terça-feira, 9 de agosto de 2011

GREEN - MAX JACOB - MARITAIN

Em seu livro "L' AVENIR N' ÉST À PERSONNE" o escritor, católico, JULIEN GREEN (1900/1998), criado na religião anglicana e convertIdo ao catolicismo aos 16 anos, escreveu no dia 22/09/1990 que alguns atribuíam a MAURIAC sua aparição no mundo da literatura, bem como sua aproximação do catolicismo. Denunciando tal assertiva como pura fantasia, lembrou que em 1924 ele tinha publicado o "PANFLETO CONTRA OS CATÓLICOS DA FRANÇA", compreendendo duzentos e quarenta e nove aforismos contra os católicos relaxados. Essa manifestação de sua ortodoxia, observou GREEN, foi lida por MAX JACOB, judeu, astrólogo, pintor, poeta original, que no dia 24/02/1944, preso pelos nazistas, faleceu, cristão, católico, no campo de concentração de Drancy. Que morreu cristão no meio de seus irmãos judeus. Aqueles que circundaram os últimos momentos de seu irmão, convertido a uma fé estrangeira, sentiram-se então mais que nunca seus irmãos. Pois assim testemunhou o médico que o assistiu: "Não me exprimiu senão que queria morrer catolicamente; com que tato, com que discreção formulou esse pedido, a fim de não nos ferir, a nós, judeus! Prometemos-lhe tudo". No bolso encontraram-lhe um terço; sem hesitar, enrolaram-lho entre os dedos. JULIEN GREEN, além de citar em sua defesa esse judeu convertido, MAX JACOB, confessou que JACQUES MARITAIN, outro protestante convertido ao catolicismo, procurou-o, quando da publicação do Panfleto, nascendo daí uma amizade que durou até a morte, declarando mesmo que "sua fidelidade à fé católica ele a devia a Maritain". Em março de 1934, O CARDEAL CHARLES JOURNET, em carta dirigida a MARITAIN, pediu-lhe rezasse muito por JULIEN GREEN, pois "Estamos comovidos diante do que Deus realiza em sua alma" (Journet/Maritain, Correspondance. vol.II.1930/1939). A propósito: em 27/06/1939, Maritain escreveu a Charles Journet que rezasse por Julien Green que comungou antes de partir para a América. Em nota a esta carta Maritain cita trecho de carta a ele escrita por Green no dia 25/04/1939, onde declara que comungou por obediência tanto quanto por amor e sob a segurança que lhe havia conferido o Padre Rzewuski de que não é necessário crer em tudo que ensina a Igreja para se aproximar da Santa Mesa. Mais tarde, em carta de 11/05/1941, Green lhe escreveu o seguinte: "Por certo não duvidais do papel que exercestes para meu retorno à Igreja; palavras de que nem vos lembrais mais, estou certo, tiveram sobre mim uma ação determinante (como o que me dissestes em 1939 a respeito de Aristóteles e de Platão a propósito precisamente do problema da metempsicose)".

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