domingo, 28 de junho de 2015

 SEPTUAGÉSIMO   ANIVERSÁRIO   DE   FUNDAÇÃO  DA   "ASSOCIAÇÃO DOS   EX-ALUNOS   LAZARISTAS  E   AMIGOS  DO  CARAÇA"  (AEALAC)  20/07/1945.                          

                  QUARTA   PARTE


No dia 20 de julho de 1945, presente o Provincial dos Padres Lazaristas, Padre Francisco Godinho, fundou-se a AEALAC numa reunião no salão de teatro dos alunos. "Como nasce a saudade, escreveu o Padre Sarneel, assim nasceu a AEALAC. Amor e ausência são os pais da saudade. Um dia, na capital mineira, o amor ao Caraça e a ausência dele, num surto de aperto e de dilatação, fizeram palpitar, em fecunda criação, o peito dos fundadores da ASSOCIAÇÃO DOS  EX-ALUNOS LAZARISTAS  E   AMIGOS  DO  CARAÇA. Todos os anos a AEALAC  realiza uma peregrinação à Serra do Caraça. Para a segunda paregrinação em 1946, o Padre Sarneel compôs o poema "Nil dulcius alterno convictu" onde o vate caracense se põe a cantar em versos latinos "as doces alegrias" (dulcia gaudia)  por rever , afinal,  os queridos confrades, colegas e ex-alunos, no ditoso lugar da serra do Caraça, sítio de longos anos dedicados aos estudos, à piedade, à  vida comum, e ao lazer também ("Poesia Novilatina", Pe. Pedro Sarneel, C.M.). "Voltaremos aqui na esperança de engrossar, ano a ano, as nossas fileiras. Queremos ser um dia uma multidão... Havemos de fazer  desta casa o que, na verdade é,  um dos lugares sagrados de nossa pátria.  Cônscios estamos de que, assim procedendo,  estamos prestando um grande serviço aos nossos  patrícios, bem certo é que uma UMA  
CIVILIZAÇÃO  SE  MEDE  PELA  QUALIDADE  DOS  OBJETOS  DE   SEU   CULTO" (Mário Casasanta, 28/07/1946, segunda caravana ao Santuário do Irmão Lourenço).

sexta-feira, 26 de junho de 2015

SEPTUAGÉSIMO   ANIVERSÁRIO   DE FUNDAÇÃO   DA   "ASSOCIAÇÃO  DOS   EX-ALUNOS   LAZARISTAS   E  AMIGOS  DO  CARAÇA" (AEALAC)  -  20/-07/45 -  20/07/15.

                       TERCEIRA   PARTE

Aconteceu então que, numa tarde-noite de abril de 1945 a população do CARAÇA foi surpreendida com um pipocar de fogos adrianinos  no alto da Boa Vista onde apontara um caminhão, procedente de Belo Horizonte. Contam que  as santas Sampaias se apavoraram.  Seria a guerra que estava chegando até nós?  E outra coisa não teriam feito senão rezar. Na carroceria do caminhão sacos de mantimentos servindo de assentos a doutores, professores, empresários, general, numa palavra a almas generosas de ex-caracenses agradecidos, sensibilizados com notícias tristes, falando da  penúria vivida na casa que os vira crescer. Por atos materializavam  o amor que votavam  ao seu Caraça cujas portas  de entrada nem por pensamento admitiam  viessem a ser trancadas. Foi nessa noite fria que comecei a familiarizar-me com nomes tais como : Lara Resende, General Durval de Morais e Barros. Vicente Carsalade, Álvaro e Aloísio Meira, Jacinto de Oliveira, Lourenço de Oliveira, João Camilo, Aristóteles e Nereu Nascimento. Aguiar Dumont, Padre Alvarenga vigário de Ponte Nova,  Padre Joaquim Coelho de Nova Lima, Olinto Orsini de Castro, Benone Guimarães, José Lopes de Faria, Francisco de Paula Magalhães Gomes,  Malaquias Aguiar,  Valdemar Versiani dos Anjos, Francisco de Assis Magalhães Gomes e dezenas de outros. Organizador: Professor Antônio de Lara Rezende. Três meses depois, do caule de mil saudades desabrochou a AEALAC. Escreve o Padre Tobias que "esta Associação  nasceu e cresceu à sombra do nome do Padre Cruz, estiolando-se à medida em que o Padre Cruz se distanciava do Caraça. Mas no ano bicentenário, quando os ex-alunos agradecidos  transladaram para o Caraça os restos mortais do venerando Mestre, ressurgia a AEALAC que tem por fim "patrocinar as vocações lazaristas e MANTER  ENTRE  OS  SÓCIOS  OS  VÍNCULOS DE AMIZADE  E  APOIO  MÚTUO".
SEPTUÁGESIMO   ANIVERSÁRIO  DE  FUNDAÇÃO  DA  ASSOCIAÇÃO  DOS  EX-ALUNOS  LAZARISTAS  E  AMIGOS  DO  CARAÇA  (AEALAC)   -   20/07/45 - 20/07/15.

