quarta-feira, 13 de março de 2013

FINAL DO ARTIGO SOBRE PROGNÓSTICOS PAPAIS

Seguda parte e final do artigo de JAEN-MARIE GUÉNON, de LE FIGARO, de 10/03/13, sobre as 7 maneiros de se obter um prognóstico enganoso sobre a eleição do papa. 5 - RACIOCINAR EM TERMOS CONSERVADORES E PROGRESSISTAS. Uma das novidades deste conclave de 2013 é o fim dos progressistas no sentido do termo dos anos 1970. Esta tendência existe sempre na Igreja, mas não apaRECE mais representada no colégio cardinalício. De cara se dá, do exterior, papeis a desempenhar a tal ou tal cardeal, porque ele teria tomado uma posição pastoral sobre os divorciados remaridados, um tal sendo classificado no campo progressista. Assim é que conservador em 2005 se tornaou progressista em 2012. Ora, a arquimaioria desses 115 cardeais eleitores é ultra-clássica. 6 - APLICAR uma "MODALIDADE POLÍTICA" a uma eleição do tipo "fraterna" Há um fator que mal se percebe do lado externo. Para serem diferentes, afirmadas e maduras, as personalidades fortes dos senadores da Igreja não os levam a se apresentarem como candidatos do tipo "político". Além de sua fé comum, seu primeiro ponto em comum é a fraternidade, não frouxa, não benevolente. As trocas foram vivas esta semana, mas visando sempre ao fim dos debates, a permanecerem "irmãos". Por vezes inimigos, mas membros de uma mesma família. Essa centena de homens vive pois uma experiência única. Nada mais fazem que discutir, rezam em conjunto, mas logo tudo tudo se esquecerá. Visam apenas ao ideal do Cenáculo. Os apóstolos aí estavam reunidos na expectativa incerta para eles do Espírito Santo. Isto acontece na eleição que consiste em escolherem entre si aquele que em consciência lhes pareça o mais adequado para o exercício da função nas circunstâncias apresentadas. Existe uma experiência de "fraternidade no correr dos escrutínios para se se atingir um acordo fraterno e não primariamente "político", baseado sobre únicas relações de força. Um cardeal eleito de 2005, cardeal Lustiger, descreveu assim "a irrupção do Espírito Santo, este fator espiritual que está depositado no coração dos votos: uma evidência tranquila acaba por se instalar sobre nós todos". 7 - SUBESTIMAR A MECÂNICA ESPECÍFICA DESSE SISTEMA DE VOTAÇÃO. Por que os cardeais começam a votar a tarde? Por que não começar pela manhã? Parece simplesmente porque o primeiro escrutínio desse sistema eletivo é capital. Trata-se de uma verdadeira "primária". Uma eleição na eleição. Tornamo-nos verdadeiramente determinadis, definidos, confia um cardeal eleitor, na tarde do primeiro dia do conclave. E somente nesse momento é que a verdade dos prognósticos surge e as alianças ficam claramente visíveis: tantos votos para esse, tantos para aquele, etc. Há assim duas operaões de votação, de fato, no seio do mesmo conclave. O prmeiro turno e os demais. Assim é que numa primeira tarde, noite e manhã e uma meditação matinal separam essa primeira votação, verdadeira eleição na eleição, das outras. O segundo turno e os demais não têm o mesmo objeto. Trata-se não mais de se expor a preferência, mas de se seguir ou não tal ou qual dinâmica, de encorajá-la ou de bloquaá-la. Funcionalmente esse processo caminha por eliminação até se conseguir uma maioria de dois terços. O que caminha depressa sobre um grupo bastante restrito e cuja finalidade não será a criação de novos partidos ou blocos mas de uma escolha fraterna, de um só. JOÃO PAULO II foi eleito em 8 dias, BENTO XVI em 4. A média dos escrutínios dos 9 últimos conclaves o3, 14, 39, 58, 63, 78, 78, 05, foi de 7,5 escrutínios para se eleger um PAPA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário