sábado, 30 de abril de 2016

PRISÃO   DE   TIRADENTES

PRÓXIMA DA IGREJA DE N.SENHORA MÃE DOS HOMENS, NA RUA  DA ALFÂNDEGA, RESIDIA Inácia Gertrudes. Sabendo esta que Tiradentes era curador de outras doenças além de dentes, suplicou-lhe curasse uma úlcera da filha sofredora há anos. Tiradentes prescreveu certos remédios que em pouco tempo produziram o efeito desejado. Algum tempo depois, o alferes já procurado pela polícia chegando ao Rio, e lembrando-se de Inácia Gertrudes, pediu-lhe acolhida. Não podendo atendê-lo, recorreu a um sobrinho, padre Inácio Nogueira, que logo esteve com o negociante  Domingos Fernandes Cruz, na rua dos Latoeiros (hoje Gonçalves Dias). Alcançada dele a hospedagem, o alferes lá se ocultou. Nisto surge no Rio o delator Joaquim Silvério dos Reis com o encargo de encontrar Tiradentes, segui-lo, denunciá-lo ao Vice-Rei. Conta Assis Brasil, no livro "Tiradentes", que o delator  soube,  de conversa do Padre Inácio com o colega Padre Manoel de Bessa, do paradeiro  de Tiradentes. Detido, o Padre Inácio, pressionado, talvez torturado e ameaçado de morte  na forca, revelou onde o alferes estava, sendo preso três dias após ter sido acolhido pelo negociante. Foram presos também  Domingos Cruz, Dona Inácia e sua filha, cujos bens foram confiscados. Julga-se que no dia o7/04/1789 Tiradentes se escondeu por algumas horas, enquanto esperava anoitecer, para dirigir-se à casa do comerciante Domingos Fernandes com segurança. Constando que o alferes esteve presente perto da igreja de N.Sra. Mãe dos Homens pouco antes de ser preso, fala-se que teria passado a noite da execução naquela igreja.
(do 0púsculo "N.Sra.Mãe dos Homens"-Irmandade e Igreja, de MARGARIDA  OTTONI).

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