ANTÔNIO FREDERICO OZANAM, não tendo a honra de eleger-se membro da Assembléia Nacional da França, em 1848, quis contudo, defender Paris com o uniforme de Legionário. Inquirido se o governo deveria ceder às exigências dos revoltosos, Ozanam (1813-1853) respondeu: "Não acho que se deva ceder às exigências deles diante da violência, mas julgo que um acordo amistoso seria preferível à solução pelas armas, acrescentando: Este fusil há dois dias me queima as mãos, eu nunca me servi dele e prefiro que me matem a me ver obrigado a atirar contra o povo". Em conversa com o amigo Bailly veio-lhe à ideia sugerir ao arcebispo de Paris, Mon. AFFRE, servir de mediador na pavorosa luta de classes, o que seria de grande proveito para a IGREJA. Recebido pelo arcebispo, este lhe revelou que tivera a mesma ideia, sugerindo-lhe, então, Ozanam, que, interpondo-se como mediador e seu Pastor, comparecesse revestido da batina roxa para que sua cruz peitoral ficasse bem visível. A história guardou o desenlace. Contrariando os conselhos dos timoratos, dizendo que oferecia a Deus sua vida pelo seu rebanho, tentou interpor-se entre os combatentes. Eram 8 horas da noite, 25/06/1848. Ao chegar à Praça da Bastilha, foi advertido pelo substituto do General Négrier, morto momentos antes, do perigo que corria. Então um jovem que o seguia atou um lenço num galho de árvore e avançou até a primeira barricada. Sem esperar o regresso do parlamentar, o santo arcebispo penetrou na barricada. Empunhando a promessa de graça, mal começara a falar aos insurretos quando um tiro partiu, respondido por uma formidável descarga de fusilaria. Ferido de morte, o arcebispo tombou, exclamando: "Seja o meu sangue o último a ser derramado!" ( Cartas de Ozanam, II vol. p. 153).
domingo, 14 de setembro de 2014
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