domingo, 11 de dezembro de 2011

A CONSCIÊNCIA MORAL EM THOMAS MERTON

Continuando a publicação da análise sobre a CONSCIÊNCIA que HOMAS MERTON faz em seu livro "HOMEM ALGUM É UMA ILHA", escreve ele "que a CONSCIÊNCIA é a face da alma. A variedade de expressão da consciência, expressão das profundezas de um homem, appresenta maior exatidão, para mostrar a ação moral da alma, do que o jogo fisionômico do ser humano para comprovar as emoções que lhe vão dentro. NA VERDADE É SÓ MUITO POUCO DO QUE LHE ESTÁ NA ALMA QUE HABITUAL,MENTE REPONTA NA FACE DE UMA PESSOA, sabendo-se que o rosto visível não passa de um reflexo da sua consciência, embora o pouco que aí se mostra seja bastante para exprimir com eloquência a sua íntima consciência". Em outra página do livro, MERTON lembrou que a consciência MORAL exerce o papel de julgar o valor de nossos atos, de nos dizer quão bem agimos; e que a consciência PSICOLÓGICA ou reflexa nos refere as ações que praticamos, é um olhar interior, uma visão que termina em nós mesmos pela percepção de nossos sentimentos, de nossa atividade interna, do nossos pensamentos, juízos e desejos. Em seguida, MERTON escreve que uma das funções mais importantes da VIDA DE ORAÇÃO é aprofundar, confirmar e desenvolver a CONSCIÊNCIA MORAL. QUANDO ORARMOS, ensina MERTON, deixemos em paz a consciência psicológica. A alma que se ocupa de si, numa estúpida análise reflexa, chega a um estado de consciência que é um tormento e uma desfiguração de nossa personalidade integral. Nossa formação religiosa brasileira se baseou por demais no uso da consciência psicológica, na base dos frequentes exames de consciência ao ponto de dar origem a espíritos atormentados pelos escrúpulos, com ênfase nos sermões ã base do terror dos castigos eternos, numa palavra: a fazer de nossa formação cristã, portanto de nossa vida de oração num objetode psicanálise. MERTON conclui mostrando a distinção evangélica entre a letra que mata e o espírito que vivifica. A justiça dos escribas que conheciam perfeitamente a letra da lei não era suficiente para entrar no Reino do Céu. Era preciso que a lei fosse cumprida em espírito e verdade, que os homens fossem perfeitos na lei, não pela observância exterior dos preceitos, mas pela transformação interior de todo o seu ser em FILHOS DE DEUS.

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