sexta-feira, 5 de setembro de 2014

DO   LIVRO   "O  SÉCULO do NADA", de GUSTAVO   CORÇÃO

 O catolicismo no Brasil viveu na metade do século passado um período meio turbulento que só no momento me é dado aprofundar. E como cresce aos meus olhos as figuras de Tristão de Athayde e de Gustavo Corção, envolvidos que foram no turbilhão desse evento!  Aqui vai um pequeno trecho do livro "O Século do Nada" onde Corção (1896-1978) conta que, "lá no meio do caminho achei-me de repente dentro de uma casa luminosa como se já estivesse naquela tarde no "outro lado". VOLTAVA  À  FÉ  do meu batismo. Voltava à casa (1939). Ja tive a estulta extravagância de tentar contar a história dessa volta em A DESCOBERTA  DO  OUTRO. Hoje tenho certo vexame  do que andei escrevendo de mim mesmo e de minhas angústias espirituais; mas  não é dessas coisas que me sinto na obrigação  de  me desdizer e de me retratar. Bem avisado andou Henri Charlier quando um jovem intelesctual o procurou para entrevistá-lo e pedir-lhe a história de sua conversão. Interrompendo com mau humor a obra que pintava, rasgou uma tira de jornal e rabiscou: "Ma conversion est une grâce immeritée de la toute puissance Divine". Não menos sábio foi o humilde e obscuro amigo que ouvia em silêncio as histórias dos "convertidos" do Centro Dom Vital. Quando lhe perguntaram : "E você? Como foi?" Ele ficou meio embaraçado e afinal balbuciou: "Foi assim. Deus me pegou, me ajeitou na porta da Igreja, e me meteu o pé... Assim ou assado achei-me logo compelido à posição essencial de animal-professor. Estudar para ensinar. Ensinar para ser o primeiro a aprender, e para logo ensinar. E a par dos cursos que dei sobre eletrônica aplicada às telecomunicações passei a ensinar o que quer dizer, por extenso,  o credo dos Apóstolos: Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, etc. etc. E deste curso até hoje não me aposentei nem tenho nada a retratar".

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