quinta-feira, 28 de julho de 2011

JACQUES MARITAIN ET JULIEN GREEN

Costumo responder aos que, vez ou outra, me perguntam se já li todos os livros que figuram nas minhas estantes: Amigo, livro para mim é como um remédio que compro e ponho de reserva. Quando sinto necessidade de algum remédio - tendo-o - vou logo atrás dele. E quanto me vale então! O mesmo ocorre, "mutatis mutandis", quando preciso resolver alguma dificuldade cuja solução sei que encontraria num dos livros que tenho. Porque costumo adquirir um livro, quando sei que poderei um dia socorrer-me dele. Por isto um livro procuro tratá-lo como a um remédio. Tenho, contudo, alguns autores que me ficam sempre à mão: vira mexe, mexe vira, eis-me debruçado num deles. Sobretudo para preencher certos tempos vagos mas curtos. Há pouco estive folheando "La Lumiere du monde", de Julien Green (Journal 1978-1981). Em 21/09/1979, eis o que leio nele: "A propósito de Tisserand, nomeado cardeal camerlengo quando do falecimento de Pio XII, em 1958, lembra-me um sobrinho, o substituto do papa Pacelli tomou a peito governar a Igreja com toda a autoridade papal. Ele não dormia, ele trabalhava, ele tomava decisão sobre decisão, agitava-se, agia, infatigavelmente. Era como se diz na América, o "big moment" que só se apresenta uma vez!' E em outra página: "Minha correspondência com Jacques Maritain veio à luz estes dias. Foi Érico que lançou a ideia, convencendo os herdeiros de Jacques. Sem isso as cartas permaneceriam enfiadas nos livros de Jacques, porque as metia dentro das obras que lhe caíam nas mãos para ler em Kolbsheim, e quanto a mim no fundo de uma estante na rua Vaneau, anos e anos, senão para sempre". Se você quiser conhecer a fraternal e inteligente e proveitosa correspondência e amizade entre esses dois intelectuais católicos do século passado, leia "JULIEN GREEN ET JACQUES MARITAIS por Ives Floucate e "CORRESPONDANCE UNE GRANDE AMITIÉ".

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