quinta-feira, 14 de julho de 2011

CATÓLICO = QUEM CRÊ E PROFESSA A FÉ

Não experimenta certo frisson o CATÓLICO que chega à conclusão de que longe estamos de ser na realidade um dos maiores países católicos do mundo, como se propaga? E que vantagem causaria isto? Dorme por acaso tranquilo, numa plácida paz de consciência, o católico, isto é, o membro autêntico da Igreja fundada por Jesus Cristo,quando, pondo-se diante de Deus em que crê, cuja doutrina professa, constatar que há uma longa distância entre o dizer-se católico e o viver católico? Claro que nos reconhecemos distanciados, quilômetros, de atingir as variadas metas apontadas por Cristo. Sabemos que, ao tergiversarmos, ao desviarmo-nos das vias tão bem ilustradas, iluminadas por uma consciência ancorada na fé, nascida com o batismo e fortalecida e ativada à medida que vai se instruindo, se alimentando dos dons ou graças veiculadas através dos sacramentos e inspirações divinas, a Fé nos lembra que, se a Igreja é santa, ela é, contudo constituída de seres humanos decaídos, imperfeitos, sujeitos sempre ao erro. Recordemos um pensamento consolador de Tomas Merton: "Deus nunca faz as coisas pela metade; toma nossa vida inteira e nosso ser inteiro e os eleva a um nível sobrenatural, transformando-os completamente por dentro, mas os deixando, exteriormente, como são: ORDINÁRIOS". Se pela Redenção realizada por Jesus Cristo fomos elevados novamente a um nível sobrenatural, sendo transformados internamente por completo, somos todos conscientes, e chegamos à conclusão, de que EXTERIORMENTE, na prática, costumamos fazer tantas vezes "o mal que não queremos, deixando o bem que queremos", como diz São Paulo. Sabemos, porém, que Deus é Pai. Nossas infidelidades a Cristo fazem que nos joguemos ainda mais cegamente nos braços de sua misericórdia, ao invés de nos deixarmos doentes de desespero. O católico só o é, se todo o seu ser, espírito e corpo, for possuído, guiado pelos ensinamentos de Jesus Cristo, livremente aceitos, pois Deus nos deu o livre arbítrio e o respeita. Deve, pois, existir uma correspondência entre o que se crê e o que se faz, se pratica. Em época, especialmente de eleições mas não só, os veículos de comunicação no Brasil se esmeram em publicar fotos de homens públicos, por exemplo, recebendo a Sagrada Eucaristia. Nossos templos costumam encher-se de fieis nos domingos. Os protagonistas de tais atos ou ações são todos católicos? Tanto me parece que não, que se criou o tipo: "católico praticante", por certo porque existe o não praticante ou pseudo-católico. Daí a gente sentir-se que há algo errado na vivência de nosso catolicismo. Muita superstição, fruto da ignorãncia. Muito formalismo. Não foi isto que Cristo pregou e nos deixou nos seus ensinamentos. O assunto bem que merece uma busca sincera e humilde das causas! A fé é transmitida no batismo, mas tem que ser alimentada, "fides ex auditu".

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