sábado, 14 de maio de 2011

DEPÓSITO DA FÉ

DEPÓSITO = recipiente próprio para guardar ou acumulat objetos. A função primária do magistério eclesiástico é "conservar e explicar o DEPÓSITO DA FÉ, expressão usada pela Igreja para metaforicamente designar o recipiente do conjunto das verdades em que o cristão deve crer ( são os DOGMAS) e das verdades que ele deve praticar (é a MORAL). Este conjunto de VERDADES a CRER e a PRATICAR constituem a DOUTRINA CRISTÃ que foi revelada por DEUS e que encontramos nas duas chamadas FONTES DA REVELAÇÃO, a saber: A ESCRITURA SAGRADA OU BÏBLIA (Antigo e Novo Testamento), e temos então a REVELAÇÃO ESCRITA, e a TRADIÇÃO APOSTÓLICA ( ou REVELAÇÃO ORAL). Esta TRADIÇÃO APOSTÓLICA, no sentido estrito, abrange aquela parte do DEPÓSITO REVELADO "ORALMENTE" que não está fixada, contida, na ESCRITURA SAGRADA ou BÍBLIA, mas que, recebida pelos Apóstolos dos próprios lábios de Cristo ou a eles ditada pelo Espírito Santo, até nós chegou como que transmitida pelas mãos deles, sendo-nos COMUNICADA, em primeira mão, ORALMENTE. A IGREJA conserva essa DOUTRINA REVELADA por Deus e contida no DEPÓSITO DA FÉ, dela se servindo de duas maneiras: a) PREGANDO-A (por exemplo: a Divindade de Cristo, O Decálogo, etc,) GENUÍNA E INALTERADA a cada geração que se sucede, que passa. Bem sabe a Igreja que convites não faltam para uma "revisão" ou da CRENÇA ou da MORAL cristãs, com a finalidade de adaptá-las às ideias modernas! Melhor, porém, sabe ela que o TESOURO da Doutrina Cristã não lhe pertence, pois é de Deus. Ela não passa de guardiã. Não pode transigir. Tem que conservá-la! b) DEFENDENDO-A, se alguém resolve impugná-la. Haverá uma defesa negativa, se, por exemplo, a Igreja condena, anatematiza erros contrários à FÉ. Foi uma defesa negativa da Igreja, quando em 31/03/1653 o Papa Inocêncio X condenou como heréticas 5 proposições de Jansenius, numa repulsa apenas do erro. Haverá uma defesa positiva, quando a Igreja define como de fé, portanto formulando explicitamente uma verdade, impugnada por heresiarcas; em 325 D.C. o Concílio de Niceia definiu a "consubstancialidade" do VERBO, sem revelar verdade nova alguma, pois todos criam que o VERBO era DEUS. Apenas formulou mais claramente o que era admitido por todos. Finalizando, deve-se lembrar que, além de CONSERVAR a REVELACÃO, às vezes é preciso EXPLICITÁ-LA. Sendo uma realidade viva, a verdade evangélica como todo organismo vivo CONSERVA-SE progredindo, desenvolvendo-se. Do dogma da MATERNIDADE DIVINA DE MARIA SANTÍSSIMA, com o passar dos tempos, foram-se avivando e se reconhecendo pelos fieis dois privilégios e prerrogativas em harmonia com o fato de ser ela a Mãe de Jesus Cristo. Quando refulgiu, como disse Pio XII, o privilégio da sua Assunção corpórea com luz mais clara, esse Papa definiu o dogma da ASSUNÇÃO em o1/11/1950, na Constituição Apostólica ""Munificentissimus Deus". O mesmo tendo sido feito pelo Papa Pio IX em 08/12/1854, quando definiu o dogma da Imaculada Conceiçào de Maria, na "Bula Ineffabilis Deus". Nos dois casos houve uma EXPLICITAÇÃO do que estava implicitamente encoberto. Houve apenas o que se chama "progresso dogmático". Mal comparando, pense-se no telefone celular! Há 30 anos só tinha uma finalidade! E hoje? quantas utilidades foram surgindo desde que foi inventado!

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