VIAGEM DE MÉRTON EM BUSCA DE BANGKOK 4
Diário de 24/11/68: " Que é uma VOCAÇÃO? É um chamado e uma resposta. Conceber o chamado de Deus como uma ORDEM EXPRESSA para realizar uma tarefa nem sempre com certeza é um engano, mas só se torna verdade depois de um longo esforço interior pelo qual passa a ser óbvio que nunca tal coerção foi manifesta. Mas pode também acontecer que a ordem chegue a maturidade junto com a pessoa que a deve executar e que ela de certo modo se transforme nessa própria pessoa que já atingiu agora a maturidade plena. O processo de amadurecimento pode ser enfim uma misteriosa maneira de morrer, desde que a tarefa se inicie com a morte. É preciso haver uma escolha vertiginosa, uma ruptura definitiva pela qual a certeza que se adquiriu de ser chamado é despedaçada. O que consagra uma vocação - e a palavra é usada adequadamente aqui - e a eleva à altura do sacrifício que ela se torna é o rompimento com essa aparente ordem de ser, com seu pleno desenvolvimento formal ou sua eficácia visível" (Pierre Emmanuel, La Loi déxode). Aproxima-se o fim da viagem. Mérton se encanta com a natureza da região: vistas imprevisíveis, com o mar por perto, as palmeiras. "Bem que gostaria de ter vagado em meio às pedras, admirável a praia, o azul -brilhante da baía de Bengala. O templo junto à costa, batido pelas intempéries. Conversa com o Dr. Raghavan sobre a diferença entre experiência estética e experiência religiosa; a estética só perdura estando presente o objeto; o conhecimento religioso dispensa tal presença. Conhecendo-se "brahman", a vida é permanentemente transformada de dentro para fora. Foi arrastado por uma onda de gratidão e consolo ante a clareza das figuras da diversidade dos Budas. "Quero dizer que sei e vi aquilo de que andava obscuramente à procura. Esta é a Asia em sua pureza. Não precisando de nada, pode-se permitir ficar calada, sem precisar ser descoberta".
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário