quinta-feira, 14 de julho de 2011

POR QUE O PADRE CLAVELIN AGIU ASSIM?

Num dos blogs anteriores vimos a atitude do Padre Clavelin, extinguindo o noviciado e escolasticado lazarista no Brasil, em 1898. Foi ele o construtor da igreja de estilo neo-clássico, erguida no Caraça, em 1883, em substituição à levantada pelo Irmão Lourenço, no século XVIII. Eis o que a respeito escreveu o então noviço JOAQUIM DE SALLES ( pp.479 do livro "SE NÀO ME FALHA A MEMÓRIA", ED. DE 1993): "O Padre Isidoro não podia esconder a sua emoção vendo ir por água a baixo a obra lazarista que fundara em Petrópolis, por ordem e sob a direção do Padre Sípolis, visitador provincial dos da sua ordem no Brasil. O seu sonho era formar um exército de missionários brasileiros natos, pois era ilimitada sua confiança na capacidade monástica de nossos patrícios. Mas seu sucessor na visitadoria, PADRE JÚLIO CLAVELIN, reputava os rigores da disciplina religiosa incompatíveis com o nosso temperamento rebelde e dissipado. Fiado nas informações de seu representante entre nós, o Padre Fiat, superior-geral, resolveu extinguir a esperançosa sementeira de Petrópolis, o que foi o maior erro do Padre Clavelin, aliás sacerdote modelar e homem de excepcional valor, como padre e como homem de ciência. Posteriormente foi reaberto o seminário interno de Petrópolis, e a prova do equívoco do Padre Júlio é que no momento atual os lazaristas da Província Brasileira são todos brasileiros natos, menos três ou quatro estrangeiros que ainda restam de outros tempos. O próprio visitador é um brasileiro ilustre, mineiro como o seu antecessor, mais tarde um dos vice-superiores gerais da ordem no mundo inteiro. É o mais eloquente desmentido às apreensões assaz nacionalistas do venerando Padre Clavelin, francês cem por cento". A reabertura do noviciado e escolasticado lazarista no Brasil se deu em 1900. Joaquim de Salles, mineiro do Serro, estudou no Caraça. Foi deputado estadual nas Alterosas. Escreveu outro livro com o mesmo título "Se não me falha a memória" (Políticos e jornalistas do meu tempo), como oficial de secretaria da Câmara Federal que foi, durante vários anos. Esta obra foi editada pela Livraria São José, Rio de Janeiro, em 1960.

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