito de cascalhos. O espetáculo era um daqueles que a segunda guerra mundial por duas vezes nos ofertou gratuitamente, usando ruas e praças públicas para propaganda comercial: a BAYER, e com filmes rodados sobre carro apropriado. Ellen Barry escreveu de Stravopol, Rússia (FOLHA DE SÃO PAULO 3, 25/03/13) o seguinte: "Em frente à sede municipal da Polícia,  um padre com chapeu de veludo roxo e estola dourada ia de homem a homem oferecendo uma cruz para ser beijada e encharcando os rostos deles com água benta. Assim começou uma noite de patrulha policial para os cossacos" que ainda hoje exercem importante papel social na Rússia de Putin.

sexta-feira, 22 de março de 2013

FRANCISCO E GUSTAVO CORÇÃO

O papa FRANCISCO, apenas empossado, recomendou não nos deixarmos levar pelo pessimismo.  GUSTAVO  CORÇÃO no capítulo quase final do livro DOIS  AMORES  DUAS  CIDADES, escreveu:  "Há um conteúdo de esperança no próprio fato de estarmos hoje vivendo um processo de inventário e de liquidação geral dos valores do mundo liberal,   esperança logo acompanhada de temor quando nos lembramos dos equívocos que se praticaram onde ninguém razoavelmente podia imaginar que fossem praticados. Temos a pungente impressão de uma imensa oportunidade posta fora; mas a luta continua, continua o mundo seu sinuoso caminho, continua a Igreja  seu misterioso crescimento, e continua o "vampiro" (segundo comparação de Santo Agostinho)  seu voo ao lado do mundo e da Igreja. Encerremos este capítulo com a afirmação que está nas  primeiras palavras dirigidas ao leitor,  e tomadas de Santo Agostinho.  O mundo que está para nascer,  e que todos queremos menos egoista e mais humano,  depende do amor que tivermos e que soubemos projetar no firmamento cultural que espera novas figuras zodiacais.  Os materialistas que não acreditam em virtudes morais e na sua fecundidade só creem  no benefício que vem de fora, das estruturas,  como tanto se diz hoje,  no mundo que ainda se apega aos valores e ideais do Homem-Exterior.   Para esses o mundo melhor depende exclusivamente dessas vigas e colunas do edifício social em que habitamos.  Nós, ao contrário,  em tempo e contratempo,  continuamos a crer na fecundidade e na eficácia do amor, e continuamos a crer que a forma do mundo futuro está dentro de nós germinando na obscuridade dos mais intimos segredos e das mais profundas opções. É aí onde se processa o primeiro dos diálogos entre o homem e Deus, e entre o Homem e sua própria alma. É aí que nascem as civilizações. Acabamos de analisar a Civilização Ocidental Moderna com esse critério, o mesmo com que serão examinadas todas as civilizações  no entardecer da história, e nós mesmos no ocas de nossa vida.  "A la tarde te examinarán en elAmor".

SER CRISTÃO É SOBRETUDO AMAR A NATUREZA

No capítulo 2 do Gênesis está escrIto que quando Deus fez a terra e o céu, nenhum arbusto dos campos havia  sobre a terra e nenhuma erva tinha ainda crescido, porque Deus não tinha feito CHOVER  sobre a terra e não havia HOMEM para cultivar o solo. E de repente um MANANCIAL subiu da terra e regou toda a superfície do solo. Então Deus modelou o HOMEM com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o HOMEM se tornou um SER VIVENTE,  CRIANDO  O HOMEM E A MULHER À SUA IMAGEM E SEMELHANCA. E por fim lhes disse: Sede fecundos, enchei a terra, submetei-a, cultivai-a e guardai-a. E houve uma tarde e  uma manhã,  sexto dia!  E Deus descansou!" Quem  foi batizado, recebendo a semente da fé no coração, e conservando-a e desenvolvendo-a e professando-a na vida,  tem o nome de CRISTÃO. Cristão, pois, é quem vive da FÉ. Quem foi criado à imagem de Deus. Quem recebeu de Deus a ordem de cultivar, de guardar a natureza, para continuar a ser um vivente e ademais uma pessoa cristã e católica. Sendo nós, portanto, SERES VIVENTES, e além de viventes PESSOAS, isto é, seres racionais, dotados de razão e de liberdade, e CRISTÃOS PELO BATISMO e, no último degrau da escada,  CATÓLICOS, perguntemo-nos: "NÓS  AMAMOS A NATUREZA?  AMAMOS  A  ÁGUA?  TEMOS O HÁBITO DE USAR BEM DELA,  sabendo que se torna cada dia mais escassa?  Pensemos no futuro sombrio que nos ronda por nos esquecermos de pensar nas gerações futuras: nossos filhos, netos, bisnetos, parentes, amigos, irmãos na FÉ, na humanidade toda que aí está e que continuará a habitar a terra! Sentimos na consciência cristã a necessidade de a economizar?   E há  uma infinidade de meios fáceis até de o fazer!  Basta pôr a funcionar a nossa criatividade! O  DIA  DA  ÁGUA   como o DIA DAS MÃES  como o DIA  DOS  PAPAIS  deveria ter 365 dias em cada ano e 366 nos anos bisextos!   Se cada um de nós abrirmos a torneira o suficiente para nossos usos, imaginemos se todos assim agíssimos,  quanto de água seria economizada! E como nosso crédito cresceria no livro de nossa  vida,  que silencioso exemplo de fé amorosa na natureza paternalmente criada por Deus e de SOLIDARIEDADE  CRISTÃ  E  CATÓLICA  em  favor  de  nossos irmãos humanos! Minha netinha de 3 anos, ao recebermo-la há pouco saindo do Colégio Miraflores, trazendo na mão uma folha de árvore feita de papelão com o desenho uma gota dágua, foi logo exclamando: "Hoje é o DIA DA ÁGUA"!

quinta-feira, 21 de março de 2013

23/04/2013 = 50 anos da PACEM IN TERRIS

O papa JOÃO  XXIII,  diante do perigo de nova guerra nuclear,  publicou em 23/04/1963, a enciclica  PACEM  IN  TERRIS.  Direcionada não só aos Católicos mas a todas as pessoas de boa vontade, sobre a PAZ de todos os Povos na base da Verdade, Justiça, Caridade e Liberdade. Documento,  bastante esquecido,  do Papa que abriu as janelas da Igreja, com a convocação do CONCÍLIO  VATICANO  SEGUNDO,  para um sadio arejamento  na Igreja Católica.  PARTE  I =    DIREITOS E DEVERES DA PESSOA.  Há de vigorar na sociedade humana a ORDEM, de natureza espiritual, baseada  na Verdade, Justiça, Caridade e Liberdade.  PARTE  II  =   RELAÇÕES  ENTRE  OS SERES  HUMANOS  E OS  PODERES  PÚBLICOS  NO  INTERIOR  DAS  NAÇÕES.  NOTA: Necessidade e origem divina da autoridade, desde que legítima e não contrária à lei de Deus.  PARTE  III  =  RELAÇÕES  ENTRE  AS  COMUNIDADES  POLÍTICAS. PROBLEMAS DAS MINORIAS, DOS REFUGIADOS POLÍTICOS, DO DESARMAMENTO,  DOS   POVOS   SUBDESENVOLVIDOS.   PARTE  IV  =  RELAÇÕES DOS INDIVÍDUOS  e  das  Comunidades Políticas  com  a  COMUNIDADE  MUNDIAL.   PARTE  V   =  Diretrizes Pastorais  recommendando  a PARTICIPAÇÃO de  todos os Cidadãos  na vida pública. NOTA: Trata-e de um monumento precioso de doutrina social dirigido a todos os homens, diante do momento então reinante em que se fazia necessária  a SOLIDARIEDADE  de todos. TRISTÃO  de ATHAYDE  analisou-lhe todo o conteúdo em dois volumes cuja leitura recomendo a todo católico, a todo político que se preza.   PACEM IN TERRIS  constitui um código, um manual imprescindível de cidadania.

PACEM IN TERRIS

Complementando o sub-título "PROGRAMA GRADUAL", a citada encíclica do papa JOÃO XXIII (23/04/1963): "160.  Não faltam almas dotadas de particular generosidade que, ao enfrentar situações pouco ou nada conformes com as exigências da justiça, se sentem arder  no desejo de TUDO  RENOVAR, deixando-se arrebatar por ímpeto tal  que até parecem protender para uma espécie de revolução.  161. Lembrem-se, porém,  de que, por necessidade vital, tudo cresce gradualmente. Também nas instituições humanas nada se pode renovar, senão agindo-se de dentro, passo a passo.  Já nosso predecessor PIO XII o roclamava com estas palavras: "Não é na revolução que reside a salvação e a justiça mas sim  na evolução bem orientada.  A violência só e sempre destroi, nada constroi.  Só excita paixões, nunca as aplaca.  Só aumenta o ódio e ruínas e não a fraternidade e a reconciliação.  A revolução sempre  precipitou homens e partidos na dura ecessidade de terem que reconstruir lentamente,  após dolorosos transes, por sobre os escombros da discórdia.   102.  A todos os homens de boa vontade incumbe a imensa tarefa de restaurar as relações de convivência humana,  na base da verdade, da justiça, do amor, da liberdade: as relações das pessoas entre si, as relações das pessoas  com as respetivas comunidades políticas, e as dessas comunidades entre si, bem como  o relacionamento de pessoas, famílias, organismos intermédios e comunidades políticas, com a comunidade  mundial. Tarefa nobilíssima qual a de realizar a verdadeira paz, segundo a ordem estabelecida por Deus".

MODERNISMO NA IGREJA CATÓLICA

Neste momento de predomínio na mídia da entronização ao trono papal de FRANCISCO,  considerações muito oportunas têm vindo à luz, destacando-se, a meu ver, a de MARCELO COELHO, na FOLHA de 20/03/13, A12 ilustrada", "DA ARCA DE NOÉ  AO  PAPAMÓVEL" onde saliento as seguintes  passagens: "No começo do século 20, existiam teólogos que buscavam relativizar alguns pontos mais antiquados do ensinamento bíblico. Não sendo especialista nesses assuntos,  não sei como atualmente a IGREJA  CATÓLICA  reage ao "MODERNISMO " teológico. Ela não enfatiza, entretanto, a ferro e fogo, afirmações as mais estranhas do ANTIGO TESTAMENTO.  Nem  por  isso  o  catolicismo  perdeu  sua  IDENTIDADE. O pensamento  CONSERVADOR  resiste a mudanças e reformas. Sua bandeira mais recente em TERMOS  RELIGIOSOS é o termo IDENTIDADE. O  CATOLICISMO   tem de preservar suas posições, caso contrário perderá sua IDENTIDADE. Comentando o último conclave,  LUIZ FELIPE  PONDÉ  elogiu o cardeal FRANCISCO Bergoglio por ter combatido a "CONTAMINAÇÃO  MARXISTA" na Igreja". A propósito, é bom recordar trechos bastante revolucionários  da encíclica  "PACEM IN TERRIS", do papa JOÃO XXIII (11/04/1963) onde, por exemplo, se lê no subtítulo  "PROGRESSO GRADUAL", número 159, o seguinte:  "PODE  POR  CONSEGUINTE ACONTECER QUE ENCONTROS DE ORDEM PRÁTICA, CONSIDERADOS ATÉ AGORA INÚTEIS PARA AMBOS OS LADOS, sejam hoje, ou possam vir a ser amanhã,  verdadeiramente FRUTUOSOS. Decidir se já chegou tal momento ou não, e estabelecer em que modos e graus se hão de empregar esforços na demanda de objetivos econômicos, sociais, culturais, políticos que se revelem desejáveis e úteis para o BEM COMUM, são problemas que só pode  resol a virtude da prudência, moderadora de todas as virtudes que regem a vida individual e social, etc." Muito provavelmente o cardeal BERGOGLIO, combatendo a "contaminação marxista"  fez referências  às passagen citadas acima da "PACEM IN TERRIS".  ESTA ENCÍCLICA,  velha de exatos 50 anos, constitui uma das mais notáveis revelações a serem levadas em consideração (em alguns casos  "mutatis mutandis), quando o assunto  girar em torno da IDENTIDADE DA igreja  católica face à bandeira que se ergue em favor de modernidades nessa instituição divina.

quarta-feira, 20 de março de 2013

ATÉ A RÚSSIA PROIBE AGORA O FUMO

  Já desde 2008 fazendo parte da Organização Mundial da Saúde,  a RÚSSIA introduziu  a proibição de fumar, a partir de 01/06/13, em locais públicos (hospitais, meios de transporte e instalações de órgãos estatais. Só se poderá fumar a uma distância de pelo menos 15 m. de estações  de metrô, de trem  e de aeroportos. Os moradores de prédios só poderão fazê-lo em área equipada com ventilação adequada. O segundo pacote de medidas entrará em vigor em 01/06/14, quando não será mais permitido fumar em hoteis, restaurantes, cafés e bares, trens de passageiros, embarcações de longa distância e respectivas plataformas. Os infratores serão  multados em  até  30 mil rublos (cerca de 2.000 reais). Novos filmes infantis e desenhos animados não poderão apresentar personagens fumando e os herois de filmes  adultos só poderão aparecer segurando um cigarro se tal detalhe  fizer fizer parte integrante da intenção artística.  De acordo com as práticas internacionais, tais medidas isoladas podem reduzir em 15% os casos de ataques cardíacos.  A experiência internacional comprova que uma menor exposição  a tais produtos também diminui em 10% a 15% o tabagismo entre os adolescentes. De acordo com uma pesquisa do Centro Levada, cerca de 70% dos russos dizem  não ser a favor da proibição.  Aléem disso, acredita-se que os funcionários de trens de longas distâncias, que podem levar dias para chegar ao destino, farão vista grossa para os fumantes (FOLHA DE SÃO PAULO, Inform Comercial, EM FOCO).

segunda-feira, 18 de março de 2013

NO DIA DA POSSE DE FRANCISCO

"Nossa vocação é percorrer não somente uma paróquia ou uma diocese, mas toda a terra, abrasando os coraões  dos homens, como fez o Filho de Deus que diz: "Vim trazer o fogo à terra, e que quero eu senão que se abrase?" Queria ver os seus filhos impelidos pelo amor do próximo, desejando ir até ao fim do mundo. "Sereis  edificados sabendo que há entre nós anciãos enfermos,  desejosos de serem enviados à Índia. Donde lhes vem tal desejo e tal coragem?  Da liberdade do coração; estão dispostos a ir para onde Deus for servido mandá-los,  nada nos prende aqui,  senão a vontade de Deus".  Até onde devemos levar a caridade? Até ao sacrifício completo de tudo. "Devemos amar a Deus, afirma o ardente Pai dos Pobres, à custa de nossos braços e ao suor de nosssos rostos. Devemos ajudar o próximo com risco de nossos bens e de nossa vida.  Quão felizes seremos se  nos tornármos pobres  por ter exercido a caridade a bem dos outros! Sim; se Deus permitisse  que fôssemos reduzidos à necessidade de mendigar o pão de cada dia ou de nos deitar junto a um muro, esfarrapados e tranzidos de frio, e alguém perguntasse  a cada um:  Pobre padre da Missão, quem te reduziu a este estado?  Que felicidade, meus padres,  podermos responder: Foi a Caridade! Como seríamos estimados diante de Deus e dos homens!" Assim se expandia a alma de São Vicente, deixando escapar, em frases candentes,  a sua santidade,  condensada durante oitenta anos. A sua alma, prestes a sair do corpo,  parecia mais iluminada e irradiava luz santificadora sobre os seus discípulos. Estes o rodeavam , ávidos de não perder uma só palavra e nenhum dos gestos do santo fundador, semelhante aos discípulos de Emaús, quando Jesus ressuscitado lhes arrebatava os corações ( "São Vicente de Paulo", padre Jerônimo Pedreira de Castro, C.M. p. 389/390).

A IGREJA ESTÁ CAINDO? SIM ou NÃO?

 O nosso imortal,  CARLOS HEITOR CONY,  não perde ocasião de nos pregar uma peça. Costuma lembrar-me o conteúdo do trecho de um  autor latino: "Parturient montes; nascetur  ridiculus mus!"A Montanha em trabalho de parto pariu um ratinho! (Horácio, Arte Poética, v. 139):  Noutras palavras: "Pensamento de Horácio que se aplica a todas as coisas pomposamente anunciadas e que produzem, quando se realizam, grande decepção - Mais são as vozes que as nozes! - Grandes atoardas, tudo nada!" ("Frases e Curiosidades Latinas", Arthur Rezende, p.354-355). FOLHA DE SÃO PAULO,17/03/13: "A IGREJA ESTÁ CAINDO". O jovem FRANCISCO, escreve CONY,   pertencia a uma família nobre e rica de Assis, uma cidadezinha da Úmbria, paraíso verde da Itália. Não dava muita bola para a sua classe, gostava de passarinhos, de flores, chamava o Sol de "Irmão Sol" e a Lua de "Irmã Lua". Era poeta e místico, gostava de rezar. E CONY  conta então que São Francisco um dia, estando rezando numa capela perto de sua casa, ouviu o Senhor dizer-lhe: "Francisco, a igreja está caindo".  O santo pulou fora e aguardou. Nada tendo ocorrido, Jesus lhe disse  que a sua  Igreja é que estava em perigo, passando por uma crise sem  precedentes, sendo necessário que alguém a fizesse voltar a encontrar seus valores essenciais de amor,  humildade e pobreza e só Francisco seria capaz de realizar tal proeza. O santo criou então a Ordem dos Frades Menores. Não querendo ordenar-se padre, apelou  pela  ajuda do amigo Antônio, um português que de pregador dos peixes se tornou doutor da Igreja. E São Francisco continuou a ser o que sempre foi", um irmão" do Sol e da Lua. Mas nunca tinha existido um papa que tivesse dado a si mesmo o nome de Francisco. O recado que o último conclave recebeu  foi bastante claro: a Igreja está precisando de alguém  para consertar as coisas!"

sexta-feira, 15 de março de 2013

PAPA FRANCISCO E SÃO VICENTE DE PAULO

Depois de ler a análise do estilo de FRANCISCO , feita por JEAN-MARIE GUÉNON, vieram-me duas páginas, há pouco encontradas no livro "OBRAS COMPLETAS SÃO VICENTE DE PAULO", tomo I (1607-1639), Editora Lutador, Belo Horizonte, 2012. PREFÁCIO, pg. XLII: "A publicação desta primorosa edição das OPERA OMNIA de São Vicente de Paulo - a primeira em língua portuguesa - constitui um marco histórico de altíssimo significado para a Família Vicentina no Brasil. É como se, doravante, pudéssemos escutar Vicente de Paulo em nossa própria língua, exortando-nos a prosseguir na busca da santidade, confirmando-nos na missão junto aos pobres e encorajando-nos diante dos apelos daquela caridade inexaurível que dilatou o seu coração na proporção do coração de seu Mestre e Senhor. Certa vez um dos mais eminentes descípulos de Monsieur Vincent, o bispo Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), assim se expressou: "Quando, atentos, o ouvíamos falar, sentíamos que se realizava nele aquela frase do apóstolo Paulo: se alguém fala, que suas palavras sejam como palavras de Deus" E o mesmo Bossuet não hesitava em dizer aos Missionários: "Quão felizes sois por poderdes ver e escutar todos os dias um homem tão cheio do amor de Deus!" Partilharemos também nós da felicidade daqueles operários da primeira hora, que nos precederam na vinha do Senhor, se soubermos escutar, com atenção e assiduidade, as palavras do homem magnânimo que agora nos fala, perscrutando a voz do Espírito que o conduziu e que ainda hoje continua nos impelindo "a amar o que São Vicente amou e a praticar o que ele praticou". PREFÁCIO, PG. XXIV: OS 13 VOLUMRES de correspondência, colóquios e documentos que Pierre Coste publicou de 1920 a 1925 não representam mais do que uma pequena parcela da obra epistolar e oratória de SÃO VICENTE DE PAULO (...) Ele não é o escritor, o artista que se encanta com sua arte, polindo suas palavras e equilibrando seus períodos, mas sua pena é viva, primorosa, irônica às vezes, sempre de bom gosto e jamais banal (...) Não tinha outro objetivo a não ser dispor, na medida do possível, seus interlocutores a se entregarem a Deus. Esse objetivo sobrenatural pribia-lhe ligar a prática oratória ou epistolar à didática humana. Importava-lhe, antes de tudo, substituir as prudências humanas pelo espírito de Jesus, assegurar a relacão com Deus, agir num espírito de amor e de fundamental dependência. Esses princípios que dirigiam seu pensamento dotavam seu estilo de uma atitude original"(DODIN, André. Saint Vincent de Paul: textes et études. Paris: Aubier, 1949,p.35-36). Parece-me que o Papa Francisco e o Pai da Caridade bebem, falando ou escrevendo, da mesma fonte!

FRANCISCO RISCA UM FÓSFORO NA CAPELA SISTINA

A seguir o artigo de JEAN-MERIE GUÉNON, do Le Figaro, publicado ontem: "Há uma surpresa nos gestos e nas palavras do novo Papa FRANCISCO. SUA PRIMEIRA HOMILIA - IMPROVIZADA - NA CAPELA SISTINA, tem algo de uma chama. Ou mesmo do fogo. Nunca um papa - mesmo João Paulo II - ousou falar tão duramente em público. Bento XVI teve esse tipo de discurso, sexta-feira santa, mas foi exatamente antes de sua eleição. O que impõe já um estilo radicalmente novo que convence . Também uma grande liberdade interior. FRANCISCO dispensou o texto que lhe apresentaram. Atirou-se de improviso numa homilia de 7 minutos que deixou mudos os cardeais - como crianças diante de seu diretor espiritual. Porque é a grande tradição jesuítica que o encarna. A dos religiosos ao mesmo tempo motivada intelectualmente mas apaixonada pelo Cristo, isto é, um falar vivo em profundidade com o Senhor, como ele disse, centro e fonte de sua vida mas de que se está animado como de um fogo. Esta homilia radical nada teve de integrismo mas agradaria aos meios tradicionalistas. Esta homilia desarrumada nada teve dos progressistas, mas vai provocar os meios de esquerda. Esta homilia é essencialmnete católica. De cara comportamentos pesados da máquina vaticana e certas derivações clericais. Lança uma sorte de "eu acuso"a testemunhas de Cristo de que não mais o são. E leva seu pontificado a um exame de consciência que questiona a todos. Não se pode enganar, pois, sobre a identidade desse jesuíta transformado em papa. Não é uma vitória da esquerda da Igreja à sua direita. É o sucesso de um religioso, bispo e cardeal que vive o evangelho, mas animado de sua fé, profunda e católica, que o torna inclassificável."Podemos caminhar quanto quisermos, nós podemos edificar muita coisa, mas se não confessarmos Jesus Cristo faltará algo, seremos apenas uma piedosa ONG, não a Igreja, esposa de Cristo. Que acontece se não se edificar sobre a pedra? Acontece o que acontece com as crianças na praia, quando constroem castelos de areia, tudo se esboroa, sem consistência. Quando não confessamos Jesus Cristo, vem-me a frase de Bloy: "quem não invoca o Senhor, invoca o demônio; quem não confessa Jesus Cristo confessa a mundanidade do demônio". Quando caminhamos sem a cruz, construimos sem a cruz, quando confessamos Jesus Cristo sem a cruz, não sommos discípulos do Senor, somos mundanos, bispos, padres, cardeais, papa, tudo, menos discípulos do Senhor. Desejamos que após esses dias de graças tenham a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a cruz do senhor, e edificar a Igreja no sangue do Cristo derramado na cruz, o Cristo crucificado. Assim a Igreja pode caminhar".

IMPORTANTE CARTA DE ALCEU AMOROSO LIMA

Durante o pontificado de JOÃO XXIII ALCEU AMOROSO LIMA contentou-se em assistir à agonia lenta do movimento da ACÃO CATÓLICA no Brasil. Verdade é que em carta de 10/05/1963 Tristão escreve que "uma mensagem dos bispos, que podia ter sido, como foi intenção de dom Hélder e dom Padim (nomeado pelo papa em 1962 bispo-auxiliar do Rio, exercendo a função de assistente nacional da Acão Católica Brasileira) uma retomada de contato entre os bispos e o povo, veio a ser um novo motivo de escândalo para os que ainda lêem tais documentos e esperam alguma coisa da ação oficial da Igreja no Brasil, e um novo motivo de absoluta indiferença para a enorme maioria dos católicos... Assim como mataram a AC e, com isso, a ação dos LEIGOS que dom LEME quis lançar, agora matam a ação dos BISPOS que promovem ultimamente a ação dos leigos, como se fizera no tempo de dom Leme. Agora, nem uma coisa nem outra. Tudo voltará à mais estrita rotina. Dirá você (Tristão está escrevendo à filha freira): "Papai, você está amargo, você não costuma ser assim!". Você não vê logo que digo tudo isso para me LIBERTAR das minhas sucessivas decepções? Decepções!..." Prosseguindo eu na minha peregrinação através da "CARTAS DO PAI", CHAMA-ME A ATENÇÃO A CARTA DE 10/04/1963 EM QUE ALCEU escreve que o papa JOÃO XXIII assinou a nova ENCÍCLICA "PACEM IN TERRIS" QUE SE anuncia tão importante quanto a "MATER ET MAGISTRA". Estou ansioso por lê-la.E na carta seguinte, 11/04/1963, escrevia: "parece que em toda a encíclica não aparece uma só vez a palavra COMUNISMO. É um FATO DA MAIS ALTA SIGNIFICAÇÃO!. FALOU muitas vezes na FOME e nem uma vez em COMUNISMO o que mostra claramente SUA POSIÇÃO.É a FOME EM SENTIDO GENÉRICO QUE PROVOCA O COMUNISMO, e não este que gera aquela. Logo é mais premente para a paz do mundo curar as causas do comunismo do que clamar contra este, como fazem os LACERDAS de todos os matizes e os CARDEAIS REACIONÁRIOS". Aqui, feliz, me detenho. Tristão recuperou o trilho perdido! E ele voltou com toda a corda e agora MAIOR QUE nunca. Nesta época encontrava-me residindo no Rio. Sabendo que ALCEU comentava a PACEM IN TERRIS no Centro Dom Vital, pulei-me pra lá. Vi-o pela primeira vez e me realizei. Ao final, ao cumprimentá-lo, perguntou-me se era jornalista do Jornal do Brasil. Como prometi, sendo já eleito o nosso papa ARGENTINO - CÁ PRA NÓS: QUANTA ESPERANÇA DESPERTOU EM NÓS !!! - QUE FRANCISCO NOS ABENÇOE!

IMPORTANTE CARTA DE TRISTÃO DE ATHAYDE

Termino a transcrição da carta de ALCEU AMOROSO LIMA, de 22/02/1960, em que recorda com saudades dos tempos em que tantos serviços prestou à Arquidiocese do Rio. "Desde então começou a morrer A AÇÃO CATÓLICA... Morrer em mim, sobretudo, mas também morrer em si mesma, e foi sendo substituída por outras coisas que assegurassem mais a AUTORIDADE DO CLERO. Era uma reação clerical contra a exagerada intromissão dos LEIGOS NA VIDA DA IGREJA. DESDE ENTÃO SENTI O REGRESSO, A decadÊNCIA da AÇÃO CATÓLICA . Não quero exagerar. Tanto mais quanto poderão dizer, com alguma razão, que estou confundindo meu caso pessoal com o da própria Igreja. Reconheço isso. E por isto prefiro não pensar muito no assunto, deixando que o tempo e a experiência me iluminem. E sobretudo a graça. Mas não posso evitar a evidência. E esta é a AC como tal, como corpo organizado e autônomo, não militarizado e centralizado como uma polícia especial para prender os HEREGES..., e ao mesmo tempo como um fermento na massa, como uma nuvem de dedetização... Isso, esse recuo, essa desimportância, como diria o Mário de Andrade, do que de início pareceu ser um NOVO ESTATUTO do leigo, no próprio Código de Direito Canônico, tudo isso foi sumindo, sumindo, sumindo. E hoje só resta de tudo isso quase que apenas uma lembrança histórica, um momento ligado entre nós apenas à pessoa de Dom Leme. Com sua morte tudo começou a morrer no campo da AC e os bispos é que voltaram a agir diretamente, em geral em contato direto com o estado, com os governos, e o povo continuou ou voltou a ser de novo o REBANHO PASSIVO que comparece às procissões, às audiências e aos congressos, como às missas, apenas para ouvir, para receber, para constar.Quando penso nisso, sinto um verdadeiro frio na espinha. Será para isso que se falou tanto no "exército pacífico", na "mobilização do leigo" no " apostolado leigo" etc.? Será que realmente essa maioridade dos leigos ( o termo foi expressamente REJEITADO por PIO XII) era apenas um desejo e um mito de nossa imaginação de "cristãos novos"? Mas o fato é que hoje ninguém mais sabe quem é o presidente nacional da AC ou mesmo se este existe, e a própria AC está convertida em secretariados, em ambulatórios de serviços, em grupos perdidos, como outrora, como antes, cada qual cuidando do seu caminho e sem o menor espírito de comunidade. Tudo isso é profunfamente melancólico, mas longe de me desanimar me leva a crer que essa é a vontade de Deus e que a AC foi uma esperança EXCESSIVA E prematura e agora está na grande fase da GESTAÇÃO OBSCURA, do NISI GRANUM...Deo Gratias!Afinal, de onde veio tudo isto? Das janelas quebradas e despintadas da praça Quinze abandonada, vista da Cúria... A incúria vista da Cúria!... Morreu a AC. Viva a AC! Le roi est mort. Vive le roi!" (fim da carta).

quinta-feira, 14 de março de 2013

IMPORTANTE CARTA DE TRISTÀO DE ATHYDE

Conforme vimos no blogue do dia 13/03/13, ALCEU AMOROSO LIMA, então nos ESTADOS UNIDOS, em carta de 21/01/1959 confessara que sentira no anúncio pelo papa JOÃO XXIII do convocação de um CONCÍLIO ECUMÊNICO o "cheirinho" de "forças reacionárias" do Vaticano , na tentativa de manter na Igreja o "status quo" do tradicionalismo mórbido católico. Prosseguindo na leitura das cartas seguintes de ALCEU à sua filha, detive-me na que escrevera em 22/01/1960, esTando já de regresso ao Rio de Janeiro. Esta carta foi-me de capital importância pois finalmente eu encontrara a razÃo do afastamento do nosso TRISTÃO DE ATHAYDE da frente de todos os movimentos católicos que, desde a conversão em 1928, vinha liderando na arquidiocese do Rio de Janeiro, governada entÃo pelo cardeal Jaime de Barros Câmara. Na referida carta, ALCEU, ao buscar na Cúria do Rio os papeis para o casamento de um dos filhos, encontrou-se com monsenhor CARUSO que lhe disse: "Aposentei-me ontem (21/o1/1960); estou aqui há 42 anos!" (Pois fora nesse dia, há 42 anos, que o então noivo ALCEU fora cuidar com o monsenhor dos papeis do próprio casamento! Pois bem, nessa carta leio o que ansiosamente procurava e que a seguir ranscrevo): "Como tive naqueles momentos a sensação de tempo, da presença e do regresso do passado, do que fica (aquelas janelas da Praça Quinze tão iguais) e de tudo que passou: Wagner, Dom Leme, do que veio depois, Europa, Estados Unidos, o professorado, o próprio TRISTÃO (o mais outro eu), tanto ou mais eu mesmo que o primeiro de 1893... Tudo isso em pílulas e em alguns minutos, naquele mesmo sobrado dos fundos da catedral que tantas vezes pisei nos TEMPOS ÁUREOS da AÇÃO CATÓLICA que ali liturgicamente nasceu na catedral, lançada em 1934 por DOM LEME e que HOJE mudou tanto, está tão esfacelada em pequenos ógãos e serviços ativos, sem a mais leve sombra daquele espírito que nós quisemos imprimir naqueles tempos préhistóricos e que se podiam exprimir na IMPORTÂNCIA que dávamos (ou que julguei poder dar) ao termo PARTICIPAÇÃO. Logo no início, quando senti o choque da AÇÃO CATÓLICA e senti ou pensei sentir que ela ia ser uma NOVA ERA na vida de IGREJA - e foi isso que coincidiu com o 15/08/1928 (dia da conversào de ALCEU) e me fez realmente JOGAR TUDO na grande parada da CONVERSÃO - o emprego da palavra PARTICIPAÇÃO na definição inicial de PIO XI sobre AÇÃO CATÓLICA "PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS NA HIERARQUIA DA IGREJA" foi uma revelação para mim. E coincidiu com o outro choque da teoria do CORPO MÍSTICO em que vi que éramos parte do CORPO DE CRISTO e nào apenas espectadores ou adeptos. Foi para mim uma NOVA LUZ, ligada diretamente à conversão! Pouco depois, ao princípio sem dar importância ao fato, mas pouco a pouco percebendo que o ESQUECIMENTO e o DESUSO do termo PARTICIPAÇÃO e a sua substituição por COOPERAÇÃO não eram fortuitos tive um choque e às avessas. Mas de certo modo ainda no subconsciente. Senti que eu tinha exagerado a importância da palavra PARTICIPAÇÀO - como sinal da nova importância do LEIGO na IGREJA - ou entào as autoridades recuavam e o próprio PIO XI e sobretdo PIO XII foram advertidos por "PIZZARDOS" ou "OTTAVIANNIS"do "SANTO OFÍCIO" E recolocaram os LEIGOS NO SEU LUGAR!!!" (CONTINUA O PRÓXIMO BLOGUE).

IMPORTANTE CARTA DE TRISTÃO DE ATHAYDE

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quarta-feira, 13 de março de 2013

JOÀO XXIII E FRANCISCO PRIMEIRO

Aproveitava o espaço entre a renúncia de BENTO XVI e o início do conclave para amenidades históricas colhidas em cartas de TRISTÃO DE ATAYDE, que tão pitorescamente, elegantemente, tinha o dom de extaziar o leitor, fosse o que fosse que lhe caisse na pena. E eis que na cata de algo mais sobre o pontificado de JOÀO XXIII quedei-me nisto: CARTA DE 18/11/1858: "E nosso JOÃO, hein? Quando todo mundo pensava que ele ia passear nos jardins do Vaticano, o nosso bom copo dágua lá estava... movendo moinhos! E ontem nos deu de "assustado" 23 novos cardeais. E com isso lá veio o nosso PIO XIII (que eu não vá dar azar...) na cabeça da lista". O arcebispo de Milão, Giovanni Battista Montini, o PIO XIII dos ardentes anseios de ALCEU. RECEBEU O CHAPEU CARDINALÍCIO E O TÍTULO em 18/12/1958. Alceu passou um ano em Nova York. Daí só vir a encontrar referência a JOÃO XXIII em carta de 21/01/1959, quando escreveu: "Temo muito que o paternalismo de JOÃO XXIII venha a ser como o paternalismo de PIO X, um passo para apoiar apenas o tradicionalismo católico, a solução do isolamento ou da estagnação, quando não a aliança com a direita. Queira Deus que me engane e que tudo isso não passe de um momento de mau humor depois de ler o resumo de um artigo. A apologia de uma nova revolução? Se assim for, que Deus me dê a maior das graças: não permita que chegue até lá... cá embaixo! lá em cima, quem sabe verei as coisas de outro modo e saberei então se realmente era eu que estava errado e o Cardeal Ottavianni e o Plínio Correa de Oliveira é que representavam o autêntico espírito do Cristo no século XX". Em carta de 26/01/59, confessa que sua primeira impressão do anúncio de um novo Concílio Ecumênico não lhe foi favorável, devido a uma frase contida no anúncio""Como supremo pastor da Igreja o Santo Padre acentuou os crescentes erros que se estão infiltrando nas fileiras da Igreja e a atração imoderada pelos bens materiais que cresce cada vez mais com o advento do progresso técnico". Interrompo aqui o que vinha alinhavando , pois saiu a fumaça branca! E hoje é o dia 13/03/13! "Habemus Papam!"JORGE MARIO BERGOGLIO - FRANCISCO PRIMEIRO, ARGENTINO, 76 ANOS!

FINAL DO ARTIGO SOBRE PROGNÓSTICOS PAPAIS

Seguda parte e final do artigo de JAEN-MARIE GUÉNON, de LE FIGARO, de 10/03/13, sobre as 7 maneiros de se obter um prognóstico enganoso sobre a eleição do papa. 5 - RACIOCINAR EM TERMOS CONSERVADORES E PROGRESSISTAS. Uma das novidades deste conclave de 2013 é o fim dos progressistas no sentido do termo dos anos 1970. Esta tendência existe sempre na Igreja, mas não apaRECE mais representada no colégio cardinalício. De cara se dá, do exterior, papeis a desempenhar a tal ou tal cardeal, porque ele teria tomado uma posição pastoral sobre os divorciados remaridados, um tal sendo classificado no campo progressista. Assim é que conservador em 2005 se tornaou progressista em 2012. Ora, a arquimaioria desses 115 cardeais eleitores é ultra-clássica. 6 - APLICAR uma "MODALIDADE POLÍTICA" a uma eleição do tipo "fraterna" Há um fator que mal se percebe do lado externo. Para serem diferentes, afirmadas e maduras, as personalidades fortes dos senadores da Igreja não os levam a se apresentarem como candidatos do tipo "político". Além de sua fé comum, seu primeiro ponto em comum é a fraternidade, não frouxa, não benevolente. As trocas foram vivas esta semana, mas visando sempre ao fim dos debates, a permanecerem "irmãos". Por vezes inimigos, mas membros de uma mesma família. Essa centena de homens vive pois uma experiência única. Nada mais fazem que discutir, rezam em conjunto, mas logo tudo tudo se esquecerá. Visam apenas ao ideal do Cenáculo. Os apóstolos aí estavam reunidos na expectativa incerta para eles do Espírito Santo. Isto acontece na eleição que consiste em escolherem entre si aquele que em consciência lhes pareça o mais adequado para o exercício da função nas circunstâncias apresentadas. Existe uma experiência de "fraternidade no correr dos escrutínios para se se atingir um acordo fraterno e não primariamente "político", baseado sobre únicas relações de força. Um cardeal eleito de 2005, cardeal Lustiger, descreveu assim "a irrupção do Espírito Santo, este fator espiritual que está depositado no coração dos votos: uma evidência tranquila acaba por se instalar sobre nós todos". 7 - SUBESTIMAR A MECÂNICA ESPECÍFICA DESSE SISTEMA DE VOTAÇÃO. Por que os cardeais começam a votar a tarde? Por que não começar pela manhã? Parece simplesmente porque o primeiro escrutínio desse sistema eletivo é capital. Trata-se de uma verdadeira "primária". Uma eleição na eleição. Tornamo-nos verdadeiramente determinadis, definidos, confia um cardeal eleitor, na tarde do primeiro dia do conclave. E somente nesse momento é que a verdade dos prognósticos surge e as alianças ficam claramente visíveis: tantos votos para esse, tantos para aquele, etc. Há assim duas operaões de votação, de fato, no seio do mesmo conclave. O prmeiro turno e os demais. Assim é que numa primeira tarde, noite e manhã e uma meditação matinal separam essa primeira votação, verdadeira eleição na eleição, das outras. O segundo turno e os demais não têm o mesmo objeto. Trata-se não mais de se expor a preferência, mas de se seguir ou não tal ou qual dinâmica, de encorajá-la ou de bloquaá-la. Funcionalmente esse processo caminha por eliminação até se conseguir uma maioria de dois terços. O que caminha depressa sobre um grupo bastante restrito e cuja finalidade não será a criação de novos partidos ou blocos mas de uma escolha fraterna, de um só. JOÃO PAULO II foi eleito em 8 dias, BENTO XVI em 4. A média dos escrutínios dos 9 últimos conclaves o3, 14, 39, 58, 63, 78, 78, 05, foi de 7,5 escrutínios para se eleger um PAPA.

5 - PROGNÓSTICO ENGANOSO DE FAVORITISMO

Pela quinta vez voltamos a focalizar a eleição do novo papa, agora reproduzindo artigo do jornalista credenciado no Vaticano, JEAN-MARIE GUÉNON, do jornal Le Figaro, publicado no dia 10/03/13. TRATA-SE DE ENGENHOSA ANÁLISE DO QUE SE PASSA NO CONCLAVE ORA EM ANDAMENTO. EIS A TRADUÇÃO DO ARTIGO: "TRÊS FORMAS DE SE ENGANAR COM CERTEZA!"Os prognósticos para a eleição do novo papa seguem-se na samena e se assemelham. A experiência dos conclaves precedentes demonstra a fragilidade das previsões. O indigesto 2013 é a esse respeito mais aberto que nunca o foi. Contudo, eis SETE maneiras pelas quais alguém pode ser induzido em erro com certeza. 1 - JULGAR O SEU CANDIDATO FAVORITO COMO O PROVÁVEL VENCEDOR. Não é a máxima tradicioal "quem entra papa no conclave dele sai cardeal" que é o determinante da derrota do potencial vitorioso, mas, sim, trata-se de uma simples lei matemátia: um candidato pode obter 40 votos sobre 115 no primeiro escrutínio, portanto uma maioria relativa, permanecendo longe dos 77 votos necessários para se eleger. Dois casos como exemplos: como em 2005 aquele que obteve esse tipo de escore o confirmou no segundo e terceiro voto ele voou para a vitória. Como em 1978 dois candidatos obtiveram no primeiro escrutínio um escore sensivelmente igual, que se confirmou no segundo e terceiro escrutínio, houve o bloqueio, um e outro perderam. Opção provável desta vez. Não se pode mais subestimar que a promoção de um nome, antes da entrada no conclave, é a melhor maneira muitas vezes de eliminá-lo e de que jamais nada seja inocente na questão. 2 - APLICAÇÃO DE RECEITAS dos PRIMEIROS CONCLAVES. Conclave algum se assemelha. O condicionamrnto histórico, os problemas existentes na Igreja, os homens, são muito diferentes. Os modelos de votação de 1963 ( PAULO VI), 1978 (JOÃO PAULO PRIMEIRO E JOÃO PAULO SEGUNDO), de 2005 (BENTO XVI) E MAIS ANTIGOS AINDA tiveram CADA UM UMA ALQUIMIA PRÓPRIA. Seria rigorosamente irracional a aplicação de tais esquemas do passado como meios de se predizer o futuro! 3 - RACIOCINAR COM TERMOS NACIONAIS OU CONTINENTAIS. Seria uma grande tentação. Assim, desta vez, o "soi disant bloco dos italianos", 28 eleitores, que fariam a lei na capela sistina, conjugado à "soi disant vontade dos eleitores de retomar o lugar perdido desde 1978". Eis um papa italiano já eleito, O CARDEAL SCOLA... para não ser nomeado. Mesmo que recolhesse 40 votos como afirma a imoprensa italiana no primeiro turno, faltar-lhe-iam 37, o dobro, para ser eleito. E se alguns italianos tivessem se aliado ao seu inimigo de ontem, e outros cardeais da península jamais votassem em favor dele. O mesmo se pode dizer do bloco dos americanos: os cardeais dos Estados Unidos são 11 eleitores, mas estão longe de constituir uma só voz. 4 - ENTRAR DE QUALQUER MANEIRA UM CANDIDATO EXÓTICO. Seria preciso, então, o apoio de um latinoamericano ou de um africano ou de um asiático! Donde viria esse "imperativo categórico ideológico geopolítico? Não seria de eficácia alguma na mentalidade dos votantes. Precisamente porque essa assembleia de 115 literalmente internacionais (64 nacionalidades) e intercontinental, não procuraria um homem de determinada cultura, mas simplesmente um homem suficientemente livre de sua própria cultura nacional capaz de abraçar todas as culturas do mundo (continua no próximo blogue e termina o artigo de JEAN-MARIE GUÉNON).

