TRISTÃO DE ATHAYDE POR DENTRO
Na introdução do tomo I da "Correspondência Harmonia dos Contrastes" (Alceu Amoroso Lima-Jackson de FIgueiredo), Dom Basílio Penido O.S.B. escreve que a publicação dessas cartas constitui uma das fases mais importantes da vida de ALCEU AMOROSO LIMA e de sua CONVERSÃO AO CATOLICISMO. A figura de JACKSON DE FIGUEIREDO surgiu na vida de Tristão em 1918, quando Jackson de Figueiredo lhe apresentou o escritor Afrânio Peixoto, médico e escritor. Talvez essa nova amizade é que tenha proporcionado a Tristão tornar-se concunhado de Afrânio, casados que foram com jovens irmãs, filhas do imortal Alberto de Faria. No dizer de Dom Basílio, o mensageiro de Deus para a transformação daquele que seria mais tarde o maior líder católico leigo do Brasil, foi o ter sido Jackson, ativista católico e antecessor de Alceu na direção do movimento leigo, o destinatário daquela CORRESPONDÊNCIA, infelizmente desconhecida dos nossos leigos católicos e talvez de grande parte do clero brasileiro. Jackson foi o criador, sob a supervisão do Cardeal Dom Sebastião Leme, em 1922, do Centro Dom Vital, no Rio de Janeiro. Entre Jackson e Tristão cresceu profunda amizade solidificada pela preocupação, primeiro em Jackson, depois em Alceu, de servir a Deus e à Igreja na qualisade de leigos militantes. Naquela época, crescia no Povo de Deus o movimento leigo, impulsionado sobretudo pelo papa Pio XI, como um novo modelo de Igreja em que os leigos eram chamados a assumirem responsabilidades e tarefas que cada vez mais se foram enfeixando nas mãos do clero. Profunda influência exerceu o Centro no rejuvenescimento da Igreja no país, acolhendo nomes tais como de Hamilton Nogueira, Perillo Gomes, Sobral Pinto, Augusto Schimidt, Durval de Morais e, depois de convertido ao catolicismo, do próprio Tristão de Athayde. Falecendo Jackson de Figueiredo (04/11/1928) substituiu-o na direção do Centro ALCEU AMOROSO LIMA (Tristão de Athayde), surgindo a figura de Tristão na sua nova dimensão que só fez crescer, tendo caracterizado toda a sua longa vida. Tal foi o clima despertado no Centro convergindo na evolução do pensamento católico que hoje se pode em parte sentir o despertar ali da aurora do Concílio Vaticano II e de seu periodo pósconciliar com a eleição do Papa Francisco que vai procurando atualizar as decisões tomadas naquele concílio há meio século.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
O TRISTÃO POR DENTRO - 2
O diálogo de alta tensão entre TRISTÃO e o pai em janeiro de 1919 pelo desinteresse do filho em relação à direção da fábrica do pai expõe ainda o sofrimento do filho assim narrado: "Cena tremendamente dramática! Uma das cenas culminantes da minha vida!" Confessa que mais tarde, narrará o itinerário de sua vida e de sua época em seu coração dilacerado por dois ideais contraditórios, porque sempre viveu sob o signo de uma estrela dupla!" E prossegue: "A frase de meu pai me deixou achatado, humilhado. Tanto mais que ele, passada a cólera, voltada a serenidade, vendo em mim o que ele fora outrora (como tudo isso adquire uma luz profunda, quando revejo de novo a cena, com a minha mentalidade de agora, com os meus 34 anos, a minha experiência e a minha FÉ, isto é, a volta à compreensão da importância dos detalhes!) - ele me disse que também pensara como eu, em moço, e que no fundo do seu coração ele estava também com os operários, mas que havia um dever a cumprir e que era necessário ser coerente com a vida que levamos, etc. E eu senti desde esse dia o absurdo de minha fé socialista e comecei a lutar por arrancá-la do coração. Lentamente o consegui e cheguei a considerar-me justificado em minha posição de industrial. Lancei-me no movimento modernista e tive ORGULHO de ser industrial, chefe de MIL homens, transformador da água do rio que você viu (Rio Carioca) em energia, e não um reles funcionário público ou um pobre professor da roça. Chefe de indústria, criador do Brasil moderno. Um homem enfim na vanguarda. E todo o sonho socialista se desfazia como névoa numa manhã de sol. Quando cessou minha fé socialista e consegui chegar ao equilíbrio do homem que vê no homem o fim da vida, quando cheguei a esse planalto, começou sutilmente um trabalho interior que hoje reconheço que era talvez o primeiro contato inconsciente com a GRAÇA. E contar como o SOCIALISTA de 1919, convertido no dinamista de 1921, chegou hoje ao cristão de 1928, seria obra de todo um livro que devo um dia escrever, se Deus quiser que eu conte como cheguei dolorosamente a ELE! Será para os 70 anos! Quando achar na vida o encanto de reviver o passado!"
