quarta-feira, 20 de julho de 2011

"O POETA DAS CIGARRAS"

"Se bem que conhecido como "O POETA DAS CIGARRAS", tem sido OLEGARIO MARIANO (Recife: 1889/Rio:1958), mais que qualquer outro, O POETA DA SAUDADE. Esse sentimento da saudade se torna mais agudo e mais notálgico, quando o poeta evoca a sua terra natal e a infância do menino de casa-grande, no solar mariano do Poço da Panela, aquela paisagem serena e bucólica da várzea do Capibaribe" ("Tempo de Pernambuco", de Oscar Mendes, pp.232):

A casa-grande é um espelho do passado
Corroeu-lhe o tempo a pedra do batente
E do que foi solar da minha gente
Resta apenas um escudo brasonado.

Mas, através do paredão gretado
Ouvem-se ainda, na aflição do poente,
Ressonâncias de vozes e o frequente
Bater das velhas portas do sobrado.

Em cada telha há um gesto de abandono
A voz que vem de longe das herdades
É a mesma voz que me embalava o sono.

E agora, em plena noite que se expande,
Piam as andorinhas...São saudades
Que dormem no beiral da casa-grande".

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