terça-feira, 12 de março de 2013

ALCEU AMOROSO LIMA E A ELEIÇÃO DE JOÃO XXIII

Nos três últimos blogues reproduzimos trechos de cartas escritas por ALCEU AMOROSO LIMA à filha MADRE MARIA TEREZA, por ocasião da morte de PIO XI em fevereiro de 1939, e da eleição de PIO XII no mesmo ano, da morte de PIO XII em outubro de 1958, e da eleição do papa JOÃO XXIII em 1959. Neste quarto blogue, CARTA DE 25/10/1958: "Então temos um xará no Vaticano (Joãao XXIII, Ângelo Giuseppe Roncalli, papa de 1958 a 1963). Beijei-lhe o anel em Paris em dezembro de 1952 como representante da OEA, quando ele era núncio apostólico naquela Capital. O novo papa é essencialmente "paternal". Até os comunistas o classificam de "conservador paternalista". Ao contrário de PIO XII, cuja personalidade reunia em si santidade, genialidade política e intelectualidade, JOAO XXIII era puramente paternal, afastando-nos assim da "junta"(Ottavianni à testa) francesa, que matou o movimento dos padres operários. Como não era possível eleger-se então papa o "nosso" candidato (Giovanni Montini) e a maioria dos cardeais não aceitaria o candidato da "junta", a solução foi conciliatória: um homem bonachão, medíocre (será mesmo?), gordo, paternal, hábil, moderado, bem pastoral, sem pretensão até de substituir PIO XII, mas, sim, a de marcar o lugar para SEU SUCSSOR verdadeiro... com sua simplicidade e bondade pastoral, seu jeitão de vigário de aldeia, seu modo tão simpático. Basta que tenha "paz"no seu escudo de armas ou na sua divisa, para que eu o tenha no coração. De nada mais precisa o mundo de hoje senão dos 3 "pês"de João XXIII: pastoralidade, paternidade, pacificidade. Vamos respirar um pouco, fumar um cigarrinho, esticar as pernas. Nosso bom JOÃO XXIII, o meu xará gordo e bonachão vai permitir-nos respirar um pouco, ter um tempo livre para meditar sobre o que PIO XII nos disse em um intervalo, um descanso, um pique, uma boa cadeira de balanço depois da boa corrida que os dois PIOS nos obrigaram a fazer. O ESPÍRITO SANTO viu-nos lá de cima de língua de fora, decidiu bater o gongo, anunciando um tempo de repouso. Lembra-me episódio passado na Inlaterra em 1921. Caíra o governo Lloyd George, antes da guerra o mais agitado governo da Inglaterra nos tempos modernos, pois fora um tremendo reformador que modernizou a vida política inglesa. Durante 20 anos não deu tréguas a ninguém. Por causa de uma derrota da Grécia contra a Turquia - quando a Inglaterra apoiou a Grécia - caiu o governo liberal presidido por Lloyd George que fora o grande chefe inglês durante a Primeira Grande Guerra, o Churchill da Primeira Guerra Mundial. Subindo o governo conservador, foram perguntar ao novo primeiro ministro, sujeito obscuro chamado Bonar Law, qual seria seu programa de governo. " Não fazer nada! O Senhor Lloyd fez tanta coisa em tão pouco tempo que o de que a Inglaterra precisa é descansar um pouco, respirar, refazer-se, nada fazer por algum tempo!"

domingo, 10 de março de 2013

TRISTÃO E OS PAPAS MORTOS À SUA ÉPOCA

CARTA de TRISTÃO DE ATHYDE de 11/10/1958: "No NWK há notícia tocante da partida da freira franciscana, madre Pasqualina, que cuidou dos apartamentos, a serviço de PIO XII, desde os dias em que ele era núncio em Munique. E da sua bagagem - duas maletas e uma gaiola de passarinhos, com os 6 canários e pintassilgos do papa, especialmente de um preferido, que voava por ali livremente enquanto ele comia e que ele mesmo domesticou". CARTA DE 12/10/1958: "As notícias de hoje prevêem um longo conclave e predizem um papa "pastoral"para suceder a um papa "diplomático". Pio XII começou "diplomático"mas depois acabou mais que pastoral e místico". CARTA de 13/10/1958: "Você verá a lista dos cardeais papáveis. Com que melancolia vejo ali o nome de monsenhor MONTINI, o nosso candidato. Confesso que nenhum dos outros nomes me diz nada e que eu gostaria que saisse um completamente desconhecido e inesperado, para que realmente houvesse uma liberdade total em face das "correntes" atuais. Imagine só você se vier o candidato dos espanhois! Reze para que os cardeais saibam ouvir o Espírito Santo, pois este fala sempre a verdade. Mas os homens sejam cardeais ou não quase sempre não sabem ouvir"(a carta nào traz os nomes dos candidatos como foi prometido). CARTA de 19/10/1958: "Não devemos confundir PAPA e PAPADO, mas nenhum papa pode contradizer o papado, e é este que é a IGREJA e é como PAPADO que ele representa a IGREJA. De modo que a continuidade tem de ser a regra. Embora cada papa tenha a sua personalidade. E as circunstâncias podem mudar. E as encíclicas não são evangelhos. Estes são nalteráveis. Mas aquelas ao contrário acompanham os tempos e vão refletindo não só as exigências dos novos tempos, mas ainda as ideias e os temperamentos de cada papa e é nesse ponto que eu terei um tempo duro e uma autêntica provação se vier um "da junta"(alusão irônica à facçào ultraconservadora da Cúria Romana (Alceu utiliza nessas cartas "Junta do Coice", apropriando-se da expressão rural que designa os bois que seguram o carro nas descidas).Mas se vier é que o Espírito Santo o quis. E se for assim é que eu mesmo tenho de silenciar ou de mudar naquilo que estiver errado. Estou certo da vitória... do Espírito Santo. E não deste ou daquele candidato. E mesmo que venha um Ottaviani, é que era melhr que viesse. O que sair do conclave será o melhor como papa, embora talvez não o seja como HOMEM.

TRISTÃO E AS MORTES DE PAPAS DE SUA ÉPOCA

De Nova York onde se encontrava Alceu Amoroso Lima escreveu: CARTA DE 09/10/1958: "MORTE DE PIO XII. A CARTA DE HOJE SÓ PODE SER DEDICADA à morte do nosso grande papa. Embora esperasse há 3 dias, a gente ainda estava se apegando a um segundo milagre depois daquele que há anos - creio que nós estávamos também aqui, não me lembro bem - já o tinha salvo da morte e com aquela aparição direta e silenciosa de Nosso Senhor a ele, que ele confirmou embora nunca mais tenha falado a respeito. Será que deixou alguma coisa escrita? O New York Times de hoje não traz menção alguma a essa aparição. E, no entanto, ela é capital na vida de PIO XII, que era um homem constantemente preocupado com as coisas de mundo e da vida ativa e cotidiana, de modo mais constante. Sem embargo, o que valia sempre para ele acima de tudo e ele o acentuou até à última audiência, era a realidade - digamos assim - tangível das coisas sobrenaturais... Será que o sucessor terá a mesma atitude? Pensar no sucessor creio que é o primeiro dever de quem considera o papa catolicamente, isto é, de quem olha para o vigário de Cristo antes de considerar a PESSOA do pontífice... O essencial é que a "corrente apostólica"não fique sem o seu elo imediato. E por isso a lei canônica convoca os cardeais todos, do mundo inteiro, para que acudam sem demora a ROMA, para a eleição do novo Pontífice. E o NYT de hoje diz que na "jet age", isto é, na idade do avião a jato, essa reunião se fará ainda mais depressa do que aquela que elegeu o cardeal PACELLI. Pois há 3 ou 4 dias chegaram aqui os primeiros aviões a jato de passageiros ingleses, que fizeram a viagem Londres-Nova York em 6 horas em vez de nove. Mas nada disso vale a não ser como um símbolo de que quanto antes (e na Idade-Média iam de carro de mulas, senão de bois...) devem reunir-se os cardeais em Roma para a escolha do novo pescador (uma coisa aprendi hoje, é que o anel do pescador que o papa usa como símbolo de sua autoridade é destruído e não conservado. Assim pelo menos diz um dos tópicos do NYT). Acredito que o sucessor será o cardeal LERCARO de Bolonha. Infelizmente nosso candidato ( MONTINI) só poderá concorrer para a futura sucessão! E no momento, com o problema comunista no centro das preocupações do mundo e da Igreja, o cardeal de Bolonha é o que há mais tempo e mais de perto vem vindo em contato com esses problemas. De modo que entre as 4 possibilidades é esta que vejo como mais provável: Cardeal LERCARO, cardeal SIRI, um cardeal não-italiano e um DESCONHECIDO e IMPREVISTO (como PIO X). Creio que a primeira é que será vitoriosa. Que o sucessor siga a mesmaa linha de Pio XII que soube admiravelmente ficar sempre como fiel da balança. Mas se a facção OTTAVIANI triunfasse - quod Deus avertat - caminhariamos para a opção pelo prato da Direita, da reação, do estreitismo, do espírito de condenação e de suspeita, da caçada às heresias, isto é, às falsas heresias, pois as verdadeiras devem ser extirpadas e combatidas. Foi essa proporção que PIO XII soube sempre guardar e Deus faça com que seu sucessor continue a preservar. Mas como Deus sabe sempre muito mais o que faz do que nós, estejamos certos de que do conclave vai sair o que deve sair. E rezemos para isso".

TRISTÃO E AS MORTES DE PAPAS DE SUA ÉPOCA

ALCEU AMOROSO LIMA (Tristão de Athayde), em "CARTAS DO PAI", escreve sobre a morte de PIO XII (CARTA de 07/10/1958). "A saúde do Papa. Bem sei que a Igreja nÃo precisa deste ou daquele papa e todos eles são "vigários de Cristo", os grandes, os medíocres e os maus. Mas, quando se teve dois papas como Pio XI (1922/1939)e Pio XII (1939/1958), um em seguida ao outro, quando se pensa no que eles fizeram pela Igreja, pelo mundo, durante esses 30 anos, e se pensa na situação do mundo moderno, é com tremor que se vê prestes a extinguir-se um homem que dificilmente poderá ser substituído à altura. Quem virá depois? É sabido que há DOIS HEMISFÉRIOS no Colégio Cardinalício, e como eu não coloco no mesmo nível os 2 hemisférios (humanamente falando, o que é sempre secundário) a inquietação e a interrogação crescem de importância". CARTA DE 08/10/58, Nova York): "Infelizmente as notícias desta manhã não são favoráveis. Começamos a pensar no sucessor que poderá ser tudo menos melhor do que os dois que nos vêm desde 1922. Já lá se vão muitos anos de 2 grandes papas PIO. Teremos um terceiro? Já que o nosso candidato (Giovanni Bapttista Montini) não poderá passar de Milão ao Vaticano (como não era ainda cardeal, não podia ser eleitor do papa, sendo à época arcebispo de Milão; Montini seria criado cardeal nesse mesmo ano de 1958 pelo papa João XXIII), a solução parece estar entre os arcebispos de Bolonha e o de Gênova ( LERCARO, o social, e SIRI, o teólogo). Pendo naturalmente pelo social que acredito nos daria a nova "quadragesimo anno" que PIO XII confessadamente declarou ainda não sentir-se com ânimo de tentar, tais eraam as controvérsias, mesmo no campo católico. Mas terá de vir! E LERCARO, que há anos está no centro da Itália comunista, em Bolonha, é que melhor poderá fazer o que Leão XIII fez em 1891 e Pio XI em 1931. Mas como sabemos que as vias de Deus nem sempre coincidem com as vias dos homes, é possível que um novo SARTO (Giuseppe Merchiore Sarto, papa de 19o3 a 1914), desconhecido, surja do conclave. Como poderá ser que o segundo milagre se produza..."

POR QUE SE ESQUECER TEMPLOS E PESSOAS?

Mal acabávamos de reproduzir aqui artigo da FOLHA sobre o abandono de templos católicos russos, O jornal O GLOBO comunica que um dos principais patrimônios de ITABORAÍ, Estado do Rio, pede socorro! Por falta de conservação: marcas fora e dentro da arquitetura colonial, uma árvore crescendo ao lado da torre principal; paredes internas com infiltrações, com mofo, algumas imagens tendo já sido retiradas, com os suportes de madeira destruídos pelos cupins, e missas sendo celebradas diariamente, quem sabe esquecidos todos dos riscos que se correm. O templo foi construído no SÉCULO XVII na paróquia de São João Batista. Tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1970. O IPHAN foi criado em 13/01/1937 para "proteger os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, no governo de Getúlio Vargas, vinculando-se a lei 378 ao Ministério da Cultura.Nomes, como os de Oswaldo de Andrade, Manoel Bandeira, Lúcio Costa, Carlos Drumond de Andrade, Afonso Arinos, à frente Gustavo Capanema, muito contribuiram na sua elaboração. Se na Rússia, país na época da ditadura comunista os templos religiosos foram deixados à margem, e atualmente são restaurados pelos fieis católicos, às suas expensas, no Brasil, sendo ainda pequenos os recursos oferecidos por lei pelo Estado, por que os CATÓLICOS AUTÊNTICOS como os da Rússia não se incomodam contemplando templos católicos, centenares muitos deles, expostos a lenta destruição, sem se mexerem? E aqui me vem à mente, pulando de um coração amante de seu torrão natal, nas Minas Gerais, o esquecimento (?) em que desde 1945 dorme o túmulo de um dos fundadores no BRASIL DAS CONFERÊNCIAS VICENTINAS de FREDERICO OZANAM, a saber do médico sãojoanense, DR.FRANCISCO ALVES MOREIRA DA ROCHA, falecido em BONFIM, MG, no dia 06/02/1945. Bem perto da sepultura dele, aliás, outro túmulo talvez desconhecido, até e tambem,pela população,guarda o corpo de uma criança, MARIA DA CONCEIÇÃO DUARTE PASSOS,FALECIDA EM 1932, cuja vida edificante e santa foi publicada no livro IRMÃZINHA DE GUIDO, que por certo se encontra na Casa de Cultura da cidade. Por que o país, sendo terra com percentagem tão decantada de católicos, se esquecem na solidào de nossos cemitérios figuras como essas a que faço referências? FALTA DE FÉ?

segunda-feira, 4 de março de 2013

ESTADO DE A ANTIGAS IGREJAS RUSSAS

"O COMUNISMO, O COLETIVISMO, os vermes, os carunchos e a pilhagem não conseguiram destruir as majestosas igrejas de madeira da Rússia. Mas o descaso comum poderá! Uma década atrás, o arquiteto britânico Richard Davies descidiu registrar várias centenas de estruturas remanescentes, erguidas desde a conversão do príncipe Vladimir ao cristianismo, em 988. Com a ajuda do professor de física atmosférica Alexander Popov, como motorista, Richard Davies saiu a visitar as igrejas.Em Podporozhie perguntando a um morador local se existia uma chave da igreja, ouviu que não. Voltando no ano seguinte e repetindo a pergunta, mesma resposta. A esposa do arquiteto, presente, continuou a conversa e, de repente, o homem tirou de uma lata da cozinhaa chave que procuravam. Verdade é que sob certos regimes algumas igrejas foram restauradas, outras, porém, apenas conservavam cartazes nas fachadas, comunicando estarem sob a proteção do Estado. Mas se alguma coisa sobreviveu foi graças aos moradores locais. Constatou-se até que ícones tenham sido retirados e utilizados para a construção de cochos para cavalos. O arquiteto verificou que toras de madeira, separadas para reformas, foram substituídas por novas que, entretanto, abandonadas, apodreceram. E o dinheiro desaparecera! Em parte a finalidade das viagens surtiu o efeito de incentivar as pessoas desses objetos a prosseguirem no zelo pela sua restauração. Lembrando-lhes que pelo preço de um centroavante do Chelsea provavelmente seria possível restaurar grande número das igrejas tristemente relegadas ao desaparecimento (através da FOLHA DE SÃO PAULO: The New York Times International Weekly, 04/03/13). A propósito: há um mês experimente profundo sentimento de nostakgia, quando o Padre Lauro Palú, lazarista, me mostrou o retrato da residência que o bispo DOM ANTONIO VIÇOSO construiu no Caraça ao lado da capela do Sagrado Coração onde era seu desejo entregar a alma a Deus. Até então nunca soubéramos da existência de tal fotografia!

IGREJA CATÓLICA CRESCE NA AFRICA

O crescimento explosivo da IGREJA CATÓLICA na África levou a ser aventada com seriedade a possibilidade de um cardeal africano suceder ao papa Bento XVI. Com 16% dos católicos do mundo estando hoje na África, muitos consideram que o futuro da Igreja está ali. A população africana cresceu quase 21% entre 2005 e 2010, superando de longe seu crescimento em outras partes do mundo.No mesmo período, enquanto o número de padres na América do Norte e na Europa caiu, na África teve um aumento de 16%.Os seminários do continente estão repletos de candidatos, e padres africanos estão sendo enviados para atuar em igrejas em antigas potências coloniais, de acordo com autoridades do clero africano. Intocada pelos escândalos de abuso sexual infantil, a igreja na África atrai fieis, muitos na casa dos 20 ou 30 anos, ansiosos por participar das missas que podem durar horas. Muitos jovens vêm participar da missa depois do trabalho, comentou o engenheiro Chinedu Okani, 29, de Lagos, que assistia a uma missa na igreja da Assunção no bairro de Falomo. "A igreja proporciona um ambiente sereno", disse ele, reconhecendo que o sistema de bem-estar social não funciona e que para compensar recorremos à família e à igreja. O bispo Matthew Hassan Hukah, de Sokoto, explicou: A igreja oferece as melhores escolas, os melhores serviços sociais e a melhor medicina. A discussão de Deus na África é sinal da falência do sistema econômico, social e político. Numa briga constante contra a corrupção a Igreja também atua como voz moral singular. No Congo onde o número de católicos mais que triplicou em 35 anos o arcebispo Laurent Monseengwo, de Kinshasa, critica fortemente o governo, incluindo os resultados eleitorais que garantiram a reeleição do presidente Kabila em 2011. Laurent Emeka, vendedor de acessórios telefônicos ao ar livre, levanta-se às 5 da manhã para ouvir a missa antes de ir trabalhar, pois a missa lhe proporciona uma espécie de santuário: Paz, satisfação e Fé em Deus, disse ele. A Igreja me ajuda a enfrentar as provações da vida cotidiana(Folha de São Paulo, 04/03/13 The New York Times International WeeklY).

domingo, 3 de março de 2013

SANTA-SÉ SOB FOCO ABSOLUTO - 3

Parte final do artIgo de JEAN-MARIE GUÉNON, NO LE FIGARO DE 02/03/13: TERCEIRA MENSAGEM: A UNIDADE INTERNA DA IGREJA CATÓLICA. Eis uma frase bastante recente de BENTO XVI, 13/02, dois dias depois do anúncio de sua renúncia, na homilia de quarta-feira de cinzas. Ela invocava a "visão da Igreja Católica a seus olhos por vezes desfigurada". E adiantava a explicação: "penso em particular nos golpes desferidos contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo eclesial:. Ele voltou ainda ao assunto, saudando uma última vez os cardiais que ele comparou a uma "orquestra donde se espera a harmonia". Mas era necessário que o maestro, o chefe da orquestra, quebre sua batuta? se retire da cena para que a mensagem apareça? Era preciso que os lefrebvistas diante de quem ele se prostrou de joelhos cedendo a todos os pedidos lhe recusem até o fim sua mão estendida, humilhando-o aos olhos do mundo, da Igreja e de certos cardeais inimigos desse projeto? Era preciso que as correntes internas do Vaticano e outros grupos de pressão se desencadeiam sob seu pontificado usando - moralmente - até a força? Esses divisores, mais seguros que nunca de sua verdade, permanecerão nas suas trincheiras. Mas quem será capaz de conduzir uma Igreja com peças desconectadas? ( fim).