O diálogo de alta tensão entre TRISTÃO e o pai em janeiro de 1919 pelo desinteresse do filho em relação à direção da fábrica do pai expõe ainda o sofrimento do filho assim narrado: "Cena tremendamente dramática! Uma das cenas culminantes da minha vida!" Confessa que mais tarde, narrará o itinerário de sua vida e de sua época em seu coração dilacerado por dois ideais contraditórios, porque sempre viveu sob o signo de uma estrela dupla!" E prossegue: "A frase de meu pai me deixou achatado, humilhado. Tanto mais que ele, passada a cólera, voltada a serenidade, vendo em mim o que ele fora outrora (como tudo isso adquire uma luz profunda, quando revejo de novo a cena, com a minha mentalidade de agora, com os meus 34 anos, a minha experiência e a minha FÉ, isto é, a volta à compreensão da importância dos detalhes!) - ele me disse que também pensara como eu, em moço, e que no fundo do seu coração ele estava também com os operários, mas que havia um dever a cumprir e que era necessário ser coerente com a vida que levamos, etc. E eu senti desde esse dia o absurdo de minha fé socialista e comecei a lutar por arrancá-la do coração. Lentamente o consegui e cheguei a considerar-me justificado em minha posição de industrial. Lancei-me no movimento modernista e tive ORGULHO de ser industrial, chefe de MIL homens, transformador da água do rio que você viu (Rio Carioca) em energia, e não um reles funcionário público ou um pobre professor da roça. Chefe de indústria, criador do Brasil moderno. Um homem enfim na vanguarda. E todo o sonho socialista se desfazia como névoa numa manhã de sol. Quando cessou minha fé socialista e consegui chegar ao equilíbrio do homem que vê no homem o fim da vida, quando cheguei a esse planalto, começou sutilmente um trabalho interior que hoje reconheço que era talvez o primeiro contato inconsciente com a GRAÇA. E contar como o SOCIALISTA de 1919, convertido no dinamista de 1921, chegou hoje ao cristão de 1928, seria obra de todo um livro que devo um dia escrever, se Deus quiser que eu conte como cheguei dolorosamente a ELE! Será para os 70 anos! Quando achar na vida o encanto de reviver o passado!"
EVANGELHO DA IGREJA
Por que só o EVANGELHO cuja autoria a Bíblia atribui a SÃO MATEUS é denominado EVANGELHO DA IGREJA? Pela simples razão de que apenas em seu evangelho é usada a palavra IGREJA. Com efeito, perguntando um dia JESUS aos discípulos quem era ELE, respondendo "SIMÃO PEDRO disse: "Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo". Jesus depois de lembrar-lhe que quem lhe revelou isso foi o Pai dele que está nos ceus, assim completou: "Também eu te digo que és PEDRO, e sobre esta PEDRA edificarei minha IGREJA e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ELA (Mat. XVI, 13 a 21). Também implicitamente usou-a São Paulo em I COR, 3 a 19, como também em Eph. 2, 19 a 22, referindo-se aos fundamentos da Igreja. O Antigo Testamento também a usou, mas no sentido de REUNIÃO ou CONGREGAÇÃO dos fieis (Num.16, 3; 20, 4; Deut. 23, 2e3; Ps. 21, 23 e 26; 34. 18). Pelas palavras de Cristo, PEDRO será o FUNDAMENTO da IGREJA, isto é, sua mais firme ESTABILIDADE. Constituía-o fundamento do edifício que ia fundar, arquiteto que pensava na construção de uma casa. PEDRO com bastante propriedade CRISTO o chama de PEDRA, o que constitui a base, o princípio de estabilidade e firmeza numa sociedade humana, a cuja imitação foi constituída a IGREJA o que em outros termos se traduz pelo EXERCÍCIO DA AUTORIDADE. Por conseguinte pelas palavras de JESUS foi conferida a PEDRO a AUTORIDADE da IGREJA, donde (Mat, 18. 18) o seguinte: "Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será ligado nos ceus e tudo quanto desligardes na terra será desligado nos ceus". Nem a palavra PETROS em grego nem seu correspondente aramaico KEPHA (rocha) eram usados como nome de pessoa antes de JESUS ter chamado assim o chefe dos apóstolos para simbolizar o seu papel na fundação da IGREJA.
Por que só o EVANGELHO cuja autoria a Bíblia atribui a SÃO MATEUS é denominado EVANGELHO DA IGREJA? Pela simples razão de que apenas em seu evangelho é usada a palavra IGREJA. Com efeito, perguntando um dia JESUS aos discípulos quem era ELE, respondendo "SIMÃO PEDRO disse: "Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo". Jesus depois de lembrar-lhe que quem lhe revelou isso foi o Pai dele que está nos ceus, assim completou: "Também eu te digo que és PEDRO, e sobre esta PEDRA edificarei minha IGREJA e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ELA (Mat. XVI, 13 a 21). Também implicitamente usou-a São Paulo em I COR, 3 a 19, como também em Eph. 2, 19 a 22, referindo-se aos fundamentos da Igreja. O Antigo Testamento também a usou, mas no sentido de REUNIÃO ou CONGREGAÇÃO dos fieis (Num.16, 3; 20, 4; Deut. 23, 2e3; Ps. 21, 23 e 26; 34. 18). Pelas palavras de Cristo, PEDRO será o FUNDAMENTO da IGREJA, isto é, sua mais firme ESTABILIDADE. Constituía-o fundamento do edifício que ia fundar, arquiteto que pensava na construção de uma casa. PEDRO com bastante propriedade CRISTO o chama de PEDRA, o que constitui a base, o princípio de estabilidade e firmeza numa sociedade humana, a cuja imitação foi constituída a IGREJA o que em outros termos se traduz pelo EXERCÍCIO DA AUTORIDADE. Por conseguinte pelas palavras de JESUS foi conferida a PEDRO a AUTORIDADE da IGREJA, donde (Mat, 18. 18) o seguinte: "Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será ligado nos ceus e tudo quanto desligardes na terra será desligado nos ceus". Nem a palavra PETROS em grego nem seu correspondente aramaico KEPHA (rocha) eram usados como nome de pessoa antes de JESUS ter chamado assim o chefe dos apóstolos para simbolizar o seu papel na fundação da IGREJA.
domingo, 24 de agosto de 2014
TRISTÃO POR DENTRO
TRISTÃO, em carta de 10/05/1928 a Jackson de Figueiredo, conta que seu pai o forçara a fazer parte da Companhia de tecidos que dirigia. Diante do desinteresse pela indústria, pelos negócios da empresa, em janeiro de 1919 teve terrível discussão com o pai que deplorava o desinteresse dele pela função ocupada. Tudo numa conversa não amigável. "Disse-me várias coisas a respeito. E eu afinal repliquei, notando-se que acabava de cessar longo período de sucessivas greves, logo depois da Revolução Russa, com o operariado muito exaltado. E eu também, com o meu eu socialista de então". No meio da discussão disse ao pai: "Pois bem, vou lhe dizer a verdade, papai: EU PENSO COMO ELES, os operários em greve". E ele deu-me essa ducha gelada que me roeu as entranhas por longos anos. O pai respondeu: "Pois se pensa como eles, vá trabalhar por eles e não continue no seu lugar!". "Foi uma frase, escreveu Tristão a Jackson, apenas de bom senso. Mas ouvida naquele momento, você nem pode imaginar que horrível repercussão teve dentro de mim. Eu gaguejei qualquer coisa. Mas senti que estava irremediavelmente vencido e vencido por mim mesmo. Eu era a própria anulação, por absurdo, de tudo aquilo que eu dissera. Dando-me ares de paladino libertário, invocando contra o velho burguês conservador (meu pai) os direitos e o espírito da nova gente, das novas ideias que surgiam da guerra (de 14) e que eram a expressão da Revolução Social, dando-me ali, vitoriosamente, como apóstolo da Ideia Nova, eu não ser mais do que um burguesinho excitado por leituras libertárias, mas que comia os cobres do velho industrial, valia-me de sua proteção para viver à custa da fábrica, da Companhia, que minhas veleidades de socialista acusavam de exploradora de operários, cuja causa eu fingia, ou antes, eu ardentemente não fingia não, mas de fato abraçava!"("Correspondência-Harmonia dos Contrastes", tomo II, pag. 103).
TRISTÃO, em carta de 10/05/1928 a Jackson de Figueiredo, conta que seu pai o forçara a fazer parte da Companhia de tecidos que dirigia. Diante do desinteresse pela indústria, pelos negócios da empresa, em janeiro de 1919 teve terrível discussão com o pai que deplorava o desinteresse dele pela função ocupada. Tudo numa conversa não amigável. "Disse-me várias coisas a respeito. E eu afinal repliquei, notando-se que acabava de cessar longo período de sucessivas greves, logo depois da Revolução Russa, com o operariado muito exaltado. E eu também, com o meu eu socialista de então". No meio da discussão disse ao pai: "Pois bem, vou lhe dizer a verdade, papai: EU PENSO COMO ELES, os operários em greve". E ele deu-me essa ducha gelada que me roeu as entranhas por longos anos. O pai respondeu: "Pois se pensa como eles, vá trabalhar por eles e não continue no seu lugar!". "Foi uma frase, escreveu Tristão a Jackson, apenas de bom senso. Mas ouvida naquele momento, você nem pode imaginar que horrível repercussão teve dentro de mim. Eu gaguejei qualquer coisa. Mas senti que estava irremediavelmente vencido e vencido por mim mesmo. Eu era a própria anulação, por absurdo, de tudo aquilo que eu dissera. Dando-me ares de paladino libertário, invocando contra o velho burguês conservador (meu pai) os direitos e o espírito da nova gente, das novas ideias que surgiam da guerra (de 14) e que eram a expressão da Revolução Social, dando-me ali, vitoriosamente, como apóstolo da Ideia Nova, eu não ser mais do que um burguesinho excitado por leituras libertárias, mas que comia os cobres do velho industrial, valia-me de sua proteção para viver à custa da fábrica, da Companhia, que minhas veleidades de socialista acusavam de exploradora de operários, cuja causa eu fingia, ou antes, eu ardentemente não fingia não, mas de fato abraçava!"("Correspondência-Harmonia dos Contrastes", tomo II, pag. 103).
terça-feira, 19 de agosto de 2014
AS CINCO MEDALHINHAS DE EDUARDO CAMPOS
Da comoção acompanhando todo o desenrolar do sepultamento de EDUARDO CAMPOS (16-08-14) em RECIFE ficou-me um pormenor: a entrega a RENATA, viúva do candidato à presidência da República, das MEDALHINHAS que o presidenciável usava no pescoço em homenagem aos cinco filhos. O fato, envolto no ambiente de paz, de reflexões sobre nossa passagem no tempo, fez-me o relógio do tempo voltar quase oitenta anos atrás. A cidade era diminuta de gente de tradicional religiosidade. Mal desperta a razão cuidavam os pais, sobretudo as mães, de nosso crescer cristão. Éramos encaminhados às aulas de religião aos cuidados de catequistas zelosas. E foi aí que me perdi no meio das medalhinhas trazidas no pescoço de Eduardo Campos. Raramente se encontrava, naqueles tempos, uma criança sem o símbolo da devoção a Nossa Senhora preso por uma linha de bordar ou de uma correntinha ao pescoço. Se o persignar-se, isto é, traçar com a mão direita aberta três cruzes: na testa, no peito e nos ombros esquerdo e direito, era o "sinal do cristão" (era a figura da cruz em que Cristo se imolou), trazer no peito sobre o coração uma medelhinha era o sinal de nosso amor a NOSSA SENHORA. E como perdíamos esse sinal! Mas quantas vezes alguém nos presenciava com outra! E asim a FÉ de nosso batismo se alimentava pelo toque misterioso de um simples objeto santificado pela bênção da Igreja. Aprendíamos a ser devotos de Maria Mãe de Jesus. E quantos de nós sempre nos agarramos e nos agarrávamos a essa MEDALHA MILAGROSA! E DESCOBRIR NO CORPO DE UM CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA , ceifado misteriosamente num desastre de avião, governador de um estado brasileiro, um senhor de 5o anos, pai e esposo, com cinco medalhinhas: três de Nossa Senhora da Madalha Milagrosa, uma de São Francisco e um trevo, como constituiu isto para mim um mundo de recordações da infância, como me levou a compreender o empenho de nosso Papa Francisco em acordar nossa fé adormecida! No episódio, a evidência palpável de duas realidades invejáveis: da autenticidade de uma Fé cristã e católica, vivenciada numa FAMÍLIA CATÓLICA.
Da comoção acompanhando todo o desenrolar do sepultamento de EDUARDO CAMPOS (16-08-14) em RECIFE ficou-me um pormenor: a entrega a RENATA, viúva do candidato à presidência da República, das MEDALHINHAS que o presidenciável usava no pescoço em homenagem aos cinco filhos. O fato, envolto no ambiente de paz, de reflexões sobre nossa passagem no tempo, fez-me o relógio do tempo voltar quase oitenta anos atrás. A cidade era diminuta de gente de tradicional religiosidade. Mal desperta a razão cuidavam os pais, sobretudo as mães, de nosso crescer cristão. Éramos encaminhados às aulas de religião aos cuidados de catequistas zelosas. E foi aí que me perdi no meio das medalhinhas trazidas no pescoço de Eduardo Campos. Raramente se encontrava, naqueles tempos, uma criança sem o símbolo da devoção a Nossa Senhora preso por uma linha de bordar ou de uma correntinha ao pescoço. Se o persignar-se, isto é, traçar com a mão direita aberta três cruzes: na testa, no peito e nos ombros esquerdo e direito, era o "sinal do cristão" (era a figura da cruz em que Cristo se imolou), trazer no peito sobre o coração uma medelhinha era o sinal de nosso amor a NOSSA SENHORA. E como perdíamos esse sinal! Mas quantas vezes alguém nos presenciava com outra! E asim a FÉ de nosso batismo se alimentava pelo toque misterioso de um simples objeto santificado pela bênção da Igreja. Aprendíamos a ser devotos de Maria Mãe de Jesus. E quantos de nós sempre nos agarramos e nos agarrávamos a essa MEDALHA MILAGROSA! E DESCOBRIR NO CORPO DE UM CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA , ceifado misteriosamente num desastre de avião, governador de um estado brasileiro, um senhor de 5o anos, pai e esposo, com cinco medalhinhas: três de Nossa Senhora da Madalha Milagrosa, uma de São Francisco e um trevo, como constituiu isto para mim um mundo de recordações da infância, como me levou a compreender o empenho de nosso Papa Francisco em acordar nossa fé adormecida! No episódio, a evidência palpável de duas realidades invejáveis: da autenticidade de uma Fé cristã e católica, vivenciada numa FAMÍLIA CATÓLICA.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
NOSSA SENHORA ASSUNTA AO CÉU
Neste dia, 15/08/14, o "POVO de DEUS" celebra, desde o século VI, o Trânsito (passagem) ou Dormição de Maria, Mãe de Jesus. A vida de MARIA assim pode resumir-se: depois da desobediência de ADÃO E EVA, DEUS não quis abandonar nossos primeiros pais. Prometeu-lhes a restauração da aliança violada, anunciando a vitória do SALVADOR sobre o Tentador e o Pecado (Gn 3,15 -Is.7,14 - Mq. 5,13). O sentido literal pleno desse texto aponta MARIA e JESUS CRISTO como os protagonistas da luta decisiva contra a serpente. Em outras palavras: EVA inicia uma tarefa a ser realizada por MARIA. Mas Eva esteve sob o poder da Serpente. Maria, porém, foi "cheia de graça", pois nunca se dobrou sob o jugo do maligno, ao contrário colaborou para a vitória sobre ele. Donde ser chamada "Imaculada Conceição", pelo fato de ter nascido sem a mancha do pecado original (Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL). Pela tradição cristã MARIA foi sempre venerada com o título de NOVA EVA em relação a Jesus, o Messias. Por isso essa prerrogativa foi definida pelo Concílio de Éfeso em 431: MARIA é MÃE de Deus, pois é mãe de Cristo que, sendo Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, tornou-se também homem, encarnando-se no ventre de MARIA. E esta, na época por Deus escolhida, imaculada ao ser concebida, pois isenta da mancha do pecado original, ao dar abrigo em seu ventre ao Messias POR OBRA do Espírito Santo", sem perda da virgindade DEU À LUZ O MESSIAS, CONSERVANDO ASSIM a virgindade antes do parto, no parto e depois do parto, até ser assunta, ELEVADA ao céu pelos anjos DURANTE O SONO. O papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de MARIA ao céu em 01/11/1950: "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste". NOSSA SENHORA FOI, PORTANTO, a única pessoa humana que em momento algum esteve sob o jugo do demônio.
Neste dia, 15/08/14, o "POVO de DEUS" celebra, desde o século VI, o Trânsito (passagem) ou Dormição de Maria, Mãe de Jesus. A vida de MARIA assim pode resumir-se: depois da desobediência de ADÃO E EVA, DEUS não quis abandonar nossos primeiros pais. Prometeu-lhes a restauração da aliança violada, anunciando a vitória do SALVADOR sobre o Tentador e o Pecado (Gn 3,15 -Is.7,14 - Mq. 5,13). O sentido literal pleno desse texto aponta MARIA e JESUS CRISTO como os protagonistas da luta decisiva contra a serpente. Em outras palavras: EVA inicia uma tarefa a ser realizada por MARIA. Mas Eva esteve sob o poder da Serpente. Maria, porém, foi "cheia de graça", pois nunca se dobrou sob o jugo do maligno, ao contrário colaborou para a vitória sobre ele. Donde ser chamada "Imaculada Conceição", pelo fato de ter nascido sem a mancha do pecado original (Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL). Pela tradição cristã MARIA foi sempre venerada com o título de NOVA EVA em relação a Jesus, o Messias. Por isso essa prerrogativa foi definida pelo Concílio de Éfeso em 431: MARIA é MÃE de Deus, pois é mãe de Cristo que, sendo Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, tornou-se também homem, encarnando-se no ventre de MARIA. E esta, na época por Deus escolhida, imaculada ao ser concebida, pois isenta da mancha do pecado original, ao dar abrigo em seu ventre ao Messias POR OBRA do Espírito Santo", sem perda da virgindade DEU À LUZ O MESSIAS, CONSERVANDO ASSIM a virgindade antes do parto, no parto e depois do parto, até ser assunta, ELEVADA ao céu pelos anjos DURANTE O SONO. O papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de MARIA ao céu em 01/11/1950: "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste". NOSSA SENHORA FOI, PORTANTO, a única pessoa humana que em momento algum esteve sob o jugo do demônio.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
ATENÇÃO... ATENÇÃO... ATENÇÃO!
