sábado, 8 de outubro de 2011

GESTO INFANTIL QUE DOBRA O VÔ

Um beijo angelical de minha neta de ano e meio na face do vô na manhã do dia 07/10/11, enterneceu-me inidelevelmente o coração, prestes a celebrar o octogésimo terceiro ano de vida. Algo me vinha segredando que ela mal espreitava o momento, dela somente escolhido, somente por ela presenciado. Vezes tantas ouvia: "Beija o võ! Beija o vô!" Não! Giovanna dispensava conselho, a iniciativa tinha que ser dela somente! E chegara o momento. Sentindo-se solta, a três metros do alvo, que, este, sim, a convidava ao gesto real face na face, então era a hora, não de um estalo apenas de boca, ou ofertando de longe na concha da mão pequenina o gesto simbólico do bem-querer infantil aflorado nos lábios, a hora era aquela.O vô implorando, aguardando, ansiando, e ela afinal deslanchando na angélica flor de um sorriso, pé ante pé caminhando, solta no espaço, levada apenas pela vontade impulsora nas asinhas do livre arbítrio - já em atividade, santo Deus? - foi-se aproximando devagarzinho, em passos lentos de daminha de casamento, e de leve, envolta na tranquilidade precoce de compenetrada criança, depositou rapidinho na face do vô o primeiro beijo por ela só intentado, por mais ninguém incentivado, presente por ela só escolhido e entregue sem a presença de solicitante algum sinalizando, fiscalizando, fotografando. E descrever a emoção do pai do pai dela e do sogro da mãe dela quem há-de? O efeito de um acontecimento dessa espécie só outro vô saberia explicar. O muito/pouco que consigo dizer é que o estado de espírito que me tocou as fímbrias da emotividade se assemelharia àquele espiritual e extasiante descido sob a forma de uma paz celestial, tipo daquela que os celícolas, presentes no presépio, sentiram, quando , contemplando na fé o Deus-Menino entre palhas, ao bafejo quente dos bichos amigos, sob os olhares divinamente privilegiados de Maria e José, sob os balidos da mansidão dos cordeiros e aos sons das flautas agrestes dos pastores despertados , seus espíritos se enterneceram com as vozes dos anjos cantando: "GLÓRIA! GLÓRIA! NO CÉU! PAZ NA TERRA AOS HOMENS! "Toda criança é um novo anjo caído dos céus e confiado por Deus aos humanos! É pena que às vezes isto se esquece!

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