sexta-feira, 27 de junho de 2014

ALCEU    VERSUS    TRISTÃO

Na tentativa de esconder o "seu sósia interior", ALCEU  AMOROSO  LIMA, na ocasião do nascimento da primeira filha,  em 1919, adotou o pseudônimo TRISTÃO DE ATHAYDE, "tentando, como disse numa entrevista ((Memorando dos 90) desmentir a regra de vida aprendida de sua mãe -   "que sempre procurei seguir": o horror da mentira e a convicção de que o segredo não existe..." Conta-nos (ibidem) que a escolha do personagem fictício, TRISTÃO DE ATHAYDE,  tinha por fim  "ocultar a autoria da minha crítica literária incipiente àquele de quem mais quisera ocultar-me: meu companheiro de escritório na direção de uma empresa industrial". Aconteceu que esse personagem, ao ler esse nome num copiador sobre a mesa dele e assinando um artigo publicado no primeiro número do "O JORNAL", de 17/07/1919, perguntou-lhe, curioso, que relação existia entre os dois, Alceu e Tristão. E Alceu comentando  o fato: "antes mesmo  de produzir o efeito desejado, o meu segredo de polichinelo estava desvendado... Muito mais tarde, aliás, iria descobrir que o paradoxo de Oscar Wilde não era de todo paradoxal. Pois lendo as DÉCADAS  de João de Barros,  20 ou 30 anos depois, iria saber da existência real de um  "CAPITÃO  TRISTÃO DE   ATHAYDE", durante as lutas pela conquista das Indias, no século XVI, que fora, aliás, a mais abjeta das criaturas... "Confessou que fora Renato Lopes, fundador do "O JORNAL" que o convidara, em março de 1919,  para redigir a seção de "Bibliografia", e ali o conservara, através de várias vicissitudes e pequenas interrupções, já na direção de Assis Chateaubriand, até 1945. Sabe-se hoje que, 10 ou 15 anos depois de sua conversão ao catolicismo, ALCEU, já sem a influência de Jackson de Figueiredo, falecido em 1928, e do Padre Leonel Franca, morto em 1948, abraçou novamente a sua DISPONIBILIDADE de que se despedira em 1928, implicitamente renunciando o pseudônimo adquirido em 1919. Para isto muito contribuiu o Papa João XXIII, além de figuras outras como Maritain, Thomas Morus, Bernanos e o Beneditino Dom Martinho Michler, abade do Mosteiro de São Bento, Rio.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

ESTADOS  UNIDOS  DO  BRASIL  e  ESTADOS  UNIDOS  DA  AMÉRICA  DO  NORTE

À boca  pequena, na surdina, corre pelos estreitos e largos corredores deste nosso Gigante Brasilião uma campanha, por sinal mui fraterna,  - que de antemão rejeitou a colaboração da Internet - talvez melhor uma torcida a favor da vitória do futebbol norteamericano, encerrando a copa em andamento rápido e empolgante. Pensando bem, a ideia , longe de encerrar falta de patriotismo explica-se pela ocasião mais que oportuna de nosso país  externar sua gratidão pela mão que os ESTADOS  UNIDOS  DA  AMÉRICA  DO  NORTE  nos estenderam quando de nossa separação de Portugal, quando nos socorreu sob diversas formas para tornar possível nossa presença efetiva na derrota do nazifascismo, quando ofereceu ao Brasil a honra de discursar todo ano na abertura dos trabalhos da ONU.  Esquecendo, claro, uma ou outra atitude desabonadora contra nossos interesses, como, por exemplo recente,  a violaçào de direitos nossos internacionais denunciada na ONU, forçoso é reconhecer o peso de sua influência decisiva em prol da vitória nas duas guerras mundiais que enlutaram o século vinte. Por fim, permito-me acreditar que a presença do time norteamericano no Maracanã para lutar pela primeiro campeonato mundial de futebol constituiria um ato de relevante valor, pois revelador da gratidão do povo esportivo dessa nação ao brasileiro PELÉ, EDSON  ARANTES  DO  NASCIMENTO, que, como instrutor gabaritado, deixou nos gramados do futebol norteamericano as pegadas  mais de um vez campeãs mundiais de suas chuteiras imortais, então com justiça lembradas e agradecidas. E tudo na presença dos dois povos amigos: ESTADOS  UNIDOS  DA  AMÉRICA  DO  NORTE  e  ESTADOS  UNIDOS  DO  BRASIL.

terça-feira, 24 de junho de 2014

UM   DOS   SINAIS   DE   VELHICE


Em carta de 01/02/1970 à sua filha madre Maria Teresa TRISTÃO DE ATHAYDE procura analisar-lhe o "desgosto que sentiu" lendo o romance "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marques. "Quando começamos a envelhecer começamos também, mesmo em leituras e literatura, a preferir a verdade, a realidade à ficção. Eu mesmo já hoje prefiro ler história, memórias, críticas, à ficção em prosa ou à poesia. É que prefiro a realidade à fantasia. Você por mais longe que ainda esteja dos meus quase 80 anos, está também começando, talvez,  o mesmo processo de preferir o real ao ficto. Eu também nesses "CEM ANOS" o de que mais gostei foi da resposta que o autor deu a uma leitora sobre o sentido da expressão usada pelo autor  EM DETERMINADO CAPÍTULO DO LIVRO "anjos de dezembro": "Você não sabe que os anjos aparecem sobretudo em dezembro?" E Tristão se explica à filha: "Frase curiosa esta implicando no autor  uma real sensibilidade  ESPIRITUAL, não como simples recurso  literário, mas por uma estória, não apenas estética mas real,  que explica, aliás,  certas passagens do livro, como aquela muito bela, da dissipação,  digamos assim, da "REMÉDIOS, A BELA",  QUE SOBE AOS CÉUS ENVOLTA  NOS LENÇÕES, ou como aquela num modo semelhante ao hino do boêmio e bêbado Berro d'Agua no canto de Jorge Amado ("A morte e a morte de Quincas Berro D'Agua).  Em ambos (Garcia Marques e  Jorge Amado)  a REALIDADE se torna fluida e não rígida como no realismo materialista em que há uma fronteira NÍTIDA E BRUSCA  entre o REAL e o NADA. Em nossa FÉ o sobrenatural tem também uma REALIDADE NÍTIDA (embora de tipo puramente espiritual), mas entre os dois domínios, o do natural e o do sobrenatural, há também uma zona fluida, em que flutuam restos de matéria e princípios  de espírito, como nos fantasmas, nas aparições, nas vozes, etc.  Por fim, TRISTÃO escreve à filha que "compreendo que os "CEM ANOS" não te deixassem  nada, pois é realmente um quadro melancólico de vidas sem  futuro, sem sentido, em que tudo acaba na volta à selva ou ao pântano primitivo como se o caos estivesse  tanto no princípio como no fim de todas as coisas".


quinta-feira, 19 de junho de 2014

OS   NOVOS   REIS   DA   ESPANHA

Ontem, 18/06/14, JOÃO  CARLOS  I  assinou sua anunciada abdicação como rei da Espanha, assumindo o trono hoje, 19/06/14, o novo monarca, FELIPE VI.  Sentado ao lado da esposa, a Rainha Sofia, presente o novo casal real, Felipe e Letizia, JUAN CARLOS, depois da assinatura ontem da renúncia,  abraçou efusivamente seu filho de 46 anos. Hoje FELIPE VI assumiu o trono no Congresso, sem a presença do pai, de chefes de Estados estrangeiros ou representações de outras monarquias. Ao contrário  do ocorrido na proclamação de JOÃO CARLOS I em 1975, a de FELIPE VI não  se deu numa cerimônia religiosa.  Em 1969 o príncipe JOÃO CARLOS foi indicado sucessor do generalíssimo FRANCISCO FRANCO. Quando do falecimento deste, em 1975, o casal  JOÃO e SOFIA foi proclamado REI e RAINHA. SOFIA nasceu "Princesa SOFIA MARGARIDA  VITORIA  GLUCKSBURG   DA  GRECIA e DINAMARCA", no dia 02/11/1938. Criança ainda, teve que se exilar com a família no Egito e na África do Sul durante a Segunda Guerra Mundial, retornando em 1946. Entre 1951 e 1955 viveu num internato alemão. SOFIA conheceu o futuro esposo e rei em 1954 durante um cruzeiro organizado pela mãe que reuniu os jovens da realeza europeia. O romance começou em 1961 por ocasião de um casamento em Londres.  O casamento se deu no dia 14/05/62 em Atenas, quando se converteu ao catolicismo. Em 1969 o príncipe JUAN CARLOS foi indicado sucessor do generalíssimo  Francisco Franco. Quando este faleceu em 1975 o casal JOÃO e SOFIA foi proclamado REI e RAINHA.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A   COPA   DO   MUNDO   DE   1938

2014 me transporta em asas sentimentais, ANJELICAIS,  ao ano de 1938!  Não sei o dia nem o mês onde pousar. Recordo, porém, que foi no andar superior de nosso sobrado, na janela de frente para a rua que meu pai colocou o alto-falante, um tubo comprido de boca larga, firmado sob a vidraça superior. Certa feita, outrora, uma rajada de vento atirou na rua o transmissor de um jogo da Copa-Roca, Brasil e Argentina. No ano anterior ao deflagrar-se a segunda guerra mundial (1938), porém, uns gatos pingados, de pé, plantados  nas pedras tortuosas do beco acompanhavam o jogo, na França, da Copa Mundial: Brasil e Itália. Numa cidade interiorana de Minas, de energia elétrica ligada de dia somente para se ouvir o espetáculo, que podia entender um fiapo de  roceiro, embora residente à margem da rodovia São Paulo-Belo Horizonte, cavada a picareta e de  terra batida polvilhada de cascalhos irregulares e traiçoeiros, de futebol internacional?  Mas Só meu pai vendia rádio, e Philips, na cidade. E só podia comprar funcionário público, em geral professoras. Meu velho carreava o aparelho da capital, acocorado nas bugigangas da carroceria, e, deixando-o em casa da duvidosa adquirente por uns 15 dias, aguardava a decisão. Que nem sempre era positiva. Pois bem,  setenta e seis anos  atrás foi Dona Ginica a pretendente compradora de um aparelho Philips, dos maiores de então, a contemplada mestra a experimentar o objeto dos mais calentes desejos de um bonfinense felizardo e invejado.  Quarenta anos passados, descendente dessa professora presenteou-me com o aparelho de válvulas queimadas e insubstituíveis então,  inexistentes com certeza, de olho mágico que me encantava,  mas no momento peça testemunha ocular, muda e que em ponto nobre de meu abrigo em Petrópolis aguarda paciente o dia em que não mais me será dado fruir de sua presença despertadora de um passado em que pelo menos o nome de um dos jogadores, nunca mais esquecido: LEÓNIDAS,  mais conhecido por "O DIAMANTE NEGRO". E nós perdemos para a Itália: 2X1.

terça-feira, 10 de junho de 2014

OXALÁ  CONHECESSEM  OS  CRISTÃOS   SEUS  PODERES!

Em seu livro "MEMÓRIAS, I", narra Lara Resende o seguinte: "certa vez, após um sermão do missionário caracense Padre Guilherme Vaessen, um sitiante procurou o Padre João Vaessen, irmão do Padre Guilherme,  e lhe disse: "O Senhor disse no sermão que só padres podem benzer. Nas redondezas onde moro, a pedido costumo benzer bicheiras de animais, mas faço isto rezando. Posso continuar?" O padre lhe perguntou se as bicheiras saravam mesmo com sua bênção e na mesma hora. À resposta positiva do cabloco à pergunta se ele podia benzer uma bicheira na hora, caso arranjasse um animal com bicheira, tendo sido apresentadas duas rezes, o sitiante tirou da cintura uma faquinha e com ela revirou a terra em três rastros de cada uma das rezes,  benzendo-se  três vezes, enquanto rezava em voz baixa  o Pai-Nosso. Os assistentes presenciaram então à queda dos bichos em questão de minutos, morrendo todos. Inquirido por que rezava o Pai-Nosso, o cabloco respondeu: "Na primeira vez, peço a ajuda de Deus Pai, na segunda, de Deus Filho. E na terceira, de Deus Espirito Santo, rezando o Credo no fim. Quando faia minha benzeção, eu mando matá a bicharada com creolina, mas o trabalho é muito maior". Perguntado quanto cobrava pelo serviço, respondeu: "Cobrar?  A gente tem de fazer aquilo com espírito de caridade. Benzedor que cobra pra benzer não é benzedor cristão". "E arrematou o Padre João: "O mais interessante é que o nosso bom homem pôs em apuros o Padre João, perguntando se podia continuar a fazer as suas benzeções, sem pecar!  Assim como faz, meu filho,  você pode  continuar, sem receio".

segunda-feira, 9 de junho de 2014

APOGEU   DO   LATIM   NO   BRASIL   

0  CORREIO DA MANHÃ  de  11/09/1938 noticiou que, a partir de 1939, "entraria em vigor nova reforma do ENSINO  SECUNDÁRIO, realizada pelos membros do Conselho Nacional de Educação, sob a supervisão do ministro GUSTAVO CAPANEMA. Entre as demais disciplinas do novo currículo reservou-se  ao LATIM o maior número de aulas. Vale dizer que será a formosa língua de Cícero elemento precípuo na educação e formação dos jovens estudantes do Brasil. Foi sem dúvida por lhe reconhecerem alto valor formativo e educativo do pensamento que se lhe deu ali merecido destaque, o que não poderemos jamais encarecer e aplaudir devidamente. Impõe-se, pois, que o Ministério da Educação, pelos seus órgãos técnicos,  procure traçar ao ensino do LATIM rumos claros e seguros, normas precisas e únicas para todo o Brasil, a fim de que dele se tire o máximo de proveito com o mínimo de esforço. Em um século como o nosso em que tanto  se fala em congresso, não nos parece exagerado  apregoar a necessidade de um congresso de PROFESSORES DE LATIM, como meio de assegurar, em todo o território nacional, a unidade do ensino daquela matéria que se considerou a MAIS  IMPORTANTE  DAS  DISCIPLINAS  DO  CURSO  DE  HUMANIDADES (Jorge Alves Possas, do GYMNASIO DE BARBACENA). Aluno na época no Colégio do CARAÇA, glorio-me de ter, durante cinco anos, com cinco aulas por semana, estudado a língua que a deusa VÊNUS, tão afeiçoada à gente lusitana e não menos apaixonada pela antiga gente romana, ao ler o poema de LUÍS de CAMOES, imaginou não se tratar, veiculando seu pensamento com um pouco de  corrupção, de outra língua senão da LÍNGUA  LATINA: "E na língua, na qual, quando imagina, com pouca corrupção crê que é a Latina". ("Os Lusíadas", Luís de Camões, canto I,33).

sábado, 7 de junho de 2014

SUPLICA:  VENI,   SANCTE  SPIRITUS!


1. Veni, Sancte Spiritus, reple tuorum corda fidelium et tui amoris in eis ignem accende!

2. Veni, Sancte Spiritus, et emitte caelitus lucis tuae radium!

3. Veni, pater pauperum, Veni, dator munerum, Veni, lumen cordium!

4. Consolatur optime, Dulcis hospes animae, Dulce refrigerium!

5. In labore requies, In aestu temperies, in fletu solatium!

6. O lux beatissima,  Reple cordis intima Tuorum fidelium!

7. Sine tuo numine Nihil est in homine, Nihil est innoxium!

8 Lava  quod est sordidum,  Riga quod est aridum,  Sana quod est saucium!

9.  Flecte quod est rigidum,  Fove quod est frigidum,  Rege quod est  devium!

10. Da tuis fidelibus Inte confidentibus Sacrum Septenarium!

11. Da virtutis meritum, Da salutis exitum, Da perenne gaudium! Amen. Alleluia!
PENTECOSTES:  SÚPLICAS  AO  ESPÍRITO   SANTO

1. ESPÍRITO de  DEUS, enviai dos céus um raio de luz!
2. VINDE, PAI  DOS  POBRES,  dai aos corações vossos sete dons!
3. CONSOLO que acalma,  hóspede da alma, doce alívio, vinde! 
4. NO labor  DESCANSO, na  AFLIÇÃO  REMANSO, no CALOR  ARAGEM!
5. Enchei, LUZ  BENDITA. chama que crepita, o íntimo de nós!
6. SEM a  LUZ que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!
7. Ao SUJO lavai,  ao SECO  regai, curai o DOENTE!
8. Dobrai o que é DURO, guiai no ESCURO, o frio AQUECEI!
9. DAI À VOSSA IGREJA, que espera e deseja, VOSSOS  SETE  DONS!
10. DAI em prêmio ao FORTE  uma  SANTA MORTE, ALEGRIA  ETERNA. AMÉM! 

ALELUIA!!!  ALELUIA!!!  ALELUIA!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

SEIS  DE  JUNHO  DE  1944: "O  DIA  D"

De surpresa, no dia 06/06/1944, 185.000 soldados americanos, ingleses e canadenses desembarcam  na Normandia, no litoral norte da França, sob o comando do general Eisenhower.  Sob o peso de equipamento na mochila, rifles  em punho, as tropas aliadas avançam  sobre as praias do litoral francês. Acima de suas cabeças milhares de aviões fazem a varredura do espaço aéreo atacado.  Em todo o horizonte milhares de embarcações enfileiram  colossais portos artificiais, atracados nas praias, deixando pessoal e equipamentos na Gália, enfim invadida. De volta na Europa os ALIADOS, na mira de tentar acabar com o jugo nazista. Embora prometido tempo favorável dia 06/05, dia 05/05 ele fora adverso, Montgomery, do Exército, e Ramsey, da Marinha, concordaram com o ataque nesse dia. Eisenhower sabia que novo adiamento levaria o ataque para no mínimo 19 de junho, e milhres de soldados, por mais de 50 horas em alerta, aguardavam  prontos o desembarque.  Às 4 horas da madrugada do dia 06 de junho os três líderes militares reunidos com Eisenhower em Portsmmouth, Inglaterra, ouviram seu comandante em sua última decisão:  "NÃO  VEJO   COMO  PROCEDER  DE  OUTRA  FORMA! OK, VAMOS  LÁ! Com a destruição das fortificações alemãs em Merville, numa das mais sangrentas batalhas da jornada, ao anoitecer do dia 06/06/1944, os dois flancos da invasão estavam garantidos (Abril coleções,  70 anos da Guerra Mundial, vol.26).
c`oesções  

quarta-feira, 4 de junho de 2014

PROCURA-SE  UMA  ESCOLA  EM  BONFIM

RENATO  TRIGUEIRO, autor do documentário "MUSEU de CABECEIRA - BONFIM/MG, prestou à comunidade da cidade mineira de BONFIM valiosa e histórica colaboração, citando em sua obra os estabelecimentos escolares no passado existentes na cidade. E tece comentários preciosos sobre o COLÉGIO TRIGUEIRO, fundado em 1902 e que encerrou  as portas em 1946. Como nosso país, apenas há bem pouco, despertou para o culto de nossas memórias, não é de admirar-se caso acontecimentos e fatos importantes, esquecidos ou perdidos nas dobras do tempo, somente hoje venham à tona, ilustrando e enriquecendo o progresso de nossas cidades. Nesta linha de reflexão, por algum justo motivo, o autor da citada obra não se  referiu à existência de uma escola existente em Bonfim na primeira década do século passado. O professor ANTÔNIO LARA RESENDE, pai de nosso literato Oto Lara Resende e fundador do Instituto Padre Machado em São João Del Rei, hoje em Belo Horizonte, narra em seu livro "MEMÓRIAS 1, DE BELO VALE AO CARAÇA" que em 1905  FORA PELO PAI ENCAMINHADO À CIDADE DE BONFIM, COM A FINALIDADE DE matricular-se  no já bastante conhecido COLÉGIO TRIGUEIRO. Ocorre que, residindo na casa de um primo e padrinho em Bonfim,  o protetor, em vez de o matricular no colégio intencionado pelo afilhado, matriculou-o em 1906 na 'ESCOLA  PÚBLICA de MESTRE GRACIANO GOMES CALCADO" QUE O GAROTO FREQUENTOU POR CERCA DE OITO MESES (PAG.  325). Escreveu ainda que "Trinta anos teria ele, quando em Bonfim me fiz discípulo seu. Nunca deixou de se corresponder comigo desde quando,  nove anos após nos havermos separado lhe dei notícia de estar  lecionando  no Ginásio Santo Anrônio em São João Del Rei". E prosseguiu, tecendo sinceros elogios à figura de seu guru, Graciano, "não tendo conhecido sonhador maior do que Mestre Graciano. Que sonhava, planejava, projetava, como se tivesse pela frente milênios ainda de vida, e facilidades para tudo pôr em ordem".  Finalmente declarou que, em 1948, residindo então em BeloHorizonte, soube que Graciano estava  internado na Santa Casa de Misericórdia, numa enfermaria geral. Visitou-o por duas vezes. Da segunda, fora comunicar-lhe  que iria ser transferido para um apartamento particular. Já era tarde. Faleceu na presença do ex-aluno em Bonfim. Face ao descobrimento do novo colégio na cidade de Bonfim, de cuja existência jamais ouvi qualquer referência, imponho, com o máximo respeito e sincera amizade, ao festejado historiador RENATO  TRIGUEIRO o "dever" de descobrir, escavando os subterrâneos de nosso  torrão   querido, o que por ventura existe sobre essa ESCOLA  PÚBLICA do Mestre Graciano Gomes Calcado, face ao que escreveu em sua obra na página 82: "Em face da boa qualidade do ensino do COLÉGIO  TRIGUEIRO o Governo de Minas abriu oficialmente exceção etc.", o que por certo se aplicou à escola do MESTRE GRACIANO, tão recomendado pelo ex-aluno fundador do INSTITUTO  PADRE  MACHADO em São João Del Rei, atualmente em mãos de uma congregaçào religiosa em Belo Horizonte.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

