terça-feira, 10 de junho de 2014

OXALÁ  CONHECESSEM  OS  CRISTÃOS   SEUS  PODERES!

Em seu livro "MEMÓRIAS, I", narra Lara Resende o seguinte: "certa vez, após um sermão do missionário caracense Padre Guilherme Vaessen, um sitiante procurou o Padre João Vaessen, irmão do Padre Guilherme,  e lhe disse: "O Senhor disse no sermão que só padres podem benzer. Nas redondezas onde moro, a pedido costumo benzer bicheiras de animais, mas faço isto rezando. Posso continuar?" O padre lhe perguntou se as bicheiras saravam mesmo com sua bênção e na mesma hora. À resposta positiva do cabloco à pergunta se ele podia benzer uma bicheira na hora, caso arranjasse um animal com bicheira, tendo sido apresentadas duas rezes, o sitiante tirou da cintura uma faquinha e com ela revirou a terra em três rastros de cada uma das rezes,  benzendo-se  três vezes, enquanto rezava em voz baixa  o Pai-Nosso. Os assistentes presenciaram então à queda dos bichos em questão de minutos, morrendo todos. Inquirido por que rezava o Pai-Nosso, o cabloco respondeu: "Na primeira vez, peço a ajuda de Deus Pai, na segunda, de Deus Filho. E na terceira, de Deus Espirito Santo, rezando o Credo no fim. Quando faia minha benzeção, eu mando matá a bicharada com creolina, mas o trabalho é muito maior". Perguntado quanto cobrava pelo serviço, respondeu: "Cobrar?  A gente tem de fazer aquilo com espírito de caridade. Benzedor que cobra pra benzer não é benzedor cristão". "E arrematou o Padre João: "O mais interessante é que o nosso bom homem pôs em apuros o Padre João, perguntando se podia continuar a fazer as suas benzeções, sem pecar!  Assim como faz, meu filho,  você pode  continuar, sem receio".

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