domingo, 3 de abril de 2016

BERNANOS  E  PEDRO  OTÁVIO  CARNEIRO

FINAL DE UM DIÁRIO DE PEDRO OTÁVIO sobre BERNANOS: "Barbacena, MG, maio de 1944; dias antes da despedida do escritor, regressando à França. "Je nai jamais eu la sensation que jai maintenant, sinon au temps du college, à la veille des retours de vacances: avoir à accomplir une chose entierement contre ma volonté. Rentrer en France maintenant... " Os filhos de Bernanos às vezes ilustram inconscientemente, ou representam ao vivo,  certos aspectos da obra do pai. Num passeio, por exemplo, a emoção autêntica que as meninas sentem  diante de uma choça, uma casinha humilde meio enterrada entre árvores, um canto desconhecido da cidade. O gosto absoluto que elas têm pela vida natural, simples, pobre. Por aquele gente  obscura, ignorante, natural... JUNHO 1 -   Discussões com os meninos. "Oh! Oh!Oh!" E às cinco horas, ao se despedir de mim: "Oh! penser que cest probablement la derniere fois que je vois cette heure ici...Cest effrayant..." Ele estava ainda no carro sob as grandes árvores daquela praça que parece um lugar de recreio antigo, um parque de antigamente. Olhou em roda, como se procurasse captar a luz daquela hora.  Comunicou-me sua angústia. JUNHO  2 - Já a bordo, beijou-me paternalmente. Havia um suor frio em sua face." Últimas palavras escritas por Pedro Otávio em seu diário, quando Bernanos deixou Barbacena, chamado que fora por De Gaulle para voltar a Paris ("BERNANOS no BRASIL", 1968).

Nenhum comentário:

Postar um comentário