sexta-feira, 27 de junho de 2014

ALCEU    VERSUS    TRISTÃO

Na tentativa de esconder o "seu sósia interior", ALCEU  AMOROSO  LIMA, na ocasião do nascimento da primeira filha,  em 1919, adotou o pseudônimo TRISTÃO DE ATHAYDE, "tentando, como disse numa entrevista ((Memorando dos 90) desmentir a regra de vida aprendida de sua mãe -   "que sempre procurei seguir": o horror da mentira e a convicção de que o segredo não existe..." Conta-nos (ibidem) que a escolha do personagem fictício, TRISTÃO DE ATHAYDE,  tinha por fim  "ocultar a autoria da minha crítica literária incipiente àquele de quem mais quisera ocultar-me: meu companheiro de escritório na direção de uma empresa industrial". Aconteceu que esse personagem, ao ler esse nome num copiador sobre a mesa dele e assinando um artigo publicado no primeiro número do "O JORNAL", de 17/07/1919, perguntou-lhe, curioso, que relação existia entre os dois, Alceu e Tristão. E Alceu comentando  o fato: "antes mesmo  de produzir o efeito desejado, o meu segredo de polichinelo estava desvendado... Muito mais tarde, aliás, iria descobrir que o paradoxo de Oscar Wilde não era de todo paradoxal. Pois lendo as DÉCADAS  de João de Barros,  20 ou 30 anos depois, iria saber da existência real de um  "CAPITÃO  TRISTÃO DE   ATHAYDE", durante as lutas pela conquista das Indias, no século XVI, que fora, aliás, a mais abjeta das criaturas... "Confessou que fora Renato Lopes, fundador do "O JORNAL" que o convidara, em março de 1919,  para redigir a seção de "Bibliografia", e ali o conservara, através de várias vicissitudes e pequenas interrupções, já na direção de Assis Chateaubriand, até 1945. Sabe-se hoje que, 10 ou 15 anos depois de sua conversão ao catolicismo, ALCEU, já sem a influência de Jackson de Figueiredo, falecido em 1928, e do Padre Leonel Franca, morto em 1948, abraçou novamente a sua DISPONIBILIDADE de que se despedira em 1928, implicitamente renunciando o pseudônimo adquirido em 1919. Para isto muito contribuiu o Papa João XXIII, além de figuras outras como Maritain, Thomas Morus, Bernanos e o Beneditino Dom Martinho Michler, abade do Mosteiro de São Bento, Rio.

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