sexta-feira, 5 de agosto de 2011

`oes da infância. Par

Com 18 anos, final da guerra de 1914, EXUPÉRY, em Paris, frequenta por 15 meses a Escola de Belas Artes. De 1921 a 1923 submete-se ao serviço militar na aviação, época de uma vida gregária, de disciplina estúpida que ele execrou. Por isso procurou seu próprio caminho até 1926: empregou-se em usinas, foi representante na venda de caminhões, período amargo, durante o qual se entregou a meditar sobre a vida, a escrever, a revoltar-se, a elaborar sua concepção, senão do mundo, pelo menos da vida, antes de descobrir sua vocação pelo contato com Didier Daurat, diretor na Companhia de Empresas Aeronáuticas Latécoere. Foi por essa época que, dizem, ele perdeu a fé. Para alguns essa perda se deu sem sofrimentos, sem traumas, do mesmo modo como se perdem as ilusões da infãncia. Outros, porém, procuram senão razões pelo menos ocasiões que a foram minando. Aos 17 anos a morte do irmão mais moço causou-lhe profunda revolta, pois perdera o companheiro de jogos e de pensão. A frequência à casa da prima Lestrange o pôs em contato com diversas personalidades literárias da época: André Gide, entre outros, de quem teria herdado certa forma de libertinagem intelectual ou ceticismo. Citam-se também seus deslocamentos frequentes como aviador o que contribuiu para modificar as crenças de sua juventude. O Padre jesuíta Barjon, já citado, atribui como contributo ã perda de sua fé uma insuficiência de formação religiosa, com o catecismo como única bagagem, a insuficiência de certos exemplos que se diziam cristãos, quando não o eram, insuficiência em certos casos da pregação, como "Correio Sul" parece confirmar. Quem conheceu Exupéry observava que ele jamais proclamava sua falta de fé, mas sempre se referia à uma inquietação pela sua falta, a uma certa nostalia pela fé perdida. O que é certo é que Exupéry perdera a prática da religião cristã, o que lhe faltava era sobretudo o sentido da graça, graça que é veiculada pela observação dos sacramentos justamente criados para isto. PASCAL recomendava a quem se encontrasse em tal estado de espírito que, antes de tudo, se pusesse de joelhos (se confessasse). E no seu livro "HARLES DE FOUCAULD" René Bazin conta que, um dia, este seu biografado se chegou ao confessionário do Padre Huvelin, conceituado conselheiro e confessor em Paris, e, em pé, pediu-lhe o instruísse. O padre lhe disse: AJOELHE-SE! CONFESSE SUAS FALTAS A DEUS! Foucauld esclereceu-lhe que não fora ali para isso. AJOELHE-SE! CONFESSE!. Foucauld que desejava crer, sentindo que a paz era tudo que queria ajoelhou-se, confessou sua vida. Huvelin lhe perguntou se estava em jejum. Sim, estava.! ENTÃO VÁ COMUNGAR! Foucauld comungou, tendo sido esta muitos anos depois a sua segunda comunhão! Charles de Foucauld (1858/1916), sacerdote trapista, ordenado em 1901, viveu na Argélia entre os Tuaregues. Depois de morto, realizou-se seu desejo: a criação da comunidade dos PEQUENOS IRMÃOS DE JESUS. Assassinado em 1916, foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário