P0R QUE POUCO REZAM OS CRISTÃOS?
"NINGUÉM SE ADMIRA QUE NUNCA REZEM aqueles que não acreditam em nada e levam a vida de acordo com algum sistema arbitrário e obscuro, de instintos e superstições, preconceitos, etc. Mas quando pessoas religiosas, cristãs, católicas, levam uma vida de acordo com esse mesmo espírito pagão e raramente rezam, então estes, os religiosos, os cristãos, deveriam sentir-se horrorizados, pois serão responsáveis também por tudo que está acontecendo! Onde ficou o DOGMA da COMUNHÃO DOS SANTOS e o dito do poeta latino Terêncio: "Nihil humani a me alienum puto! (interessa-me tudo que se refere ao ser humano)". Representam elas, as pessoas religiosas, uma pedra de escândalo para os cépticos, os ateus, os pagãos e outros que só vêem nelas versões de si próprias, apenas mais cruéis e pobres, menos inteligentes e vulgares! Se não temos ou não HÁ PAZ é porque nada fizemos para conservar a PAZ, nem mesmo para isso rezamos! Se quisermos a PAZ dentro de nós ou fora de nós, é porque não a pedimos a Deus: "Pedi e recebereis!" Para termos algum dia a PAZ, devemos desejar e pedir algo mais do que anestésicos, pois parece que é só isso que muitas vezes pedimos: tudo que possa evitar a dor (THOMAS MÉRTON). Já se observou que é justo no momento em que desejamos desfrutar sensações agradáveis e evitar as penosas que mais do que nunca parece haver maior sofrimento, maior brutalidade e horror, mais impossibilidade de evitá-las! "Pedi e recebereis" com FÉ! "Batei e abrir-se-vos-á" COM FÉ!"
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
CREMOS, PORQUE DEUS NOS REVELOU
A FÉ , dom recebido no BATISMO, "PARECE" estar sempre em contradição consigo mesma, pois tudo o que dizemos sobre DEUS é de tal modo INADEQUADO, que nos projeta constantemente de cabeça para baixo. Em certas coisas existe mesmo mais glória para o católico do que para o céptico ao dizer: "EU NÃO SEI". Na REALIDADE, o verdadeiro "CÉPTICO" duvida para tentar saber. SE NÃO EXISTE QUALQUER OUTRA CERTEZA, ele DUVIDA para reduzir tudo ao nível das suas próprias noções, humanas e falíveis, de CERTEZA. Um CRISTÃO, PORÉM, CRÊ com o fito de SUBMETER TODOS OS PRODUTOS DE SEU próprio julgamento falível ao testemunho de uma REVELAÇÃO que é infalível, divina e eterna, - tão obscura quanto infalível, - obscura e misteriosa por ser tão simples quanto divina"("DIÁRIO SECULAR de THOMAS MÉRTON, PP.113). LEIA ESTE TEXTO COM VAGAR, procurando entender. Contém uma bela e reveladora lição!
sábado, 27 de dezembro de 2014
DEVOÇÃO PREDILETA DOS CARIOCAS
A julgar-se pela a presença numerosa de pessoas na missa de hoje, 27/12/14, Festa da Sagrada Família, e na das 17,00 da noite de Natal, na igreja do Colégio Santo Inácio, Rua São Clemente, penso que os católicos do Rio devem alimentar profunda e enrraizada devoção à Sagrada Familia: nas duas datas o enfoque são o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José. Dos frutos colhidos das leituras ouvidas na liturgia da eucaristia, muito bem escolhidas, guardei os seguintes: a) "quem honra seu pai terá alegria com os próprios filhos", terá vida longa e obedecendo-lhe é consolo de sua mãe; "quem respeita sua mãe é como alguém que ajunta riquezas"; b) "maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas, e "esposas", sede solícitas com vossos maridos como convém no Senhor; c) "pais", não intimideis vossos filhos, para que eles não desanimem". A FÉ, um dom capital recebido em nosso batismo, parece ter sua prática executada a conta gotas em nosso meio brasileiro. Dos deveres que nos impõe a gente vai escolhendo o que nos agrada. Mas será que Cristo vê com bons olhos nosso modo de professá-la fazendo escolhas? Leia na próxima postagem o que escreveu THOMAS MÉRTON a respeito. Assim nos preparamos para o centenário de seu nascimento dia 31/01/15.
A julgar-se pela a presença numerosa de pessoas na missa de hoje, 27/12/14, Festa da Sagrada Família, e na das 17,00 da noite de Natal, na igreja do Colégio Santo Inácio, Rua São Clemente, penso que os católicos do Rio devem alimentar profunda e enrraizada devoção à Sagrada Familia: nas duas datas o enfoque são o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José. Dos frutos colhidos das leituras ouvidas na liturgia da eucaristia, muito bem escolhidas, guardei os seguintes: a) "quem honra seu pai terá alegria com os próprios filhos", terá vida longa e obedecendo-lhe é consolo de sua mãe; "quem respeita sua mãe é como alguém que ajunta riquezas"; b) "maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas, e "esposas", sede solícitas com vossos maridos como convém no Senhor; c) "pais", não intimideis vossos filhos, para que eles não desanimem". A FÉ, um dom capital recebido em nosso batismo, parece ter sua prática executada a conta gotas em nosso meio brasileiro. Dos deveres que nos impõe a gente vai escolhendo o que nos agrada. Mas será que Cristo vê com bons olhos nosso modo de professá-la fazendo escolhas? Leia na próxima postagem o que escreveu THOMAS MÉRTON a respeito. Assim nos preparamos para o centenário de seu nascimento dia 31/01/15.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
UM PENSAMENTO PARA O ANO NOVO DE 2015
"Você pode preparar, como quiser, um novo código de leis, um plano para um novo estado socialista, - que eu de minha parte o que darei é o meu casaco ao mendigo! E enquanto você não tiver dado o próprio casaco aos pobres, e partilhado o seu pão com aqueles que têm fome, o seu código e a sua sociedade planificada serão apenas objeto de ridículo", dizem os profetas e os santos! Se antes de tudo você se tornar voluntariamente pobre, pode ser que então começas a aprender alguma coisa sobre as leis de assistência ao pobre. Mas para isso é preciso TORNAR-SE POBRE EM CONSEQUÊNCIA DA VERDADEIRA CARIDADE, isto é, do amor de deus!"NÃO EXISTEM LEIS CARIDOSAS, mas apenas pessoas caridosas. Uma lei vale pelas pessoas por quem é aplicada. Assim escreveu THOMAS MÉRTON em 01/09/1941 ("DIÁRIO SECULAR"). E mais: "Não há lei que possa jamais abolir a pobreza. Não há revolução que possa jamais abolir a pobreza. A pobreza jamais será abolida, enquanto todo o mundo amar as riquezas ou as honras ou a posição ou a fama ou a importância!" E finalmente: dia 31/01/2015 centenário de nascimento de Thomas Mérton.
"Você pode preparar, como quiser, um novo código de leis, um plano para um novo estado socialista, - que eu de minha parte o que darei é o meu casaco ao mendigo! E enquanto você não tiver dado o próprio casaco aos pobres, e partilhado o seu pão com aqueles que têm fome, o seu código e a sua sociedade planificada serão apenas objeto de ridículo", dizem os profetas e os santos! Se antes de tudo você se tornar voluntariamente pobre, pode ser que então começas a aprender alguma coisa sobre as leis de assistência ao pobre. Mas para isso é preciso TORNAR-SE POBRE EM CONSEQUÊNCIA DA VERDADEIRA CARIDADE, isto é, do amor de deus!"NÃO EXISTEM LEIS CARIDOSAS, mas apenas pessoas caridosas. Uma lei vale pelas pessoas por quem é aplicada. Assim escreveu THOMAS MÉRTON em 01/09/1941 ("DIÁRIO SECULAR"). E mais: "Não há lei que possa jamais abolir a pobreza. Não há revolução que possa jamais abolir a pobreza. A pobreza jamais será abolida, enquanto todo o mundo amar as riquezas ou as honras ou a posição ou a fama ou a importância!" E finalmente: dia 31/01/2015 centenário de nascimento de Thomas Mérton.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
"UM FELIZ NATAL DO PAPA FRANCISCO
O NATAL costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o SILÊNCIO, para que se consiga ouvir a voz do amor.
Natal é VOCÊ, quando se dispõe todos os dias a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
O PINHEIRO DE NATAL é você, quando com sua força resiste aos ventos e dificuldades da vida.
VOCÊ é a DECORAÇÃO de NATAL, quando com suas virtudes são cores que enfeitam sua vida. VOCÊ é o SINO DE NATAL, quando chama, congrega, reúne.
A LUZ de Natal é você, quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o ANJO do Natal, quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor. A ESTRELA-GUIA do NATAL é você, quando consegue levar alguém ao encontro do Senhor.
Você será os REIS MAGOS, quando conseguir dar de presente o melhor de si indistintamente a todos. A música de NATAL é você, quando consegue também sua harmonia interior.
O PRESENTE DE NATAL é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro irmão e amigo de qualquer ser humano. O CARTÃO DE NATAL é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor de suas mãos.
Você será "os VOTOS DE FELIZ NATAL", quando perdoar restabelecendo de novo a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A CEIA DE NATAL é você, quando sacia de pão e esperança qualquer carente ao seu lado.
Você é a NOITE DE NATAL, quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio, recebe o "SALVADOR DO MUNDO".
Um muito FELIZ NATAL a todos que procuram assemelhar-se com este NATAL.
Papa Francisco.
O NATAL costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o SILÊNCIO, para que se consiga ouvir a voz do amor.
Natal é VOCÊ, quando se dispõe todos os dias a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
O PINHEIRO DE NATAL é você, quando com sua força resiste aos ventos e dificuldades da vida.
VOCÊ é a DECORAÇÃO de NATAL, quando com suas virtudes são cores que enfeitam sua vida. VOCÊ é o SINO DE NATAL, quando chama, congrega, reúne.
A LUZ de Natal é você, quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o ANJO do Natal, quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor. A ESTRELA-GUIA do NATAL é você, quando consegue levar alguém ao encontro do Senhor.
Você será os REIS MAGOS, quando conseguir dar de presente o melhor de si indistintamente a todos. A música de NATAL é você, quando consegue também sua harmonia interior.
O PRESENTE DE NATAL é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro irmão e amigo de qualquer ser humano. O CARTÃO DE NATAL é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor de suas mãos.
Você será "os VOTOS DE FELIZ NATAL", quando perdoar restabelecendo de novo a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A CEIA DE NATAL é você, quando sacia de pão e esperança qualquer carente ao seu lado.
Você é a NOITE DE NATAL, quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio, recebe o "SALVADOR DO MUNDO".
Um muito FELIZ NATAL a todos que procuram assemelhar-se com este NATAL.
Papa Francisco.
domingo, 21 de dezembro de 2014
PASSASTE NO TESTE, MARINA SILVA!
Neste mês de sobressalto, pelo que na falta de patriotismo, de compostura, a nossa PETROBRÁS vem sofrendo da parte de quem devia protegê-la, presenciei no canal 40 da Globo-News a entrevista de MARINA SILVA com o jornalista ROBERTO DÁVILA. A parte final, sobretudo, da resposta a uma sutil provocação do interlocutor terminando o programa, bem que merecia um lugar de relevo em alguma antologia política. Do tipo, por exemplo, do que escreveu o político mineiro Joaquim de Salles em seu livro "Se não me falha a memória", ao falar de conhecido e antigo ex-governador de Minas Gerais RAUL SOARES: "Um ser humano em toda a extensão da palavra. Inteligência rara, formidável capacidade de apreensão e compreensão, orador elegante e dominador, argumentador poderoso, revelava-se, não obstante, tolerante e liberal, admitindo a discussão de suas opiniões sem a estulta pretensão de que o poder confere a infalibilidade. Andava sempre de olhos arregalados; se os obstáculos eram naturais, removia-os com jeito. Se lhe punham pedras na estrada, pegava-as e atirava-as sobre a cabeça dos malvados que pretendiam fazê-lo tropeçar. Com os amigos na intimidade, fosse qual fosse o assunto, ele o expunha sempre sorrindo. Os olhos pareciam expedir chispas mas aquele ar superior nada tinha de duro, mas era um ímã. Cedia à razão sem a preocupação de impor sua opinião, conquanto em casos essenciais do interesse político ou dos brios de Minas, a sua atitude fosse - e nunca deixou de ser - de uma firmeza que consideração alguma conseguia abalar. Raul era um homem sem dobras e, apesar de bom político, o seu caminho não tinha atalhos. Mas não seria inabordável e estava bem informado sobre os homens e as coisas de seu tempo". Penso que desejável seria se incentivasse a publicação de biografias de nossos políticos que marcaram época desde a proclamação da república. O momento é propício, pois se ressente o país da ausência de líderes políticos autênticos, convencidos de que o serviço público atualmente prestado está muito longe, muito distante daquele que reclama nossa democracia.
Neste mês de sobressalto, pelo que na falta de patriotismo, de compostura, a nossa PETROBRÁS vem sofrendo da parte de quem devia protegê-la, presenciei no canal 40 da Globo-News a entrevista de MARINA SILVA com o jornalista ROBERTO DÁVILA. A parte final, sobretudo, da resposta a uma sutil provocação do interlocutor terminando o programa, bem que merecia um lugar de relevo em alguma antologia política. Do tipo, por exemplo, do que escreveu o político mineiro Joaquim de Salles em seu livro "Se não me falha a memória", ao falar de conhecido e antigo ex-governador de Minas Gerais RAUL SOARES: "Um ser humano em toda a extensão da palavra. Inteligência rara, formidável capacidade de apreensão e compreensão, orador elegante e dominador, argumentador poderoso, revelava-se, não obstante, tolerante e liberal, admitindo a discussão de suas opiniões sem a estulta pretensão de que o poder confere a infalibilidade. Andava sempre de olhos arregalados; se os obstáculos eram naturais, removia-os com jeito. Se lhe punham pedras na estrada, pegava-as e atirava-as sobre a cabeça dos malvados que pretendiam fazê-lo tropeçar. Com os amigos na intimidade, fosse qual fosse o assunto, ele o expunha sempre sorrindo. Os olhos pareciam expedir chispas mas aquele ar superior nada tinha de duro, mas era um ímã. Cedia à razão sem a preocupação de impor sua opinião, conquanto em casos essenciais do interesse político ou dos brios de Minas, a sua atitude fosse - e nunca deixou de ser - de uma firmeza que consideração alguma conseguia abalar. Raul era um homem sem dobras e, apesar de bom político, o seu caminho não tinha atalhos. Mas não seria inabordável e estava bem informado sobre os homens e as coisas de seu tempo". Penso que desejável seria se incentivasse a publicação de biografias de nossos políticos que marcaram época desde a proclamação da república. O momento é propício, pois se ressente o país da ausência de líderes políticos autênticos, convencidos de que o serviço público atualmente prestado está muito longe, muito distante daquele que reclama nossa democracia.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
- INÍCIO DA QUEDA DO EMBARGO DE CUBA
- Para marcar o dia do início (1959) da queda do embargo de CUBA por iniciativa de OBAMA e RAUL CASTRO, e também do papa FRANCISCO, eis o que escreveu MÉRTON em seu livro ("DIÁRIO SECULAR DE T.M.", 1939), quando conheceu a ILHA: "Havana, abril 1940: NOSSA SENHORA do CARMO É UMA VASTA IGREJA TRIUNFANTE, COM AMPLAS ARCADAS, ORNAMENTAÇÕES BARROCAS E FARTA ILUMINAÇÃO. E o retábulo do altar-mor é particularmente bem trabalhado. No centro dele esta a VIRGEM Do MONTE CARMELO, triunfante, bela, misericordiosa, usando uma coroa e carregando o MENINO JESUS, o Rei, Seu Filho. De um lado, está São João da Cruz carregando naturalmente uma cruz e fixando uma luz vinda do céu. Do outro lado, está Santa Teresa de Ávila arrebatada, com a pomba, símbolo do Espírito Santo, voando sobre ela. Aos domingos, o Carmo está atopetado de gente durante a manhã inteira, como aliás todas as outras igrejas em Havana. Moças com mantilhas de renda preta cobrindo a cabeça, homens e crianças, e no meio deles uma surpreendente proporção de gente bela, belos olhos e faces, belos gestos, povo cheio de alegria, de bondade e de graça. E assim é em todas as igrejas, - no Santo Cristo, nas Mercês, em São Feancisco ou na catedral de São Cristóvão de Havana". Foi essa a primeira igreja de Havana em que entrei. O lugar é impressionante, significando algo de muito importante. O artista conseguiu comunicar uma impressão do poder e da majestade de Deus. O caráter impressionante de La Reina e o modo como ela aterroriza com o sentido da realidade de Deus constitui apenas um aspecto do sentido da realidade de Deus que o Espanhol possui em grau mais elevado do que a maioria dos outros povos. O exemplo disso que mais desagrada aos anglo-saxões é a realidade intensa com a qual o sofrimento de Cristo Crucificado costuma ser impresso na arte religiosa espanhola". Nessa época MÉRTON encaminhava-se aos poucos para sua conversão ao catolicismo.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
TRINTA E UM ANOS SEM TRISTÃO
Nasceu no Rio de Janeiro no dia 12 de dezembro de 1893 ALCEU AMOROSO LIMA, mais conhecido entre nós como TRISTÃO DE ATHAYDE. Faleceu em Petrópolis no dia 14 de agosto de 1983 em plena lucidez, tendo manejado a pena - seu grande instrumento de trabalho - até o final, foi a conclusão de um ciclo. O grande cedro tombou, tendo dado o fruto a seu tempo, escreveu Dom Clemente Isnard, OSB, ex-bispo de Friburgo. Aguardando a convocação do Mestre Divino, seu corpo repousa no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio, ao lado de sua esposa, Maria Thereza, também falecida em Petrópolis, aos 22 de outubro de 1981. Depois de sua morte, foram publicados dois livros seus, "Cartas do Pai" (2003) e "Diário de Um Ano de Trevas"(2013), pelo Instituto Moreira Sales. Segundo Frei Beto, Tristão escreveu cartas quase diárias para sua filha Maria Tereza, do Mosteiro Santa Maria de São Paulo. Essas cartas, conteúdo dos livros citados, eram levadas à agência dos correios de Petrópolis pelo pai que sempre reclamou da inexistência de um corrimão na escadaria de acesso ao prédio. Comentário de Frei Beto: "Ele morreu em 1983 sem ver o corrimão instalado - e sem assistir à volta da democracia no Brasil. Em sua obra "Voz de Minas", Tristão deixou o seguinte: "A educação mineira é menos obra de arte que obra da natureza. Não é uma técnica, é um costume. Não é uma ciência, é uma tradição. Passa de pais a filhos com a naturalidade das transmissões hereditárias. Basta dizer que o paradigma da mais autêntica educação mineira já data de mais de um século. Vamos encontrá-lo no Regulamento do velho Colégio do Caraça que Elisée Reclus chamava "um dos baluartes do catolicismo no Brasil".
Nasceu no Rio de Janeiro no dia 12 de dezembro de 1893 ALCEU AMOROSO LIMA, mais conhecido entre nós como TRISTÃO DE ATHAYDE. Faleceu em Petrópolis no dia 14 de agosto de 1983 em plena lucidez, tendo manejado a pena - seu grande instrumento de trabalho - até o final, foi a conclusão de um ciclo. O grande cedro tombou, tendo dado o fruto a seu tempo, escreveu Dom Clemente Isnard, OSB, ex-bispo de Friburgo. Aguardando a convocação do Mestre Divino, seu corpo repousa no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio, ao lado de sua esposa, Maria Thereza, também falecida em Petrópolis, aos 22 de outubro de 1981. Depois de sua morte, foram publicados dois livros seus, "Cartas do Pai" (2003) e "Diário de Um Ano de Trevas"(2013), pelo Instituto Moreira Sales. Segundo Frei Beto, Tristão escreveu cartas quase diárias para sua filha Maria Tereza, do Mosteiro Santa Maria de São Paulo. Essas cartas, conteúdo dos livros citados, eram levadas à agência dos correios de Petrópolis pelo pai que sempre reclamou da inexistência de um corrimão na escadaria de acesso ao prédio. Comentário de Frei Beto: "Ele morreu em 1983 sem ver o corrimão instalado - e sem assistir à volta da democracia no Brasil. Em sua obra "Voz de Minas", Tristão deixou o seguinte: "A educação mineira é menos obra de arte que obra da natureza. Não é uma técnica, é um costume. Não é uma ciência, é uma tradição. Passa de pais a filhos com a naturalidade das transmissões hereditárias. Basta dizer que o paradigma da mais autêntica educação mineira já data de mais de um século. Vamos encontrá-lo no Regulamento do velho Colégio do Caraça que Elisée Reclus chamava "um dos baluartes do catolicismo no Brasil".
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
VIAGEM DE MÉRTON A BANGKOK 4
Última postagem sobre esta viagem. Diário de 06/11/68: Amanhã parto para Cingapura, cidade dos transistores, camisas de seda, levando comigo um estoque de filmes Plus X de 35mm. Próxima parada BANGKOK. Depois a Indonésia onde começa toda uma nova jornada. Ainda não sei com certeza aonde ela me levará, nem o que posso ou devo planejar. Estou farto de aviões e hotéis. Mas a jornada apenas começou. Alguns dos lugares que eu realmente queria ver desde o início nem foram tocados". Trechos da carta do Abade Burns aos irmãos de Getsêmani: "Na manhã do dia em que morreu, ele nos fizera uma conferência e todos esperávamos a sessão da tarde quando devia responder a perguntas sobre o texto e sobre assuntos monásticos em geral. Depois do almoço recolheu-se ao quarto. Algum tempo depois, ouviu-se um grito vindo de sua cabana, mas depois de uma troca de impressões, pensou-se que o grito teria sido imaginado. Foi encontrado no fim da tarde e jazia no chão, deitado de costas, com o ventilador elétrico ligado atravessado sobre o peito. Uma das religiosas com experiência médica logo o atendeu, mas ele já estava morto. O rosto do Padre Louis expressava grande profunda paz e era evidente que ele encontrara Aquele que tão diligentemente havia buscado". En 4 das postagens anteriores as últimas palavras deixadas por escrito em seu diário pelo piedoso monge THOMAS MÉRTON.
Última postagem sobre esta viagem. Diário de 06/11/68: Amanhã parto para Cingapura, cidade dos transistores, camisas de seda, levando comigo um estoque de filmes Plus X de 35mm. Próxima parada BANGKOK. Depois a Indonésia onde começa toda uma nova jornada. Ainda não sei com certeza aonde ela me levará, nem o que posso ou devo planejar. Estou farto de aviões e hotéis. Mas a jornada apenas começou. Alguns dos lugares que eu realmente queria ver desde o início nem foram tocados". Trechos da carta do Abade Burns aos irmãos de Getsêmani: "Na manhã do dia em que morreu, ele nos fizera uma conferência e todos esperávamos a sessão da tarde quando devia responder a perguntas sobre o texto e sobre assuntos monásticos em geral. Depois do almoço recolheu-se ao quarto. Algum tempo depois, ouviu-se um grito vindo de sua cabana, mas depois de uma troca de impressões, pensou-se que o grito teria sido imaginado. Foi encontrado no fim da tarde e jazia no chão, deitado de costas, com o ventilador elétrico ligado atravessado sobre o peito. Uma das religiosas com experiência médica logo o atendeu, mas ele já estava morto. O rosto do Padre Louis expressava grande profunda paz e era evidente que ele encontrara Aquele que tão diligentemente havia buscado". En 4 das postagens anteriores as últimas palavras deixadas por escrito em seu diário pelo piedoso monge THOMAS MÉRTON.
VIAGEM DE MÉRTON EM BUSCA DE BANGKOK 4
Diário de 24/11/68: " Que é uma VOCAÇÃO? É um chamado e uma resposta. Conceber o chamado de Deus como uma ORDEM EXPRESSA para realizar uma tarefa nem sempre com certeza é um engano, mas só se torna verdade depois de um longo esforço interior pelo qual passa a ser óbvio que nunca tal coerção foi manifesta. Mas pode também acontecer que a ordem chegue a maturidade junto com a pessoa que a deve executar e que ela de certo modo se transforme nessa própria pessoa que já atingiu agora a maturidade plena. O processo de amadurecimento pode ser enfim uma misteriosa maneira de morrer, desde que a tarefa se inicie com a morte. É preciso haver uma escolha vertiginosa, uma ruptura definitiva pela qual a certeza que se adquiriu de ser chamado é despedaçada. O que consagra uma vocação - e a palavra é usada adequadamente aqui - e a eleva à altura do sacrifício que ela se torna é o rompimento com essa aparente ordem de ser, com seu pleno desenvolvimento formal ou sua eficácia visível" (Pierre Emmanuel, La Loi déxode). Aproxima-se o fim da viagem. Mérton se encanta com a natureza da região: vistas imprevisíveis, com o mar por perto, as palmeiras. "Bem que gostaria de ter vagado em meio às pedras, admirável a praia, o azul -brilhante da baía de Bengala. O templo junto à costa, batido pelas intempéries. Conversa com o Dr. Raghavan sobre a diferença entre experiência estética e experiência religiosa; a estética só perdura estando presente o objeto; o conhecimento religioso dispensa tal presença. Conhecendo-se "brahman", a vida é permanentemente transformada de dentro para fora. Foi arrastado por uma onda de gratidão e consolo ante a clareza das figuras da diversidade dos Budas. "Quero dizer que sei e vi aquilo de que andava obscuramente à procura. Esta é a Asia em sua pureza. Não precisando de nada, pode-se permitir ficar calada, sem precisar ser descoberta".
Diário de 24/11/68: " Que é uma VOCAÇÃO? É um chamado e uma resposta. Conceber o chamado de Deus como uma ORDEM EXPRESSA para realizar uma tarefa nem sempre com certeza é um engano, mas só se torna verdade depois de um longo esforço interior pelo qual passa a ser óbvio que nunca tal coerção foi manifesta. Mas pode também acontecer que a ordem chegue a maturidade junto com a pessoa que a deve executar e que ela de certo modo se transforme nessa própria pessoa que já atingiu agora a maturidade plena. O processo de amadurecimento pode ser enfim uma misteriosa maneira de morrer, desde que a tarefa se inicie com a morte. É preciso haver uma escolha vertiginosa, uma ruptura definitiva pela qual a certeza que se adquiriu de ser chamado é despedaçada. O que consagra uma vocação - e a palavra é usada adequadamente aqui - e a eleva à altura do sacrifício que ela se torna é o rompimento com essa aparente ordem de ser, com seu pleno desenvolvimento formal ou sua eficácia visível" (Pierre Emmanuel, La Loi déxode). Aproxima-se o fim da viagem. Mérton se encanta com a natureza da região: vistas imprevisíveis, com o mar por perto, as palmeiras. "Bem que gostaria de ter vagado em meio às pedras, admirável a praia, o azul -brilhante da baía de Bengala. O templo junto à costa, batido pelas intempéries. Conversa com o Dr. Raghavan sobre a diferença entre experiência estética e experiência religiosa; a estética só perdura estando presente o objeto; o conhecimento religioso dispensa tal presença. Conhecendo-se "brahman", a vida é permanentemente transformada de dentro para fora. Foi arrastado por uma onda de gratidão e consolo ante a clareza das figuras da diversidade dos Budas. "Quero dizer que sei e vi aquilo de que andava obscuramente à procura. Esta é a Asia em sua pureza. Não precisando de nada, pode-se permitir ficar calada, sem precisar ser descoberta".
AVIAGEM DE MÉRTON A BANGKOK 3
Em 08/11/68: "Consultei Dalai Lama sobre a questão marxismo, objeto de minha palestra em Bangkok. Disse-me ser impraticável monges e comunistas se entenderem, mas que isso talvez não fosse totalmente impossível, se o marxismo significasse apenas o estabelecimento de uma justa estrutura social e econômica. Talvez houvesse alguma verdade na crítica de Marx à religião, tendo em vista o fato de líderes religiosos já se haverem unido ao poder secular. Mesmo assim, por outro lado, o ateismo militante se empenhou de fato por suprimir todas as formas de religião, boas ou más. Tenho grande afeição e respeito por ele como pessoa, crendo além disso que entre nós há um verdadeiro vínculo espiritual. Ele observou que eu sou um "gesbe católico", o que, segundo Harold, era o mais alto elogio possível partido de um "Gelugpa", como um doutorado honorário!" Diário em 17/11/68: "Sinto que a falta de tranquilidade interior e exterior em Getsêmani é indício de que eu deveria mudar-me. Mudar-me temporária ou definitivamente? Separando-me, creio dever manter lá uma residência oficial. Como me faz falta, creio dever terminar meus dias lá mesmo. O problema de eu simplesmente querer "sair de Getsêmani" nem sequer se coloca. É o meu mosteiro e o fato de eu estar longe ajudou-me a vê-lo em perspectiva e amá-lo mais! Tanto quanto posso ver, tudo é verdadeiro, embora muita coisa aqui, sem dúvida alguma, tenha sido corrompida pelo Ocidente."Próximo blog 4: 24/11/68. AGUARDE!
Em 08/11/68: "Consultei Dalai Lama sobre a questão marxismo, objeto de minha palestra em Bangkok. Disse-me ser impraticável monges e comunistas se entenderem, mas que isso talvez não fosse totalmente impossível, se o marxismo significasse apenas o estabelecimento de uma justa estrutura social e econômica. Talvez houvesse alguma verdade na crítica de Marx à religião, tendo em vista o fato de líderes religiosos já se haverem unido ao poder secular. Mesmo assim, por outro lado, o ateismo militante se empenhou de fato por suprimir todas as formas de religião, boas ou más. Tenho grande afeição e respeito por ele como pessoa, crendo além disso que entre nós há um verdadeiro vínculo espiritual. Ele observou que eu sou um "gesbe católico", o que, segundo Harold, era o mais alto elogio possível partido de um "Gelugpa", como um doutorado honorário!" Diário em 17/11/68: "Sinto que a falta de tranquilidade interior e exterior em Getsêmani é indício de que eu deveria mudar-me. Mudar-me temporária ou definitivamente? Separando-me, creio dever manter lá uma residência oficial. Como me faz falta, creio dever terminar meus dias lá mesmo. O problema de eu simplesmente querer "sair de Getsêmani" nem sequer se coloca. É o meu mosteiro e o fato de eu estar longe ajudou-me a vê-lo em perspectiva e amá-lo mais! Tanto quanto posso ver, tudo é verdadeiro, embora muita coisa aqui, sem dúvida alguma, tenha sido corrompida pelo Ocidente."Próximo blog 4: 24/11/68. AGUARDE!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
VIAGEM DE MÉRTON A BANGKOK NA TAILÂNDIA 2
MÉRTON no diário de 15/10/68: "ALEGRIA. Saímos do chão - eu com mantas cristãos e um grande senso de destino, de estar por fim em meu verdadeiro caminho, após anos de esperança e indagação e perda de tempo. Que eu não volte sem haver resolvido a grande questão. Nem sem haver também descoberto a grande compaixão, "makakaruna". Estou indo para casa, a casa onde jamais estive com este corpo, onde jamais estive com este terno lavável, onde jamais estive com estas malas (É preciso que em Bangkok haja uma catarse das malas), onde jamais estive com estes livros dignos de nota, "Tibetan Yoga and Secret Doctrines, de Evans-Wentz, e outros". Em 17/10/68: "Gente bonita e atenciosa, excetuados os que estão aprendendo depressa demais com os americanos". 04/11/68: "Tive audiência hoje cedo com o Dalai Lama em sua nova residência. Passaportes vistoriados por um funcionário hindu. Vários monges em volta - como em volta de qualquer lugar ficam monges, talvez à espera de alguma parte. Dalai Lama impressiona muito como pessoa. Ativo, forte, mais alto do que eu esperava. De política nem uma palavra. Toda conversa em torno de religião, filosofia e, particularmente, a meditação e seus métodos. Ele me disse contente por me ver, que já ouvira falar muito de mim. Falei de minhas preocupações pessoais, meu interesse pelo misticismo tibetano. Aconselhou-me ter uma boa base de filosofia Madhyamika. Dispôs-se a me atender de novo depois de amanhã e que tinha algumas perguntas a me fazer. Tenho grande confiança nele como pessoa carismática. A experiência está sendo ótima. Ótimo não estar recebendo cartas. Ninguém agora sabe onde me alcançar. Próxima postagem: 3.
MÉRTON no diário de 15/10/68: "ALEGRIA. Saímos do chão - eu com mantas cristãos e um grande senso de destino, de estar por fim em meu verdadeiro caminho, após anos de esperança e indagação e perda de tempo. Que eu não volte sem haver resolvido a grande questão. Nem sem haver também descoberto a grande compaixão, "makakaruna". Estou indo para casa, a casa onde jamais estive com este corpo, onde jamais estive com este terno lavável, onde jamais estive com estas malas (É preciso que em Bangkok haja uma catarse das malas), onde jamais estive com estes livros dignos de nota, "Tibetan Yoga and Secret Doctrines, de Evans-Wentz, e outros". Em 17/10/68: "Gente bonita e atenciosa, excetuados os que estão aprendendo depressa demais com os americanos". 04/11/68: "Tive audiência hoje cedo com o Dalai Lama em sua nova residência. Passaportes vistoriados por um funcionário hindu. Vários monges em volta - como em volta de qualquer lugar ficam monges, talvez à espera de alguma parte. Dalai Lama impressiona muito como pessoa. Ativo, forte, mais alto do que eu esperava. De política nem uma palavra. Toda conversa em torno de religião, filosofia e, particularmente, a meditação e seus métodos. Ele me disse contente por me ver, que já ouvira falar muito de mim. Falei de minhas preocupações pessoais, meu interesse pelo misticismo tibetano. Aconselhou-me ter uma boa base de filosofia Madhyamika. Dispôs-se a me atender de novo depois de amanhã e que tinha algumas perguntas a me fazer. Tenho grande confiança nele como pessoa carismática. A experiência está sendo ótima. Ótimo não estar recebendo cartas. Ninguém agora sabe onde me alcançar. Próxima postagem: 3.
MÉRTON EM BUSCA DE BANGKOK NA TAILÂNDIA 1
Em 29/07/1968 THOMAS MÉRTON escreve : "Dentro de 8 semanas devo partir daqui. Pode ser quem sabe que eu não volte. Não que espere que alguma coisa dê errado - embora seja possível. Seja como for, não espero estar aqui de volta antes de alguns meses. Desse ou daquele jeito realmente não me importo se eu não voltar. Porém se eu conseguir achar um lugar para "desaparecer", ótimo. Se eu tiver de levar uma vida relativamente nômade, sem moradia fixa, tudo bem também. O que realmente me intriga é a idéia de partir para algo desconhecido, não pedindo nem esperando nada de muito especial, mas desejando tão só fazer o que Deus exige de mim, seja lá o que for". Em carta de 01/09/68 escreve: "O que se grava em mim é que em breve eu deixarei mesmo este lugar, para por muito tempo viver só com uma mala. Largando meus livros, o casebre, a segurança, o tempo para escrever, o tempo para estar só e indo não sei aonde, tendo apenas pela frente alguns planos todos passíveis de modificação. O que não me será nada fácil. Isso me deixa confuso e só faz sentido de um jeito: rezando. Sobrevoando Novo México, um dos lugares onde eu poderia acabar me fixando. Agora já nem sei se voltarei mesmo. Se quiser posso viver lá como eremita". No diário de 09/08/68: "É duro acreditar que esta é a minha última noite em Gethsemani por algum tempo - pelo menos por vários meses. Vou de mente bem aberta, sem ilusões especiais, espero talvez encontrar alguma coisa ou alguém que me ajude a avançar em minha própria busca espiritual. Mas continuo a ser um monge de Gethsemani. Se terminarei ou não aqui meus dias, não sei. Talvez isto não seja tão importante. A grande coisa é corresponder perfeitamente à Vontade de Deus nessa ocasião providencial, seja o que for que ela traga". Em 20/08/68: "Hoje entre outras coisas queimei as cartas de M. Incrível estupidez em 1966! Nem mesmo dei uma olhada em nenhuma delas. As altas chamas dos galhos dos pinheiros, quentes ao sol!" ATENÇÃO! ESTOU RESUMINDO O DIÁRIO DE MÉRTON até ao dia da morte dele, 10/12/68. Na próxima postagem, diário do dia 15/10/68. Aguarde!
Em 29/07/1968 THOMAS MÉRTON escreve : "Dentro de 8 semanas devo partir daqui. Pode ser quem sabe que eu não volte. Não que espere que alguma coisa dê errado - embora seja possível. Seja como for, não espero estar aqui de volta antes de alguns meses. Desse ou daquele jeito realmente não me importo se eu não voltar. Porém se eu conseguir achar um lugar para "desaparecer", ótimo. Se eu tiver de levar uma vida relativamente nômade, sem moradia fixa, tudo bem também. O que realmente me intriga é a idéia de partir para algo desconhecido, não pedindo nem esperando nada de muito especial, mas desejando tão só fazer o que Deus exige de mim, seja lá o que for". Em carta de 01/09/68 escreve: "O que se grava em mim é que em breve eu deixarei mesmo este lugar, para por muito tempo viver só com uma mala. Largando meus livros, o casebre, a segurança, o tempo para escrever, o tempo para estar só e indo não sei aonde, tendo apenas pela frente alguns planos todos passíveis de modificação. O que não me será nada fácil. Isso me deixa confuso e só faz sentido de um jeito: rezando. Sobrevoando Novo México, um dos lugares onde eu poderia acabar me fixando. Agora já nem sei se voltarei mesmo. Se quiser posso viver lá como eremita". No diário de 09/08/68: "É duro acreditar que esta é a minha última noite em Gethsemani por algum tempo - pelo menos por vários meses. Vou de mente bem aberta, sem ilusões especiais, espero talvez encontrar alguma coisa ou alguém que me ajude a avançar em minha própria busca espiritual. Mas continuo a ser um monge de Gethsemani. Se terminarei ou não aqui meus dias, não sei. Talvez isto não seja tão importante. A grande coisa é corresponder perfeitamente à Vontade de Deus nessa ocasião providencial, seja o que for que ela traga". Em 20/08/68: "Hoje entre outras coisas queimei as cartas de M. Incrível estupidez em 1966! Nem mesmo dei uma olhada em nenhuma delas. As altas chamas dos galhos dos pinheiros, quentes ao sol!" ATENÇÃO! ESTOU RESUMINDO O DIÁRIO DE MÉRTON até ao dia da morte dele, 10/12/68. Na próxima postagem, diário do dia 15/10/68. Aguarde!
domingo, 7 de dezembro de 2014
A IMACULADA E A EUCARISTIA
"CORPUS CHRISTI"... O Corpo de Cristo Jesus Maria Imaculada o gerou, por isto o culto de Nossa Senhora não se separa do culto de Jesus Eucarístico. Pois nós não separamos a Mãe do Filho! Lourdes, onde um herege imaginou que damos a MARIA um lugar indevido, é sem dúvida o lugar do mundo em que CRISTO na EUCARISTIA é mais glorificado! É o único lugar do mundo onde, sob o véu da hóstia, ELE passa no meio dos doentes. ELE é pressionado por eles como durante sua vida mortal. Sua MÃE ao mesmo tempo intercede por esses corpos e por essas almas, e é ELE que cura a todos. A procissão do SANTÍSSIMO SACRAMENTO em Lourdes sai da Gruta, para significar que é a VIRGEM que nos deu JESUS. É ELA que foi vista de pé no Gólgota, ao pé da cruz do condenado à morte, aí permaneceu firme ao lado do Rei da glória eterna. Se tivesse estado no Jardim das Oliveiras, o Filho não teria conhecido o abandono! apenas teria sentido a traição de Judas! Se ELA estivesse lá, ELA teria estado vigilante com ele e não teria sucumbido ao sono dos amigos! ELE não teria sido o único a carregar os pecados do mundo! ELA teria enxugado da face do FILHO o suor de sangue. O cálice não teria sido todo bebido. A VIRGEM não aparece no drama do calvário senão quando seu FILHO crucificado nenhum socorro mais pode receber dela, quando ELE não pode mais estar ao alcance de sua mão. Talvez os pés dele estivessem pregados tão embaixo que ELA não pode apoiar neles seus lábios! Em contrapartida, no dia seguinte ao da Ascensão ELA estava sentada junto dos Apóstolos, os novos discípulos estavam ansiosos participando da fração do pão e das orações, o coração fiel se consolando dos sofrimentos da VIRGEM, meditando sobre o abismo de alegria que lhe deveu ser a EUCARISTIA: A ÚNICA MÃE A QUEM FORA DADO CARREGAR UMA SEGUNDA VEZ O SEU FILHO! À Santa Gertrude que, no momento de receber a hóstia santa, perguntou a Jesus: "Ó Senhor, que dom ides vós me conceder?" O próprio Senhor lhe respondeu: "O dom de todo o meu ser com minha virtude divina tal qual outrora a VIRGEM MINHA MÃE O RECEBEU!"("Le Jeudi-Saint", François Mauriac).
"CORPUS CHRISTI"... O Corpo de Cristo Jesus Maria Imaculada o gerou, por isto o culto de Nossa Senhora não se separa do culto de Jesus Eucarístico. Pois nós não separamos a Mãe do Filho! Lourdes, onde um herege imaginou que damos a MARIA um lugar indevido, é sem dúvida o lugar do mundo em que CRISTO na EUCARISTIA é mais glorificado! É o único lugar do mundo onde, sob o véu da hóstia, ELE passa no meio dos doentes. ELE é pressionado por eles como durante sua vida mortal. Sua MÃE ao mesmo tempo intercede por esses corpos e por essas almas, e é ELE que cura a todos. A procissão do SANTÍSSIMO SACRAMENTO em Lourdes sai da Gruta, para significar que é a VIRGEM que nos deu JESUS. É ELA que foi vista de pé no Gólgota, ao pé da cruz do condenado à morte, aí permaneceu firme ao lado do Rei da glória eterna. Se tivesse estado no Jardim das Oliveiras, o Filho não teria conhecido o abandono! apenas teria sentido a traição de Judas! Se ELA estivesse lá, ELA teria estado vigilante com ele e não teria sucumbido ao sono dos amigos! ELE não teria sido o único a carregar os pecados do mundo! ELA teria enxugado da face do FILHO o suor de sangue. O cálice não teria sido todo bebido. A VIRGEM não aparece no drama do calvário senão quando seu FILHO crucificado nenhum socorro mais pode receber dela, quando ELE não pode mais estar ao alcance de sua mão. Talvez os pés dele estivessem pregados tão embaixo que ELA não pode apoiar neles seus lábios! Em contrapartida, no dia seguinte ao da Ascensão ELA estava sentada junto dos Apóstolos, os novos discípulos estavam ansiosos participando da fração do pão e das orações, o coração fiel se consolando dos sofrimentos da VIRGEM, meditando sobre o abismo de alegria que lhe deveu ser a EUCARISTIA: A ÚNICA MÃE A QUEM FORA DADO CARREGAR UMA SEGUNDA VEZ O SEU FILHO! À Santa Gertrude que, no momento de receber a hóstia santa, perguntou a Jesus: "Ó Senhor, que dom ides vós me conceder?" O próprio Senhor lhe respondeu: "O dom de todo o meu ser com minha virtude divina tal qual outrora a VIRGEM MINHA MÃE O RECEBEU!"("Le Jeudi-Saint", François Mauriac).
sábado, 6 de dezembro de 2014
FALECEU FABÍOLA, RAINHA DA BÉLGICA
A viúva do rei da Bélgica, FABÍOLA de MORA Y ARAGÓN, faleceu ontem, sexta-feira, em Bruxelas, no castelo de Stuyvenberg, aos 86 anos de idade. FABÍOLA nasceu em Madri (11/06/1928) e casou-se em 1960 com o rei da Bélgica BALDUÍNO que faleceu em 1993. Não tendo deixado descendentes, substituiu-o no trono o sobrinho PHYLLIPE. De constituição frágil, ultimamente locomovia-se em cadeira de rodas. Exercia inegável influência sobre o marido e o conjunto da família real. Dizia-se que "O rei da Bélgica era a Rainha", devido à sua autoridade moral e seu papel em casa. Seus valores espirituais atraíam parentes e amigos para a órbita da renovação carismática, movimento em favor de um despertar da autêntica prática do catolicismo. Formada em enfermagem, na juventude prestou serviços em hospitais, ocasião em que se filiou à ASSOCIAÇÃO DAS LUÍZAS, uma reunião de moças que, sob a inspiração da espiritualidade vicentina (de São Vicente de Paulo) se dedicavam ao cuidado dos idosos. Eis o que dela escreve uma revista vicentina da Holanda: "Dona FABÍOLA , UMA RAINHA DEVOTA DA MEDALHA MILAGROSA. Era aluna da Escola de Enfermagem das Filhas da Caridade da Espanha. Quis estudar a fundo as funções de enfermeira, para adquirir maior e melhor direção dos doentes. Toda noite ela ficava uma hora a mais no hospital para ensinar inglês a uma enferma. Por essa intimidade com as vicentinas, no dia 08/09/60 dirigiu-se às Filhas de São Vicente de Paulo pedindo orações para uma intenção muito particular, de grande interesse para a glória de Deus. No dia 16/09/60 divulgou-se a notícia do noivado com o Rei Balduíno. Seu desejo era casar-se no dia 27/11, a grande festa de MARIA. A superiora deu-lhe de presente uma estátua da Virgem Da Medalha Milagrosa que foi colocada em lugar de destaque na sua capela de Bruxelas.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
RACISMO NOS EUA E TRISTÃO
Em 1970, TRISTÃO numa entrevista com Medeiros Lima ("Memórias Improvisadas"), contou-lhe que, nos anos 51 a 53, residindo nos EUA, colocou os filhos num colégio. Um dia, a professora fez longa preleção contra a discriminação racial. Terminando, voltou-se para a classe de meninos e meninas com a idade média entre 12 e 13 anos, e perguntou-lhes: "Gostaria de conhecer a opinião de vocês. Aqueles que estiverem de acordo com a tese de que a discriminação racial é um mal e que portanto deve ser combatida queiram levantar-se!" Numa classe de 30 alunos, apenas dois se levantaram: um menino e uma menina, meus filhos!" THOMAS MÉRTON compreendeu a gravidade do problema num país da importância dos EUA. Donde ter exigido uma mudança de comportamento completo, radical por parte da maioria branca. Disse inclusive que essa maioria branca teria muito a aprender com os negros, sendo tal afirmação de um monge católico, num país de católicos conservadores, um escândalo, como de fato foi. Sofreu terrível reação, donde a censura a muitos de seus escritos, inclusive ao que sua ordem proibiu fosse publicado contra o uso da bomba atômica por ocasião do bloqueio de Cuba pela Rússia, no governo de Kennedy. "Quaando escrevi sobre a influência de Mao para o futuro da China, declarei que sua imagem se projetará através dos séculos naquela civilização milenar. E atribuo esta minha impressão à sua poesia. É o caso de MÉRTON, cuja obra poética não está devidamente estudada. Poesia e mística estão intimamente relacionadas, ligadas ao mistério das coisas. A poesia liga-se ao mistério das coisas criadas, enquanto a mística se prende ao mistério das coisas incriadas. Quem desconhece o mistério não tem vocação poética ou mesmo gosto poético, nem vocação religiosa. Quem como Mérton foi capaz de operar uma transformação espiritual tem dentro de si o senso do mistério, e por isto o senso do poético" ("Memórias Improvisadas", diálogos com Medeiros Lima). "Sua vertente poética representa tudo aquilo que está para lá da palavra, da lógica, da compreensão do fenômeno do mundo, do homem e do pensamento humano. Mérton colocou na sua poesia uma incomunicabilidade com o mistério, com a essência das coisas".
Em 1970, TRISTÃO numa entrevista com Medeiros Lima ("Memórias Improvisadas"), contou-lhe que, nos anos 51 a 53, residindo nos EUA, colocou os filhos num colégio. Um dia, a professora fez longa preleção contra a discriminação racial. Terminando, voltou-se para a classe de meninos e meninas com a idade média entre 12 e 13 anos, e perguntou-lhes: "Gostaria de conhecer a opinião de vocês. Aqueles que estiverem de acordo com a tese de que a discriminação racial é um mal e que portanto deve ser combatida queiram levantar-se!" Numa classe de 30 alunos, apenas dois se levantaram: um menino e uma menina, meus filhos!" THOMAS MÉRTON compreendeu a gravidade do problema num país da importância dos EUA. Donde ter exigido uma mudança de comportamento completo, radical por parte da maioria branca. Disse inclusive que essa maioria branca teria muito a aprender com os negros, sendo tal afirmação de um monge católico, num país de católicos conservadores, um escândalo, como de fato foi. Sofreu terrível reação, donde a censura a muitos de seus escritos, inclusive ao que sua ordem proibiu fosse publicado contra o uso da bomba atômica por ocasião do bloqueio de Cuba pela Rússia, no governo de Kennedy. "Quaando escrevi sobre a influência de Mao para o futuro da China, declarei que sua imagem se projetará através dos séculos naquela civilização milenar. E atribuo esta minha impressão à sua poesia. É o caso de MÉRTON, cuja obra poética não está devidamente estudada. Poesia e mística estão intimamente relacionadas, ligadas ao mistério das coisas. A poesia liga-se ao mistério das coisas criadas, enquanto a mística se prende ao mistério das coisas incriadas. Quem desconhece o mistério não tem vocação poética ou mesmo gosto poético, nem vocação religiosa. Quem como Mérton foi capaz de operar uma transformação espiritual tem dentro de si o senso do mistério, e por isto o senso do poético" ("Memórias Improvisadas", diálogos com Medeiros Lima). "Sua vertente poética representa tudo aquilo que está para lá da palavra, da lógica, da compreensão do fenômeno do mundo, do homem e do pensamento humano. Mérton colocou na sua poesia uma incomunicabilidade com o mistério, com a essência das coisas".
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
ÚLTIMA SEMANA DE MÉRTON NA TERRA
Anualmente, estes primeiros dias de dezembro a figura misteriosa de THOMAS MÉRTON me ocupa e conforta. Faz pouco, deixei-o com TRISTÃO que o visitou no mosteiro em Getsêmani, nos EUA, em 1951. Nascido na França, 1915, de mãe americana vivendo em Paris e de pai pintor escocês, nascido Mérton passaram um ano em Prades, transferindo-se para os Estados Unidos em virtude da guerra de 1914. De volta à França e falecendo-lhe a mãe, passou a viver na Inglaterra. Frequentou a Universidade de Cambridge até se transferir definitivsmente para os EUA. No contato mantido aí com Mérton, em 1951, Tristão soube que na Universidade de Colúmbia, influenciado pelo meio, ingressara na Liga dos Jovens Comunistas, embora numa rápida passagem. Sempre em busca de novos conhecimentos, depois de dedicar-se à leitura de Freud e de Jung, aflorou-lhe a religiosidade vivida no ambiente familiar. Percebe-se no seu "Diário Secular" uma tendência acentuada a uma transformação interior que culminou na conversão ao catolicismo, quando pretendeu ingressar na Ordem dos Franciscanos. Do "primado da prática do marxismo alça-se à meditação, à contemplação, donde seu batismo em 1938 e seu ingresso em 10/12/1941 em Nossa Senhora de Getsêmani, uma abadia cisterciense no Estado de Kentucki. Começa a escrever, surgindo sua autobiografia "A Montanha dos Sete Patamares", best-seller, milhões de exenplares vendidos. Tornou-se o monge mais famoso, o livro foi traduzido em 15 idiomas. Em 1949 ordenou-se sacerdote com 35 anos. Em 1965, época da visita de Tristão, começa a vida de ermitão dentro do bosque que rodeia a abadia. Em 15/10/68 sai de Getsêmani para assisitir ao Encontro Internacional dos Representantes de Mosteiros Beneditinos em Bangkok onde faleceu no dia 10/12/1968. Com 53 anos de idade.
Anualmente, estes primeiros dias de dezembro a figura misteriosa de THOMAS MÉRTON me ocupa e conforta. Faz pouco, deixei-o com TRISTÃO que o visitou no mosteiro em Getsêmani, nos EUA, em 1951. Nascido na França, 1915, de mãe americana vivendo em Paris e de pai pintor escocês, nascido Mérton passaram um ano em Prades, transferindo-se para os Estados Unidos em virtude da guerra de 1914. De volta à França e falecendo-lhe a mãe, passou a viver na Inglaterra. Frequentou a Universidade de Cambridge até se transferir definitivsmente para os EUA. No contato mantido aí com Mérton, em 1951, Tristão soube que na Universidade de Colúmbia, influenciado pelo meio, ingressara na Liga dos Jovens Comunistas, embora numa rápida passagem. Sempre em busca de novos conhecimentos, depois de dedicar-se à leitura de Freud e de Jung, aflorou-lhe a religiosidade vivida no ambiente familiar. Percebe-se no seu "Diário Secular" uma tendência acentuada a uma transformação interior que culminou na conversão ao catolicismo, quando pretendeu ingressar na Ordem dos Franciscanos. Do "primado da prática do marxismo alça-se à meditação, à contemplação, donde seu batismo em 1938 e seu ingresso em 10/12/1941 em Nossa Senhora de Getsêmani, uma abadia cisterciense no Estado de Kentucki. Começa a escrever, surgindo sua autobiografia "A Montanha dos Sete Patamares", best-seller, milhões de exenplares vendidos. Tornou-se o monge mais famoso, o livro foi traduzido em 15 idiomas. Em 1949 ordenou-se sacerdote com 35 anos. Em 1965, época da visita de Tristão, começa a vida de ermitão dentro do bosque que rodeia a abadia. Em 15/10/68 sai de Getsêmani para assisitir ao Encontro Internacional dos Representantes de Mosteiros Beneditinos em Bangkok onde faleceu no dia 10/12/1968. Com 53 anos de idade.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
ALCEU VISITA THOMAS MÉRTON
ALCEU AMOROSO LIMA (1893-1983) sempre alimentou o desejo de conhecer THOMAS MÉRTON (1915-1968) por ter sido um convertido, um homem que de repente se viu, como ele, em face de uma difícil opção diante da vida. MÉRTON entrou no pensamento de ALCEU na década de 1940, lendo, 20 anos depois da própria conversão, "A Montanha dos Sete Patamares", de Mérton. Curioso por encontrar alguém de categoria superior à dele e que tivesse vivido o mesmo drama que ele, nasceu-lhe a curiosidade de conhecê-lo. De férias em 1951, ALCEU em companhia da esposa e de filhos foi visitar THOMAS MÉRTON na Abadia de Getsêmani nos EUA. Aí chegando, entregou ao monge encarregado dos hóspedes o seu cartão. A resposta veio rápida: "Father Louis está à sua espera. Aguarde-o". Apresentando-se, justificou a demora por estar trabalhando no campo, barbado e suado. Avisou que a esposa passaria a noite numa aldeia ao lado, podendo o visitante ficar com os filhos e que no dia seguinte conversariam. Tristão diante da fala do monge externou-se surpreso, pois aprendera que os trapistas só abriam a boca quando se encontravam e para dizerem: "Memento mori" (lembra-te que vais morrer). MÉRTON revelou-lhe tratar-se de uma lenda falsa. Depois de um jantar bastante frugal, foi ALCEU procurado por um médico jovem que lhe confessou achar-se diante de um dilema: tornar-se trapista ou ser médico fora dos EUA. E nesta hipótese, pensava em viver no Brasil, lendo inclusive uma gramática portuguesa. Conta então TRISTÃO terem sido acordados às duas da matina para as orações noturnas, voltando depois a dormir mais duas horas. Mais tarde, perguntando por curiosidade a MÉRTON a razão que o movera a recebê-lo: "Eu o recebi por causa de BERNANOS. Eu lera na revista "Esprit" algumas cartas que Bernanos escrevera com o título de "Lettres à Amoroso Lima". Fiquei interessado em conhecê-lo por ter sido também convertido e por ter demonstrado simpatia por minha obra". Confessou-me que via na América Latina uma espiritualidade e uma dimensão religiosa e mística profunda. Revelou-me também não se sentir no momento muito satisfeito na Trapa. "Agora gostaria de viver numa solidão ainda maior. Estou pensando em ser cartuxo. Ou, se possível, missionário, mas solitário, numa diocese latinoamericana".
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
MÉRTON, UM ANO ANTES DA MORTE
Faleceu em 10/12/68 em Bangkok. Um ano antes, em 23/12/67, deixou escrito o seguinte: "A ANTE-VÉSPERA DO NATAL vai ser uma noite fria. Um dia atrás, pensei nela (enfermeira que cuidou dele quando operado da coluna), de repente: foi quando este cartão foi posto no correio! Sinto-me menos real, sem ao menos a impressão de estarmos em comunhão. A monotonia, os silêncios, esta vida artificial, embora eu saiba que o casamento me seria terrível! Mas...está tudo acabado. Daqui a um mês farei 53 anos e ninguém em sã consciência se casaria pela primeira vez em tal idade! Esta tarde pensava: tinha de fato perdido o melhor de minha vida? Idéia horrorosa! Boa a noite de natal. Simples, comovente o sermão de Dom James. Tive várias horas de sono leve, curioso, cheio de sonhos, de nenhum me lembro. Após o almoço com três colegas neste meu abrigo bebemos todo o vinho de missa. Assunto: Flavian deve ser o abade? que fazer desta minha morada? (Em 1965 começara vida de ermitão dentro dos bosques que rodeiam a Abadia). De regresso, à tarde, da casa dos Gannon, o cachorro deles me acompanhou sem vontade de me deixar. Muito frio, abri a porta e ele entrou. Morto de fome, correu em triunfo pela casa e pulou na minha cama, balançando o rabo com o qual me dizia: "Te adoro, me dá comida!" Lá pelas oito, levei-o de volta, todo mundo atrás dele! Pouco mais de 11 meses depois, dia 10/12/68, MÉRTON eletrocutado se despedia de nós em Bangkok, não sem antes ter-nos lembrado o seguinte: dia 08/12: FESTA da IMACULADA CONCEIÇÃO. Saindo do hotel, VOU CELEBRAR MISSA NA IGREJA DE SÃO LUÍS, almoçar na Delegação Apostólica e, depois, seguirei para o lugar da Cruz Vermelha". E TRISTÃO deveria escrever no Jornal do Brasil de 10/12/14: "46 ANOS SEM MÉRTON", prometendo estar presente nas páginas do JB, no centenário de seu nascimento (15/01/2015).
