terça-feira, 12 de março de 2013

ALCEU AMOROSO LIMA E A ELEIÇÃO DE JOÃO XXIII

Nos três últimos blogues reproduzimos trechos de cartas escritas por ALCEU AMOROSO LIMA à filha MADRE MARIA TEREZA, por ocasião da morte de PIO XI em fevereiro de 1939, e da eleição de PIO XII no mesmo ano, da morte de PIO XII em outubro de 1958, e da eleição do papa JOÃO XXIII em 1959. Neste quarto blogue, CARTA DE 25/10/1958: "Então temos um xará no Vaticano (Joãao XXIII, Ângelo Giuseppe Roncalli, papa de 1958 a 1963). Beijei-lhe o anel em Paris em dezembro de 1952 como representante da OEA, quando ele era núncio apostólico naquela Capital. O novo papa é essencialmente "paternal". Até os comunistas o classificam de "conservador paternalista". Ao contrário de PIO XII, cuja personalidade reunia em si santidade, genialidade política e intelectualidade, JOAO XXIII era puramente paternal, afastando-nos assim da "junta"(Ottavianni à testa) francesa, que matou o movimento dos padres operários. Como não era possível eleger-se então papa o "nosso" candidato (Giovanni Montini) e a maioria dos cardeais não aceitaria o candidato da "junta", a solução foi conciliatória: um homem bonachão, medíocre (será mesmo?), gordo, paternal, hábil, moderado, bem pastoral, sem pretensão até de substituir PIO XII, mas, sim, a de marcar o lugar para SEU SUCSSOR verdadeiro... com sua simplicidade e bondade pastoral, seu jeitão de vigário de aldeia, seu modo tão simpático. Basta que tenha "paz"no seu escudo de armas ou na sua divisa, para que eu o tenha no coração. De nada mais precisa o mundo de hoje senão dos 3 "pês"de João XXIII: pastoralidade, paternidade, pacificidade. Vamos respirar um pouco, fumar um cigarrinho, esticar as pernas. Nosso bom JOÃO XXIII, o meu xará gordo e bonachão vai permitir-nos respirar um pouco, ter um tempo livre para meditar sobre o que PIO XII nos disse em um intervalo, um descanso, um pique, uma boa cadeira de balanço depois da boa corrida que os dois PIOS nos obrigaram a fazer. O ESPÍRITO SANTO viu-nos lá de cima de língua de fora, decidiu bater o gongo, anunciando um tempo de repouso. Lembra-me episódio passado na Inlaterra em 1921. Caíra o governo Lloyd George, antes da guerra o mais agitado governo da Inglaterra nos tempos modernos, pois fora um tremendo reformador que modernizou a vida política inglesa. Durante 20 anos não deu tréguas a ninguém. Por causa de uma derrota da Grécia contra a Turquia - quando a Inglaterra apoiou a Grécia - caiu o governo liberal presidido por Lloyd George que fora o grande chefe inglês durante a Primeira Grande Guerra, o Churchill da Primeira Guerra Mundial. Subindo o governo conservador, foram perguntar ao novo primeiro ministro, sujeito obscuro chamado Bonar Law, qual seria seu programa de governo. " Não fazer nada! O Senhor Lloyd fez tanta coisa em tão pouco tempo que o de que a Inglaterra precisa é descansar um pouco, respirar, refazer-se, nada fazer por algum tempo!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário