quinta-feira, 30 de junho de 2011

ORAÇÃO PELA IGREJA

SENHOR, neste anoitecer eu vos peço pela multidão daqueles que se CHAMAM Cristãos,mas que só cuidam de levar uma vida isenta de cuidados, ou cujo único cuidado é conquistar para si próprios vantagens materiais! Por aqueles cristãos ligados à Igreja como a uma potência temporal e que a fé confundem muitas vezes a autêntica Tradição com suas preferências políticas! Por todos aqueles que, desejando levar a fé mais longe, não souberam guardar-se do contágio materialista! Por esses Homens da Igreja, prudentes a seus próprios olhos, e na realidade pusilânimes que acreditam guardar a pureza da fé, porque vivem à margem dos problemas do mundo! SENHOR, esclarecei a uns e outros, enviai vosso Espírito que renova a face da terra, converte os homens e constroi a Igreja! SENHOR, somos de vossa Igreja, purificai-nos de nossas quedas, para que a Igreja seja mais pura, aumentai em nós a caridade, para que a Igreja dê testemunho de vosso amor! Aumentai nosso zelo pelo Evangelho, a fim de que a Igreja seja mais irradiante! Inseri-nos no mais profundo de vossa Igreja, a fim de que, carregando os fardos uns dos outros, completemos o que nos falta de sofrimentos para o cumprimento de nossa missão! Fr.Th.Suavet,O.P.

NOSSO DEUS CONTEMPORÂNEO

É muito comum ser uma pessoa, pertencente a culturas desristianizadas, de repente ser tocada de maneira a mais indizivel pela luz da fé. Trata-se de uma situação por vezes assustadora. Feliz aquele que crê! Não conhece ou conheceu a confusão, a desorientação e o sofrimento de um ateu que de repente, sem nenhuma intervenção humana aparente, é esmagado pela realidade de Deus, sem saber o que fazer. Sem poder revelar-se a amigos que só poderiam zombar dele, incapaz de confiar-se a uma igreja, acha-se num estado de angústia dilacerante. Sem um conceito claro e reconfortante de Deus que, entretanto, exige dele engajamento e confiança totais. Sua angústia é a maior possivel, mas nem por isso sua fé é menos real! Instintivamente costuma procurar homens contemplativos, de oração, que conhecem os caminhos de Deus. Mas estes, quando procurados por pessoas transtornadas, se vêem, muitas vezes, conscientes de sua própria insuficiência, tendo que pesar com cuidado o que poderá dizer, sem ser sentimental, nem complacente nem meramente formal. Só quem foi um dia consultado sabe, porque passou por tal situação, que é inteiramente falso afirmar que "o homem moderno é incapaz de sentir a necessidade de Deus ou de reagir à SUA presença". Devemos reconhecer que já é tempo de a consciência cristã de Deus se expressar em linguagem contemporânea. As ideias medievais sobre Deus estavam de acordo com o pensamento medieval em relação ao cosmos, à terra, à física e à estrutura biológica e psicológica do homem. Estas ideias foram revolucionadas. Quando o pensamnto abstrato e a existência concreta entram em conflito, a marca do verdadeiro contemplativo está em que ele se situa do lado da EXISTÊNCIA concreta. Nosso Deus é um Deus vivo que se manifestou de modo concreto ao homem, não só em palavras e ações através da quais Ele interveio na história humana para a nossa salvação, mas acima de tudo através do seu FILHO que os APÓSTOLOS ouviram, viram, tocaram e reconheceram como sendo o VERBO DA VIDA (cf. 1Jo 1,1). O cerne da CONTEMPLAÇÃO CRISTÃ é a revelação do DEUS INVISÍVEL. O contemplativo cristão, AQUELE QUE PROCURA VIVER O CRISTIANISMO, procura participar da maneira mais plena e viva da EXPERIÊNCIA que lhe vem daqueles que conviveram com Cristo na terra, que o conheceram e o viram ressuscitado e receberam dele o Dom do Espirito ( Assim pensou acertadamente Thomas Merton em "Contemplação num mundo de ação").

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CORPUS-CHRISTI - LEVEZA LITÚRGICA

