domingo, 7 de setembro de 2014

UM   SÉCULO   SEM   CHARLES   PÉGUY

Cem anos depois de sua  morte (05/09/1914),  no início da Guerra de 1914,  o escritor -poeta-filósofo e cristão CHARLES  PÉGUY (nascido em O7/01/1873) jamais esteve ausente de nossos pensamentos, escreveu Le Monde.  No dia 05/09/1914 uma bala o atingiu no front, na véspera da batalha do Marne.  Estava na frente de sua unidade da  décima nona companhia do 276 regimento da infantaria. Sem bastante prudência não se deitou no chão como os companheiros para evitar o metralhar inimigo. Ele havia prefigurado esse sacrifício quando escreveu: " Felizes os que morrem numa guerra justa. Felizes as espigas maduras e os grãos de trigo colhidos". "Nenhum escritor jamais me marcou tanto como Péguy", declarou De Gaulle.  O teólogo jesuíta Hans Urs Von Balthasar coloca-o entre os 12 gênios religiosos ao lado de Agostinho, Dante e Pascal. Ele para Pierre de Lubac é o profeta da fidelidade. Nascido em 07/01/1873, educado numa família religiosa, recebeu conhecimentos  sobre o inferno e a graça. A recusa da condenação foi sempre sua preocupação. Foi-lhe necessária toda a existência para harmonizar essas representações contraditórias, recebidas na infância. Maduro, revelou-se um temperamento revoltado, irritadiço frente a um ambiente conformista, levando uma vida de tensão interior extrema, tornando-se anticlerical convicto e praticante. Aluno de Henri Bergson, dele herdou profunda simpatia por Joana Darc no momento em que aderia  a um socialismo extremamente militante. Embora impedido por parentes católicos de batizar os 4 filhos,  em 1912 confiou um deles, doente, a Nossa Senhora, empreendendo uma perefrinação a Chartres.  É uma aposta, disse ele, "vivo sem os sacramentos mas possuo um tesouro de graças, o que me consola". Estourando a Grande Guerra de 14, que ceifou 15 milhões de pessoas, Péguy foi um deles. Morto, em companhia, contudo, da filha ESPERANÇA. Conheci-o em 1948, lendo na revista católica, VOZES DE PETRÓPOLIS, um artigo intitulado 'OS QUATRO  EVANGELISTAS  DOS  TEMPOS  MODERNOS: MARITAIN, BERNANOS, LÉON BLOY E  PÉGUY, de MESQUITA PIMENTEL.

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