                        SEGUNDA  PARTE

O CARAÇA durante a guerra (1939-1945) passou por momentos difíceis. Financeiramente caminhava para o poço: poucos alunos, a maioria às custas da casa; o sinal vermelho despertou nos responsáveis da província  brasileura da Congregação da Missão e nos corações de ex-alunos e amigos do Caraça a idéia de buscar numa associação de ex-alunos dos lazaristas um meio de sobrevivência. Para tal, sob o pretexto de homenagear-se o superior do Caraça, Padre Cruz, e na sua pessoa todos os lazaristas formadores de sacerdotes em Mariana, Diamantina e Petrópolis, organizou-se na paróquia do Calafate, em Belo Horizonte, uma hora da "saudade e da gratidão", em junho de 1944. Discursaram: pelos ex-alunos do Caraça o Desembargador  Sátiro da Costa e Silva: Mons. João  Rodrigues de Oliveira pelos de Mariana e pelos de Petrópolis Dr. Lafayete  Pádua, além do Prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek pelos alunos de Diamantina. Essa homenagem, com a criação da "Bolsa Padre Cruz"  (como ajuda na formação de um seminarista pobre no Caraça) foi a preparação do terreno para a "Aealac" que meses depois se fundou ("CARAÇA: PEREGRINAÇÃO, CULTURA, TURISMO", PE. TOBIAS ZICO, C.M. e "Antes  que  anoiteça", Jair Barros).               

quinta-feira, 25 de junho de 2015

SEPTUAGÉSIMO   ANIVERSÁRIO  DE  FUNDAÇÃO   DA   "ASSOCIAÇÃO    DOS   EX-ALUNOS  LAZARISTAS  E  AMIGOS   DO   CARAÇA"  (AEALAC)  -  20/07/45-20/07/15.

                           PRIMEIRA   PARTE


ALUNO  DO  CARAÇA  na época de fundação  da   AEALAC e muito desvanecido por poder comemorar os SETENTA  ANOS  de sua existência,  (20/07/1945 - 20/07/2015),  apresso-me em  reproduzir,  de meu opúsculo "Antes que  anoiteça",  quatro acontecimentos relacionados com a celebração da efeméride  no próximo mês de julho. 

"Costumo dizer, um pouco por vanglória, que, quando aluno (1941-1946),  experimentei  no CARAÇA algum efeito da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Sem meios de transporte, com o  afundamento de nossos navios costeiros, foi sentida também no Caraça a falta de produtos: arroz, farinha de trigo, açúcar, sal, além de derivados do petróleo. Era de automóvel movido a gasogênio que o médico Dr. Élvio subia ao Caraça para receitar "panvermina" aos alunos. Em lugar do arroz, canjiquinha.  As broas de fubá substituíam os pães. Tardes houve em que na ceia balas de chupar nos esperavam nos pratos! Sombras mais negras, porém,  pairavam sobre o CARAÇA, sem que NÓS, ALUNOS, delas tivéssemos tomado conhecimento.  É que se pensou seriamente, então, até mesmo no fechamento da ESCOLA  APOSTÓLICA  por absoluta  falta de meios materiais para ser mantido em atividade o Colégio do Caraça.

terça-feira, 23 de junho de 2015

MOISÉS  ("ÊXODO", cap. terceiro e seguintes)

NIZAN GUANAES,  deixando um hospital em São Paulo, levou uma BÍBLIA e dela nos ensina a tirar inspirações. SALOMÃO, provocado por Deus, pediu-lhe a SABEDORIA! Foi movido pela força que move os grandes homens: a FÉ. Fé em Deus, num conjunto de idéias, num projeto empresarial ou político. Tudo que se constrói é fruto do que se construiu antes na alma. O que me arranca da cama todo dia é o meu sonho de construir uma grande empresa.  Os grandes líderes têm FÉ. Abílio Diniz, devoto de Santa Rita, a das causas perdidas, tem fé fundamental  para guiá-lo no cativeiro do sequestro, na ressurreição do Pão de Açúcar. Esses lideres são outros Moisés.  Moisés libertou seu povo da escravidão no Egito, abriu o mar para salvá-lo do faraó, e ao voltar do monte Sinai com a tábua dos 10 Mandamentos, encontrou o povo adorando um bezerro de ouro! Moisés, contudo, com a paciência de Jó, conduziu o povo à terra prometida. Quem tem fé encontra saída onde não há saída. Quem tem fé em Deus ou em si encontra saídas onde as não há. Um líder tem que ter fé. E inoculá-la nos liderados. A cultura são os 10 Mandamentos, sem estes a empresa vai adorar o bezerro de ouro: um atalho empresarial para o lucro fácil, que acaba com a empresa. São tentações comuns, só evitadas com a cultura  forte. E cultura é aquilo que se faz quando ninguém está olhando. Minha fé oscila, às vezes fico sem sinal com ELE e peço o wi-fi da graça. A fé  não é atingida intectualmente. É uma graça, um dom divino para que os homens encontrem Deus. Nestes tempos difíceis, conclui NIZAN, ler o VELHO TESTAMENTO é um maná do céu para quem tem de ser  Moisés todos os dias! E aconselha ler seu livro "Caminhos e Escolhas" e o livro sobre ele que a Sextante  lançará ("FOLHA DE SÃO PAULO", 23/06/15).

segunda-feira, 22 de junho de 2015

domingo, 21 de junho de 2015

ENCÍCLICA   "LAUDATO  SÍ"   2

CAPÍTULO  PRIMEIRO

O  QUE  ACONTECE  À  nossa  casa:
a) MUDANÇAS  CLIMÁTICAS;
b) A QUESTÃO  da  ÁGUA; 
c) A PRESERVAÇÃO da BIODIVERSIDADE;
d) A  DÍVIDA  ECOLÓGICA;

FALTAM  UMA  CULTURA  ADEQUADA  E  A DISPONIBILIDADE  EM  MUDAR  ESTILOS  DE  VIDA,  PRODUÇÃO  E  CONSUMO; URGE CRIAR-SE um Sistema normativo que assegure a proteção dos ecossistemas.

CAPÍTULO  SEGUNDO

O PAPA RELÊ as narrações bíblicas;
a) o DEUS que liberta e salva o universo é o mesmo que o criou;
b) significado da expressão bíblica: o ser humano não é o dono do universo;
c) Jesus terreno com sua relação tão concreta e amorosa com o mundo ressuscitado e glorioso, está presente em toda a criação com seu domínio universal.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

CARTA   ENCÍCLICA   "LAUDATO  SÍ"   DO   PAPA    FRANCISCO   SOBRE   O  CUIDADO   DA   CASA   COMUM  -   1

Tópicos da APRESENTAÇÃO:
- SÃO  FRANCISCO   DE   ASSIS  propõe-nos reconhecer a NATUREZA  como um LIVRO  ESPLÊNDIDO onde DEUS  nos fala e transmite algo de sua beleza e bondade.
- "LAUDATO SÍ, MI SIGNORE" - Louvado sejas, meu Senhor,  cantava S.Francisco de Assis. Neste gracioso cântico recordava-nos  que nossa  CASA  COMUM  se pode comparar ora a uma irmã com quem partilhamos a existência,  ora a uma boa mãe que nos acolhe nos seus braços: Louvado sejas, meu SENHOR, pela nossa irmã, a mãe TERRA, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras!
- "O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um MISTÉRIO GOZOSO que  contemplamos na alegria e no louvor!
- Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental  que vivemos e as suas raízes humanas  dizem respeito e têm impacto sobre TODOS  NÓS!
- TODOS  PODEMOS  COLABORAR  COMO  INSTRUMENTOS   DE   DEUS  NO  CUIDADO DA  CRIAÇÃO, cada um a partir de sua cultura, experiência, iniciativa e capacidade!
- Alguns EIXOS  importantes da Encíclica:
a) Relação íntima  entre os pobres e a fragilidade do planeta.
b) A convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo!
c) A crítica do novo paradigma e das formas do poder que derivam da tecnologia.
d) O convite a procurar  outras maneiras de entender a economia e o progresso.
e) O valor próprio  de cada criatura.
f) O SENTIDO  HUMANO   DA ECOLOGIA.
g) A necessidade de debates sinceros e honestos.
h) A grave responsabilidade da política internacional e local.
i) A cultura do DESCARTE.
j) A proposta de um novo estilo de vida!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

                 DOZE   DE   JUNHO
           DIA   DOS   NAMORADOS

                  MEU   NAMORADO

INDA   SOU   PEQUENININHA,
MAS   JÁ   TENHO   NAMORADO:
ELE   ME   ACHA   BONITINHA
E  ME  FAZ BASTANTE   AGRADO.

BELO   E   PERFEITO   GALÃ,
TEM   POR   MIM   UM  GRANDE  AMOR;
BEIJA-ME  TODA   MANHÃ
E  ME   CHAMA   MINHA   FLOR.

NEM   MUITO   VELHO,  NEM   MOÇO,
É   SENHOR   ASSIM,   ASSIM...
ESBELTO,   FORTE,   UM   COLOSSO!
E   TRAZ   BALAS   PARA   MIM.


LINDO   CABELO   GRISALHO
DÁ-LHE   CERTA  AUSTERIDADE;
QUANDO    CHEGA   DO   TRABALHO
ABRAÇA-ME   COM   BONDADE.

DEPOIS   NO   JARDIM,   A   PÉ,
PASSEAR   COMIGO   ELE   VAI, 
VOCÊS   JÁ   SABEM   QUEM   É?
MEU   NAMORADO   É   O   PAPAI!

Homenagem  de   GIOGIÔ    BARROS  para   PAPAI   e, de lambuja,  pro   VOVÔ.
Autor:   VOVÔ    FELÍCIO ("ANEL DE VIDRO") pseudônimo de Vicente de Paulo Guimarães).
      DOZE     DE    JUNHO
DIA    DOS    ENAMORADOS


FOSTE  NA  VIDA  LUZ  DE  LÂMPADA  ÚNICA,

OGIVA   A   ORAR   NA   SOMBRA   DESVAIRADA,
FOSTE  MAIS  DO  QUE  TUDO, LÍRIO  ARDIDO
SENDA  DE  ELEVAÇÃO  E  VIDA   MINHA.

ESTRELA   DE   VIAJOR  E  MINHA  TÚNICA
SONORA  COMO  PÁGINA  ESCUTADA,
ROSEIRA   GRAVE  E  CHAMA   CONSENTIDA,
FOSTE   NA   MINHA   VIDA   VIDA  MINHA.

NO   DESCAMPADO  PÓRTICO   DESCANSAS,
AS   MÃOS   UNIDAS  EM  OGIVA  AMADA
DEDOS   DORMINDO  COMO   DOIS   IRMÃOS.

LAGUNA   QUIETA  SOB   LUAS   MANSAS,
ENSIMESMADA   MUSA   CONJURADA,
TOMA   TEUS   VERSOS,   DÁ-ME   TUAS  MÃOS.

JORGE   DE   LIMA   

terça-feira, 9 de junho de 2015

COMEÇO  E  FIM  DO  LATIM  NA  IGREJA

U um dos primeiros debates do CONCÍLIO VATICANO II (1962-1965) ROLOU EM TORNO do uso do LATIM na LITURGIA da Igreja Católica. Falando em francês, embora o uso do latim tivesse sido prescrito para os debates, o Patriarca melquita de  Antioquia Maximo IV abordou a questão da LÍNGUA LATINA, afirmando que Cristo tinha falado a língua de seus conteporâneos, isto é, o ARAMAICO,  única em que os ouvintes podiam compreendê-lo, parecendo anormal à igreja do Oriente o uso do Latim, sendo, aliás, certo que ao menos até à metade do século III a própria igreja Romana tivesse  usado o GREGO  em sua liturgia, por ser a língua dos seus fiéis. Se o GREGO havia sido abandonado em favor do LATIM foi porque precisamente nesse ínterim o LATIM se tornou a língua dos fiéis. Daí nunca no ORIENTE  a língua litúrgica ter constituído um problema, pois  o salmista declara "Que todos os povos louvem o Senhor". Donde dever o homem  louvar a Deus em todas as línguas, não compreendendo os ORIENTAIS pudessem estar reunidos e constrangidos a rezar em uma língua que não compreendessem! Assim sendo, a conclusão do Patriarca de Antioquia éra que, sendo o Latim uma língua morta, sendo a Igreja viva, sendo a linguagem um instrumento da graça, a LÍNGUA USADA devia ser  uma  LÍNGUA  VIVA, pois ela é feita para homens e não para anjos".   

segunda-feira, 8 de junho de 2015

HISTÓRICO   DO   LATIM   NA   IGREJA

O escritor francês, JULIEN GREEN, conta em seu JOURNAL (1955/1958) que em certas comunidades católicas de outrora as freiras cantavam os salmos sem quase nada compreenderem de todo aquele latim usado, e pior ainda, que elas cantavam também  as rubricas como se fizessem parte do texto, sendo que,  quase sempre indicam o que deve ser omitido (por exemplo: "agora todos devem ajoelhar-se", em latim) e que todas cantavam  do mesmo modo com igual fervor! Eu  soube também, o que é mais grave, que o jovem clero de então, embora bom, generoso, fiel, ignorava a tradução do que lia! Por que a Igreja, durante tantos séculos, serviu-se do latim, por exemplo na celebração da santa missa, quando a maioria dos fiéis ignorava por completo a tradução dos textos? A resposta foi dada pelo Concílio do Vaticano II (1962-1965),  como veremos em nossa próxima postagem.

sábado, 6 de junho de 2015

PARA   PROVEITO  DE  TODO  CIDADÃO

IGOR  GIELOW:  "HÁ DEZ ANOS, a jornalista  LO  PRETE abria, ao apresentar Roberto Jefferson sem censura nas páginas desta FOLHA, o caminho do mensalão na história da política brasileira.   Encerrado o plantão aqui na Sucursal de Brasília naquele fim de semana, me perguntei internamente algo como: "Onde será que isso vai parar?".  Os efeitos do escândalo ainda se fazem sentir no cotidiano. Se imperfeita, a investigação do caso  levou a um julgamento conturbado e sem precedentes: a elite do grupo que comandava o país foi parar na cadeia. ... É fato  que um novo padrão foi estabelecido na relação entre judiciário e sociedade. ... A corrupção, claro, não desapareceu. Ao contrário, sofisticou-se, como o esquema desvendado na Lava Jato aponta. ... Na política, o legado maior do episódio foi a exposição pública da engrenagem que o PT montou uma vez no poder. ... Por fim, o mensalão marca também o começo de um aparentemente infindável  movimento de descrédito na política.  Um efeito colateral cheio de contradições, que mistura a crescente apatia com episódios como o junho de 2013, além de estimular ao paroxismo o radicalismo da manada algorítmica das redes sociais.  Afinal, onde aquilo foi parar?  Descontando as dores naturais do crescimento, num país um pouco melhor."( FOLHA DE SÃO PAULO, 06/06/15).

quarta-feira, 3 de junho de 2015

NIHIL CAROLI  DRUMOND A ME ALIENUM

De CARLOS  DRUMOND  DE  ANDRADE quem houvera de esquecer "Uma Pedra no Caminho" ou quem houvera de deixar de escapar inconsciente um "Agora, José", quando num beco sem saída? Faleceu dia 27/05/15 em Déan Funes, Argentina, MANUEL  GRÃNA , 99 ANOS. Genro de  Carlos DRUNOND DE ANDRADE,  "MANOLO" era casado com a filha única do nosso poeta, Maria Julieta. Os dois casaram-se em 1940. Com 21 anos apenas, resistindo o pai a seu casamento, ela o confrontou citando versos que o poeta escrevera: "Depressa, que o amor não pode esperar!" Edmilson  Caminha, consultor da Fundação Carlos Drumond de Andrade Drumond, lembra ter ouvido Drumond dizer que  "Manolo" foi o melhor tradutor  dele para o espanhol.  O genro se orgulhava em contar que fora relator do projeto de lei  que concedeu  o voto feminino na Argentina em 1947, quando deputado federal em Córdoba. No Brasil a Companhia das Letras publicou a principal obra de "Manolo", "Antologia  Hede", traduzido em português pelo próprio Manolo, sobre a cultura e os costumes de um povo primitivo criado por Etcheverry. "Manolo" iria completar cem anos em novembro próximo ( do jornal mineiro Estado de Minas, de 28/05/15).