terça-feira, 7 de junho de 2011

LÍNGUA PORTUGUESA = LÍNGUA LATINA?

"OS LUSÍADAS', poema épico escrito por LUIZ VAZ DE CAMÕES (1525/1580), português nascido em Lisboa no século XVI, narra a descoberta (1498) do caminho marítimo para a ÍNDIA, efetuada por VASCO DA GAMA (1469/1524) e seus marinheiros. O poema está dividido em 10 partes ou cantos, cada um contendo um número variável de estrofes. A obra foi dedicada a DOM SEBASTIÃO (REI de 1557 a 1578), então poderoso Rei de Portugal "cujo alto IMPÉRIO o sol, em nascendo, vê primeiro, e quando desce o deixa derradeiro". Narra o poeta que tudo teve início quando os deuses no Olimpo Luminoso se juntaram em "concílio glorioso sobre as cousas futuras do Oriente"; Júpíter, rei dos deuses, fala então dos "feitos gloriosos dos Filhos de Luso", isto é, dos Lusíadas, dos Portugueses, enaltecendo-lhes a VITÓRIA CONTRA OS MOUROS E OS CASTELHANOS; ENFATIZANDO que, constituindo um país tão pequeno, havia descoberto novos mundos; e mais: que agora, " cometendo o duvidoso mar num lenho leve, por vias nunca usadas a mais se atreve". Nisto, surgiu um entrevero entre os deuses, devido à oposição que o deus Baco fez ao discurso de Júpiter pondo-se logo do início da reunião ao lado dos marinheiros portugueses comandados por Vasco da Gama e os apoiando incondicionalmente. Entra então em cena o deus Marte, talvez porque "um amor antigo o obrigasse", ou porque convencido do valor da gente portuguesa, apelando a Júpiter que não voltasse atrás da determinação que havia tomado, "pois seria fraqueza desisitir-se da cousa começada". " Como isto disse, o Padre poderoso, Júpiter, a cabeça inclinando, consentiu, partindo logo cada um dos deuses para os seus determinados aposentos, depois de feitos seus reais acatamentos". Comentando o desfecho da discussão entre os deuses no Olimpo, o poeta escreve que contra Baco e a favor da decisão já tomada de Júpiter, "sustentava Vênus bela, afeiçoada à GENTE LUSITANA, por quantas qualidades via nela da antiga, tão amada sua, ROMANA: nos fortes corações, na grande estrela que mostraram na Terra Tingitana, E NA LÍNGUA, NA QUAL, QUANDO IMAGINA, COM POUCA CORRUPÇÃO CRÊ QUE É A LATINA". O curioso aqui é que Camões escreve que Vênus admirava tanto a gente romana, que falava a LÍNGUA LATINA, que, ao ouvir os portugueses falarem, Vênus julgava que a língua que eles usavam era a própria língua latina: "E NA LÍNGUA, NA QUAL , QUANDO IMAGINA, COM POUCA CORRUPÇÃO CRÊ QUE É A LATINA" e não, salvo melhor juízo, um dialeto ou uma língua originária, derivada do LATIM.

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