As TRÊS postagens anteriores a esta ( dia 12/08/14) tratam do mesmo assunto. Mas para a leitura sequêncial, logica, natural do assunto dessas postagens anteriores (dias 10.11/08) observe-se o seguinte: a primeira postagem a ser lida é a do dia 10/08/14 (CARTAS QUE MUITO NOS ENSINAM); a segunda a ser lida (COMPLEMENTO AO BLOG PRECEDENTE) é a segunda também do mesmo dia 10/08/14; e a terceira a ser lida é a do dia 11/08/14 (AINDA SOBRE O ARTIGO TRADUZIDO DO TRISTÃO). O assunto dessas postagens gira em torno de um artigo de autor russo sobre o comunismo. TRISTÃO pergunta a JACKSON de FIGUEIREDO sobre a conveniência de publicar-se a tradução na "ORDEM", órgão do Centro Dom Vital, do qual Jackson era diretor, ou então no "O JORNAL" em que Tristão publicava uma coluna sobre bibliografia. Discordando Jackson, Tristão justifica seu ponto de vista em carta de 08/05/1928 (II tomo de "CORRESPONDÊNCIA-HARMONIA DOS CONTRASTES"). ALCEU AMOROSO LIMA E JACKSON DE FIGUEIREDO, dois leigos, católicos convertdos, com vasta literatura sobre a Igreja Católica.
As TRÊS postagens anteriores a esta ( dia 12/08/14) tratam do mesmo assunto. Mas para a leitura sequêncial, logica, natural do assunto dessas postagens anteriores (dias 10.11/08) observe-se o seguinte: a primeira postagem a ser lida é a do dia 10/08/14 (CARTAS QUE MUITO NOS ENSINAM); a segunda a ser lida (COMPLEMENTO AO BLOG PRECEDENTE) é a segunda também do mesmo dia 10/08/14; e a terceira a ser lida é a do dia 11/08/14 (AINDA SOBRE O ARTIGO TRADUZIDO DO TRISTÃO). O assunto dessas postagens gira em torno de um artigo de autor russo sobre o comunismo. TRISTÃO pergunta a JACKSON de FIGUEIREDO sobre a conveniência de publicar-se a tradução na "ORDEM", órgão do Centro Dom Vital, do qual Jackson era diretor, ou então no "O JORNAL" em que Tristão publicava uma coluna sobre bibliografia. Discordando Jackson, Tristão justifica seu ponto de vista em carta de 08/05/1928 (II tomo de "CORRESPONDÊNCIA-HARMONIA DOS CONTRASTES"). ALCEU AMOROSO LIMA E JACKSON DE FIGUEIREDO, dois leigos, católicos convertdos, com vasta literatura sobre a Igreja Católica.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
AINDA SOBRE O ARTIGO TRADUZIDO POR TRISTÃO
Muito pitoresco o diálogo amigo entre ALCEU E JACKSON em torno do tema dos dois blogs precedentes. Carta de Jackson, de 08-09/05/1928: "ALCEU, relativamente ao artigo sobre a Rússia, compreendo a sua intenção de que fosse publicado na "ORDEM" ou até no "O JORNAL". Á primeira vista é tentador o processo. Mas a prática nos ensina coisa diversa, sobretudo num meio tão confuso como o nosso. E quase não há diferença entre PENSAMENTO (como tradução do mal) e SENTIMENTO para o vulgo. O vulgo que no "Primo Basílio" (o livro mais doutrinal da literatura portuguesa segundo Camilo) só vê, isto é, só vive, só sente a vitória dos novos ideais russos, isto é, aquela afirmação, aquela prova de que é possível (não direi que ele saiba bem o que é possível porque não sabe mesmo o que lá se transformou) mas de que é possível o BOLCHEVISMO, isto é, uma transformação violenta do que há por aqui, como supõe que havia por lá. Não sei se falo claro, mas creio que você me compreende. O que é necessário são estudos do bolchevismo, mas VERDADEIROS, isto é, verdadeiros como crítica, isto é, debaixo do ponto de vista DOUTRINAL. NESTES ESTUDOS a verdade DOS FATOS deve ser respeitada. Mas sempre envolvida pela doutrinação" ("Correspondência-Harmonia dos Contrastes", tomo II). Observações: a) "ORDEM"= revista do Centro Dom Vital, fundado em 1922 por Jackson de Figueiredo; b) com a morte deste em o4/11/1928, Tristão o substituiu na direção do Centro Dom Vital; c) "O JORNAL", jornal do Rio de Janeiro em que ALCEU escrevia a partir de 1919 uma coluna sobre bibliografia.
COMPLEMENTO AO BLOG PRECEDENTE
Em carta de 30/04/1928, TRISTÃO escreve a JACKSON: "Penso que a "ORDEM" deveria estudar de mais perto o problema do comunismo. Estou lendo o livro de um conservador alemão sobre a Rússia. Os alemães são estupendos para conhecerem os outros, porque se adaptam muito bem a todas as realidades, mesmo sem perderem a sua personalidade. Mando-lhe a tradução. Penso que será longo demais para a "ORDEM". Devolva-o depois; se não lhe convier para ela, poderei dá-lo todo para "O JORNAL"? Ou acha inconveniente a publicação? (já vimos a resposta de JACKSON, opinando pela não publicação na revista do Centro Dom Vital ou no "O JORNAL", por se tratar de uma apologia da Rússia Revolucionária). Pense nisto". Tristão deu o troco: "Basta você opinar pela não publicação para que não o faça. Minha tradução não é fruto de simples diletantismo ou por me parecer uma descrição dramática do que vai pela Rússia. Já passou o tempo em que as coisas me interessavam por esse aspecto (quando Tristão ainda não era católico). Vejo-as hoje (a partir de sua conversão em 1928) apenas como elementos de um drama do CONHECIMENTO e do DESTINO, e por isso sob o ponto de vista da REALIDADE INTEGRAL. Imagino que trechos dele poderiam caber numa revista como a "ORDEM", que não teme qualquer espécie de verdade, desde que defenda a VERDADE. UM COMENTÁRIO desse artigo por um espírito como você seria admirável e mais educativo para seus leitores do que o OCULTAMENTO das VERDADES. E como no caso se trata de VERDADES que apelam à inteligência e não aos sentidos, a tática deve ser revelá-las sempre, não esconder argumento algum, discuti-los á luz do dia. Uma dessas verdades é o COMUNISMO, exigindo sua reveleção, para sabermos como nos defendermos para vermos de perto o perigo e suas seduções, para termos a força de voltar, de refazer em nós um equilíbrio abandonado. Você conhece melhor que eu o nosso meio, e a tática de propagar num meio de ignorantes e de fofos como são os nossos patrícios, talvez seja outra do que a que julgo necessária". Outra coisa: existe na Inglaterra uma liga católica que todo mês publica folhetos sobre temas fundamentais da religião católica, em linguagem simples, em forma de propaganda, mas feito por gente de primeira ordem e muitas vezes por jesuítas. É preciso habituar esse imbecilíssimo público católico a ler alguma coisa de melhor do que o devocionário de meia-tigela. O mundo moderno está mais pagão do que Roma no século I (um pouco de exagero!). Mesmo assim há mais a fazer na catequese do século XX do que na do século XVI, pois os tupis do nosso século são infinitamente mais incatequisáveis do que os do século da descoberta! Dirá você que o primeiro a a precisar de catequese sou eu mesmo. Você tem razão! E é no que começo a empregar-me. Há tanta coisa a fazer dentro de mim!" ("Correspondência-Harmonia dos Contrastes", tomo II).
Em carta de 30/04/1928, TRISTÃO escreve a JACKSON: "Penso que a "ORDEM" deveria estudar de mais perto o problema do comunismo. Estou lendo o livro de um conservador alemão sobre a Rússia. Os alemães são estupendos para conhecerem os outros, porque se adaptam muito bem a todas as realidades, mesmo sem perderem a sua personalidade. Mando-lhe a tradução. Penso que será longo demais para a "ORDEM". Devolva-o depois; se não lhe convier para ela, poderei dá-lo todo para "O JORNAL"? Ou acha inconveniente a publicação? (já vimos a resposta de JACKSON, opinando pela não publicação na revista do Centro Dom Vital ou no "O JORNAL", por se tratar de uma apologia da Rússia Revolucionária). Pense nisto". Tristão deu o troco: "Basta você opinar pela não publicação para que não o faça. Minha tradução não é fruto de simples diletantismo ou por me parecer uma descrição dramática do que vai pela Rússia. Já passou o tempo em que as coisas me interessavam por esse aspecto (quando Tristão ainda não era católico). Vejo-as hoje (a partir de sua conversão em 1928) apenas como elementos de um drama do CONHECIMENTO e do DESTINO, e por isso sob o ponto de vista da REALIDADE INTEGRAL. Imagino que trechos dele poderiam caber numa revista como a "ORDEM", que não teme qualquer espécie de verdade, desde que defenda a VERDADE. UM COMENTÁRIO desse artigo por um espírito como você seria admirável e mais educativo para seus leitores do que o OCULTAMENTO das VERDADES. E como no caso se trata de VERDADES que apelam à inteligência e não aos sentidos, a tática deve ser revelá-las sempre, não esconder argumento algum, discuti-los á luz do dia. Uma dessas verdades é o COMUNISMO, exigindo sua reveleção, para sabermos como nos defendermos para vermos de perto o perigo e suas seduções, para termos a força de voltar, de refazer em nós um equilíbrio abandonado. Você conhece melhor que eu o nosso meio, e a tática de propagar num meio de ignorantes e de fofos como são os nossos patrícios, talvez seja outra do que a que julgo necessária". Outra coisa: existe na Inglaterra uma liga católica que todo mês publica folhetos sobre temas fundamentais da religião católica, em linguagem simples, em forma de propaganda, mas feito por gente de primeira ordem e muitas vezes por jesuítas. É preciso habituar esse imbecilíssimo público católico a ler alguma coisa de melhor do que o devocionário de meia-tigela. O mundo moderno está mais pagão do que Roma no século I (um pouco de exagero!). Mesmo assim há mais a fazer na catequese do século XX do que na do século XVI, pois os tupis do nosso século são infinitamente mais incatequisáveis do que os do século da descoberta! Dirá você que o primeiro a a precisar de catequese sou eu mesmo. Você tem razão! E é no que começo a empregar-me. Há tanta coisa a fazer dentro de mim!" ("Correspondência-Harmonia dos Contrastes", tomo II).
