segunda-feira, 20 de junho de 2011

AGGIORNAMENTO! NAS IGREJAS FIM DO SILÊNCIO!

Abrindo um número da revista "La Vie Spirituelle", fevereiro de 1948, não se assuste com sua idade, informei-me de que uma equipe de empregadas do Norte da França abria, na revista 'La Vie Franciscaine" um debate sobre o ESPÍRITO DE POBREZA. No mês de abril esta revista publicou a observação bastante jocosa de uma jovem, declarando que recusava a pregação da pobreza. Fazendo-lhe coro, uma colega, correspondente da revista da Ordem Terceira Franciscana, acrescentou: "eu digo não a este preceito evangélico", acrescentando que "adorava AGGIOR os tecidos floridos dotados de uma confortável elegância, o que, inicialmente nas coisas, confessava ela num raciocínio não desprovido de psicologia, nas vestes por exemplo, acaba por modelar o espírito". A reação a tais declarações não tardou a aparecer em números seguintes da "La vie Franciscaine". Alguém escreveu: "Como se pode dizer não ao Evangelho? Como isto se assemelha àqueles habitantes de Corinto que andavam reclamando de Paulo, de Apolo, de Pedro! Mas, que lhes respondeu São Paulo: "Por acaso Cristo está dividido?" Outra escreveu: "Como penso tratar-se de uma cristã que assim falava, ela precisa saber que a virtude da pobreza, obrigatória para todo cristão, consiste em manter o espírito liberto, mesmo em meio às riquezas, destas não abusando, em possuir as riquezas sem delas ser possuído". Alguém completou: se os fieis compreendessem o que vem a ser o espírito de pobreza, nenhum espanto seria causado, por ser ele tão exigente na vida dos sacerdotes, sejam diocesanos ou religiosos (de ordens ou congregações religiosas). Aliás o religioso se diferencia do diocesano exatamente porque o padre religioso renuncia EFETIVAMENTE a toda propriedade com a finalidade de ser mais facilmente pobre e livre INTERIORMENTE. O que se pede aos padres, mesmo falando-se de pobreza, é certa humildade de espírito, que renunciem às suas ideias próprias para poderem matricular-se na escola daqueles que os abordam, numa palavra na 'Escola da vida"! Que não sejam "funcionários", tratando desigualmente ricos e pobres como geralmente procedem os "barnabés" (funcionários públicos). Pela época, 1947/48, do acima ocorrido, vislumbra-se um sinal libertário do "aggiornamento" do Papa João XXIII. Discordar não é crime, mas quase sempre ocasião de se aprender, de progredir, de encontrar e encontrar-se, de atualização enfim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário