terça-feira, 19 de agosto de 2014

AS   CINCO  MEDALHINHAS  DE  EDUARDO CAMPOS

Da comoção acompanhando todo o desenrolar do sepultamento de EDUARDO  CAMPOS  (16-08-14)  em RECIFE ficou-me um pormenor: a entrega a RENATA, viúva do candidato à presidência da República, das MEDALHINHAS que o presidenciável usava no pescoço em homenagem aos cinco filhos. O fato, envolto no ambiente de paz, de reflexões sobre nossa passagem no tempo, fez-me o relógio do tempo voltar quase oitenta anos atrás. A cidade era diminuta de gente de tradicional religiosidade. Mal desperta a razão cuidavam os pais, sobretudo as mães, de nosso crescer cristão. Éramos encaminhados às aulas de religião aos cuidados de catequistas zelosas. E foi aí  que me perdi no meio das medalhinhas trazidas no pescoço de Eduardo Campos.  Raramente se encontrava, naqueles tempos,  uma criança sem o símbolo  da devoção a Nossa Senhora preso por uma linha de bordar ou de uma correntinha ao pescoço. Se o persignar-se, isto é, traçar com a mão direita aberta três cruzes: na testa,  no peito e nos ombros  esquerdo e direito, era o "sinal do cristão" (era a figura da cruz em que Cristo se imolou), trazer no peito sobre o coração uma medelhinha era o sinal de nosso amor a NOSSA SENHORA. E como  perdíamos esse sinal! Mas quantas vezes alguém nos presenciava com outra! E asim  a FÉ de nosso batismo se alimentava pelo toque misterioso de  um simples objeto santificado pela bênção da Igreja. Aprendíamos a ser devotos de Maria Mãe de Jesus. E quantos de nós sempre nos agarramos e nos agarrávamos  a essa MEDALHA  MILAGROSA! E DESCOBRIR NO CORPO DE UM CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA ,   ceifado  misteriosamente  num desastre de avião, governador de um estado brasileiro, um senhor de 5o anos, pai e esposo, com cinco medalhinhas: três de Nossa Senhora da Madalha Milagrosa, uma de São Francisco e um  trevo, como constituiu isto para mim um mundo de recordações da infância, como me levou a compreender o empenho de nosso Papa Francisco   em acordar nossa fé adormecida! No episódio, a evidência palpável de duas  realidades invejáveis: da autenticidade de uma Fé  cristã e católica, vivenciada   numa  FAMÍLIA CATÓLICA.  

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