domingo, 10 de agosto de 2014
CARTAS QUE MUITO NOS ENSINAM
Em carta de 07-08/05/1928 JACKSON de FIGUEIREDO escreveu a TRISTÃO de ATHAYDE: "Li todo seu artigo sobre a RÚSSIA...mas a "ORDEM" não poderia publicá-lo. Para que levar às massas urbanas as sugestões da Rússia Revolucionária? Pense nisto!" Como resposta Tristão escreve em 08/o5/28 o seguinte: "Traduzi o artigo para o conhecimento melhor do foco irradiador da maior ameaça contra nossa civilização. Gosto de ver por dentro o ponto de vista do adversário, para o público ter condições de ver o que há por lá. Eis meu pensamento: nossa civilização caminha para a ruína, pela perda da fé em si mesma, esta fé só pode voltar por um rejuvenescimento que só voltará pela convicção de possuirmos um patrimôbio moral, intelectual, espiritual a defender. Como hoje em dia nossa civilização é apenas uma casca para esconder uma imensa decadência moral, e como essa casca, ao primeiro golpe sério, leva a breca, como levou na Rússia e no México e na Espanha, devemos olhar para essa revolução russa, de dentro, do fundo, não distraidamente como uma coisa longínqua, mas como de importância fundamental no mundo moderno. A mocidade sulamericana está impregnada de comunismo. É preciso estudar esse fator como elemento espiritual fundamental e não como simples ameaça social, de bombas. etc. E o espírito só se cura com o espírito. Eu penso que deve ocultar dos leitores as realidades sensuais, tudo o que de verdade houver mas que possa levá-los ao demônio dos sentidos. Contra os sentidos a tática de ocultar é uma tática necessária, pois o conhecimento dos sentidos é perigoso, dissolvente, destruidor. Fugir ou esconder é o melhor meio de reforçar a defesa pela inatividade dos órgãos. Mas com as verdades que apelam à inteligência, eu penso que o contrário deve ser feito. A tática é revelá-las sempre, sem esconder argumento algum, discuti-los todos à luz do dia. A realidade comunista é uma dessas verdades que exigem ser reveladas, para sabermos como nos defender. E nossa civilização só se defenderá voltando às suas origens. E essa volta às origens é um esforço quase sobrehumano, para que todos vejamos de perto o perigo, suas seduções, para termos a força de voltar, de refazer em nós um equilíbrio abandonado". Observação: Tristão, como condescendendo à sugestão do amigo Jackson assim termina a carta: "Enfim você conhece melhor que eu o nosso meio. E a verdade, ou antes, a tática de propagar a verdade num meio de ignorantes e de fofos como são os nossos patrícios, talvez seja outra do que a que julgo necessária" ("Correspondência - Harmonia dos Contrastes, tomo segundo).
Em carta de 07-08/05/1928 JACKSON de FIGUEIREDO escreveu a TRISTÃO de ATHAYDE: "Li todo seu artigo sobre a RÚSSIA...mas a "ORDEM" não poderia publicá-lo. Para que levar às massas urbanas as sugestões da Rússia Revolucionária? Pense nisto!" Como resposta Tristão escreve em 08/o5/28 o seguinte: "Traduzi o artigo para o conhecimento melhor do foco irradiador da maior ameaça contra nossa civilização. Gosto de ver por dentro o ponto de vista do adversário, para o público ter condições de ver o que há por lá. Eis meu pensamento: nossa civilização caminha para a ruína, pela perda da fé em si mesma, esta fé só pode voltar por um rejuvenescimento que só voltará pela convicção de possuirmos um patrimôbio moral, intelectual, espiritual a defender. Como hoje em dia nossa civilização é apenas uma casca para esconder uma imensa decadência moral, e como essa casca, ao primeiro golpe sério, leva a breca, como levou na Rússia e no México e na Espanha, devemos olhar para essa revolução russa, de dentro, do fundo, não distraidamente como uma coisa longínqua, mas como de importância fundamental no mundo moderno. A mocidade sulamericana está impregnada de comunismo. É preciso estudar esse fator como elemento espiritual fundamental e não como simples ameaça social, de bombas. etc. E o espírito só se cura com o espírito. Eu penso que deve ocultar dos leitores as realidades sensuais, tudo o que de verdade houver mas que possa levá-los ao demônio dos sentidos. Contra os sentidos a tática de ocultar é uma tática necessária, pois o conhecimento dos sentidos é perigoso, dissolvente, destruidor. Fugir ou esconder é o melhor meio de reforçar a defesa pela inatividade dos órgãos. Mas com as verdades que apelam à inteligência, eu penso que o contrário deve ser feito. A tática é revelá-las sempre, sem esconder argumento algum, discuti-los todos à luz do dia. A realidade comunista é uma dessas verdades que exigem ser reveladas, para sabermos como nos defender. E nossa civilização só se defenderá voltando às suas origens. E essa volta às origens é um esforço quase sobrehumano, para que todos vejamos de perto o perigo, suas seduções, para termos a força de voltar, de refazer em nós um equilíbrio abandonado". Observação: Tristão, como condescendendo à sugestão do amigo Jackson assim termina a carta: "Enfim você conhece melhor que eu o nosso meio. E a verdade, ou antes, a tática de propagar a verdade num meio de ignorantes e de fofos como são os nossos patrícios, talvez seja outra do que a que julgo necessária" ("Correspondência - Harmonia dos Contrastes, tomo segundo).