Faleceu em 10/12/68 em Bangkok. Um ano antes, em 23/12/67, deixou escrito o seguinte: "A ANTE-VÉSPERA DO NATAL vai ser uma noite fria. Um dia atrás, pensei nela (enfermeira que cuidou dele quando operado da coluna), de repente: foi quando este cartão foi posto no correio! Sinto-me menos real, sem ao menos a impressão de estarmos em comunhão. A monotonia, os silêncios, esta vida artificial, embora eu saiba que o casamento me seria terrível! Mas...está tudo acabado. Daqui a um mês farei 53 anos e ninguém em sã consciência se casaria pela primeira vez em tal idade! Esta tarde pensava: tinha de fato perdido o melhor de minha vida? Idéia horrorosa! Boa a noite de natal. Simples, comovente o sermão de Dom James. Tive várias horas de sono leve, curioso, cheio de sonhos, de nenhum me lembro. Após o almoço com três colegas neste meu abrigo bebemos todo o vinho de missa. Assunto: Flavian deve ser o abade? que fazer desta minha morada? (Em 1965 começara vida de ermitão dentro dos bosques que rodeiam a Abadia). De regresso, à tarde, da casa dos Gannon, o cachorro deles me acompanhou sem vontade de me deixar. Muito frio, abri a porta e ele entrou. Morto de fome, correu em triunfo pela casa e pulou na minha cama, balançando o rabo com o qual me dizia: "Te adoro, me dá comida!" Lá pelas oito, levei-o de volta, todo mundo atrás dele! Pouco mais de 11 meses depois, dia 10/12/68, MÉRTON eletrocutado se despedia de nós em Bangkok, não sem antes ter-nos lembrado o seguinte: dia 08/12: FESTA da IMACULADA CONCEIÇÃO. Saindo do hotel, VOU CELEBRAR MISSA NA IGREJA DE SÃO LUÍS, almoçar na Delegação Apostólica e, depois, seguirei para o lugar da Cruz Vermelha". E TRISTÃO deveria escrever no Jornal do Brasil de 10/12/14: "46 ANOS SEM MÉRTON", prometendo estar presente nas páginas do JB, no centenário de seu nascimento (15/01/2015).
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
NOSSA SENHORA VISITA IRMÃO LOURENÇO
Pouco antes de falecer, IRMÃO LOURENÇO foi visitado por NOSSA SENHORA. Conta, PADRE PEDRO SARNEEL:
"Ai! quantas fadigas/ e lidas em vão.../Ermida, capela/ taperas serão."// Milagre... Milagre.../ Mais pranto nenhum./ Do céu ressoa/ Um doce zumzum!!! Alegra, LOURENÇO/ Um sonho-visão,/ Um canto celeste,/ Um brando clarão.// Na cela bendita/ A VIRGEM está/ O servo consola/ E novas lhe dá.// "Não chores, LOURENÇO,/ Os Padres virão/ Que rico de bênçãos/ CARAÇA
FARÃO". // LOURENÇO lhe rende/ Mil graças. E diz: / Agora, Senhora,/ Me fino feliz". // E VAI-SE MARIA// E VAI-SE TAMBÉM// COM ELA LOURENÇO/ AMÉM E AMÉM!...
No dia 27/11/1830, em Paris, a VIRGEM IMACULADA dizia a SANTA CATARINA LABOURÉ: "Fazei cunhar uma MEDALHA CONFORME ESTE MODELO; AS PESSOAS QUE A TROUXEREM RECEBERÃO MUITÍSSIMAS GRAÇAS."
"Oh MARIA concebida sem pecado original, rogai por nós, agora e sempre, que recorremos a VÓS!
Pouco antes de falecer, IRMÃO LOURENÇO foi visitado por NOSSA SENHORA. Conta, PADRE PEDRO SARNEEL:
"Ai! quantas fadigas/ e lidas em vão.../Ermida, capela/ taperas serão."// Milagre... Milagre.../ Mais pranto nenhum./ Do céu ressoa/ Um doce zumzum!!! Alegra, LOURENÇO/ Um sonho-visão,/ Um canto celeste,/ Um brando clarão.// Na cela bendita/ A VIRGEM está/ O servo consola/ E novas lhe dá.// "Não chores, LOURENÇO,/ Os Padres virão/ Que rico de bênçãos/ CARAÇA
FARÃO". // LOURENÇO lhe rende/ Mil graças. E diz: / Agora, Senhora,/ Me fino feliz". // E VAI-SE MARIA// E VAI-SE TAMBÉM// COM ELA LOURENÇO/ AMÉM E AMÉM!...
No dia 27/11/1830, em Paris, a VIRGEM IMACULADA dizia a SANTA CATARINA LABOURÉ: "Fazei cunhar uma MEDALHA CONFORME ESTE MODELO; AS PESSOAS QUE A TROUXEREM RECEBERÃO MUITÍSSIMAS GRAÇAS."
"Oh MARIA concebida sem pecado original, rogai por nós, agora e sempre, que recorremos a VÓS!
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
SÃO VICENTE DE PAULO E NOSSA SENHORA DE BUGLÔSE
Em 1570 um grupo de hordas fanáticas aproximou-se da cidade francesa de DAX, na França, com a intenção de incendiar a estátua milagrosa da SANTISSIMA VIRGEM, ali há tempos venerada em humilde santuário. Mais que depressa, os fiéis enterraram a estátua em um alagadiço para protegê-la contra a impiedade dos Huguenotes que se avizinhavam. O tempo passou e todos que sabiam do segredo tinham morrido. Foi preciso que se desse um milagre para se descobrir a preciosa estátua: em 1620 um pastor, admirado de ver um dos bois retirar-se sempre para o mesmo ponto do alagadiço, teve a curiosidade de perscrutar a causa. Qual não foi o seu espanto ao achar-se diante de uma estátua de MARIA IMACULADA inteiramente limpa pela LÍNGUA DO BOI. Contou o fato aos habitantes da aldeia e todos acorreram ao lugar, com vários doentes recuperando a saúde. Levaram a estátua para a casa do pastor e por toda parte se espalhou a boa nova. O bispo de Dax mandou fazer um inquérito sobre os milagres atribuídos à venerada imagem, aprovando a reconstrução do santuário, para onde foi transportada solenemente a imagem em 1622. A piedade popular deu ao lugar o nome de BUGLÔSE que significa "língua de boi". Se até então o nome do santuário fora de NOSSA SENHORA DA LANDE, então se transformou em NOSSA SENHORA DE BUGLÔSE. QUANDO ADOLESCENTE, VICENTE de PAULO ali frequentemente rezava assentado numa pedra, enquanto pastavam as ovelhas a seu cuidado ("S.Vicente de Paulo", pe. Jerônimo Pedreira de Castro, p. 18).
Em 1570 um grupo de hordas fanáticas aproximou-se da cidade francesa de DAX, na França, com a intenção de incendiar a estátua milagrosa da SANTISSIMA VIRGEM, ali há tempos venerada em humilde santuário. Mais que depressa, os fiéis enterraram a estátua em um alagadiço para protegê-la contra a impiedade dos Huguenotes que se avizinhavam. O tempo passou e todos que sabiam do segredo tinham morrido. Foi preciso que se desse um milagre para se descobrir a preciosa estátua: em 1620 um pastor, admirado de ver um dos bois retirar-se sempre para o mesmo ponto do alagadiço, teve a curiosidade de perscrutar a causa. Qual não foi o seu espanto ao achar-se diante de uma estátua de MARIA IMACULADA inteiramente limpa pela LÍNGUA DO BOI. Contou o fato aos habitantes da aldeia e todos acorreram ao lugar, com vários doentes recuperando a saúde. Levaram a estátua para a casa do pastor e por toda parte se espalhou a boa nova. O bispo de Dax mandou fazer um inquérito sobre os milagres atribuídos à venerada imagem, aprovando a reconstrução do santuário, para onde foi transportada solenemente a imagem em 1622. A piedade popular deu ao lugar o nome de BUGLÔSE que significa "língua de boi". Se até então o nome do santuário fora de NOSSA SENHORA DA LANDE, então se transformou em NOSSA SENHORA DE BUGLÔSE. QUANDO ADOLESCENTE, VICENTE de PAULO ali frequentemente rezava assentado numa pedra, enquanto pastavam as ovelhas a seu cuidado ("S.Vicente de Paulo", pe. Jerônimo Pedreira de Castro, p. 18).
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
DIA 28/11/14: 240 ANOS DO CARAÇA
"Quando esmolara em suas andanças pela Capitania o pedidor do Comissariado da Terra Santa devera ter conhecido a Serra do Caraça: a grande mole cinzenta da montanha elevava-se, ao lado do caminho real, como um marco necessário do alto do qual se contemplavam as divisas das quatro Comarcas: de Vila Rica, do Rio das Velhas, do Rio das Mortes e do Serro Frio. Filho da Beira Alta - região das mais alpestres de Portugal - acostumado a contemplar , talvez das janelas maineladas de Souro Pires, os largos e severos horizontes das serras natais, o IRMÃO LOURENÇO se teria enamorado da SERRA DO CARAÇA desde o instante em que a descortinou, como que fechando as fronteiras da sua peregrinação. Subira a trilha áspera que os BANDEIRANTES haviam atinado para ganhar o vale umbroso, no seio da montanha. E o ganhara também , sentindo ali um refúgio completo, de acese, de proteção e de paz ("AS MINAS GERAIS E OS PRIMÓRDIOS DO CARAÇA", JOSÉ FERREIRA CARRATO):
"Vem de outras terras e outras eras/ rosário ao pescoço e bordão,/na roupagem de franciscano. //Talhado para empresas magnas,/ o corpo esbelto vence as fráguas/ o espírito quer plenitude. //EI-LO DA PLANÍCIE CONTEMPLA/ A SERRA QUE NA TELA AZUL/ RECORTA A MÁSCARA DE UM HOMEM. / (NEGRA MURALHA DE MONTANHAS/ TORNA-SE ESCADA DE JACOB, / NÃO ANTES DA LUTA COM O ANJO// EMPALIDECE O PEREGRINO. / FOGEM-LHE OS ÍMPETOS. AJOELHA-SE . // E HÁ LUZ EM VOLTA DOS SEUS CABELOS)" (Henriqueta Lisboa).
Dia 28/11/14 o CARAÇA e MINAS GERAIS recordam a tomada de posse do CARAÇA PELO IRMÃO LOURENÇO HÁ 240 ANOS.
"Quando esmolara em suas andanças pela Capitania o pedidor do Comissariado da Terra Santa devera ter conhecido a Serra do Caraça: a grande mole cinzenta da montanha elevava-se, ao lado do caminho real, como um marco necessário do alto do qual se contemplavam as divisas das quatro Comarcas: de Vila Rica, do Rio das Velhas, do Rio das Mortes e do Serro Frio. Filho da Beira Alta - região das mais alpestres de Portugal - acostumado a contemplar , talvez das janelas maineladas de Souro Pires, os largos e severos horizontes das serras natais, o IRMÃO LOURENÇO se teria enamorado da SERRA DO CARAÇA desde o instante em que a descortinou, como que fechando as fronteiras da sua peregrinação. Subira a trilha áspera que os BANDEIRANTES haviam atinado para ganhar o vale umbroso, no seio da montanha. E o ganhara também , sentindo ali um refúgio completo, de acese, de proteção e de paz ("AS MINAS GERAIS E OS PRIMÓRDIOS DO CARAÇA", JOSÉ FERREIRA CARRATO):
"Vem de outras terras e outras eras/ rosário ao pescoço e bordão,/na roupagem de franciscano. //Talhado para empresas magnas,/ o corpo esbelto vence as fráguas/ o espírito quer plenitude. //EI-LO DA PLANÍCIE CONTEMPLA/ A SERRA QUE NA TELA AZUL/ RECORTA A MÁSCARA DE UM HOMEM. / (NEGRA MURALHA DE MONTANHAS/ TORNA-SE ESCADA DE JACOB, / NÃO ANTES DA LUTA COM O ANJO// EMPALIDECE O PEREGRINO. / FOGEM-LHE OS ÍMPETOS. AJOELHA-SE . // E HÁ LUZ EM VOLTA DOS SEUS CABELOS)" (Henriqueta Lisboa).
Dia 28/11/14 o CARAÇA e MINAS GERAIS recordam a tomada de posse do CARAÇA PELO IRMÃO LOURENÇO HÁ 240 ANOS.
domingo, 23 de novembro de 2014
PANDIÁ CALÓGERAS
CALÓGERAS (1870-1933), descendente de família grega, ficou na história da pátria como o melhor ministro da guerra, nomeado por Epitácio Pessoa, presidente da República (1922). Homem de invulgar cultura, isto lhe bastava para ascender a altos postos, o que o tornava antipatizado no trato com seus pares políticos que o julgavam no mínimo um esnobe. Não lhe perdoavam a falta de préstimo, pois não prestava favor a ninguém; não dando nada, obtinha, no entanto, tudo ou quase tudo o que queria para si, atravessando longa carreira política brilhante e proveitosa para o país e para seu nome. Servindo o país, ele se julgava desobrigado a servir os amigos e eleitores, embora encantador ao acolher os correligionários usando de extraordinária suavidade. Joaquim de Salles, traçando-lhe resumida biografia no livro "Se não me falha a memória", por sentir-se magoado com Calógeras, seu grande amigo, em determinada questão em que necessitava de sua colaboração, interrompeu por razoável tempo um convívio de longa duração, até que, no final da vida sabedor da conversão de Calógeras ao catolicismo modificou inteiramente seus sentimentos com relação a ele. "E o fato de saber que se confessara na igreja de Santo Inácio na Rua São Clemente, no Rio, o tornou aos olhos um ser intangível, cujos defeitos se haviam desapaecido perante o tribunal da penitência. Converteu-o por certo a graça divina, mas lhe disseram então que foi o Padre Leonel Franca, S.J., o instrumento para chamar ao aprisco da Santa Igreja aquela ovelha perdidda". Padre Leonel Franca exerceu semelhante função quando da conversão de Jackson de Figueiredo, de Tristão de Athayde e do imortal Paulo Setúbal.
CALÓGERAS (1870-1933), descendente de família grega, ficou na história da pátria como o melhor ministro da guerra, nomeado por Epitácio Pessoa, presidente da República (1922). Homem de invulgar cultura, isto lhe bastava para ascender a altos postos, o que o tornava antipatizado no trato com seus pares políticos que o julgavam no mínimo um esnobe. Não lhe perdoavam a falta de préstimo, pois não prestava favor a ninguém; não dando nada, obtinha, no entanto, tudo ou quase tudo o que queria para si, atravessando longa carreira política brilhante e proveitosa para o país e para seu nome. Servindo o país, ele se julgava desobrigado a servir os amigos e eleitores, embora encantador ao acolher os correligionários usando de extraordinária suavidade. Joaquim de Salles, traçando-lhe resumida biografia no livro "Se não me falha a memória", por sentir-se magoado com Calógeras, seu grande amigo, em determinada questão em que necessitava de sua colaboração, interrompeu por razoável tempo um convívio de longa duração, até que, no final da vida sabedor da conversão de Calógeras ao catolicismo modificou inteiramente seus sentimentos com relação a ele. "E o fato de saber que se confessara na igreja de Santo Inácio na Rua São Clemente, no Rio, o tornou aos olhos um ser intangível, cujos defeitos se haviam desapaecido perante o tribunal da penitência. Converteu-o por certo a graça divina, mas lhe disseram então que foi o Padre Leonel Franca, S.J., o instrumento para chamar ao aprisco da Santa Igreja aquela ovelha perdidda". Padre Leonel Franca exerceu semelhante função quando da conversão de Jackson de Figueiredo, de Tristão de Athayde e do imortal Paulo Setúbal.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
QUARTO de DESPEJO à MARGEM do CANINDÉ
No dia 14/03/14 a cidade mineira de SACRAMENTO comemorou o centenário de nascimento da "primeira e mais importante escritora negra do Brasil", CAROLINA MARIA de JESUS (14/03/1914-1977). Descobriu-a o jornalista alagoano AUDÁLIO DANTAS (08/07/1929) na favela do Canindé, SP. Reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o dia a dia da favela. Um deles deu origem ao nome do livro de Carolina: "QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma Favelada". Publicado em 1960, traduzido para 14 idiomas, foram vendidos cem mil exemplares. Audálio Dantas: "Um documento sobre que um sociólogo poderia fazer estudos profundos, interpretar, mas não teria condição de ir ao cerne do problema e ela teve, porque vivia a questão". Carolina era uma catadora que registrava o cotidiano da comunidade em cadernos encontrados no lixo. Donde denominar ela a favela como "o quarto de despejo de uma cidade; nós, os pobres, somos os trastes velhos". Para AUDÁLIO DANTAS "a favela onde morava CAROLINA foi a primeira a aproximar-se da cidade, e isto constituía O FATO NOVO". E mais: "Carolina tinha uma força descritiva, um talento incomum, o que me fez pensar em parar com minha pesquisa, pois tinha quem contasse melhor que eu!".
No dia 14/03/14 a cidade mineira de SACRAMENTO comemorou o centenário de nascimento da "primeira e mais importante escritora negra do Brasil", CAROLINA MARIA de JESUS (14/03/1914-1977). Descobriu-a o jornalista alagoano AUDÁLIO DANTAS (08/07/1929) na favela do Canindé, SP. Reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o dia a dia da favela. Um deles deu origem ao nome do livro de Carolina: "QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma Favelada". Publicado em 1960, traduzido para 14 idiomas, foram vendidos cem mil exemplares. Audálio Dantas: "Um documento sobre que um sociólogo poderia fazer estudos profundos, interpretar, mas não teria condição de ir ao cerne do problema e ela teve, porque vivia a questão". Carolina era uma catadora que registrava o cotidiano da comunidade em cadernos encontrados no lixo. Donde denominar ela a favela como "o quarto de despejo de uma cidade; nós, os pobres, somos os trastes velhos". Para AUDÁLIO DANTAS "a favela onde morava CAROLINA foi a primeira a aproximar-se da cidade, e isto constituía O FATO NOVO". E mais: "Carolina tinha uma força descritiva, um talento incomum, o que me fez pensar em parar com minha pesquisa, pois tinha quem contasse melhor que eu!".
JOAQUIM DE SALLES: JORNALISTA E POLÍTICO MINEIRO
Advogado, professor, jornalista e deputado, JOAQUIM DE SALLES nasceu no Serro, MG, em 12/07/1879 e faleceu no Rio (o2/12/1962. Estudou humanidades no Colégio do Caraça e no Colégio São Vicente de Paulo, de Petrópolis. Iniciou os estudos eclesiásticos no Seminário São Sulpício, Paris, e São José, no Rio Comprido, Rio. Foi um dos articuladores e signatários do "Manifesto dos Mineiros". Autor do livro "Se não me falha a memória"(1 e 2 vol.), "nos parece o tipo do memorialista nato, escreve Brito Broca. Depois de uma vida movimentada e intensa de política e jornalista, põe-se a dispersar na imprensa uma série de páginas, recordando o passado. Quem as lia se sentia logo atraído por essa espécie de conversa ao pé do fogo, em que não havia uma minúcia excessiva, uma divagação inútil ou redundante. A narativa correndo límpida, numa simplicidade que lhe emprestava certo tom coloquial e deixava transparecer a presença do jornalista a evocar os fatos com o olhar retrospectivo de repórter. As figuras desenhadas por Joaquim de Salles tomaram parte saliente nos acontecimentos políticos que agitaram o Brasil da primeira década do século XX até o movimento vitorioso de 30. Na maior parte já falecidas, estão com o seu processo histórico em fase de instrução, embora tenham dissipado por completo as paixões que acenderam. É a auspiciosa estreia em livro de um autor de milhares de artigos, remanescente ilustre de um Brasil muito próximo e que já parece tão distante, um homem cujo valor intelectual deve ser medido pela sua extraordinária expressão humana"(apresentação do livro acima citado de Brito Broca, em novembro de 1960).
Advogado, professor, jornalista e deputado, JOAQUIM DE SALLES nasceu no Serro, MG, em 12/07/1879 e faleceu no Rio (o2/12/1962. Estudou humanidades no Colégio do Caraça e no Colégio São Vicente de Paulo, de Petrópolis. Iniciou os estudos eclesiásticos no Seminário São Sulpício, Paris, e São José, no Rio Comprido, Rio. Foi um dos articuladores e signatários do "Manifesto dos Mineiros". Autor do livro "Se não me falha a memória"(1 e 2 vol.), "nos parece o tipo do memorialista nato, escreve Brito Broca. Depois de uma vida movimentada e intensa de política e jornalista, põe-se a dispersar na imprensa uma série de páginas, recordando o passado. Quem as lia se sentia logo atraído por essa espécie de conversa ao pé do fogo, em que não havia uma minúcia excessiva, uma divagação inútil ou redundante. A narativa correndo límpida, numa simplicidade que lhe emprestava certo tom coloquial e deixava transparecer a presença do jornalista a evocar os fatos com o olhar retrospectivo de repórter. As figuras desenhadas por Joaquim de Salles tomaram parte saliente nos acontecimentos políticos que agitaram o Brasil da primeira década do século XX até o movimento vitorioso de 30. Na maior parte já falecidas, estão com o seu processo histórico em fase de instrução, embora tenham dissipado por completo as paixões que acenderam. É a auspiciosa estreia em livro de um autor de milhares de artigos, remanescente ilustre de um Brasil muito próximo e que já parece tão distante, um homem cujo valor intelectual deve ser medido pela sua extraordinária expressão humana"(apresentação do livro acima citado de Brito Broca, em novembro de 1960).
SERÁ QUE AINDA É ASSIM?
PANDIÁ CALÓGERAS (1870-1934), DEPUTADO FEDERAL POR MINAS (1897), assim teve sua pessoa descrita por colega político, MARTIM FRANCISCO ("Se não me falha a memória", por Joaquim Salles, pp.185), solicitado a fazê-lo: "Menino, eu me tenho na conta de homem inteligente e culto e peço-lhe a gentileza de acreditar que não tenho por hábito mentir". "Meu caro mestre, toda gente no Brasil sabe disso!" "Sim, não estou exagerando: sou mesmo excepcionalmente inteligente e culto. Quando fui eleito deputado, pelo que sabia e se dizia da Câmara, a minha impressão é que vinha agir numa estrebaria!" "E depois?" "Depois cheguei e comecei a estudar o meio. Verifiquei desde logo haver aqui dentro muita gente inteligente, mais inteligente do que eu e até mais preparada! Verifiquei ainda ser-me mais útil ouvir do que falar, pois tenho mais que aprender do que ensinar e nesta casa, não se iluda, há mestres, há grandes mestres... Entre estes, por exemplo, o CALÓGERAS. Como sabe coisas! Como aprecio quando lhe ouço os discursos ou lhe leio os pareceres!... CALÓGERAS não era orador, nem tinha sequer qualidades de expositor. A palavra lhe saía dos lábios com dificuldade. Não tinha espontaneidade de expressão e chegava a gaguejar, tão pouco a contento se encontrava na tribuna; mas efetivamente era um mestre, neste sentido de que sabia tudo e sabia tudo com profundeza. Não era uma erudição de almanaque. O que dizia constituía produto de estudos conscienciosos, de homem cuja base de cultura estava construída solidamente à francesa, por meio de um curso verdadeiro de humanidades em que seu pai, mandado vir da Europa por Pedro II, era exímio e inigualável. Muito se interessava por questões econômicas. Revelou-se também, quando ministro da Guerra no governo de EPITÁCIO PESSOA, um apaixonado de questões militares, sendo tido como um dos mais operosos ministros que já teve o nosso Exército, pois até fisicamente tinha atitudes marciais de soldado nato.
PANDIÁ CALÓGERAS (1870-1934), DEPUTADO FEDERAL POR MINAS (1897), assim teve sua pessoa descrita por colega político, MARTIM FRANCISCO ("Se não me falha a memória", por Joaquim Salles, pp.185), solicitado a fazê-lo: "Menino, eu me tenho na conta de homem inteligente e culto e peço-lhe a gentileza de acreditar que não tenho por hábito mentir". "Meu caro mestre, toda gente no Brasil sabe disso!" "Sim, não estou exagerando: sou mesmo excepcionalmente inteligente e culto. Quando fui eleito deputado, pelo que sabia e se dizia da Câmara, a minha impressão é que vinha agir numa estrebaria!" "E depois?" "Depois cheguei e comecei a estudar o meio. Verifiquei desde logo haver aqui dentro muita gente inteligente, mais inteligente do que eu e até mais preparada! Verifiquei ainda ser-me mais útil ouvir do que falar, pois tenho mais que aprender do que ensinar e nesta casa, não se iluda, há mestres, há grandes mestres... Entre estes, por exemplo, o CALÓGERAS. Como sabe coisas! Como aprecio quando lhe ouço os discursos ou lhe leio os pareceres!... CALÓGERAS não era orador, nem tinha sequer qualidades de expositor. A palavra lhe saía dos lábios com dificuldade. Não tinha espontaneidade de expressão e chegava a gaguejar, tão pouco a contento se encontrava na tribuna; mas efetivamente era um mestre, neste sentido de que sabia tudo e sabia tudo com profundeza. Não era uma erudição de almanaque. O que dizia constituía produto de estudos conscienciosos, de homem cuja base de cultura estava construída solidamente à francesa, por meio de um curso verdadeiro de humanidades em que seu pai, mandado vir da Europa por Pedro II, era exímio e inigualável. Muito se interessava por questões econômicas. Revelou-se também, quando ministro da Guerra no governo de EPITÁCIO PESSOA, um apaixonado de questões militares, sendo tido como um dos mais operosos ministros que já teve o nosso Exército, pois até fisicamente tinha atitudes marciais de soldado nato.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
QUEM FOI EPITÁCIO PESSOA?
Nascido em UMBUZEIRO, na PARAÍBA, em 1865, EPITÁCIO LINDOLFO da SILVA PESSOA faleceu em Nogueira, município de Petrópolis, no dia 13.02.1942. Foi deputado federal e senador, Procurador Geral da República e Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado e PRESIDENTE DA REPÚBLICA (1919 a 1922). Estava na Europa, chefiando a delegação brasileira à Conferência da Paz, quando faleceu no Brasil (1921) o Presidente Rodrigues Alves antes de completado o segundo ano do seu mandato. Não podendo o vice, Delfim Moreira, assumir legalmente a presidência da República, EPITÁCIO PESSOA foi eleito à revelia para completar o quadriênio do pranteado RODRIGUES ALVES. EPITÁCIO, que teve como seu vice DELFIM MOREIRA, escolheu para ministros dois CIVIS (fato até então incomum no Brasil republicano) Pandiá Calógeras, da Guerra, e o da Marinha. Durante seu governo enfrentou a revolta dos Tenentes do Forte de Copacabana (1922) que se opunham à indicação de Artur Bernardes como candidato a sua sucessão, o que, contudo, veio a acontecer, pelo acordo dos Estados de Minas e São Paulo, apesar da oposição do Rio, Pernambuco e Rio Grande do Sul. "Integro na administração pública, escreve Dom Clemente Isnard ("Magistério Episcopal", pg.301), colocado no mais alto posto da República, EPITÁCIO PESSOA dava ao país o exemplo de um lar bem constituído. Sua filha mais velha, Laurita Pessoa Raja Gabaglia, escreveu a sua vida com grande objetividade, salientando todas as facetas de sua invulgar personalidade".
Nascido em UMBUZEIRO, na PARAÍBA, em 1865, EPITÁCIO LINDOLFO da SILVA PESSOA faleceu em Nogueira, município de Petrópolis, no dia 13.02.1942. Foi deputado federal e senador, Procurador Geral da República e Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado e PRESIDENTE DA REPÚBLICA (1919 a 1922). Estava na Europa, chefiando a delegação brasileira à Conferência da Paz, quando faleceu no Brasil (1921) o Presidente Rodrigues Alves antes de completado o segundo ano do seu mandato. Não podendo o vice, Delfim Moreira, assumir legalmente a presidência da República, EPITÁCIO PESSOA foi eleito à revelia para completar o quadriênio do pranteado RODRIGUES ALVES. EPITÁCIO, que teve como seu vice DELFIM MOREIRA, escolheu para ministros dois CIVIS (fato até então incomum no Brasil republicano) Pandiá Calógeras, da Guerra, e o da Marinha. Durante seu governo enfrentou a revolta dos Tenentes do Forte de Copacabana (1922) que se opunham à indicação de Artur Bernardes como candidato a sua sucessão, o que, contudo, veio a acontecer, pelo acordo dos Estados de Minas e São Paulo, apesar da oposição do Rio, Pernambuco e Rio Grande do Sul. "Integro na administração pública, escreve Dom Clemente Isnard ("Magistério Episcopal", pg.301), colocado no mais alto posto da República, EPITÁCIO PESSOA dava ao país o exemplo de um lar bem constituído. Sua filha mais velha, Laurita Pessoa Raja Gabaglia, escreveu a sua vida com grande objetividade, salientando todas as facetas de sua invulgar personalidade".
domingo, 16 de novembro de 2014
O PENSAMENTO DE GORBATCHOV SOBRE A CRISE DA UCRÂNIA E RÚASSIA
"Uma das principais questões colocadas hoje em relação aos acontecimentos na Ucrânia é a da expansão da OTAN. Sabe-se que a reunificação da Alemanha não foi um fenômeno isolado, mas parte do processo do fim da Guerra Fria. Resolvidos todos os processos, os países envolvidos assinaram os documentos que, pondo fim à Guerra Fria, continham os princípios que formaram , em 1990, a base da CARTA DE PARIS, assinada por todos os países da Europa e pelos EUA e Canadá. Uma das razões da crise atual na Ucrânia foi a relutância de nossos parceiros ocidentais em levar em conta o ponto de vista da Rússia, os interesses legítimos de sua segurança nacional. Refiro-me em primeiro lugar à expansão da OTAN, aos projetos de implantação do sistema de defesa anti-missil do Ocidente em regiões importantes para a Rússia, como Iugoslávia, Iraque, Geórgia e Ucrânia. Na época o secretário de Estado Norte-americano James Baker declarou que não haveria "ampliação da presença jurídica e militar da OTAN nem uma polegada para o leste". Entretanto, com a reunificaçãp da Alemanha os EUA e seus aliados decidiram avançar com a OTAN para o leste em 1993. Isto foi uma violação do espírito das garantias que nos haviam sido dadas em 1990. Daí ser atualmente a relação com a Ucrânia um assunto doloroso para os russos. É necessário cunprir integralmente o que foi assinado em Minsk entre 5 e 19 de setembro. A decisão dos EUA e seus aliados de avançar com a OTAN para o leste, formada em 1993, era uma violação do espírito das declarações e garantias dadas em 1990. É necessário cumprir-se o que foi assinado entre 5 e 19 de setembro. A situação real é muito frágil. As relações entre a Rússia e a Ucrânia sofreram danos enormes. O importante agora é estabelecer diálogo sobre questões específicas. Aqui todos têm que ajudar: a Ucrânia, a Rússia e o Ocidente, separadamente e em conjunto.
"Uma das principais questões colocadas hoje em relação aos acontecimentos na Ucrânia é a da expansão da OTAN. Sabe-se que a reunificação da Alemanha não foi um fenômeno isolado, mas parte do processo do fim da Guerra Fria. Resolvidos todos os processos, os países envolvidos assinaram os documentos que, pondo fim à Guerra Fria, continham os princípios que formaram , em 1990, a base da CARTA DE PARIS, assinada por todos os países da Europa e pelos EUA e Canadá. Uma das razões da crise atual na Ucrânia foi a relutância de nossos parceiros ocidentais em levar em conta o ponto de vista da Rússia, os interesses legítimos de sua segurança nacional. Refiro-me em primeiro lugar à expansão da OTAN, aos projetos de implantação do sistema de defesa anti-missil do Ocidente em regiões importantes para a Rússia, como Iugoslávia, Iraque, Geórgia e Ucrânia. Na época o secretário de Estado Norte-americano James Baker declarou que não haveria "ampliação da presença jurídica e militar da OTAN nem uma polegada para o leste". Entretanto, com a reunificaçãp da Alemanha os EUA e seus aliados decidiram avançar com a OTAN para o leste em 1993. Isto foi uma violação do espírito das garantias que nos haviam sido dadas em 1990. Daí ser atualmente a relação com a Ucrânia um assunto doloroso para os russos. É necessário cunprir integralmente o que foi assinado em Minsk entre 5 e 19 de setembro. A decisão dos EUA e seus aliados de avançar com a OTAN para o leste, formada em 1993, era uma violação do espírito das declarações e garantias dadas em 1990. É necessário cumprir-se o que foi assinado entre 5 e 19 de setembro. A situação real é muito frágil. As relações entre a Rússia e a Ucrânia sofreram danos enormes. O importante agora é estabelecer diálogo sobre questões específicas. Aqui todos têm que ajudar: a Ucrânia, a Rússia e o Ocidente, separadamente e em conjunto.
sábado, 15 de novembro de 2014
HISTÓRICAS FRASES SOBRE O MURO DE BERLIM
De George H.W. Bush, ex-presidente dos EUA (1989-1993): "Quando iniciei meu mandato, parecia que o muro de Berlim seria eterno. Mas eliminá-lo era nosso objetivo a longo prazo, e assim aconteceu. Porém nada teria acontecido se Gorbatchov não acreditasse no direiro à autodeterminação dos homens, dos povos, ou seja, na liberdade dos homens de escolher onde preferem viver".
De Helmut Kohl, ex-chanceler da Alemanha (1982-1998): "Gorbatchov é um interlocutor simpático e interessantíssimo, bem-humorado e um tanto irônico. Uma vez, à margem do rio Reno, conversávamos despretensiosamente a respeito do muro de Berlim, e eu disse: A unificação alemã é certa, tão certa quanto o fato de que as águas do Reno correm para o mar. Acrescentei que a maioria dos Alemães não iria mais aceitar a divisão. Foi a primeira vez que ele não me respondeu".
De LECH WALESA, EX-PRESIDENTE DA POLÔNIA (1990-1995): " ENTRISTECE-ME SABER QUE FAZEM DE HERÓIS AQUELES QUE NÃO o foram. Gorbatchov não queria derrubar nem o comunismo nem o muro de Berlim. Isso significa que a Europa foi construída sobre uma mentira. A verdade é que o papa João Paulo II contribuiu com 50% para a queda do muro, a federação sindical polonesa Solidarnosc com 30%, e o resto do mundo apenas com 20%. O papa polonês conclamou os povos da Europa a mudar a cara do mundo" (Folha de São Paulo, 12/11/14).
De George H.W. Bush, ex-presidente dos EUA (1989-1993): "Quando iniciei meu mandato, parecia que o muro de Berlim seria eterno. Mas eliminá-lo era nosso objetivo a longo prazo, e assim aconteceu. Porém nada teria acontecido se Gorbatchov não acreditasse no direiro à autodeterminação dos homens, dos povos, ou seja, na liberdade dos homens de escolher onde preferem viver".
De Helmut Kohl, ex-chanceler da Alemanha (1982-1998): "Gorbatchov é um interlocutor simpático e interessantíssimo, bem-humorado e um tanto irônico. Uma vez, à margem do rio Reno, conversávamos despretensiosamente a respeito do muro de Berlim, e eu disse: A unificação alemã é certa, tão certa quanto o fato de que as águas do Reno correm para o mar. Acrescentei que a maioria dos Alemães não iria mais aceitar a divisão. Foi a primeira vez que ele não me respondeu".
De LECH WALESA, EX-PRESIDENTE DA POLÔNIA (1990-1995): " ENTRISTECE-ME SABER QUE FAZEM DE HERÓIS AQUELES QUE NÃO o foram. Gorbatchov não queria derrubar nem o comunismo nem o muro de Berlim. Isso significa que a Europa foi construída sobre uma mentira. A verdade é que o papa João Paulo II contribuiu com 50% para a queda do muro, a federação sindical polonesa Solidarnosc com 30%, e o resto do mundo apenas com 20%. O papa polonês conclamou os povos da Europa a mudar a cara do mundo" (Folha de São Paulo, 12/11/14).
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
GORBATCHOV e FRANCISCO contra
TODOS OS MUROS
Dois memoráveis pronunciamentos pelos 25 anos da QUEDA (09/11/1989) do MURO de BERLIM. Na manhã de domingo, 02/11/14, o Papa FRANCISCO, falando aos fieis na praça do Vaticano, encerrou suas breves palavras afirmando que "o mundo precisa mais de PORTAS do que de MUROS". Por sua vez MIKHAIL GORBATCHOV, EM MEADOS DE 1989, perguntado sobre o muro dissera o seguinte: "Nada é eterno, ele poderá deixar de existir quando desaparecerem as premissas que o criaram". Poucos meses depois, "certamente nem eu nem Helmut Kohl esperávamos, no verão de 1989, que tudo acontecesse tão rápido. A história acelera seu movimento. Ela pune aqueles que se atrasam. Mas pune ainda mais aqueles que tentam embaraçar seu caminho. Seria um grande erro ficar agarrado à Cortina de Ferro. Por isso de nossa parte não houve pressão sobre o governo da RDA (República Democrática Alemã).Quando os acontecimentos começaram a se desenvolver a uma velocidade inesperada, a classe governântica soviética decidiu por unanimidade não interferir nos processos internos que estavam acontecendo na RDA. Decidimos que nossas tropas não iriam deixar suas guarnições. Até hoje tenho certeza de que tomamos a decisão correta". O artista russo DMITRI VRUBEL produziu inúmeras obras, mas seu destino foi decidido pela última pintura que pintou no muro de Berlim em 1990: "O beijo de Brejnev e Honecker (último governador da Alemanha Oriental) que traz a inscrição: "Meu Deus, ajude-me a sobreviver a este amor fatal. Esse beijo se tornou um símbolo tão universal e sobreviveu a seu tempo", diz Vrúbel (Folha de São Paulo, 12/11/14).
TODOS OS MUROS
Dois memoráveis pronunciamentos pelos 25 anos da QUEDA (09/11/1989) do MURO de BERLIM. Na manhã de domingo, 02/11/14, o Papa FRANCISCO, falando aos fieis na praça do Vaticano, encerrou suas breves palavras afirmando que "o mundo precisa mais de PORTAS do que de MUROS". Por sua vez MIKHAIL GORBATCHOV, EM MEADOS DE 1989, perguntado sobre o muro dissera o seguinte: "Nada é eterno, ele poderá deixar de existir quando desaparecerem as premissas que o criaram". Poucos meses depois, "certamente nem eu nem Helmut Kohl esperávamos, no verão de 1989, que tudo acontecesse tão rápido. A história acelera seu movimento. Ela pune aqueles que se atrasam. Mas pune ainda mais aqueles que tentam embaraçar seu caminho. Seria um grande erro ficar agarrado à Cortina de Ferro. Por isso de nossa parte não houve pressão sobre o governo da RDA (República Democrática Alemã).Quando os acontecimentos começaram a se desenvolver a uma velocidade inesperada, a classe governântica soviética decidiu por unanimidade não interferir nos processos internos que estavam acontecendo na RDA. Decidimos que nossas tropas não iriam deixar suas guarnições. Até hoje tenho certeza de que tomamos a decisão correta". O artista russo DMITRI VRUBEL produziu inúmeras obras, mas seu destino foi decidido pela última pintura que pintou no muro de Berlim em 1990: "O beijo de Brejnev e Honecker (último governador da Alemanha Oriental) que traz a inscrição: "Meu Deus, ajude-me a sobreviver a este amor fatal. Esse beijo se tornou um símbolo tão universal e sobreviveu a seu tempo", diz Vrúbel (Folha de São Paulo, 12/11/14).
A GALINHA DOS OVOS DE OURO
MONTEIRO LOBATO:
JOÃO IMPACIENTE descobriu no quintal uma galinha que botava ovos de ouro, mas um por semana apenas. Louco de alegria disse à mulher: " Estamos ricos! Essa galinha traz um tesouro no ovário. Mato-a e fico o mandão aqui das redondezas". "Por que matá-la? se conservando-a você obtém um ovo de ouro de sete em sete dias!""Vai! por quê? não fosse eu João Impaciente! Quer que me satisfaça com um ovo por semana, quando posso conseguir a ninhada inteira num momento?" E matou a galinha. Dentro dela só havia tripas como nas galinhas comuns. João Impaciente, logrado, continuou a marcar passo a vida inteira, morrendo sem vintém. A vida é assim mesmo, uai! Quem não sabe esperar, pobre há de acabar! Entra por uma porta e sai por outra... Quem quiser que conte outra! GETÚLIO VARGAS , sentado no jardim do Olimpo, tal qual "O PENSADOR" do pintor francês Auguste Rodin (1840-1917), analisou o que querem fazer no Brasil com a sua PETROBRÁS, lembrou-se da GALINHA DE OURO de Lobato, mas logo aquietou-se: matá-la não hão de, são inteligentes!
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
TRISTÃO SEGUNDO DOM ISNARD
NA ÉPOCA DO CARDEAL LEME
"Enquanto viveu o CARDEAL LEME, HOMEM DE IGREJA de grande visão, ALCEU teve todo o apoio da Hierarquia, e, na qualidade de Presidente da Ação Católica Brasileira, exerceu uma indiscutível liderança em plano nacional. Dom Leme pediu-lhe fazer os concursos para a Faculdade de Direito (PUC), como lhe pediu apresentasse sua candidatura à Academia Brasileira de Letras. Falecido o Cardeal (1942), Alceu não encontrou tanta compreensão por parte do sucessor (Dom Câmara), e deixou a presidência da Ação Católica. Não deixou de ser um modelo de leigo atuante. De comunhão diária, rezando também diariamente a Liturgia das Horas, homem de profunda espiritualidade, Alceu se abriu cada vez mais para o campo social e político. Nunca pensou em ser candidato a nenhum posto eletivo, pois jamais usaria sua condição de líder católico em benefício próprio, no entanto exerceu enorme influência política graças a seus livros e artigos. Pode-se dizer ter sido um modelo de cristão e de santo. Sua morte, no dia 14 de agosto de 1983, 4 meses antes de completar 90 anos, em plena lucidez, tendo manejado a pena - seu grande instrumento de trabalho - até o final, foi a conclusão de um ciclo. O grande cedro tombou, tendo dado o fruto a seu tempo. A história da Igreja no Brasil não pode ser escrita sem mencionar ALCEU AMOROSO LIMA" ("Magistério Episcopal", Dom Clemente Isnard).
NA ÉPOCA DO CARDEAL LEME
"Enquanto viveu o CARDEAL LEME, HOMEM DE IGREJA de grande visão, ALCEU teve todo o apoio da Hierarquia, e, na qualidade de Presidente da Ação Católica Brasileira, exerceu uma indiscutível liderança em plano nacional. Dom Leme pediu-lhe fazer os concursos para a Faculdade de Direito (PUC), como lhe pediu apresentasse sua candidatura à Academia Brasileira de Letras. Falecido o Cardeal (1942), Alceu não encontrou tanta compreensão por parte do sucessor (Dom Câmara), e deixou a presidência da Ação Católica. Não deixou de ser um modelo de leigo atuante. De comunhão diária, rezando também diariamente a Liturgia das Horas, homem de profunda espiritualidade, Alceu se abriu cada vez mais para o campo social e político. Nunca pensou em ser candidato a nenhum posto eletivo, pois jamais usaria sua condição de líder católico em benefício próprio, no entanto exerceu enorme influência política graças a seus livros e artigos. Pode-se dizer ter sido um modelo de cristão e de santo. Sua morte, no dia 14 de agosto de 1983, 4 meses antes de completar 90 anos, em plena lucidez, tendo manejado a pena - seu grande instrumento de trabalho - até o final, foi a conclusão de um ciclo. O grande cedro tombou, tendo dado o fruto a seu tempo. A história da Igreja no Brasil não pode ser escrita sem mencionar ALCEU AMOROSO LIMA" ("Magistério Episcopal", Dom Clemente Isnard).
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
DOM LEME E A PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO
Um dos sonhos de DOM LEME era dotar o RIO de uma Universidade Católica. "O seu advogado era o PADRE LEONEL FRANCA, S.J., um sábio e um santo que lembrava a um tempo Anchieta e Vieira, tendo a palavra definitiva para todas as questões controvertidas. Pulverizara a heresia luterana com a sua "A IGREJA, A REFORMA E A CIVILIZAÇÃO". Escreveu obra admirável sobre estatística. Baseado em fatos, jogando com os índices de criminalidade evidenciou de quanto é capaz para arruinar um povo o laicismo escolar, publicando o seu "ENSINO RELIGIOSO e ENSINO LEIGO". TORNOU-SE O ORIENTADOR DO ENSINO NO BRASIL o homem da "HISTÓRIA DA FILOSOFIA" e de inúmeras outras obras que o credenciavam como figura exponencial de uma geração. Acolheu com entusiasmo a idéia do Padre Franca DOM LEME e em março de 1942, em solenidade imponentíssima, à altura do grande acontecimento, marco miliário na história de nossa cultura, inauguravam-se as primeiras faculdades - FILOSOFIA e DIREITO - da UNIVERSIDADE CATÓLICA do Rio de Janeiro. Falecendo em 1942, angustiado com a entrada do país na guerra, o Governo do Estado Novo solidarizou-se com o povo na sua última homenagem ao homem de Deus que, com habilidade diplomática, bondade, FÉ ardente e diligência constante, conseguira fazer reconhecer-se o BRASIL como a maior nação católica do mundo. Intensa era a vida espiritual em sua arquidiocese cujo centro se situava na igreja de Santana, Santuário Nacional do Coração Euarístico. Magnífica a ação social por ele desencadeada em TODO O PAÍS. Nunca antes fora igual o prestígio da IGREJA e de cuja pujança atestavam as páscoas dos intelectuais, da juventude mariana e das ligas católicas "Jesus, Maria e José" ("Autodestruição da Igreja no Brasil", por Antonio Guedes de Holanda).
Um dos sonhos de DOM LEME era dotar o RIO de uma Universidade Católica. "O seu advogado era o PADRE LEONEL FRANCA, S.J., um sábio e um santo que lembrava a um tempo Anchieta e Vieira, tendo a palavra definitiva para todas as questões controvertidas. Pulverizara a heresia luterana com a sua "A IGREJA, A REFORMA E A CIVILIZAÇÃO". Escreveu obra admirável sobre estatística. Baseado em fatos, jogando com os índices de criminalidade evidenciou de quanto é capaz para arruinar um povo o laicismo escolar, publicando o seu "ENSINO RELIGIOSO e ENSINO LEIGO". TORNOU-SE O ORIENTADOR DO ENSINO NO BRASIL o homem da "HISTÓRIA DA FILOSOFIA" e de inúmeras outras obras que o credenciavam como figura exponencial de uma geração. Acolheu com entusiasmo a idéia do Padre Franca DOM LEME e em março de 1942, em solenidade imponentíssima, à altura do grande acontecimento, marco miliário na história de nossa cultura, inauguravam-se as primeiras faculdades - FILOSOFIA e DIREITO - da UNIVERSIDADE CATÓLICA do Rio de Janeiro. Falecendo em 1942, angustiado com a entrada do país na guerra, o Governo do Estado Novo solidarizou-se com o povo na sua última homenagem ao homem de Deus que, com habilidade diplomática, bondade, FÉ ardente e diligência constante, conseguira fazer reconhecer-se o BRASIL como a maior nação católica do mundo. Intensa era a vida espiritual em sua arquidiocese cujo centro se situava na igreja de Santana, Santuário Nacional do Coração Euarístico. Magnífica a ação social por ele desencadeada em TODO O PAÍS. Nunca antes fora igual o prestígio da IGREJA e de cuja pujança atestavam as páscoas dos intelectuais, da juventude mariana e das ligas católicas "Jesus, Maria e José" ("Autodestruição da Igreja no Brasil", por Antonio Guedes de Holanda).
terça-feira, 11 de novembro de 2014
ANTES QUE SEJA TARDE!!!
De CLÓVIS ROSSI, Folha de São Paulo, 11/11/14: PONDERE você mesmo leitor, se não vale para o BRASIL, ao menos parcialmente, o que escreveu Enrico Krauze, intelectual mexicano de referência, sobre seu país para o "El Pais" desta segunda (10/10): " O México requer um sistema de segurança e de justiça que PROTEJA O BEM MAIS PRECIOSO, a VIDA HUMANA, A INCESSANTE MARÉ DO CRIME não só deve deter-se, deve retroceder pela ação legítima da lei. Cada dia que passa, o cidadão - DECEPCIONADO DE TODOS OS PARTIDOS, OS POLÍTICOS e a POLÍTICA, - afunda ainda mais no desânimo e no desespero". Pondere também se não vale igualmente o apelo do cientista social Rubén Aguilar Valenzuela no site Infolatam: "No México moderno e inclusivo que todos e todas desejamos, é preciso superar a DEBILIDADE ESTRUTURAL do SISTEMA de SEGURANÇA e de JUSTIÇA. É uma obrigação irrenunciável dos três níveis de governo e também da SOCIEDADE". É PRECISO COBRAR insistentemente a PROMESSA, sob pena de o BRASIL, se tudo continuar como está, cair no estado assim definido (falando do México) pelo colunista Antonio Navalón ("El País"): O PACTO SINISTRO ENTRE CORRUPÇÃO POLÍTICA e CRIME ORGANIZADO É MORTAL PARA QUALQUER PAÍS" (FOLHA DE SÃO PAULO", 11/11/14).
De CLÓVIS ROSSI, Folha de São Paulo, 11/11/14: PONDERE você mesmo leitor, se não vale para o BRASIL, ao menos parcialmente, o que escreveu Enrico Krauze, intelectual mexicano de referência, sobre seu país para o "El Pais" desta segunda (10/10): " O México requer um sistema de segurança e de justiça que PROTEJA O BEM MAIS PRECIOSO, a VIDA HUMANA, A INCESSANTE MARÉ DO CRIME não só deve deter-se, deve retroceder pela ação legítima da lei. Cada dia que passa, o cidadão - DECEPCIONADO DE TODOS OS PARTIDOS, OS POLÍTICOS e a POLÍTICA, - afunda ainda mais no desânimo e no desespero". Pondere também se não vale igualmente o apelo do cientista social Rubén Aguilar Valenzuela no site Infolatam: "No México moderno e inclusivo que todos e todas desejamos, é preciso superar a DEBILIDADE ESTRUTURAL do SISTEMA de SEGURANÇA e de JUSTIÇA. É uma obrigação irrenunciável dos três níveis de governo e também da SOCIEDADE". É PRECISO COBRAR insistentemente a PROMESSA, sob pena de o BRASIL, se tudo continuar como está, cair no estado assim definido (falando do México) pelo colunista Antonio Navalón ("El País"): O PACTO SINISTRO ENTRE CORRUPÇÃO POLÍTICA e CRIME ORGANIZADO É MORTAL PARA QUALQUER PAÍS" (FOLHA DE SÃO PAULO", 11/11/14).
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
TRISTÃO E JACKSON DE FIGUEIREDO
JACKSON nasceu em 08/10/1891 em Aracaju. Formando-se em Direito na Bahia, transferiu-se para o Rio em 1914, tendo lecionado em alguns colégios e colaborado em jornais e revistas. "O acontecimento mais importante de sua vida foi a passagem de um materialismo agresssivo ao ceticismo, depois ao espiritualismo de Farias Brito e finalmente ao catolicismo, graças a Dom Sebastião Leme e ao Padre Leonel Franca, S.J. Tornando-se apaixonado por Cristo e pela Igreja, funda em 1921 a revista "A ORDEM" e, logo no ano seguinte, o Centro Dom Vital, que visavam reunir os intelectuais católicos e levar aos demais um conhecimento mais profundo das verdades da Fé. "Deixou-nos não poucos livros entre os quais "Pascal e a Inquietação Moderna"e o romance póstumo "AEVUM". Mas o gênero que mais correspondia a seu temperamento era sem dúvida a correspondência em que foi numeroso e que atinge o mais alto ponto nas cartas a Alceu Amoroso Lima que daria continuidade ao seu trabalho apostólico" (Dom Marcos Barbosa, SJ, no prefácio de "Correspondência Harmonia dos Contrastes, tomo I). Na nota introdutória desse livro, assim escreveu João Etienne Filho (04/11/1986): "Alceu disse na carta de 04/02/1928: "Cada vez estou mais convencido de que o homem é o que são as suas cartas". Se eu (JEF) de há muito não concordasse com esta afirmativa, a leitura de "Harmonia dos Contrastes" acabaria por me convencer do que há de profundamente verdadeiro na afirmação. Estas cartas são, ao meu ver, o que de mais importante já se fez em matéria de correspondência literária no Brasil.
JACKSON nasceu em 08/10/1891 em Aracaju. Formando-se em Direito na Bahia, transferiu-se para o Rio em 1914, tendo lecionado em alguns colégios e colaborado em jornais e revistas. "O acontecimento mais importante de sua vida foi a passagem de um materialismo agresssivo ao ceticismo, depois ao espiritualismo de Farias Brito e finalmente ao catolicismo, graças a Dom Sebastião Leme e ao Padre Leonel Franca, S.J. Tornando-se apaixonado por Cristo e pela Igreja, funda em 1921 a revista "A ORDEM" e, logo no ano seguinte, o Centro Dom Vital, que visavam reunir os intelectuais católicos e levar aos demais um conhecimento mais profundo das verdades da Fé. "Deixou-nos não poucos livros entre os quais "Pascal e a Inquietação Moderna"e o romance póstumo "AEVUM". Mas o gênero que mais correspondia a seu temperamento era sem dúvida a correspondência em que foi numeroso e que atinge o mais alto ponto nas cartas a Alceu Amoroso Lima que daria continuidade ao seu trabalho apostólico" (Dom Marcos Barbosa, SJ, no prefácio de "Correspondência Harmonia dos Contrastes, tomo I). Na nota introdutória desse livro, assim escreveu João Etienne Filho (04/11/1986): "Alceu disse na carta de 04/02/1928: "Cada vez estou mais convencido de que o homem é o que são as suas cartas". Se eu (JEF) de há muito não concordasse com esta afirmativa, a leitura de "Harmonia dos Contrastes" acabaria por me convencer do que há de profundamente verdadeiro na afirmação. Estas cartas são, ao meu ver, o que de mais importante já se fez em matéria de correspondência literária no Brasil.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
URGE EMANCIPAR A POLÍTICA NO BRASIL
Por que no BRASIL a política não é emancipada? a) pelo elevado custo da campanha política. Por causa desses elevados custos, a política está prisioneira do sistema de financiamento da política no país. b) por causa dos institutos de pesquiza eleitoral: dizem o que o eleitor deve falar, amarrando os eleitores ao apresentar os resultados indicando os vencedores antes do pleito. c) devido aos marqueteiros que ensinam como os candidatos devem falar, qual a mídia a ser utilizada, a mentira a ser construída. c) pelo aprisionamento dos eleitores à mitologia de que os eleitores se distribuem em dois grupos: um da esquerda, outro da direita. d) pela existência de programas assistenciais que amarram os votos de seus beneficiários aos candidatos que conseguem apropriar-se da paternidade do programa, dando garantia de que tais programas serão mantidos; a emancipação dos pobres emanciparia a política, desmoralizando os donos dos programas assistencialistas; e) pelo silêncio dos intelectuais, incapazes de oferecer alternativas que sirvam de base a propostas de reformas sociais que, emancipando o povo, emanciparia a política; f) pela cooptação por compra de agentes políticos ou por financiamento e beneficiamento: ongs, sindicatos, associações; g) por causa do aparelhamento do Estado pelo partido político no Poder como propriedade das elites no poder: nomeiam-se pessoas para empregos públicos, aprisionando a política à necessidade de sobrevivência dos servidores empregados, dependentes da continuidade. REMÉDIOS PARA A EMANCIPAÇÃO DA POLÍTICA: DUAS AÇÕES: a) uma revolução educacional permitindo emancipar o povo da dependência de auxílios para que o eleitor possa votar sem dever favor ao partido no Poder. LEVA TEMPO. B) UMA REFORMA RADICAL na maneira como a Política é feita, derrubando-se cada uma das amarras acima citadas. Depende da vontade dos eleitos amarrados.(Resumo do artigo do Senador Cristovam Buarque, no "O GLOBO", de 01/11/14).
Por que no BRASIL a política não é emancipada? a) pelo elevado custo da campanha política. Por causa desses elevados custos, a política está prisioneira do sistema de financiamento da política no país. b) por causa dos institutos de pesquiza eleitoral: dizem o que o eleitor deve falar, amarrando os eleitores ao apresentar os resultados indicando os vencedores antes do pleito. c) devido aos marqueteiros que ensinam como os candidatos devem falar, qual a mídia a ser utilizada, a mentira a ser construída. c) pelo aprisionamento dos eleitores à mitologia de que os eleitores se distribuem em dois grupos: um da esquerda, outro da direita. d) pela existência de programas assistenciais que amarram os votos de seus beneficiários aos candidatos que conseguem apropriar-se da paternidade do programa, dando garantia de que tais programas serão mantidos; a emancipação dos pobres emanciparia a política, desmoralizando os donos dos programas assistencialistas; e) pelo silêncio dos intelectuais, incapazes de oferecer alternativas que sirvam de base a propostas de reformas sociais que, emancipando o povo, emanciparia a política; f) pela cooptação por compra de agentes políticos ou por financiamento e beneficiamento: ongs, sindicatos, associações; g) por causa do aparelhamento do Estado pelo partido político no Poder como propriedade das elites no poder: nomeiam-se pessoas para empregos públicos, aprisionando a política à necessidade de sobrevivência dos servidores empregados, dependentes da continuidade. REMÉDIOS PARA A EMANCIPAÇÃO DA POLÍTICA: DUAS AÇÕES: a) uma revolução educacional permitindo emancipar o povo da dependência de auxílios para que o eleitor possa votar sem dever favor ao partido no Poder. LEVA TEMPO. B) UMA REFORMA RADICAL na maneira como a Política é feita, derrubando-se cada uma das amarras acima citadas. Depende da vontade dos eleitos amarrados.(Resumo do artigo do Senador Cristovam Buarque, no "O GLOBO", de 01/11/14).
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
CARDEAL DOM SEBASTIÃO LEME 1
O paulista, DOM SEBASTIÃO LEME, CURSOU O seminário maior em Roma, ordenando-se padre em 28/10/1904. Auxiliar do Cardeal Dom Duarte Leopoldo na cidade de São Paulo, chamou a atenção do Cardeal Arcoverde, do Rio, que o escolheu como bispo auxiliar. Com 29 anos apenas, o próprio cardeal do Rio sagrou-o bispo em Roma no dia 04/06/1911. "Il piú giovane Vescovo della Chiesa , abençoou-o sorrindo o papa São Pio X. Sua atuação como bispo auxiliar no Rio foi sobretudo um tempo de provação e de tomada de consciência do verdadeiro estado do catolicismo no Brasil. Em 1916, DOM LEME foi nomeado Arcebispo de OLINDA. Depois de empossado, dirigiu ao clero e aos fieis a Pastoral de praxe, espécie de plataforma do Pastor à comunidade diocesana. A seus olhos uma constatação dolorosíssima se impunha: o Brasil não vivia como um país católico que constava ser. A causa desse "grande mal" para DOM LEME era a IGNORÂNCIA RELIGIOSA", tanto dos meios intelectuais como do POVO. O remédio ele indicou: a doutrinação cristã, a evangelizacão pela pregação, pela leitura, pela educação no lar e na escola. Essa Carta Pastoral de 1916 foi e é um dos mais impressionantes documentos das nossas letras eclesiásticas pela extraordinária lucidez e coragem das afirmações e pela agudeza, por assim dizer, genial, do golpe de vista" (Dom Clemente Isnard). E concluindo: "Obliterados em nossas consciências os deveres religiosos e sociais, chegamos ao absurdo máximo de formarmos uma grande força nacional que não atua e não influi, uma força inerte. Somos católicos de clausura, nossa FÉ se restringe ao encerro do oratório ou à nave das igrejas. Parte avultada dos nossos católicos vive afastada dos sacramentos. E os outros?... Não são católicos? É que são católicos de nome, católicos por tradição e por hábito, católicos só por sentimento".
O paulista, DOM SEBASTIÃO LEME, CURSOU O seminário maior em Roma, ordenando-se padre em 28/10/1904. Auxiliar do Cardeal Dom Duarte Leopoldo na cidade de São Paulo, chamou a atenção do Cardeal Arcoverde, do Rio, que o escolheu como bispo auxiliar. Com 29 anos apenas, o próprio cardeal do Rio sagrou-o bispo em Roma no dia 04/06/1911. "Il piú giovane Vescovo della Chiesa , abençoou-o sorrindo o papa São Pio X. Sua atuação como bispo auxiliar no Rio foi sobretudo um tempo de provação e de tomada de consciência do verdadeiro estado do catolicismo no Brasil. Em 1916, DOM LEME foi nomeado Arcebispo de OLINDA. Depois de empossado, dirigiu ao clero e aos fieis a Pastoral de praxe, espécie de plataforma do Pastor à comunidade diocesana. A seus olhos uma constatação dolorosíssima se impunha: o Brasil não vivia como um país católico que constava ser. A causa desse "grande mal" para DOM LEME era a IGNORÂNCIA RELIGIOSA", tanto dos meios intelectuais como do POVO. O remédio ele indicou: a doutrinação cristã, a evangelizacão pela pregação, pela leitura, pela educação no lar e na escola. Essa Carta Pastoral de 1916 foi e é um dos mais impressionantes documentos das nossas letras eclesiásticas pela extraordinária lucidez e coragem das afirmações e pela agudeza, por assim dizer, genial, do golpe de vista" (Dom Clemente Isnard). E concluindo: "Obliterados em nossas consciências os deveres religiosos e sociais, chegamos ao absurdo máximo de formarmos uma grande força nacional que não atua e não influi, uma força inerte. Somos católicos de clausura, nossa FÉ se restringe ao encerro do oratório ou à nave das igrejas. Parte avultada dos nossos católicos vive afastada dos sacramentos. E os outros?... Não são católicos? É que são católicos de nome, católicos por tradição e por hábito, católicos só por sentimento".
terça-feira, 4 de novembro de 2014
DOIS LÍDERES CATÓLICOS: JACKSON E TRISTÃO
O encontro de JACKSON e TRISTÃO deu-se no ano de 1922. Regressando da Europa e com uma coluna no "O JORNAL" sobre crítica literária, TRISTÃO foi apresentado a JACKSON, que já recém conquistado pelo CARDEAL LEME, vislumbrou em ALCEU o "cara" caído do céu no momento oportuno. Teve então início uma prodigiosa troca de cartas e conversas entre duas inteligências de que DOM SEBASTIÃO LEME se serviu para, conquistando as elites agnósticas, atéias, de um catolicismo frouxo, de fachada, para constituir a liderança do despertar de uma religião católica que perderra o rumo. Como São Paulo, JACKSON, fogoso, destemido, caíra do cavalo já do primeiro encontro com DOM LEME. Confessou-se com ele, levantou-se, disposto à busca dos intelectuais que como ele andavam por caminhos incertos. À imitação do futuro Papa João XXIII, que, em 1963, pretendendo rejuvenescer a IGREJA apelou "ansiosamente para os cristàos leigos", DOM LEME apontou-lhes a parte que lhes cabia, "de forma absolutamente necessária"na missão da IGREJA. O Rio, capital da República, foi a grande e definitiva seara de Dom Leme. "Durante os 21 anos de seu governo na Arquidiocese foi aos poucos transformando a massa retraída e inoperante dos fiéis e os grupos, isolados e dispersos, dos obreiros já existentes, num todo coeso, num laicato de escol que serviria a hierarquia e colaboraria com ela na construção de um Brasil novo". Falando de TRISTÃO e de JACKSON, seja lembrado o nome do Padre LEONEL FRANCA, amigo e mentor espiritual dos dois líderes católicos patrícios de quem tão pouco nos lembramos. E saibam nossos jovens católicos irmãos que muito lucro espiritual e literário haurirão com a leitura das cartas que se trocaram JACKSON e TRISTÃO em ("Correspondência Harmonia dos Contrastes", dois volumes).
O encontro de JACKSON e TRISTÃO deu-se no ano de 1922. Regressando da Europa e com uma coluna no "O JORNAL" sobre crítica literária, TRISTÃO foi apresentado a JACKSON, que já recém conquistado pelo CARDEAL LEME, vislumbrou em ALCEU o "cara" caído do céu no momento oportuno. Teve então início uma prodigiosa troca de cartas e conversas entre duas inteligências de que DOM SEBASTIÃO LEME se serviu para, conquistando as elites agnósticas, atéias, de um catolicismo frouxo, de fachada, para constituir a liderança do despertar de uma religião católica que perderra o rumo. Como São Paulo, JACKSON, fogoso, destemido, caíra do cavalo já do primeiro encontro com DOM LEME. Confessou-se com ele, levantou-se, disposto à busca dos intelectuais que como ele andavam por caminhos incertos. À imitação do futuro Papa João XXIII, que, em 1963, pretendendo rejuvenescer a IGREJA apelou "ansiosamente para os cristàos leigos", DOM LEME apontou-lhes a parte que lhes cabia, "de forma absolutamente necessária"na missão da IGREJA. O Rio, capital da República, foi a grande e definitiva seara de Dom Leme. "Durante os 21 anos de seu governo na Arquidiocese foi aos poucos transformando a massa retraída e inoperante dos fiéis e os grupos, isolados e dispersos, dos obreiros já existentes, num todo coeso, num laicato de escol que serviria a hierarquia e colaboraria com ela na construção de um Brasil novo". Falando de TRISTÃO e de JACKSON, seja lembrado o nome do Padre LEONEL FRANCA, amigo e mentor espiritual dos dois líderes católicos patrícios de quem tão pouco nos lembramos. E saibam nossos jovens católicos irmãos que muito lucro espiritual e literário haurirão com a leitura das cartas que se trocaram JACKSON e TRISTÃO em ("Correspondência Harmonia dos Contrastes", dois volumes).
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
86 ANOS SEM JACKSON DE FIGUEIREDO
Anualmente, 04/11, TRISTÃO no "Jornal do Brasil" comemorava o aniversário da morte trágica do amigo JACKSON no elevado do Joá, no Rio. Dói a só tentação de pensar que até o clero esqueceu essa figura de "nordestino indomável sobre quem o nunca bastante lembrado Cardeal Sebastião Leme exerceu profunda ascendência. Foi a pessoa que, no dizer de Jônatas Serrano, sorrindo dominou Jackson. Ele precisava de um auxiliar leigo para agir diretamente sobre os intelectuais agnósticos ou ateus que nos anos de 1920 formavam parte da elite do Rio. A providência fê-lo encontrá-lo na pessoa que falava a linguagem deles, JACKSON DE FIGUEIREDO. Ele sabia que, conquistando a Cristo as elites do pensamento, a influência destas seria muito importante num país "de formação aluviônica", como Jackson definiu o nosso Brasil em carta a Epitácio Pessoa, presidente do país na época. Conta o nosso venerável bispo beneditino, Clemente ISNARD, bispo de Novsa Friburgo, que no primeiro encontro pessoal e decisivo de Jackson com Dom Leme, em 1921, no Rio, uma palavra carismática do pastor levou imediatamente Jackson , ainda hesitante no limiar do catolicismo, a confessar-se. Reintegrado no regime sacramental da Igreja, o antigo incrédulo, agressivo e iconoclasta, tornou-se em breve líder do laicato católico brasileiro. Jackson foi um dos homens mais inteligentes e mais ardentemente apostólicos que o Brasil contemporâneo possuiu". Há 86 anos, com apenas 37 anos de vida, 3 meses depois da conversão de TRISTÃO (15/o8/28), JACKSON sentiu que já contava com um sucessor. E assim, "consummatus in brevi explevit tempora multa", num acidente de pescaria, precipitado do alto de uma falésia, no Joá, um dos recantos mais deslumbrantes do Rio, o grande mar o chamou a si aquele que fora grande e amara toda grandeza".
Anualmente, 04/11, TRISTÃO no "Jornal do Brasil" comemorava o aniversário da morte trágica do amigo JACKSON no elevado do Joá, no Rio. Dói a só tentação de pensar que até o clero esqueceu essa figura de "nordestino indomável sobre quem o nunca bastante lembrado Cardeal Sebastião Leme exerceu profunda ascendência. Foi a pessoa que, no dizer de Jônatas Serrano, sorrindo dominou Jackson. Ele precisava de um auxiliar leigo para agir diretamente sobre os intelectuais agnósticos ou ateus que nos anos de 1920 formavam parte da elite do Rio. A providência fê-lo encontrá-lo na pessoa que falava a linguagem deles, JACKSON DE FIGUEIREDO. Ele sabia que, conquistando a Cristo as elites do pensamento, a influência destas seria muito importante num país "de formação aluviônica", como Jackson definiu o nosso Brasil em carta a Epitácio Pessoa, presidente do país na época. Conta o nosso venerável bispo beneditino, Clemente ISNARD, bispo de Novsa Friburgo, que no primeiro encontro pessoal e decisivo de Jackson com Dom Leme, em 1921, no Rio, uma palavra carismática do pastor levou imediatamente Jackson , ainda hesitante no limiar do catolicismo, a confessar-se. Reintegrado no regime sacramental da Igreja, o antigo incrédulo, agressivo e iconoclasta, tornou-se em breve líder do laicato católico brasileiro. Jackson foi um dos homens mais inteligentes e mais ardentemente apostólicos que o Brasil contemporâneo possuiu". Há 86 anos, com apenas 37 anos de vida, 3 meses depois da conversão de TRISTÃO (15/o8/28), JACKSON sentiu que já contava com um sucessor. E assim, "consummatus in brevi explevit tempora multa", num acidente de pescaria, precipitado do alto de uma falésia, no Joá, um dos recantos mais deslumbrantes do Rio, o grande mar o chamou a si aquele que fora grande e amara toda grandeza".
sábado, 1 de novembro de 2014
FINADOS... ENCONTRO DOS AUSENTES!
Todo sinal aproxima, sem dar a posse. Anuncia mas não é a coisa. Mostra, mas esconde. Tem razão São Paulo:"vemos agora em sinais e enigmas". Robinson Crusoé vê na areia a marca de um pé: sinal natural, imagem de um pé, sinal de um homem! Onde estará o amigo anunciado e escondido? FINADOS!!! Todo sinal, pela sua força de congraçamento tem uma aura de emoção e até dotada de cargas afetivas. E estas particularmente hoje inundam nossos corações. Quem não terá visto um dia numa flor oferecida uma promessa de amor? Quem não terá visto numa flor murcha uma saudade de amor? Menos que flor, pétala! menos que pétala, folha, folha seca, com nervuras de renda, folha esquecida entre as folhas de um livro esquecido - de repente se abre um dia azul, uma tarde perdida, um céu de saudade em que tantos dos nossos se foram. Cada objeto fica imantado pelas mãos que o tocaram. Cada pessoa conserva o perfil, a imagem com que a terra a escondeu até à segunda vinda do Cristo. FINADOS! Dia da saudade! Que pena a cremação de cadáveres privar-nos do mais real sinal de nosso reencontrar-nos com os nossos ausentes! Seus restos santificados pelo batismo no silêncio e solidão do Campo Santo aguardam nossa presença para um diálogo reconfortador sob certo aspeto lembrando a visita a Jesus nos sacrários de nossas igrejas: "Eu te adoro piamente, ó divindade que te escondes nos acidentes do pão". Para a composição desta postagem vali-me bastante de observações oportunas obtidas em "As Fronteiras da Técnica", de Gustavo Corção.
Todo sinal aproxima, sem dar a posse. Anuncia mas não é a coisa. Mostra, mas esconde. Tem razão São Paulo:"vemos agora em sinais e enigmas". Robinson Crusoé vê na areia a marca de um pé: sinal natural, imagem de um pé, sinal de um homem! Onde estará o amigo anunciado e escondido? FINADOS!!! Todo sinal, pela sua força de congraçamento tem uma aura de emoção e até dotada de cargas afetivas. E estas particularmente hoje inundam nossos corações. Quem não terá visto um dia numa flor oferecida uma promessa de amor? Quem não terá visto numa flor murcha uma saudade de amor? Menos que flor, pétala! menos que pétala, folha, folha seca, com nervuras de renda, folha esquecida entre as folhas de um livro esquecido - de repente se abre um dia azul, uma tarde perdida, um céu de saudade em que tantos dos nossos se foram. Cada objeto fica imantado pelas mãos que o tocaram. Cada pessoa conserva o perfil, a imagem com que a terra a escondeu até à segunda vinda do Cristo. FINADOS! Dia da saudade! Que pena a cremação de cadáveres privar-nos do mais real sinal de nosso reencontrar-nos com os nossos ausentes! Seus restos santificados pelo batismo no silêncio e solidão do Campo Santo aguardam nossa presença para um diálogo reconfortador sob certo aspeto lembrando a visita a Jesus nos sacrários de nossas igrejas: "Eu te adoro piamente, ó divindade que te escondes nos acidentes do pão". Para a composição desta postagem vali-me bastante de observações oportunas obtidas em "As Fronteiras da Técnica", de Gustavo Corção.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
FESTA DE TODOS OS SANTOS
A idéia de se festejarem, num determinado dia do ano, todos os santos da Igreja Católica veio do ORIENTE e remonta ao século IV. No início só se homenageavam os santos mártires, e isto no primeiro domingo depois de Pentecostes. Em ROMA o papa BONIFÁCIO VIII (1217-1303) determinou se transformasse em templo católico o PANTEÃO (palácio de todos os deuses, construído por Vipsanius Agrippa 28 anos antes de Cristo em honra de Augusto) que lhe fora oferecido pelo imperador PHOCAS. Para ali foi transportada grande quantidade de santas relíquias, ocasião em que a igreja foi consagrada à Mãe de Deus e a todos os santos mártires, a 13/05/610. Foi o papa GREGÓRIO IV (eleito em 827) que transferiu a festa para o dia primeiro de novembro, época mais favorável à viagem dos peregrinos a Roma. Nessa ocasião a homenagem se estendeu a todos os santos, portanto no final do ano litúrgico, para simbolizar a consumação gloriosa do REINADO DE CRISTO, bem como a A SEGUNDA VINDA DO SALVADOR no final dos tempos. "Quão glorioso o REINO onde os SANTOS exultam com CRISTO, seguindo o CORDEIRO vestidos de branco para onde quer que ELE vá!"
A idéia de se festejarem, num determinado dia do ano, todos os santos da Igreja Católica veio do ORIENTE e remonta ao século IV. No início só se homenageavam os santos mártires, e isto no primeiro domingo depois de Pentecostes. Em ROMA o papa BONIFÁCIO VIII (1217-1303) determinou se transformasse em templo católico o PANTEÃO (palácio de todos os deuses, construído por Vipsanius Agrippa 28 anos antes de Cristo em honra de Augusto) que lhe fora oferecido pelo imperador PHOCAS. Para ali foi transportada grande quantidade de santas relíquias, ocasião em que a igreja foi consagrada à Mãe de Deus e a todos os santos mártires, a 13/05/610. Foi o papa GREGÓRIO IV (eleito em 827) que transferiu a festa para o dia primeiro de novembro, época mais favorável à viagem dos peregrinos a Roma. Nessa ocasião a homenagem se estendeu a todos os santos, portanto no final do ano litúrgico, para simbolizar a consumação gloriosa do REINADO DE CRISTO, bem como a A SEGUNDA VINDA DO SALVADOR no final dos tempos. "Quão glorioso o REINO onde os SANTOS exultam com CRISTO, seguindo o CORDEIRO vestidos de branco para onde quer que ELE vá!"
CONVITE DE SALOMÃO À REFLEXÃO
"Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu!
Tempo de nascer e tempo de morrer!
Tempo de plantar e tempo de arrancar a planta!
Tempo de matar e tempo de curar!
Tempo de destruir e tempo de construir!
Tempo de chorar e tempo de rir!
Tempo de gemer e tempo de bailar.
Tempo de atirar pedras e tempo de recolher pedras! 'Tempo de abraçar e tempo de se separar!
Tempo de buscar e tempo de perder.
Tempo de guardar e tempo de jogar fora!
Tempo de rasgar e tempo de costurar!
Tempo de calar e tempo de falar!
Tempo de amar e tempo de odiar!
Tempo de guerra e tempo de paz!
TUDO CAMINHA PARA UM MESMO LUGAR! TUDO VEM DO PÓ E TUDO VOLTA AO PÓ! (Ecli. 3.I, 23).
"Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu!
Tempo de nascer e tempo de morrer!
Tempo de plantar e tempo de arrancar a planta!
Tempo de matar e tempo de curar!
Tempo de destruir e tempo de construir!
Tempo de chorar e tempo de rir!
Tempo de gemer e tempo de bailar.
Tempo de atirar pedras e tempo de recolher pedras! 'Tempo de abraçar e tempo de se separar!
Tempo de buscar e tempo de perder.
Tempo de guardar e tempo de jogar fora!
Tempo de rasgar e tempo de costurar!
Tempo de calar e tempo de falar!
Tempo de amar e tempo de odiar!
Tempo de guerra e tempo de paz!
TUDO CAMINHA PARA UM MESMO LUGAR! TUDO VEM DO PÓ E TUDO VOLTA AO PÓ! (Ecli. 3.I, 23).
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
SALOMÃO E A VIDA
"Eu, SALOMÃO, fui rei de Israel em Jerusalém. Tarefa ingrata dada por DEUS aos homens para se atarefarem. Tudo examinado, concluí: Tudo é vaidade e correr atrás do vento! Pensei comigo: tanta sabedoria acumulada, superior a dos meus predecessores! Coloquei o coração em compreender a sabedoria e o conhecimento, a tolice e a loucura, e concluí: tudo isso é também procura do vento! Então examinei todas as obras de minhas mãos, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento! E NADA HAVIA DE PROVEITOSO DEBAIXO DO SOL! Observei que a sabedoria é mais proveitosa que a insensatez, assim como a LUZ é mais que as TREVAS. Examinei todas as obras de minhas mãos e o trabalho que me custou para realizá-las, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nada havia de proveitoso debaixo do sol! Pus-me então a examinar a SABEDORIA, a TOLICE e a INSENSATEZ. O sábio tem os olhos abertos, o insensato caminha nas trevas! Não há lembrança durável do sábio e nem do insensato, pois nos anos vindouros tudo será esquecido: o sábio morre com o insensato! E compreendi que não há felicidade para o homem a não ser a de alegrar-se e fazer o bem durante a sua vida. "De manhã semeia a semente, e à tarde não repouses a a mão, pois não sabes qual delas irá prosperar: se esta ou aquela, ou se ambas serão boas!"
"Eu, SALOMÃO, fui rei de Israel em Jerusalém. Tarefa ingrata dada por DEUS aos homens para se atarefarem. Tudo examinado, concluí: Tudo é vaidade e correr atrás do vento! Pensei comigo: tanta sabedoria acumulada, superior a dos meus predecessores! Coloquei o coração em compreender a sabedoria e o conhecimento, a tolice e a loucura, e concluí: tudo isso é também procura do vento! Então examinei todas as obras de minhas mãos, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento! E NADA HAVIA DE PROVEITOSO DEBAIXO DO SOL! Observei que a sabedoria é mais proveitosa que a insensatez, assim como a LUZ é mais que as TREVAS. Examinei todas as obras de minhas mãos e o trabalho que me custou para realizá-las, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nada havia de proveitoso debaixo do sol! Pus-me então a examinar a SABEDORIA, a TOLICE e a INSENSATEZ. O sábio tem os olhos abertos, o insensato caminha nas trevas! Não há lembrança durável do sábio e nem do insensato, pois nos anos vindouros tudo será esquecido: o sábio morre com o insensato! E compreendi que não há felicidade para o homem a não ser a de alegrar-se e fazer o bem durante a sua vida. "De manhã semeia a semente, e à tarde não repouses a a mão, pois não sabes qual delas irá prosperar: se esta ou aquela, ou se ambas serão boas!"
terça-feira, 28 de outubro de 2014
1945 = FIM DA ERA VARGAS
Exatamente, no dia 29 de outubro de 1945, há 69 anos, através de um golpe militar sem uma gota de sangue derramado, GETÚLIO VARGAS era forçado a renunciar ao cargo de pesidente da república dos Estados Unidos do Brasil. Deixando o Palácio do Catete no Rio foi refugiar-se em sua cidade natal, São Borja, Rio Grande do Sul. Foi empossado no cargo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro JOSÉ LINHARES, cearense. Que ocupou a vaga de 30/11/45 a 31/01/46. A essa altura já estavam em campanha política como candidatos à presidência da República o General Eurico Dutra, ex-ministro da Guerra da Era Vargas (1930-1945), apresentado pelos partidos políticos PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e (PSD) Partido Social Democrático; o BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, candidato da União Democrática Nacional (UDN); YEDO FIUZA, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ROLIM TELLES, pelo Partido Ruralista. No dia 02/12/1945, da eleição para presidente da república saiu eleito o GENERAL EURICO GASPAR DUTRA. Terminado o mandato do GENERAL DUTRA (1946-1949), voltou a ocupar o Palácio do Catete, vencedor nas eleições presidenciais de 1949, GETÚLIO DORNELES VARGAS, através de um movimento popular conhecido como "queremismo". Com o suicídio de GETÜLIO (24/o8/54), foi substituído pelo vice-candidato eleito em 1949, CAFÉ FILHO. O fato de EDUARDO GOMES ter sido rejeitado duas vezes nas urnas como candidato a presidente da República me trouxe à memória: por que a bala de chocolate hoje conhecida como "brigadeiro" adquiriu esse apelido? PORQUE essa guloseima foi o meio encontrado por admiradores de EDUARDO GOMES para angariar fundos para sua campanha como candidato à presidência em 1945. Por que foi EDUARDO GOMES derrotado nas duas vezes? Uma das razões atribui-se ao fato de opositores seus terem espalhado no povo a falsa notícia de que o BRIGADEIRO AFIRMARA QUE NÃO PRECISAVA DOS VOTOS DOS "MARMITEIROS". Nem adiantou o "slogan" espalhado na época: "Vote no BRIGADEIRO, além de bonito é solteiro!" NIHIL NOVI SUB SOLE! (Ecl.1,9).
Exatamente, no dia 29 de outubro de 1945, há 69 anos, através de um golpe militar sem uma gota de sangue derramado, GETÚLIO VARGAS era forçado a renunciar ao cargo de pesidente da república dos Estados Unidos do Brasil. Deixando o Palácio do Catete no Rio foi refugiar-se em sua cidade natal, São Borja, Rio Grande do Sul. Foi empossado no cargo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro JOSÉ LINHARES, cearense. Que ocupou a vaga de 30/11/45 a 31/01/46. A essa altura já estavam em campanha política como candidatos à presidência da República o General Eurico Dutra, ex-ministro da Guerra da Era Vargas (1930-1945), apresentado pelos partidos políticos PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e (PSD) Partido Social Democrático; o BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, candidato da União Democrática Nacional (UDN); YEDO FIUZA, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ROLIM TELLES, pelo Partido Ruralista. No dia 02/12/1945, da eleição para presidente da república saiu eleito o GENERAL EURICO GASPAR DUTRA. Terminado o mandato do GENERAL DUTRA (1946-1949), voltou a ocupar o Palácio do Catete, vencedor nas eleições presidenciais de 1949, GETÚLIO DORNELES VARGAS, através de um movimento popular conhecido como "queremismo". Com o suicídio de GETÜLIO (24/o8/54), foi substituído pelo vice-candidato eleito em 1949, CAFÉ FILHO. O fato de EDUARDO GOMES ter sido rejeitado duas vezes nas urnas como candidato a presidente da República me trouxe à memória: por que a bala de chocolate hoje conhecida como "brigadeiro" adquiriu esse apelido? PORQUE essa guloseima foi o meio encontrado por admiradores de EDUARDO GOMES para angariar fundos para sua campanha como candidato à presidência em 1945. Por que foi EDUARDO GOMES derrotado nas duas vezes? Uma das razões atribui-se ao fato de opositores seus terem espalhado no povo a falsa notícia de que o BRIGADEIRO AFIRMARA QUE NÃO PRECISAVA DOS VOTOS DOS "MARMITEIROS". Nem adiantou o "slogan" espalhado na época: "Vote no BRIGADEIRO, além de bonito é solteiro!" NIHIL NOVI SUB SOLE! (Ecl.1,9).
sábado, 25 de outubro de 2014
PÁBULO ESPIRITUAL
Em carta de 27/12/1927 TRISTÃO confessa ao amigo JACKSON de FIGUEIREDO estar bastante passado com a perda de um primo muito querido. Criados em criança muito próximos, sempre viveram muito unidos pelo coração. Era um católico fervoroso, praticante sempre. O enterro foi o de um justo, o espetáculo mais tocante que já tinha visto. De uma filhinha a quem pedira rezasse pelo primo doente ouvira a seguinte frase: "Papai, não adiantou nada tanta reza pro Papai do Céu". "Se você, escreveu Tristão, conhecesse aquela gente (do primo), se ouvisse a mulherzinha desse rapaz, para quem ele era tudo, tudo, pois nem filho deixou, não desesperada mas com aquela dor lúcida e infinitamente triste de quem foi ferida "injustamente", se você a visse chamar de bárbaro a Jesus que lhe levara o amor de sua vida e com quem ao mesmo tempo falava no céu como se o marido de lá de cima a visse, numa fé de criança, se você visse o Pai do meu primo, homem também profundamente religioso, não ter nem uma palavra de indignação e mandar rezar uma missa de corpo presente na sua capela particular, e ajoelhar-se ao altar na volta do cemitério, aceitando tudo, ah! que momentos! E que reflexões! Como explicar isso? Como a idéia do acaso volta a verrumar a gente! A morte por acaso, que topa a gente na esquina, e nos despacha cegamente, sem ver se é um crápula ou uma alma de ouro, como essa que se foi! Eu bem sei quanto é vão raciocinar sobre o irracionável". Observação: em nota: "Dom Basílio Penido, beneditino, anotou à margem das últimas frases de Tristão o seguinte: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste, o qual faz nascer o sol sobre os bons e sobre os maus, que faz cair a chuva sobre os justos e os injustos".
Em carta de 27/12/1927 TRISTÃO confessa ao amigo JACKSON de FIGUEIREDO estar bastante passado com a perda de um primo muito querido. Criados em criança muito próximos, sempre viveram muito unidos pelo coração. Era um católico fervoroso, praticante sempre. O enterro foi o de um justo, o espetáculo mais tocante que já tinha visto. De uma filhinha a quem pedira rezasse pelo primo doente ouvira a seguinte frase: "Papai, não adiantou nada tanta reza pro Papai do Céu". "Se você, escreveu Tristão, conhecesse aquela gente (do primo), se ouvisse a mulherzinha desse rapaz, para quem ele era tudo, tudo, pois nem filho deixou, não desesperada mas com aquela dor lúcida e infinitamente triste de quem foi ferida "injustamente", se você a visse chamar de bárbaro a Jesus que lhe levara o amor de sua vida e com quem ao mesmo tempo falava no céu como se o marido de lá de cima a visse, numa fé de criança, se você visse o Pai do meu primo, homem também profundamente religioso, não ter nem uma palavra de indignação e mandar rezar uma missa de corpo presente na sua capela particular, e ajoelhar-se ao altar na volta do cemitério, aceitando tudo, ah! que momentos! E que reflexões! Como explicar isso? Como a idéia do acaso volta a verrumar a gente! A morte por acaso, que topa a gente na esquina, e nos despacha cegamente, sem ver se é um crápula ou uma alma de ouro, como essa que se foi! Eu bem sei quanto é vão raciocinar sobre o irracionável". Observação: em nota: "Dom Basílio Penido, beneditino, anotou à margem das últimas frases de Tristão o seguinte: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste, o qual faz nascer o sol sobre os bons e sobre os maus, que faz cair a chuva sobre os justos e os injustos".
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
BEATIFICAÇÃO DO PAPA PAULO VI
Na praça de São Pedro em Roma o papa FRANCISCO, diante de incontável número de fieis e turistas, proclamou hoje BEM-AVENTURADO o PAPA PAULO VI (1963-1978). Aprendi com TRISTÃO a apreciar o CARDEAL MONTINI, EX-ARCEBISPO DE MILÃO. Mas minha aproximação com ele data de mais longe. Quando criança, 10 anos, ganhei uns trocados distribuindo de casa em casa calendários da empresa de remédios, BAHIER, com a figura do recém eleito papa PIO XII, Cardeal Eugênio Paceli, substituindo o papa Pio XI que falecera em fevereiro de 1939. Sua imagem, sentado na "sede gestatória", nunca mais se separou de minha memória. No dia de minha ordenação sacerdotal (18/07/54) o superior do seminário passou-me às mãos, em meio a uma roda de pessoas presentes à cerimônia, um telegrama aberto procedente do núncio apostólico. Cumprimentando meus professores, meus pais e a mim, o PAPA PIO XII nos dava sua bênção apostólica. Embora humilhado pela ousadia de gesto meu tão ingênuo e clandestinamente realizado, não me contive, misturei lágrimas de felicidade a soluços íntimos de revolta pela reprimenda que recebi de meu superior da casa. Quem assinara a mensagem? O pró-secretário de Estado do Vaticano, CARDEAL GIOVANNI MONTINI, futuro Papa Paulo VI. Um segundo encontro meu com ele fora precedido de uma comunicação da Câmara Eclesiástica do Rio de Janeiro, solicitando meu comparecimento à referida cúria para a execução de rescrito apostólico que eu aguardava. Assim rezava: "Sexta-feira 24/02/1967. O SSmo. Senhor Nosso DOM PAULO, por divina providência Papa Paulo VI, benignamente se dignou conceder a dispensa (solicitada) de acordo com o pedido". À vista do que, o Provincial dos Padres Lazaristas me forneceu uma declaração de que me fora concedida por intermédio do Cardeal do Rio, conforme comunicação da Sagrada Congregação "Pro Doctrina Fidei", de 27/02/67, a dispensa total de minhas obrigações religiosas e sacerdotais. Assim sendo, iniciei a vida sacerdotal com as bênçãos do Papa PIO XII (1954) e a encerrei abençoado pelo Papa PAULO VI (1967), hoje BEATIFICADO pelo nosso Papa FRANCISCO. DEO GRATIAS!!!
Na praça de São Pedro em Roma o papa FRANCISCO, diante de incontável número de fieis e turistas, proclamou hoje BEM-AVENTURADO o PAPA PAULO VI (1963-1978). Aprendi com TRISTÃO a apreciar o CARDEAL MONTINI, EX-ARCEBISPO DE MILÃO. Mas minha aproximação com ele data de mais longe. Quando criança, 10 anos, ganhei uns trocados distribuindo de casa em casa calendários da empresa de remédios, BAHIER, com a figura do recém eleito papa PIO XII, Cardeal Eugênio Paceli, substituindo o papa Pio XI que falecera em fevereiro de 1939. Sua imagem, sentado na "sede gestatória", nunca mais se separou de minha memória. No dia de minha ordenação sacerdotal (18/07/54) o superior do seminário passou-me às mãos, em meio a uma roda de pessoas presentes à cerimônia, um telegrama aberto procedente do núncio apostólico. Cumprimentando meus professores, meus pais e a mim, o PAPA PIO XII nos dava sua bênção apostólica. Embora humilhado pela ousadia de gesto meu tão ingênuo e clandestinamente realizado, não me contive, misturei lágrimas de felicidade a soluços íntimos de revolta pela reprimenda que recebi de meu superior da casa. Quem assinara a mensagem? O pró-secretário de Estado do Vaticano, CARDEAL GIOVANNI MONTINI, futuro Papa Paulo VI. Um segundo encontro meu com ele fora precedido de uma comunicação da Câmara Eclesiástica do Rio de Janeiro, solicitando meu comparecimento à referida cúria para a execução de rescrito apostólico que eu aguardava. Assim rezava: "Sexta-feira 24/02/1967. O SSmo. Senhor Nosso DOM PAULO, por divina providência Papa Paulo VI, benignamente se dignou conceder a dispensa (solicitada) de acordo com o pedido". À vista do que, o Provincial dos Padres Lazaristas me forneceu uma declaração de que me fora concedida por intermédio do Cardeal do Rio, conforme comunicação da Sagrada Congregação "Pro Doctrina Fidei", de 27/02/67, a dispensa total de minhas obrigações religiosas e sacerdotais. Assim sendo, iniciei a vida sacerdotal com as bênçãos do Papa PIO XII (1954) e a encerrei abençoado pelo Papa PAULO VI (1967), hoje BEATIFICADO pelo nosso Papa FRANCISCO. DEO GRATIAS!!!
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
ORAÇÃO DE UM PALHAÇO
Ele era um palhaço. Cansado de tanto fazer os outros rirem, mas de voltar triste para casa, dirigiu-se a um convento. O abade, inteirado de sua solidão, concedeu-lhe o que pedia. Admitido na ordem, pensou: "Agora posso rezar e servir a Deus!" Mas logo logo certificou-se de que não sabendo latim, impossível acompanhar os irmãos na orações comunitárias. Como sair dessa? No silêncio da noite, todos dormindo, vestia suas roupas de palhaço e entrava na igreja vazia. De frente da imagem da VIRGEM MÃE de JESUS , punha-se a fazer suas habilidades de palhaço, curvaturas, mas com tanto esmero como nunca tinha feito. Passou a assim agir todas as noites. Logo começou-se a murmurar no convento que tinha ficado louco. O abade numa noite entrou na igreja e escondido esperou o palhaço APARECER. Este cumprimentou a VIRGEM e iniciou seu repertório. O abade já se levantava parra expulsar o palhaço, quando notou o braço da Virgem mover-se devagarinho e pôr-se a limpar o suor que gotejava da fronte do palhaço. Imóvel, o abade compreendeu que diante de Deus todas as nossas palavras, pensamentos, obras, se forem filhas da nossa melhor vontade e se dirigirem à maior glória de Deus, contam como orações. Falta chuva? Muitos crimes? Muita corrupção no meio político? "Quanto pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vos concederá", disse Jesus. Ensinai, ó mães cristãs, vossos filhinhos desde pequeninos a rezar. Se nós, marmanjos, nos extasiamos diante de nossas netinhos, obras primas das divinas mãos, por que DEUS que as fez haverá de deixar de atender a seus pedidos inocentes e autênticos? "Pedi e recebereis; batei à porta e ela se abrirá!" "Ó MARIA, concebida sem pecado original, rogai por nós, agora e sempre, que recorremos a Vós!"
Ele era um palhaço. Cansado de tanto fazer os outros rirem, mas de voltar triste para casa, dirigiu-se a um convento. O abade, inteirado de sua solidão, concedeu-lhe o que pedia. Admitido na ordem, pensou: "Agora posso rezar e servir a Deus!" Mas logo logo certificou-se de que não sabendo latim, impossível acompanhar os irmãos na orações comunitárias. Como sair dessa? No silêncio da noite, todos dormindo, vestia suas roupas de palhaço e entrava na igreja vazia. De frente da imagem da VIRGEM MÃE de JESUS , punha-se a fazer suas habilidades de palhaço, curvaturas, mas com tanto esmero como nunca tinha feito. Passou a assim agir todas as noites. Logo começou-se a murmurar no convento que tinha ficado louco. O abade numa noite entrou na igreja e escondido esperou o palhaço APARECER. Este cumprimentou a VIRGEM e iniciou seu repertório. O abade já se levantava parra expulsar o palhaço, quando notou o braço da Virgem mover-se devagarinho e pôr-se a limpar o suor que gotejava da fronte do palhaço. Imóvel, o abade compreendeu que diante de Deus todas as nossas palavras, pensamentos, obras, se forem filhas da nossa melhor vontade e se dirigirem à maior glória de Deus, contam como orações. Falta chuva? Muitos crimes? Muita corrupção no meio político? "Quanto pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vos concederá", disse Jesus. Ensinai, ó mães cristãs, vossos filhinhos desde pequeninos a rezar. Se nós, marmanjos, nos extasiamos diante de nossas netinhos, obras primas das divinas mãos, por que DEUS que as fez haverá de deixar de atender a seus pedidos inocentes e autênticos? "Pedi e recebereis; batei à porta e ela se abrirá!" "Ó MARIA, concebida sem pecado original, rogai por nós, agora e sempre, que recorremos a Vós!"
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
COROA QUE NÃO FENECE
SÃO PAULO devia ver os jogos de Istmos, o desporto de Corinto. Via quanto sofrem e como suam, quantos e quão incríveis sacrifícios fazem os que vão combater. E escreveu então estas formosas palavras: "Não sabeis que os que correm no estádio correm, sim, todos, mas um só é que alcança o prêmio? Correi, pois, de tal maneira que alcanceis. E todos aqueles que combatem na arena de tudo se abstêm para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, esperamos uma incorruptível! Segundo Paulo, todos nós somos sportmen, desportistas de Jesus Cristo. Andamos todos a treinar-nos para a vida eterna. Toda a nossa existência na terra é uma corrida contínua. Nào é corrida curta, é até longa demais! Não é uma corrida em terreno plano: é cheia de obstáculos, quantos baqueiam pelo caminho! Mas aqui não há um prêmio único: todos poderiam ganhar! E os louros não murcham, ganha-se a coroa da vida eterna! Coroa que não fenece, coroa que conserva eternamente a sua frescura, coroa que ninguém pode tirar-nos! Coroa que DEUS coloca nas nossas frontes! De modo que vos digo como SÃO PAULO: CORREI DE MODO QUE ALCANSEIS!" (Epístola aos Coríntios, IX, 24-25).
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
VOZ DO PAPA FRANCISCO
Quem lê com FÉ os EVANGELHOS de repente se vê cara a cara com JESUS CRISTO, enchendo-se-lhe o coração e a vida inteira de misteriosa alegria. Alegria por se sentir salvo por CRISTO. Donde a pessoa se ver posuída de um sentimento de libertação do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Apossa-se de sua alma a ALEGRIA DO EVANGELHO! Em consequência sente-se convidada a trilhar sob a inspiração dessa nascente alegria, indicadora dos caminhos a percorrer com a IGREJA, à procura de nova alegria renascida do EVANGELHO de CRISTO. O que até então lhe oferecia o mundo com sua múltipla e avassaladora oferta de consumismo era uma tristeza individualista, brotada de um coração comodista e mesquinho numa busca desordenada de prazeres suprficiais de uma consciência isolada. Se a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, os pobres já não entram, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria de seu amor nem fervilha o entusiasmo de se fazer o bem. O que é um risco certo e permanente que correm também os que têm fé. Quantos nele caem transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha de uma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta nào é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo resuscitado. Cada um de nós é convidado a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou a tomar pelo menos a decisão de se deixar procurar or ele.
Quem lê com FÉ os EVANGELHOS de repente se vê cara a cara com JESUS CRISTO, enchendo-se-lhe o coração e a vida inteira de misteriosa alegria. Alegria por se sentir salvo por CRISTO. Donde a pessoa se ver posuída de um sentimento de libertação do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Apossa-se de sua alma a ALEGRIA DO EVANGELHO! Em consequência sente-se convidada a trilhar sob a inspiração dessa nascente alegria, indicadora dos caminhos a percorrer com a IGREJA, à procura de nova alegria renascida do EVANGELHO de CRISTO. O que até então lhe oferecia o mundo com sua múltipla e avassaladora oferta de consumismo era uma tristeza individualista, brotada de um coração comodista e mesquinho numa busca desordenada de prazeres suprficiais de uma consciência isolada. Se a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, os pobres já não entram, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria de seu amor nem fervilha o entusiasmo de se fazer o bem. O que é um risco certo e permanente que correm também os que têm fé. Quantos nele caem transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha de uma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta nào é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo resuscitado. Cada um de nós é convidado a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou a tomar pelo menos a decisão de se deixar procurar or ele.
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