segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EM CASO DE ACIDENTE, CHAMEM-ME UM PADRE!

JULIEN GREEN escreveu em seu diário no dia primeiro de setembro de 1994 o seguinte: "O pároco da cidade veio almoçar em minha casa. Um tipo alto, robusto, aparentemente da zona rural, ele logo me impressionou pela franqueza com que me falou da solidão moral do sacerdote do campo. Uma igreja cheia aos domingos é uma recompensa sem dúvida, mas persistem sérias dúvidas sobre o futuro da Fé na França. No período de 15 anos, apenas duas visitas "in extremis", isto é, em duas circunstâncias apenas ele fora chamado para atender a uma pessoa que estava para morrer. Disse-me que era leitor de Bernanos e de Péguy. Falei- lhe do mal feito por RENAN (Joseph-Ernest RENAN, 1823-1890) à religião na França com sua 'VIDA DE JESUS". Ele acrescentou: "É o grande responsável e como agrada àqueles que não crêem!" Completei: "numa época como a nossa somente as ideias efêmeras e a ignorância produzem efeito". Como gostaria de comentar esse fato com um dos párocos de nossa cidades brasileiras! Lembra-me que no interior onde me criei o vigário era por vezes chamado ao domicílio de uma pessoa e ninguém perguntava para que. Sabia-se que a morte rondava aquele lar, daí a presença do sacerdote para como pastor socorrer espiritualmente ao cristão que passava mal. Perdurará em nossos dias entre os católicos interesse ou zelo em em providenciar um sacerdote para atender a um cristão que pode estar prestes a comparece diante de Deus? Nas celebrações eucarísticas de que participamos aos domingos, ouvimos pedidos de orações na intenção de pessoas falecidas, o que é sumamente louvável. Mas fizemos algo para a paz de espírito das pessoas que se foram? Aquele sacerdote referido por GREEN em seu diário, há 15 anos passados, demonstrava profunda inquietação a respeito da autenticidade da Fé dos católicos dos tempos atuais. Sabiam que tempos atrás se dizia que católicos houve que traziam no bolso ou bolsa um cartão com os seguinte dizeres: "Sou católico! Em caso de acidente, chamem-me um sacerdote!?".

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