quinta-feira, 30 de junho de 2011

NOSSO DEUS CONTEMPORÂNEO

É muito comum ser uma pessoa, pertencente a culturas desristianizadas, de repente ser tocada de maneira a mais indizivel pela luz da fé. Trata-se de uma situação por vezes assustadora. Feliz aquele que crê! Não conhece ou conheceu a confusão, a desorientação e o sofrimento de um ateu que de repente, sem nenhuma intervenção humana aparente, é esmagado pela realidade de Deus, sem saber o que fazer. Sem poder revelar-se a amigos que só poderiam zombar dele, incapaz de confiar-se a uma igreja, acha-se num estado de angústia dilacerante. Sem um conceito claro e reconfortante de Deus que, entretanto, exige dele engajamento e confiança totais. Sua angústia é a maior possivel, mas nem por isso sua fé é menos real! Instintivamente costuma procurar homens contemplativos, de oração, que conhecem os caminhos de Deus. Mas estes, quando procurados por pessoas transtornadas, se vêem, muitas vezes, conscientes de sua própria insuficiência, tendo que pesar com cuidado o que poderá dizer, sem ser sentimental, nem complacente nem meramente formal. Só quem foi um dia consultado sabe, porque passou por tal situação, que é inteiramente falso afirmar que "o homem moderno é incapaz de sentir a necessidade de Deus ou de reagir à SUA presença". Devemos reconhecer que já é tempo de a consciência cristã de Deus se expressar em linguagem contemporânea. As ideias medievais sobre Deus estavam de acordo com o pensamento medieval em relação ao cosmos, à terra, à física e à estrutura biológica e psicológica do homem. Estas ideias foram revolucionadas. Quando o pensamnto abstrato e a existência concreta entram em conflito, a marca do verdadeiro contemplativo está em que ele se situa do lado da EXISTÊNCIA concreta. Nosso Deus é um Deus vivo que se manifestou de modo concreto ao homem, não só em palavras e ações através da quais Ele interveio na história humana para a nossa salvação, mas acima de tudo através do seu FILHO que os APÓSTOLOS ouviram, viram, tocaram e reconheceram como sendo o VERBO DA VIDA (cf. 1Jo 1,1). O cerne da CONTEMPLAÇÃO CRISTÃ é a revelação do DEUS INVISÍVEL. O contemplativo cristão, AQUELE QUE PROCURA VIVER O CRISTIANISMO, procura participar da maneira mais plena e viva da EXPERIÊNCIA que lhe vem daqueles que conviveram com Cristo na terra, que o conheceram e o viram ressuscitado e receberam dele o Dom do Espirito ( Assim pensou acertadamente Thomas Merton em "Contemplação num mundo de ação").

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