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
LÉON BLOY e NOSSA SENHORA DA SALETE
LÉON BLOY (1846-1917) lembra um dos profetas da Bíblia, enunciando os vícios da sociedade de então. Não cansa de lançar anátemas contra a fraqueza de seus contemporâneos, de fustigar seu materialismo, sua incapacidade de se elevar acima das mesquinharias cotidianas e de conceber algum ideal. Foi um dos maiores devotos de NOSSA SENHORA DE LASALETE que apareceu em 1846 a MELANIE E A OUTRO GAROTO. Sendo a autenticidade dessa aparição de Nossa Senhora chorando bastante controvertida nos salões do Vaticano, BLOY tomou sua defesa através de seus apreciados escritos, depois que se converteu. Teve como padrinhos no seu batizado JACQUES MARITAIN e RAISSA MARITAIN. FALECEU DIA 03/11/1917, EM PARIS. Seu livro "Celle qui pleure" (Nossa Senhora da Salete), livro polêmico e apologético, causou viva repercussão no mundo religioso, leigo e eclesiástico. Tudo por causa de um segredo de Nossa Senhora, revelado a Melanie e por esta publicado. BLOY estava convencido de que esse segredo tinha origem divina, sendo o objeto de seu livro. Sempre apoiou sua crença na aprovação tácita ou formal dos papas Pio IX e Leão XIII, contra a má vontade de grande parte do clero francês. BLOY conservou sempre profunda devoção ao dogma da Comunhão dos Santos, um dos valores cristãos tão pouco apresentado aos cristãos, embora fonte de inesgotável consolação,
LÉON BLOY (1846-1917) lembra um dos profetas da Bíblia, enunciando os vícios da sociedade de então. Não cansa de lançar anátemas contra a fraqueza de seus contemporâneos, de fustigar seu materialismo, sua incapacidade de se elevar acima das mesquinharias cotidianas e de conceber algum ideal. Foi um dos maiores devotos de NOSSA SENHORA DE LASALETE que apareceu em 1846 a MELANIE E A OUTRO GAROTO. Sendo a autenticidade dessa aparição de Nossa Senhora chorando bastante controvertida nos salões do Vaticano, BLOY tomou sua defesa através de seus apreciados escritos, depois que se converteu. Teve como padrinhos no seu batizado JACQUES MARITAIN e RAISSA MARITAIN. FALECEU DIA 03/11/1917, EM PARIS. Seu livro "Celle qui pleure" (Nossa Senhora da Salete), livro polêmico e apologético, causou viva repercussão no mundo religioso, leigo e eclesiástico. Tudo por causa de um segredo de Nossa Senhora, revelado a Melanie e por esta publicado. BLOY estava convencido de que esse segredo tinha origem divina, sendo o objeto de seu livro. Sempre apoiou sua crença na aprovação tácita ou formal dos papas Pio IX e Leão XIII, contra a má vontade de grande parte do clero francês. BLOY conservou sempre profunda devoção ao dogma da Comunhão dos Santos, um dos valores cristãos tão pouco apresentado aos cristãos, embora fonte de inesgotável consolação,
domingo, 3 de agosto de 2014
CARTA DE LÉON BLOY NO INÍCIO DA GUERRA de 1914
A JOÃO DE LA LAURENCIE: "Que dias terríveis!Quantos tormentos no mundo! Qual deve ser o estado de alma daqueles que, deliberadamente, colocam nos ombros o peso de semelhantes calamidades! Esses podres Hohenzollerns e esse deliquescente Habsbourg que decidem, com um pé na cova, fazer perecer centenas de milhares de homens! Esses criminosos não falam senão de Deus que está com eles, assim afirmam, enquanto incendeiam e assassinam, e somos nós, dizem eles, que somos os selvagens ! O caduco Francisco-José é "apostólico", não esqueçamos!, Forçoso é saber o que Deus pensa de tudo isto! PIO X (1903-1914) acaba de morrer Que viu e o que pode dizer em suas derradeiras horas! Dizem que ele era particularmente devoto de Nossa Snhora da Salete e que tinha Melanie como santa; que se nada fizera por ela era porque temia um cisma. Para ele o segredo de Melanie era a própria palavra da Santa Virgem. Para os católicos nada existe de mais angustiante. Conheceis a profecia: "Religio depopulata". Isto é, a Igreja será arruinada pelo próprio papa, realizando-se assim a renegação anterior ao canto do galo francês que o mundo vai escutar. Creio com razão que o odioso império germânico está condenado. Não é o recomeço de 1870 e os germânicos o estão sentindo. As ameaças daquela 'QUE CHORA' não são em vão. "Maledictio Matris eradicat fundamenta". As lágrimas podem transformar-se em maldições".
A JOÃO DE LA LAURENCIE: "Que dias terríveis!Quantos tormentos no mundo! Qual deve ser o estado de alma daqueles que, deliberadamente, colocam nos ombros o peso de semelhantes calamidades! Esses podres Hohenzollerns e esse deliquescente Habsbourg que decidem, com um pé na cova, fazer perecer centenas de milhares de homens! Esses criminosos não falam senão de Deus que está com eles, assim afirmam, enquanto incendeiam e assassinam, e somos nós, dizem eles, que somos os selvagens ! O caduco Francisco-José é "apostólico", não esqueçamos!, Forçoso é saber o que Deus pensa de tudo isto! PIO X (1903-1914) acaba de morrer Que viu e o que pode dizer em suas derradeiras horas! Dizem que ele era particularmente devoto de Nossa Snhora da Salete e que tinha Melanie como santa; que se nada fizera por ela era porque temia um cisma. Para ele o segredo de Melanie era a própria palavra da Santa Virgem. Para os católicos nada existe de mais angustiante. Conheceis a profecia: "Religio depopulata". Isto é, a Igreja será arruinada pelo próprio papa, realizando-se assim a renegação anterior ao canto do galo francês que o mundo vai escutar. Creio com razão que o odioso império germânico está condenado. Não é o recomeço de 1870 e os germânicos o estão sentindo. As ameaças daquela 'QUE CHORA' não são em vão. "Maledictio Matris eradicat fundamenta". As lágrimas podem transformar-se em maldições".
Assinar:
Postagens (Atom)