PARA UM CATÓLICO a expressão CORPUS-CHRISTI (Corpo de Cristo) já faz parte de nosso folclore brasileiro, graças às atenções que em nosso país , nascido à sombra da Cruz de Cristo, foram prestadas ao Sacramento da Eucaristia, país afora, como demonstração externa da fé nesse dogma professado pela parte autêntica dos membros da Igreja Católica. O dia da instituição da Eucaristia foi a Quinta-Feira Santa, na Semana Santa. Como, porém, a traição de Judas, o aleluia da alegria da Páscoa, e mais a recordação da Paixão de Cristo não nos permitem uma justa festividade naquele dia, véspera da Paixão de Jesus, a Igreja nos permite celebrar o aspeto festivo, da Quinta-Feira Santa, na quinta-feira que vem depois da festa da Santíssima Trindade. Como nasceu essa festa do Santissimo Corpo de Jesus Cristo? Seu estabelecimento na Igreja decorreu de uma visão de Santa Juliana, O.S.A., monja do covento de Mont-Cornillon, perto de Li`ege, França, falecida em 1258. Ela viu que na figura da lua cheia faltava um segmento, tendo Cristo lhe explicado que no ciclo litúrgico havia um espaço vazio e que ela se empenhasse para essa falha ser preenchida. A santa comunicou o fato ao sacerdote Jacob Pantaleon (1200/1264) que no ano de 1261 foi eleito papa sob o nome de Urbano IV e que no ano mesmo de sua morte introduziu a festa para toda a Igreja, 1264. A procissão que então percorre as ruas engalanadas da cidade, transformadas em obras de arte até, com a bênção do Santíssimo dada três vezes no seu percurso, só aos poucos se foi estabelecendo, devido à real compreensão dos fieis instruídos. Na antífona da entrada do Sacrifício Eucarístico do dia reza-se: "O Senhor alimentou seu povo com a FLOR DO TRIGO, e com o MEL DO ROCHEDO o saciou". Segundo Santo Agostinho, estas palavras são uma figura da Sagrada Eucaristia. "FLOR DO TRIGO" designa a Santa Hóstia, o MEL DO ROCHEDO designa o líquido que sai do meio do rochedo como de uma fonte, indicando o vinho convertido no Precioso Sangue do Senhor. No sentido místico, o ROCHEDO é Jesus Cristo de cujo coração na Cruz brotou a Sagrada Eucaristia. No sentido próprio o texto recorda a bondade de Deus para com o povo de Israel, dando-lhe pão ótimo e mel fino, que correu das colmeias construídas pelas abelhas nas fendas dos roichedos. Pius Parsch, autor de várias obras litúrgicas: "A festa de Corpus-Christi é uma festa moderna, a primeira, na Igreja, deste gênero. Verdadeira obra-prima artística. Tanto nas orações das Horas quanto nas do Sacrifício Eucarístico encontramos sem cessar novas belezas arquiteturais. Os hinos da Festa do Corpo de Deus atestam o talento poético de Santo Tomás de Aquino (1225/1274). Leia: "Se nascens, dedit socium, Convescens, in edulium; Se moriens, in pretium, Se regnans dat in praemium! Nascendo, tornou-se nosso irmão. Delicioso manjar nos dá, alimentando conosco. Sua morte é nosso penhor. Seu reino no céu, nossa recompensa".

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SAINTEX - 29 DE JUNHO - 111 ANOS

ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY nasceu no dia 29 de junho de 1900, domingo,em LYON, na França. Terceiro filho depois de MARIA MADALENA (1898) e de SIMONE (1899), do casal JOÃO-MARIA de Saint-Exupéry e de MARIA BOYER de Franscolombe. Sobrevieram-lhe os irmãos FRANCISCO (1902) e GABRIEL (1904). Aos 4 anos perdeu o pai, vitimado por uma congestão cerebral. Coube à sua mãe, de sensibilidade profunda, conduzir o filho pelas sendas da vida, inoculando em sua alma sentimentos de honestidade, de respeito ao próximo e de convívio social, declarando Saintex mais tarde que os mais belos momentos de sua vida foram os que passou junto dela. Sobrevindo a guerra de 1914, faleceu o tio paterno em cujo lar tinham sido recebidos quando da morte do pai. Sua mãe matricula-o então no colégio dos Irmãos Maristas na Suissa. Bacharel em 1917, pouco depois perde o irmão caçula, Francisco, companheiro inseparável, e dez anos depois a irmã Maria-Madalena, tuberculosa. Obtido o brevet militar de piloto, na primavera de 1923 sofre grave acidente aéreo, sendo retirado do aparelho desacordado com fraturas no crâneo. Quinze dias depois, ei-lo encerrado na prisão por 15 dias por haver sem autorização pilotado um Hanriot HD-14. Desfeito o casamento por desavenças com os familiares da esposa LUIZA de Vilmorin, quase ao mesmo tempo sua irmã caçula casa-se com Pedro Giraud de Agacy, cujos filhos e netos são hoje os herdeiros de EXupéry. Em 1929 é encarregado do desenvolvimento da Aeropostale até a Patagônia. Em 1931 casa-se em Paris com a salvadorenha CONSUELO SUNCION SANDOVAL DE GOMEZ, falecida em 1979. Na revolução espanhola de 1936, desenvolve seus dons de jornalista no front de Lerida. Em 1938, novo acidente aéreo desta vez na Guatemala, espatifando-se o aparelho no final da pista: cinco dias de coma. Todas essas experiências forneceram-lhe excelente material para seu livro, TERRA DOS HOMENS, publicado em 1939, junto com O PEQUENO PRÏNCIPE dois dos livros mais notáveis e humanos que escreveu. A França em setembro de 1939 declara guerra a Alemanha. Santex é declarado inapto por causa da idade e de seus ferimentos.Quase o mundo lhe cai sobre a cabeça! seu sonho fora águas a baixo. Por uma deferência especial, consegue integrar a esquadrilha de grande reconhecimento em 03/11/39, engrossando o grupo de reconhecimento II/33. Desmobilizado em 1940, regressa à França, vai à África e ei-lo em 1941 nos Estados Unidos onde escreveu "Piloto de Guerra", "Lettre à un Otage" e "O Pequeno Príncipe". Em 1943, na Argélia, a porta do General René Chambe, ministro da Informação do governo provisório formado pelo general Giraud se abre...e "uma silhueta robusta, careca, mãos vazias, um pouco magro, olhos de pássaro noturno, pupilas pesadas, e num sorriso zombeteiro no lábio, misto de humor e de gravidade que lhe é tão próprio", Saint-Exupéry lhe declara: "Presente, embora com 6 meses de atraso!" Um ano depois...(em fins de julho, "volente Deo, o desaparecimento de Santex no mar). Notícias do livro "ST-EXUPÉRY L`ULTIME SECRET"de Jacques Pradel e Luc Vanrell, 2008.

PETRÓPOLIS CONTINUA NO MESMO LUGAR!

Não me perguntem como vai Petrópolis, a menos que queiram um repeteco da resposta mineiramente pitoresca do inesquecível político udenista - só rejeitado, pelo menos por mim, quando mudou de casaca patrocinando a ditadura de 64 - MAGALHÃES PINTO, na época governador das ALTEROSAS. Vindo ao RIO, quem sabe para tratativas inconfidenciais com CARLOS LACERDA nas antevésperas do famigerado 31 de março, um bajulador lhe perguntou: "Como vai Minas, Governador?". E a resposta de inopino lhe caiu de um sorriso matreiro, sem pestanejar: "Minas, meu velho amigo, continua no mesmo lugar!!! Petrópolis também não arreda pé. O Piabanha a lhe banhar as margens, as tão decantadas hortênsias em misteriosos recessos, o centro, este tomou um banho de terceiro-mundismo, embora esquecido de que a cidade não é só ele. Felizmente os olhos zangados da Democracia ainda velam, imperialmente, pelos entornos! Estão sempre suspirando por alguma eleição, quando costumam capinar as ruas, e desassorear os ribeirinhos que lhe margeiam os morros, e ouvir milhões de promessas fogofatuais...discos que nunca se quebram, e se repetem mal os sapos nas ruas cochicham troca de administradores. Ontem fui à celebração da Eucaristia na capela do Menino Jesus de Praga, na Rua Dias de Oliveira, Bingen. O Tristão costumava diariamente ouvir a missa no Sagrado, lá no final da igreja. Por razões por certo difenciadas faço quase o mesmo. Quase, porque fico em pé fora do templo, sob pequena cobertura que precede a entrada. Faz menos frio nesta época e não me exponho àquele "movetur", àquele despertar de, quem sabe, quietude cansativa, exasperante para muita gente, queira Deus que esteja mentindo! quando o celebrante pede se dêem a paz todos, caridosamente. Atrás de mim, ontem, um belo sol a me esquecer as costas, me pareceu estar um casal com criança ao colo. A criança me fez acreditar fosse uma netinha com os pais. Fiquei na minha, concentrado, Na fatídica hora dos mexe-mexe, virei-me de costas, meio certo já de que não se tratava de meu filho, esposa e netinha. Mas, e se fossem? Que azar! Um casal piamente se beijando e eu a lhes quebrar o enleio santo, estendendo-lhes a mão calosa, enrugada, transparente de minúsculos rios subcutâneos, num "Paz de Cristo" muito sincero, mas de forma desajeitada, pois levaram um não pequeno susto!

terça-feira, 21 de junho de 2011

SERIA UMA VOZ NO DESERTO?

ANTONIO FREDERICO OZANÃ (1813/1853), nasceu na França. Fundou em Paris a SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO ou OS VICENTINOS como costumam ser chamados seus componentes, muito numerosos no Brasil, especialmente em Minas e Ceará. Foi beatificado em 2.000, na igreja de Notre Dame em Paris pelo Papa João Paulo II. Eis o que escreveu para nossa meditação: " A questão que divide os homens dos nossos dias não é mais uma questão de formas políticas, é uma QUESTÃO SOCIAL, é saber quem há de levar a palma da vitória: o espírito de egoísmo ou o espírito de sacrifício, se a sociedade será apenas uma grande exploração em proveito dos mais fortes, ou uma consagração de cada um para o bem de todos. Há homens que têm demais e que querem ter ainda; há muitos outros que não têm o suficiente, que não têm nada; e esta luta ameaça ser terrível. De um lado, o poder do ouro, do outro o poder do desespero. Entre estes exércitos inimigos devemos nos precipitar, se não para impedir, pelo menos para amortecer o choque". Para OZANÃ como se distingue a CARIDADE da FILANTROPIA? " A FILANTROPIA é uma dama orgulhosa para quem as boas ações são uma espécie de adorno, e que gosta de se olhar no espelho". "A CARIDADE é uma terna mãe que mantém os olhos fixos sobre uma criança que leva no seu colo, que não pensa mais em si mesmo e que esquece a sua beleza por seu amor". E mais: "É muito pouco ALIVIAR o indigente dia-a-dia; é necessário pôr as mãos nas raízes do mal e em favor de PRUDENTES REFORMAS, diminuir as causas reais da miséria pública". Por último: "Se eu chegasse a possuir tudo o que o mundo pode oferecer para me tornar FELIZ, faltar-me-ia algo: A FELICIDADE DO PRÓXIMO".

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CONTA E TEMPO

DEUS pede estrita conta do meu tempo
E EU vou do meu tempo dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta?
EU que gastei, sem conta, tanto tempo!

Para ser minha conta feita a tempo
O tempo me foi dado e não fiz conta!
Não quis, sobrando tempo, fazer conta;
Hoje quero acertar conta e não há tempo!

Ó vós que tendes tempo sem ter conta
Não gasteis vosso tempo em passa-tempo!
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.

Pois aqueles que sem conta gastam o tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão como eu o não ter tempo!
(Do livro "Assim, pois, haveis de orar:")

AGGIORNAMENTO! NAS IGREJAS FIM DO SILÊNCIO!

Abrindo um número da revista "La Vie Spirituelle", fevereiro de 1948, não se assuste com sua idade, informei-me de que uma equipe de empregadas do Norte da França abria, na revista 'La Vie Franciscaine" um debate sobre o ESPÍRITO DE POBREZA. No mês de abril esta revista publicou a observação bastante jocosa de uma jovem, declarando que recusava a pregação da pobreza. Fazendo-lhe coro, uma colega, correspondente da revista da Ordem Terceira Franciscana, acrescentou: "eu digo não a este preceito evangélico", acrescentando que "adorava AGGIOR os tecidos floridos dotados de uma confortável elegância, o que, inicialmente nas coisas, confessava ela num raciocínio não desprovido de psicologia, nas vestes por exemplo, acaba por modelar o espírito". A reação a tais declarações não tardou a aparecer em números seguintes da "La vie Franciscaine". Alguém escreveu: "Como se pode dizer não ao Evangelho? Como isto se assemelha àqueles habitantes de Corinto que andavam reclamando de Paulo, de Apolo, de Pedro! Mas, que lhes respondeu São Paulo: "Por acaso Cristo está dividido?" Outra escreveu: "Como penso tratar-se de uma cristã que assim falava, ela precisa saber que a virtude da pobreza, obrigatória para todo cristão, consiste em manter o espírito liberto, mesmo em meio às riquezas, destas não abusando, em possuir as riquezas sem delas ser possuído". Alguém completou: se os fieis compreendessem o que vem a ser o espírito de pobreza, nenhum espanto seria causado, por ser ele tão exigente na vida dos sacerdotes, sejam diocesanos ou religiosos (de ordens ou congregações religiosas). Aliás o religioso se diferencia do diocesano exatamente porque o padre religioso renuncia EFETIVAMENTE a toda propriedade com a finalidade de ser mais facilmente pobre e livre INTERIORMENTE. O que se pede aos padres, mesmo falando-se de pobreza, é certa humildade de espírito, que renunciem às suas ideias próprias para poderem matricular-se na escola daqueles que os abordam, numa palavra na 'Escola da vida"! Que não sejam "funcionários", tratando desigualmente ricos e pobres como geralmente procedem os "barnabés" (funcionários públicos). Pela época, 1947/48, do acima ocorrido, vislumbra-se um sinal libertário do "aggiornamento" do Papa João XXIII. Discordar não é crime, mas quase sempre ocasião de se aprender, de progredir, de encontrar e encontrar-se, de atualização enfim!

domingo, 19 de junho de 2011

QUAL A CAUSA REAL?

A bela igreja neogótica da IMACULADA CONCEIÇÃO DA PRAIA DE BOTAFOGO, NO RIO DE JANEIRO, foi construída no fim do século XIX/XX pelo mesmo arquiteto, padre, que levantou na Serra do Caraça, em 1883, o templo que substituiu a igreja erguida no século XVIII pelo Irmão Lourenço, o fundador do Santuário que leva seu nome, em Minas Gerais. Foi o Padre Lazarista francês chamado JULIO CLAVELIN. ERA DIRETOR DO COLÉGIO DO CARAÇA, quando abrigou o Seminário Maior de Mariana que para lá se transferira no ano de 1854. Como a igreja barroca do Irmão Lourenço não comportava todos os alunos, pois havia também os colegiais muito numerosos, Padre Clavelin tomou a iniciativa de substituí-la por outra mais espaçosa, pondo-a abaixo e erguendo em seu lugar a atual existente, muito admirada pelos que a conhecem. Aconteceu, porém, que apenas terminada e consagrada, os seminaristas de Mariana retornaram à sua primitiva casa de formação, fato que muito entristeceu o Padre Clavelin. Cansado, em 1884 foi visitar sua pátria donde, regressando, continuou como diretor do Caraça, devendo a partir de então ouvir queixas de coirmãos pelo fato de ter substituído a igreja barroca do Irmão Lourenço pela neogótica. Ocorre que, tendo o Visitador, Padre Bartolomeu Sipolis, adquirido, em 1890, em Petrópolis um prédio para os noviços vindos do Caraça e aberto ali o Seminário Maior Lazarista, obteve do Superior Geral da Congregação, para iniciar a obra que tencionava, dois sacerdotes, três seminaristas maiores, dois noviços e um irmão leigo que chegaram ao Brasil no mesmo ano, 1890. Tiveram então início num único estabelecimento o noviciado e o escolasticado LAZARISTA em nosso país. Em 1898, falecendo o Padre Bartolomeu Sipolis, foi nomeado Visitador o Padre Julio Clavelin que logo se decepcionou com a atitude de alguns coirmãos. Não comungando do ideal do Padre Bartolomeu Sipolis, fechou o Noviciado e o Escolasticado de Petrópolis, mandando os seminaristas para os seminários diocesanos e os noviços para Paris. Atribui-se ao padre Clavelin como justificativa de sua atitude a frase seguinte: "Brasileiro não dá para Religioso". Dois anos depois o Padre Clavelin, renunciando ao cargo de Visitador, foi substituído pelo francês Padre Pedro Dehaene (1900), cujo primeiro ato foi reabrir a Casa de Formação dos Padres Lazaristas, fechada pelo Padre Clavelin. A partir de então, Petrópolis foi por 68 anos (1900/1968) a Casa de Formação , sede do Noviciado e do Escolasticado Lazaristas no Brasil. Pergunta-se: o que teria mesmo motivado o fechamento pelo Padre Clavelin da Casa de Formação dos Padres Lazaristas em Petrópolis?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CORAÇÃO DE OURO - PEITO DE FERRO

