domingo, 23 de novembro de 2014

PANDIÁ   CALÓGERAS   

CALÓGERAS (1870-1933), descendente de família grega, ficou na história da pátria como o melhor ministro da guerra, nomeado por Epitácio Pessoa, presidente da República (1922). Homem de invulgar cultura, isto lhe bastava para ascender  a altos postos, o que o tornava antipatizado no trato com seus pares políticos que o julgavam no mínimo um esnobe. Não lhe perdoavam a falta de préstimo, pois não prestava favor a ninguém; não dando nada, obtinha, no entanto, tudo ou quase tudo  o que queria para si, atravessando  longa carreira política brilhante e proveitosa para o país e para seu nome.  Servindo o país, ele se julgava  desobrigado a servir os amigos e eleitores, embora encantador ao acolher os correligionários usando de extraordinária suavidade. Joaquim de Salles, traçando-lhe resumida biografia no livro "Se não me falha a memória", por sentir-se magoado com Calógeras, seu grande amigo, em determinada questão em que necessitava de sua colaboração, interrompeu por razoável tempo um convívio de longa duração, até que, no final da vida sabedor da conversão de Calógeras ao catolicismo  modificou inteiramente seus sentimentos com relação a ele. "E o fato de saber que se confessara na igreja de Santo Inácio na Rua São Clemente, no Rio, o tornou aos olhos um ser intangível, cujos defeitos se haviam desapaecido perante o tribunal da penitência. Converteu-o por certo a graça divina, mas lhe disseram então que foi o Padre Leonel Franca, S.J., o instrumento para chamar ao aprisco  da Santa Igreja aquela ovelha perdidda".  Padre Leonel Franca exerceu semelhante função quando da conversão de Jackson de Figueiredo, de Tristão de Athayde e do imortal Paulo Setúbal.      

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