quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SAINT-EXUPÉRY ERA CRISTÃO?

Sim. Foi batizado, fez a primeira comunhão e estudou com os irmãos maristas e com os padres jesuítas. Tópicos da uma carta de SAINT-EXUPÉRY, escrita à sua mãe em 1917, quando com 17 anos de idade: "Acabo de ler um pouco da Bíblia. Os mandamentos que tomam bem umas 25 páginas são 0bras Primas de legislação e bom senso. Por toda parte as leis da moral fulguram em sua utilidade e beleza. Já leu os Provérbios de Salomão? E o Cântico dos Cânticos? Que beleza! Há de tudo neste livro, é comum encontrar ali um pensamento muito mais profundo e mais verdadeiro do que o dos autores que usam esse gênero por requinte. Já leu o Eclesiastes?" Escreve Clément Borgal ( "Saint-Exupéry mystique sans la foi") , que ele perdeu a fé mais ou menos aos 18 anos". Esse mesmo autor observa que Exupéry jamais facilitou a alguém o conhecimento de seu verdadeiro pensamento religioso. Nunca a tal respeito fez alguma declaração convincente aos mais íntimos amigos, nem em sua correspondência em geral ou mesmo em suas cartas particulares. Dotado de legendária modéstia, no duplo sentido da palavra (pudor e humildade), diz Léon Weth, relatando seu derradeiro encontro com Exupéry, "nunca conversamos sobre a vida religiosa dele, pois ele não se fiava mais nas dificuldades de sua fé do que nas de seu coração" ( PIERRE MESNARD, La Derniere Philosophie de Saint-Exupéry). Como cristão era tido por um grupo de pessoas, por ser prendado de muita bondade, sempre se esforçando para ajudar os mais próximos de si nas dificuldades. Sacerdotes citavam-no nos sermões, movimentos de jovens propunham-no como exemplo a seus adeptos. Outras pessoas, porém, confessavam que exercia verdadeira tirania sobre os que amava, sobretudo no relacionamento com a sua mãe, através de sistemática exploração, inspirada pelo mais total egoísmo, como, parece-me, se percebe em sua correspondência epistolar à sua genitora. Ficam para o próximo blogue as sentenças expostas por Exupéry em resposta, consentida ou não, às precedentes observações sobre o pensamento religioso de Exupéry, fundamentando-me em Clément Borgal sobretudo.

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