FRANCISCO IGLESIAS (1923/1999), insigne historiador mineiro, natural de Pirapora, escreveu que "duas instituições de ensino têm importância decisiva na vida de Minas Gerais: o CARACA e A ESCOLA DE OURO PRETO ( GORCEIX). Elas realizaram em certa época trabalho expressivo em matéria de educação, valendo pelo que foi feito no preparo de pessoal e pelo acento de originalidade dado à vida da área. Daí o seu relevo, justificativo de atenções. MAIS QUE SIMPLES ESCOLAS SÃO UNIDADES FORMADORAS DE DETERMINADA MARCA REGIONAL". CLAUDE HENRI GORCEIX, geólogo, mineralogista, físico, matemático, nasceu na França em 19/10/1842 na cidade de Saint-Denis-des-Murs. Lecionou na Grécia desde 1869 até o início da guerra prussiana, quando regressou a seu país. Em 1871, foi estudar no Mar Egeu os efeitos do vulcão Nizyros em sua nova erupção. Em 1874 aceitou o convite do nosso Imperador, Pedro II, para fundar a Escoa de Minas em Ouro Preto, tendo sido seu primeiro diretor, além de professor de Mineralogia, Geologia, Física e Química. Em 14/10/1891 exonerou-se de suas funções, voltando para a França. Em 1891 publicou: "Minas Gerais, l`un des états du Brésil". A convite do governo de Minas, em 1896 foi ao Estado Montanhês organizar o ensino agrícola na região. Em 1960 foi criada em Ouro Preto a Fundação Gorceix e em 1973 seus restos mortais foram transladados para Ouro Preto, repousando no Mausoleu de Gorceix, no antigo prédio da Escola de Minas. É o autor inspirado da definição muito querida dos habitantes das Alterosas: "MINAS, UM CORAÇÃO DE OURO NUM PEITO DE FERRO".

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O GNOSTICISMO

No II e III séculos, D.C., logo após os escritos do NOVO TESTAMENTO, surgiram os PADRES APOSTÓLICOS (São Clemente de Roma, falecido em 102 D.C.; Santo Inácio ,bispo de Antioquia, falecido em 107 D.C.; São Policarpo, bispo de Esmirna, falecido em 156 D.C.; Papias, bispo de Hierápolis, falecido em 130 D.C.), assim chamados por terem tido contato direto com os Apóstolos, e os APOLOGETAS, assim chamados os escritores que defendiam a FÉ CRISTÃ, que se aplicavam em desculpar os cristãos das acusações lançadas contra eles, provando que eles eram cristãos. Os CRISTÃOS nos 3 primeiros séculos, tiveram que enfrentar dois tipos de adversários: os PAGÃOS que acusavam os cristãos de constituírem um perigo para o Império Romano, e os GNÓSTICOS. A GNOSE foi uma corrente sincretista, pois fundia entre si elementos das religiões orientais, da mística grega e da revelacão judeu-cristã e que tentara envolver o CRISTIANISMO nesse processo de fusão. Os GNÓSTICOS prometiam aos homens um conhecimento superior ao da simples fé cristã, o qual forneceria a solução dos problemas fundamentais da filosofia: origem do mal, origem do mundo, redenção e felicidade definitiva do homem. No século III, D.C., o GNOSTICISMO entrou numa forma nova e mais durável: o MANIQUEÍSMO. Pregava a existência de um mau princípio, SATÃ, e de um bom Princípio, DEUS. Nos confins de seus Impérios, estão sempre em conflito, o que gera o mundo atual, um composto de bons e de maus elementos. Vê-se assim que o confronto entre a GNOSE e o CRiSTIANISMO nascente foi de grande perigo para este, devendo a IGREJA desenvolver densa apologética representada sobretudo por SãO JUSTINO, SANTO IRINEU, TERTULIANO etc. O critério para se julgar a veracidade das sentenças gnósticas era a CONFORMIDADE ou NÃO destas com oS ENSINAMENTOS da IGREJA DE ROMA ou ROMANA. ESTES ENSINAMENTOS ERAM DECISIVOS pois a COMUNIDADE de ROMA estava fundamentada sobre a PREGAÇÃO e o MARTÍRIO dos dois PRINCIPAIS APÓSTOLOS, PEDRO e PAULO. "É com esta IGREJA (DE ROMA), EM RAZÃO DE SUA MAIS PODEROSA AUTORIDADE DE FUNDAÇÃO QUE DEVE NECESSARIAMENTE CONCORDAR TODA IGREJA, ISTO É, DEVEM CONCORDAR OS FIEIS PROCEDENTES DE QUALQUER PARTE; NELA SEMPRE SE CONSERVOU A TRADIÇÃO QUE VEM DOS APÓSTOLOS".

A IGREJA É APOSTÓLICA - 2

Dizer que a IGREJA é APOSTÓLICA (blog anterior) indica, pois, que ela se origina de CRISTO pelos APÓSTOLOS. A estes, com efeito, CRISTO ordenou: que repetissem o rito não sangrento do Sacrifício da Cruz; que conferissem aos fieis os sacramentos, veículos da graça; que pregassem a doutrina evangélica; que dirigissem os fieis na prática do que mandara; que PEDRO enfim lhe pastoreasse os Cordeiros e Ovelhas. Morto o derradeiro apóstolo, desapareceu essa mediação dos Apóstolos que gozaram de alguns privilégios específicos, destinados APENAS a estabelecer a IGREJA fundada por CRISTO, como: REVELAR verdades novas, ESCREVER obras INSPIRADAS, promulgar alguns SACRAMENTOS. Claro que outros PODERES eram PERDURÁVEIS, portanto transmissíveis aos sucessores dos Apóstolos, pois sempre existiriam homens necessitados do Sacrifício Eucarístico, dos Sacramentos, da pregação, da "pastoração". A transmissibilidade de tais poderes era inegável, se era (e foi) vontade de Cristo que sua IGREJA subsistisse! Donde dizermos que entre os Apóstolos e nós tinha que haver uma CONTINUIDADE ININTERRUPTA. Por isto é que a IGREJA CATÓLICA é na substância idêntica, ou a mesma, IGREJA dos Apóstolos, inaugurada no dia de PENTECOSTES, ou IGREJA APOSTÓLICA. Esta CONTINUIDADE resulta da SUCESSÃO REGULAR DOS LEGÍTIMOS PASTORES, QUE VIERAM SE CONSAGRANDO (ORDENANDO) UNS AOS OUTROS, SEM A MÍNIMA INTERRUPÇÃO, desde o tempo dos Apóstolos que consagraram os primeiros sucessores deles, numa cadeia que, por assim dizer, assegurou o contato físico entre a IGREJA ATUAL e os APÓSTOLOS, e, pelos APÓSTOLOS, o CONTATO com a HUMANIDADE de CRISTO. IMPORTANTE: um argumento, tirado dessa APOSTOLICIDADE da IGREJA, em favor da confirmação de que a IGREJA é também ROMANA, é retirado de um texto de SANTO IRINEU (que foi discípulo de São Policarpo, que, por sua vez, foi discípulo de São João Evangelista, um dos 12 Apóstolos, sendo assim seu testemunho muito precioso), apelando para a DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, muito viva em cada igreja fundada pelos Apóstolos. Mas, como estas eram muito numerosas, SANTO IRINEU (135/202 D.C.), para combater uma heresia que surgira, a gnóstica, mostrou que "a IGREJA, muito grande e muito antiga, de todos conhecida, fundada e constituída em ROMA pelos gloriosos APÓSTOLOS PEDRO e PAULO, ensinava que a TRADIÇÃO ( A DOUTRINA) POR ELA RECEBIDA DOS APÓSTOLOS e a FÉ que anuncia aos homens, CHEGARAM ATÉ NÓS POR UMA SUCESSÃO REGULAR DE BISPOS", concluindo: "Porque é com a IGREJA ROMANA, em razão de sua PREEMINÊNCIA SUPERIOR, que deve estar de ACORDO TODA A IGREJA", isto é, todos os fieis, pois nela se conserva a DOUTRINA VINDA DOS APÓSTOLOS numa continuidade sem interrupção. Para melhores esclarecimentos, leia "O MISTÉRIO DA IGREJA", DE PADRE TEIXEIRA LEITE PENIDO, EDT. VOZES).

quarta-feira, 15 de junho de 2011

POR QUE A IGREJA É... APOSTÓLICA?

APOSTOLICIDADE é um caráter ou nota que se aplica à IGREJA fundada por JESUS CRISTO. Por que APOSTÓLICA? Para sabermos que ela se prende a CRISTO através de um laço de CONTINUIDADE ININTERRUPTA, laço social que é, ao mesmo tempo, visível e espiritual. Esta nota ou característica da IGREJA CATÓLICA é tão importante que a distingue de qualquer outra sociedade religiosa que professe prender-se a CRISTO "DIRETAMENTE", sem a existência de uma sociedade intermediária dotada de uma continuidade visível. Como se entende esse laço de "continuidade ininterrupta"? O ponto de partida está na escolha por CRISTO dos DOZE APÓSTOLOS, na sua investidura como representantes de CRISTO, na sua missão solene e no estabelecimento regular de sua sucessão, no que diz respeito à autoridade, de sua tradição no que concerne ao conjunto do grupo. Inicialmente os apóstolos são a IGREJA. Mas hoje não podemos ser a IGREJA, visível e verdadeira sociedade, sem nos prendermos visível e socialmente aos APÓSTOLOS. São estes que constituem a passagem entre nós e Jesus Cristo. Eles são o primeiro elo ou anel humano de tal sorte que, inexistente este primeiro elo, quebrada a continuidade pela não intermediação dos apóstolos, a IGREjA deixaria de ser sucessora dos apóstolos no que diz respeito a autoridade e a tradição da doutrina a ela legada por Cristo. A IGREJA teria perdido a peça-mestra, divina e humana, que é CRISTO, ela deixaria mesmo de umbilicalmente, fundamentalmente, prender-se a Deus. Daí ninguém se espantar por ver a autoridade central da Igreja reivindicar o título de SÉ APOSTÓLICA, e de se dizer que a IGREJA CATÓLICA É APOSTÓLICA. ESTA nota de APOSTOLICIDADE QUE A IGREJA REIVINDICA PARA SI faz com que seja ela autenticamente uma síntese do DIVINO e do HUMANO INAUGURADA NO CRISTO pela encarnação, CONTINUADA EM NÓs POE ESTA ENCARNAÇÃO CONTINUADA, SOCIAL, CHAMADA IGREJA. "Falar em "apostolicidade" da IGREJA, escreve Padre Penido em seu livro "O MISTÉRIO DA IGREJA", significa que o Senhor, havendo consumado sozinho na cruz a nossa salvação, quis aplicar aos homens os frutos da Paixão pelo MINISTÉRIO DOS APÓSTOLOS. Qualificar a IGREJA de "APOSTÓLICA" indica que ela se ORIGINA de CRISTO pelos APÓSTOLOS (Ef.2,20; Apoc.21,14)."

terça-feira, 14 de junho de 2011

INFORMAÇÕES FIDEINUTRIENTES

Se você sente vontade de subir mais alguns degraus na vivência de sua FÉ, leia isto, escrito por Charles Journet a respeito de Jacques Maritain: "Em Genebra só encontrastes opositores. Muitos que não souberam desde o começo reconhecer vossa mensagem perceberam-no com clarividência à medida que iam aparecendo vossos livros: "Arte e Escolástica", "Reflexões sobre a Inteligência", e sobretudo esta obra esplêndida e prodogiosa "DISTINGUIR PARA UNIR". Houve alguém que descobriu vosso coração na "RESPOSTA A JEAN COCTEAU" onde escrevestes que "é preciso ter um espírito rígido e um coração afável". Outro achou no "SONHO DE DESCARTES" a resposta decisiva às questões que o impediam ainda de entrar na Igreja Católica. Poderia citar muitos exemplos desse tipo - o exemplo, entre outros, desses dois estudantes, irmão e irmã - que não são católicos - que, tendo posto em comum suas pequenas economias, para adquirir o "DISTINGUIR PARA UNIR", o lêem alternadamente, iniciando o irmão a leitura pelo começo em que se trata dos conhecimentos científicos e filosóficos, e a irmã pelo fim onde se fala de São João da Cruz e de Santo Agostinho". ATENÇÃO! Medite no que se segue: " Jacques, vós abris portas que nós, PADRES, não podemos abrir. Por causa, sem dúvida, das extraordinárias qualidades que Deus vos deu! Por causa também do sentimento super-profundo que possuís das necessidades concretas de nosso pobre mundo, porque vós o conhecestes da maneira como só o podem fazer aqueles que, dotados ao nascerem de uma alma privilegiada, chegaram, DE FORA, ao interior da IGREJA, à custa, são palavras vossas, "de uma vastidão de miséria de que nem ideia fazem aqueles que tiveram a GRAÇA de nascerem e de crescerem na FÉ". Foi necessário que o Espírito Santo vos tomasse pela mão. Foi assim que, então antigo aluno de Le Dantec e de Bergson, pleno de ciência e de filosofia, vós fostes de repente atirado sobre Léon Bloy, tão diferente de vós, que não tinha gosto nem pela ciência nem pela filosofia, mas em quem reconhecestes desde a primeira abordagem duas grandezas: a da FÉ e a da POBREZA" ("Correspondance-Journet/Maritain", vol.II). A Internet fornece preciosas informações sobre o Cardeal Journet, Maritain e Léon Bloy , que ali esperam por você! Leia também "Deus e os Homens", de P.Van Der Meer de Walcheren" e "As grandes Amizades", de Raissa Maritain.

terça-feira, 7 de junho de 2011

LÍNGUA PORTUGUESA = LÍNGUA LATINA?

