sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PAI E FILHO ADMIRÁVEIS

JULIEN GREEN, um dos mais brilhantes escritores franceses do século XX, num de seus livros de memórias, confessou, no dia 28/10/1955, sentir-se em perigo, por vezes, frente às críticas a romances seus, taxados de imorais. Consolando-se, escreveu então o seguinte: "Esse sentimento do temor se atenua e se apazigua, na presença de certas pessoas que se amam. Meu pai me confortava completamente. MUITAS VEZES ME PERGUNTAVA se sua bondade e sua inocência não confinavam com uma espécie de santidade de que, contudo, ele não tivesse a menor ideia. Perguntava-me também então se ele tinha perfeito conhecimento de minha pessoa. Falávamo-nos tão pouco, mas HAVIA NA GAVETA DE MEU QUARTO CONFISSÕES que jamais me passou pela cabeça guardar sob chaves!. Um dia, de volta de uma viagem, percebi que a gaveta estava vazia. Tão grande era minha negligência que já no dia seguinte não pensava mais no caso. E tinha 23 anos. Apenas concuíra que alguém tinha lido aqueles papeis e os tinha destruído todos, mas nunca comentei o fato com alguém, e ninguém, igualmente, jamais tocou nesse assunto comigo!" JULIEM GREEM ( 1900-1998), escritor norte-americano de expressão francesa, escreveu livros de orientação católica. Falecendo-lhe a mãe, devota protestante, em 1916, o pai converteu-se ao catolicismo e logo depois ele e várias de suas irmãs. Em 1972 declinou do pedido de Pompidou para adotar a nacionalidade francesa. Foi enterrado no dia 13/o8/1998 em Klagenfurt, Áustria, na igreja de Santo Egídio, tal fora a emoção aí sentida diante da estátua de Nossa Senhora, quando de sua visita ao templo em 1990.

Nenhum comentário:

Postar um comentário