sexta-feira, 15 de março de 2013

PAPA FRANCISCO E SÃO VICENTE DE PAULO

Depois de ler a análise do estilo de FRANCISCO , feita por JEAN-MARIE GUÉNON, vieram-me duas páginas, há pouco encontradas no livro "OBRAS COMPLETAS SÃO VICENTE DE PAULO", tomo I (1607-1639), Editora Lutador, Belo Horizonte, 2012. PREFÁCIO, pg. XLII: "A publicação desta primorosa edição das OPERA OMNIA de São Vicente de Paulo - a primeira em língua portuguesa - constitui um marco histórico de altíssimo significado para a Família Vicentina no Brasil. É como se, doravante, pudéssemos escutar Vicente de Paulo em nossa própria língua, exortando-nos a prosseguir na busca da santidade, confirmando-nos na missão junto aos pobres e encorajando-nos diante dos apelos daquela caridade inexaurível que dilatou o seu coração na proporção do coração de seu Mestre e Senhor. Certa vez um dos mais eminentes descípulos de Monsieur Vincent, o bispo Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), assim se expressou: "Quando, atentos, o ouvíamos falar, sentíamos que se realizava nele aquela frase do apóstolo Paulo: se alguém fala, que suas palavras sejam como palavras de Deus" E o mesmo Bossuet não hesitava em dizer aos Missionários: "Quão felizes sois por poderdes ver e escutar todos os dias um homem tão cheio do amor de Deus!" Partilharemos também nós da felicidade daqueles operários da primeira hora, que nos precederam na vinha do Senhor, se soubermos escutar, com atenção e assiduidade, as palavras do homem magnânimo que agora nos fala, perscrutando a voz do Espírito que o conduziu e que ainda hoje continua nos impelindo "a amar o que São Vicente amou e a praticar o que ele praticou". PREFÁCIO, PG. XXIV: OS 13 VOLUMRES de correspondência, colóquios e documentos que Pierre Coste publicou de 1920 a 1925 não representam mais do que uma pequena parcela da obra epistolar e oratória de SÃO VICENTE DE PAULO (...) Ele não é o escritor, o artista que se encanta com sua arte, polindo suas palavras e equilibrando seus períodos, mas sua pena é viva, primorosa, irônica às vezes, sempre de bom gosto e jamais banal (...) Não tinha outro objetivo a não ser dispor, na medida do possível, seus interlocutores a se entregarem a Deus. Esse objetivo sobrenatural pribia-lhe ligar a prática oratória ou epistolar à didática humana. Importava-lhe, antes de tudo, substituir as prudências humanas pelo espírito de Jesus, assegurar a relacão com Deus, agir num espírito de amor e de fundamental dependência. Esses princípios que dirigiam seu pensamento dotavam seu estilo de uma atitude original"(DODIN, André. Saint Vincent de Paul: textes et études. Paris: Aubier, 1949,p.35-36). Parece-me que o Papa Francisco e o Pai da Caridade bebem, falando ou escrevendo, da mesma fonte!

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