SANTA-SÉ SOB FOCO ABSOLUTO - 2

Segunda parte do artigo de JEAN-MARIE GUÉNON sobre o Vaticano, saído no blogue anterior. As três palavras que BENTO XVI renunciante desenvolveu desde 11/02 foram: "Cada uma das 3 palavras da mensagem de Bento XVI têm cada uma um sentido literal preciso. Mas têm também uma significação inconsciente, como a sombra de um objeto ensolarado o define por vezes melhor que a sua face mais exposta ao sol. PRIMEIRA MENSAGEM: O ENFRAQUECIMENTO FACE À FUNÇÃO. ESPECIALISTAS DE RECURSOS HUMANOS OU DE EMPRESAS, OS EXPERTS EM GOVERNANÇA E POLÍTICA APRECIAM a amplidão e o desapego desse ato de renúncia de Bento XVI face ao PODER. Mas seu sentido profundo não se encontra em seu aspecto mundano. Está na visão mesma do cargo clerical e papal. BENTO XVI demonstrou que ele não pertence a quem o recebeu nem mesmo àqueles que votaram em favor do eleito. Julgavam-no divino, mas eis que caducou. Canonistas e outros especialistas da Igreja discutirão entre si indefinidamente. Os prelados vaidosos o levarão em consideração pela sua competência. Que exemplo cristão, se fosse o caso! SEGUNDA MENSAGEM: A NATUREZA DA IGREJA. Bento XVI o disse em todos os tons. Ela não é uma oganização ou uma construção concebida e testada em laboratório. O papa não faz oposição entre espírito e estrutura, mas pensa que a parte estrutural da Igreja depende funcionalmente de seu ser espiritual. Se este último se resseca, seu corpo se calcifica.Os sepulcros caiados denunciados por Cristo não estão longe, estão mesmo ali, visíveis. Quanto mais dourados e de estilos barrocos, com ou sem colarinhos romanos, são esplêndidos mas frios como o mármore e vazios como tímbalos qu ressoam. A questão que me coloco desde 3 semanas e o porquê desta insistência do "posteriori"- papa emérito - a respeito do assunto. O papa afirmou com diferentes termos por ocsasião de suas últimas audiências, diante da multidão e dos cardiais. A Igreja Católica estaria correndo o risco de perder sua substância espiritual? E por quê? (no próximo blogue parte final do artigo de JEAN-MERIE GUÉNON).

SANTA-SÉ SOB FOCO EXCLUSIVO

Eis o eue escreveu dia 02/03 o colunista de Le Figaro, JEAN-MARIE GUÉNON, sobre o que se passa no Vaticano: Embora num linguajar de artista, é preciso reconhecer que BENTO XVI se saiu bem. O último dia, 28/02, foi grandioso...de majestade e simplicidade. Algumas línguas comentam que esse último dia do papa terá sido seu melhor dia, porque ele teria sido ele mesmo. Que ele terá, desta vez, tocado os corações e que se terá mostrado vulnerável verdadeiramente. Penso que ele foi sempre como é, mas que sua grande timidez e ética antiego que ele se impôs no exercício da função papal o embaraçaram muitas vezes. Por isto ele foi pouco visto tal qual se mostrou quinta-feira, quando liberado do cargo. Se é ridículo reduzir um pontificado às suas últimas 24 horas, é necessário, contudo, constatar que seu último dia foi particularmente grandioso, pelo seu final feliz. Mas a questào colocada no momento é a da boa saída com a renúncia. Os cardeais vão examinar a partir do dia 04/03 os derradeiros dossiês da Igreja, desde os mais estratégicos aos mais embaraçosos, a começar pelo do Vaticano. As sensibilidades, os caracteres e as inteligências vão exprimir-se e é de se esperar mais uma chuva de golpes que uma florada de rosas e de bons sentimentos. Aliás, estão em Roma para isto! A verdade das relações inter-clericais nada têm a ver com a imagem engomada e untuosa do prelado de cúria. Se há um momento em que todos os problemas devem ser postos sobre a mesa, será este. Bento XVI quase nunca reuniu seu conselho de adminstração da Igreja Católica cuja pauta jamais foi tão carragada. Mas por trás dos negócios, a tecnicidade das questões, por trás das grandezas e dos escândalos, dos conluios, as prioridades e as urgências, há uma mensagem de simplicidade bíblica que Bento XVI quis exprimir, renunciando ao cargo. Resume-se em três palavras, uma trindade que o papa renunciando escandiu desde o dia 11/02 e que as belas imagens do helicóptero sobrevoando a cúpola de São Pedro sob o fundo de um sol poente e de jardins impecáveis poderiam fazê-lo esquecer tudo. Essa amnésia seria culpável para os cardeais que o elegeram há 8 anos, e que o papa com tal atitude se obrigaria a pôr-se de novo à obra. Não entender essa mensagem assinaria o fracasso da renúncia de Bento XVI. As 3 palavras dessa mensagem têm ainda cada uma um sentido literal preciso. Mas têm também um significado inconsciente. Como a sombra de um objeto ensolarado o define por vezes melhor que a sua face mais exposta à claridade (no próximo blogue o assunto continua com a explanação das três palavras escandeadas pelo papa)..

sábado, 2 de março de 2013

MOMENTO NO VATICANO

Continuação do artigo do jornalista JEAN-MARIE GUÉNON PUBLICADO NO MEU BLOGUE ANTERIOR: "A renúncia de BENTO XVI nada tranquilizou. A imagem, aliás de seu magistral pontificado, não cessou de despertar tempestades. Não se admira, pois, que seu afastamento , anunciado com tamanha serenidade no dia 11/02/13, continue a despertar uma extranha agitação interior. Não me refiro às profundas sensações midiáticas. Mas há algo no momento em Roma da cena evangélica da tempestade ainda não apaziguada, e do Cristo que parece dormir na barca agitada. Aliás, o papa fez alusào diretamente a isto na manhà de quarta-feira. Por duas vezes ele pediu confiança, mas isto tranquilizou? Confiança pode existir hoje, mas e amanhã? À parte exceções, os cardeais reunidos em torno do papa pareciam perplexos. Não haveria mais um pilotp no barco? Tecnicamente sim, na tarde de 28/02, embora não fosse falsa a impressão de se ver uma embarcação mais ou menos à deriva, sem saber que rumo seguir. Domingo úlimo e quarta-feira uma multidão compacta cobria a praça de São Pedro como águas tranquilas que acabariam por dominar um porto inquieto. Silenciosas, estas águas formadas por simples fieis ali foram saudar o papa, que se foi para atrás da cúpola para levar uma vida oculta na oração. Mas a multidão era animada de um bom senso e de uma FÉ disposta a destruir os mais tenazes nevoeiros".

sexta-feira, 1 de março de 2013

MOMENTO NO VATICANO

Assim descreve o momento no VATICANO o jornalista Jean-Marie Guénon do Le Figaro: "A Incerteza saída das urnas italianas na próxima segunda-feira acentua a existência de um programa apaixonante. Como nunca, porÉm, sinto o solo tremer. Não se trata de uma MARCHA sobre um chão firme, mas de uma navegação sobre águas muito agitadas. A Santa-Sé QUER reivindicar sua independência e expulsar toda ingerência exterior sobre a administração dos negócios da Igreja Católica, e quanto à eleição do futuro papa nada se faz! Comprende-se, mas o contexto da eleição do sucessor de Bento XVI é perturbada por fenômenos exteriores e internos à Igreja. A renúncia se inscreve num contexto de crise mundial. Nada está garantido. Neste momento em Roma existe algo da cena do Evangelho da tempestade, não ainda apaziguada e o Cristo que parece dormir na barca agitada. E passa a apelar pela CONFIANÇA. Para aquela hora, sim, mas e para depois? Os cardeais parecem perplexos. Não há mais no barco o piloto! Ha no ar o discurso de quarata-feira de manhã que soa como um testamento espiritual.Mas existe sobretdo uma LIÇÃO de coisas sobre o HOMEM e o PODER. Abre-se um formidável paradoxo: a erteza pacífica de um papa que sabe ter feito uma boa escolha ausentando-se, e uma febril certeza no seio do senado da Igreja que ainda acusa o golpe" (dia 28/02/13).