MADRE   MARIA   TERESA   AMOROSO   LIMA

Somente há três anos soube do falecimento, dia 01/07/11,  de Madre Maria Teresa, abadessa da Abadia Santa Maria, São Paulo, filha de Tristão de Athayde. Aquele ambiente de "silêncio, solidão e santidade" foi o segundo lar de Maria Teresa desde os 23 anos de idade até os 82, tendo ali exercido o cargo de abadessa nos  últimos 33 anos de vida. Para conhecer um pouco o segundo ambiente na terra de Lia Amoroso Lima, eis a transcrição de bela página deixada em 24/11/1961 pelo pai no livro "Adeus à Disponibilidade", sob o título "O Tronco Partido".  "Naquela noite choveu torrencialmente em São Paulo. A comunidade inteira velava um corpo inerte que pouco antes envolvera a alma sobranceira da Fundadora. Era a mulher forte que, em 1911, levantara aquela casa precisamente meio século atrás: MADRE    GERTRUDES RUDGE  DA   SILVA  PRADO, fundadora da primeira abadia de monjas contemplativas no Continente Americano. Madre Gertrudes deixara em 1907 a vida fácil de moça rica pela vida dura de enclausurada. Ela enxergara longe; quando hoje a casa é pequena para conter as jovens que batem à sua porta é que se compreende o alcance da jovem aristocrata. Enquanto seu corpo agonizava, um velho pinheiro, ao vento do espírito que soprava a tênue luz da vela viva a se extinguir na cela humilde da abadia, respondia lá fora o rijo noroeste que ia arrancando o velho pinheiro do solo fofo onde, quem sabe, a jovem monja o plantara um dia.  Quando a vela se apagou, o tronco também cedeu.  Ninguém deu pela queda. Na manhã seguinte, quando o corpo da fundadora era levado solenemente à capela, é que uma jovem freira encontrou o tronco caído. A árvore acompanhara a jardineira. Os dois troncos tombaram ao mesmo tempo". Mas não morriam. A vida apenas mudava. Não era tirada de vez, nem das árvores nem da pessoa. Enquanto  a vida verdadeira se eterniza na glória, o velho tronco vegetal ainda hoje resiste a novas ventanias e aguaceiros. O símbolo da milenar abadia de Monte Castelo revive ali a dois passos da sempre agitada Avenida Paulista: um tronco cortado cerce de onde brotam novos ramos verdes. É por isso que o trabalho da porteira é tão grande. É por isso que a campainha da entrada não cessa de tinir. É que a vida que ali se vive, a das árvores, a dos passarinhos ou a das sombras humanas que deslizam silenciosamente pelo claustro, é a vida verdadeira e que não cessa: a vida da perfeita entrega a Deus".

domingo, 1 de junho de 2014

HERMENEGILDO   RODRIGUES  de  BARROS

Este ministro do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL nasceu em Januária, norte de Minas, no dia 31/08/1866.  Cursou humanidades no Colégio do Caraça, Minas, e no Colégio Almeida Martins, no Rio.  Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito de São Paulo em 15/11/1886.  Organizada a magistratura mineira, foi nomeado juiz de direito de Carmo do Paranaíba, Minas, donde foi removido para a cidade de Bonfim, Minas, assumindo o ofício em 31/01/1897, e pouco depois o de Palmira, em abril de 1898. Um ano depois foi promovido para a comarca de Ubá, Minas, tendo tomado posse no dia 01/08/1899. Em 23/06/1919 foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, tomando posse no dia 26 de julho seguinte.  Eleito Vice-presidente do STF no dia 01/04/1931, e reeleito em 02/04/1934. Com o advento da Constituição Federal de 1934, e por determinação desta, a presidência do STF passou a pertencer-lhe, o que lhe valeu exercer essa função até ser extinta com a Constituição do Estado Novo, 1937. Foi aposentado por decreto de 16/11/1937. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 24/09/1955.