"OS LUSÍADAS', poema épico escrito por LUIZ VAZ DE CAMÕES (1525/1580), português nascido em Lisboa no século XVI, narra a descoberta (1498) do caminho marítimo para a ÍNDIA, efetuada por VASCO DA GAMA (1469/1524) e seus marinheiros. O poema está dividido em 10 partes ou cantos, cada um contendo um número variável de estrofes. A obra foi dedicada a DOM SEBASTIÃO (REI de 1557 a 1578), então poderoso Rei de Portugal "cujo alto IMPÉRIO o sol, em nascendo, vê primeiro, e quando desce o deixa derradeiro". Narra o poeta que tudo teve início quando os deuses no Olimpo Luminoso se juntaram em "concílio glorioso sobre as cousas futuras do Oriente"; Júpíter, rei dos deuses, fala então dos "feitos gloriosos dos Filhos de Luso", isto é, dos Lusíadas, dos Portugueses, enaltecendo-lhes a VITÓRIA CONTRA OS MOUROS E OS CASTELHANOS; ENFATIZANDO que, constituindo um país tão pequeno, havia descoberto novos mundos; e mais: que agora, " cometendo o duvidoso mar num lenho leve, por vias nunca usadas a mais se atreve". Nisto, surgiu um entrevero entre os deuses, devido à oposição que o deus Baco fez ao discurso de Júpiter pondo-se logo do início da reunião ao lado dos marinheiros portugueses comandados por Vasco da Gama e os apoiando incondicionalmente. Entra então em cena o deus Marte, talvez porque "um amor antigo o obrigasse", ou porque convencido do valor da gente portuguesa, apelando a Júpiter que não voltasse atrás da determinação que havia tomado, "pois seria fraqueza desisitir-se da cousa começada". " Como isto disse, o Padre poderoso, Júpiter, a cabeça inclinando, consentiu, partindo logo cada um dos deuses para os seus determinados aposentos, depois de feitos seus reais acatamentos". Comentando o desfecho da discussão entre os deuses no Olimpo, o poeta escreve que contra Baco e a favor da decisão já tomada de Júpiter, "sustentava Vênus bela, afeiçoada à GENTE LUSITANA, por quantas qualidades via nela da antiga, tão amada sua, ROMANA: nos fortes corações, na grande estrela que mostraram na Terra Tingitana, E NA LÍNGUA, NA QUAL, QUANDO IMAGINA, COM POUCA CORRUPÇÃO CRÊ QUE É A LATINA". O curioso aqui é que Camões escreve que Vênus admirava tanto a gente romana, que falava a LÍNGUA LATINA, que, ao ouvir os portugueses falarem, Vênus julgava que a língua que eles usavam era a própria língua latina: "E NA LÍNGUA, NA QUAL , QUANDO IMAGINA, COM POUCA CORRUPÇÃO CRÊ QUE É A LATINA" e não, salvo melhor juízo, um dialeto ou uma língua originária, derivada do LATIM.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

06/06/1944 = O DIA MAIS LONGO DO ANO

ÀS 0h,16, exatos 69 anos atrás, dia 06/06/44, pousou no solo francês o primeiro planador com comandantes aliados. Às 5,50, a Costa da Normandia, França, era bombardeada pela frota aliada. Ao mesmo tempo, chuvas de bombas eram despejadas sobre os 8o quilômetros de praias da Normandia. Sinal iminente da invasão. Milhares de lâminas de metal eram lançadas por aviões aliados ao norte, para despistar os alemães, confundindo seus radares. E às 6,30 cerca de 180.000 soldados ingleses, americanos e canadenses punham os pés em território francês. Foi o DIA D, o começo do fim, o dia histórico, o despertar da manhã mais vislumbrada, o amanhecer do sol da esperança que, nas terras da Itália, já enchiam os peitos de nossos Pracinhas, a entoarem nos picos das montanhas do país de São Francisco de Assis os vibrantes versos, até hoje indeléveis de nossos corações adolescenres de então: "Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá: sem que que leve por divisa este V que simboboliza a VITÓRIA que virá!" Como deixar cair no olvido nomes de alguns dos herois; CHURCHILL, EISENHOWER, MONTGOMERY, PATTON, que, no planejamento e comando dessa invasão, deram o ponta-pé inicial de volta da democracia ao nosso país, com a queda inapelável do ESTADO NOVO! Lamentável, claro que não por responsabilidade sua, ter a internet desbancado, por vezes, a imprensa escrita que, em datas como esta do DIA D, não mais reserva algumas linhas trazendo à tona a recordação de fatos históricos capazes, pela sua natureza, importância, de despertar nossos sentimentos cívicos, patrióticos, brasílicos. Boa pedida seria os avós e pais presentearem seus netos e filhos, ao aflorar-lhes a adolescência, por exemplo no Dia da Criança, com uma coleção ilustrada narrando os fatos que ensinam, que educam, que humanizam e que emolduraram e eternizaram "O DIA MAIS LONGO DO ANO: 06 de JUNHO de 1944".