terça-feira, 26 de março de 2013

CORAL DOS COSSACOS DE KUBAN

CELEBROU-SE, nos anos  2011 e 2012 na RÚSSIA  o bicentenário do CORAL DOS  COSSACOS  DE  KUBAN,  tradicional intérprete das canções e danças folclóricas russas.  Adquiriu o nome KUBAN por ter surgido  na região perto do Rio Kuban,  no Mar Negro, sul da Rússia.  Os COSSACOS eram pessoas que se distinguiam pela coragem, bravura, força e capacidades militares, sobretudo na cavalaria. Eram grupos de pessoas, de camponeses fugitivos que escaparam do controle dos senhores feudais polacos e moscovitas. Foram de grande valia ao governo imperial  para conter desordens nas agitações de trabalhadores e camponeses, sobretudo nos anos  de 1905/1906. Com o advento da revolução russa de 1917, parte aderiu ao exército vermelho, outra parte ficou do lado do exército branco,  que defendia o poder do imperador. Foi a partir deste momento que, certamente perseguidos, muitos cossacos se dispersaram pelo mundo afora, chegando até aos grotões das Minas Gerais.  Adolescente,  um grupo deles, uns cinco ou pouco mais,  surgiu em minha cidade natal, BONFIM, MG.  Era o ano de 1940. Minha memória gravou nitidamente a presença deles, não apenas na pensão onde se hospedaram, dirigida por meus pais, mas sobretudo pelo  deslumbramento dos instrumentos musicais donde extraiam peças de tons bastante originais no pequeno salão onde se apresentaram ao público. Este salão ainda está de pé, depois de ter sido fábrica de manteiga, de doce de leite, de queijos e sei lá de que mais. Pra mim bastou tornar-se e ser até hoje a primeira das duas recordações que deles conservo indelevelmente. A segunda adveio da estrada ou rodovia que na época ligava São Paulo a Belo Horizonte.  Na manhã de um domingo, quando os moradores da roça afluiam à cidade para a missa  das dez,  reuniram-nos no trecho da estrada que fazia uma curva a uns  50 metros depois da casa do Jacinto Silva, oficial de justiça. Os valentes guerreiros extasiaram a garotada, e claro os marmanjos também, exibindo seus dotes,  montando  cavalos a galope, permitindo-lhes  apanhar com a boca lenços brancos colocados no solo feito de cascalhos. O espetáculo era um daqueles que a segunda guerra mundial por duas vezes nos ofertou gratuitamente, usando ruas e praças públicas para propaganda comercial: a BAYER, e com filmes rodados sobre carro apropriado. Ellen Barry escreveu de Stravopol, Rússia (FOLHA DE SÃO PAULO 3, 25/03/13) o seguinte: "Em frente à sede municipal da Polícia,  um padre com chapeu de veludo roxo e estola dourada ia de homem a homem oferecendo uma cruz para ser beijada e encharcando os rostos deles com água benta. Assim começou uma noite de patrulha policial para os cossacos" que ainda hoje exercem importante papel social na Rússia de Putin.

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