terça-feira, 26 de abril de 2016

PROFETAS   DO   ALEIJADINHO

Conta o vigário JÁCOME, da freguesia de CONGONHAS DO CAMPO, Minas, ter-lhe aparecido um ermitão pedindo licença para celebrar missa na igreja do SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHOS. Ao término, num sinal de gratidão pela acolhida recebida, ofereceu ao hospedeiro os paramentos que carregava nas andanças, o que o vigário achou bastante estranho. Ao despedir-se, o forasteiro pediu ao vigário apusesse sua assinatura à certidão de exame da igreja construída  e doada por Feliciano, dois anos depois, SOB  A  PRESSÃO  DA  PRESENÇA  EM  BREVE  DO  SEU  BISPO  DOM  FREI  MANOEL  DA  CRUZ. Mais tarde, o próprio bispo de Mariana, dom Frei Cipriano de São José, em carta ao Governador Bernardo José de Lorena, denunciava o ermitão Vicente Freire de Andrade, também de Congonhas, por ter representado várias figuras na sociedade: fora médico, depois soldado, e dando baixa tornou-se comerciante, falindo e causando graves prejuízos aos credores;  que, vendo-se sem crédito e meios de subsistência, se refugiara em Matosinhos, deixando crescer as barbas. O fato está narrado e foi guardado no arquivo da cidade de Mariana. Em nota ao pé da mesma página o Cônego Raimundo Trindade assim "pune" pelo vigarista: "o ermitão Vicente Freire de Andrada  a que o bispo  se refere administrou o Santuário de 1794 a 1809. Pode ter sido um dissipador, mas a ele se devem  em Congonhas as OBRAS  DO  ALEIJADINHO  (PASSOS  E  PROFETAS, PINTURAS  DE  FRANCISCO  XAVIER  CARNEIRO  E  DE  ATAÍDE;  concluiu a canalização de água para o Santuário em alcatruzes de pedra sabão, aumentou o edifício, etc. PERDOE-SE-LHE  ALGUM  ERRO   PELO  MUITO  BEM  QUE  FEZ!" ("As minas  gerais  e os Primórdios  do  CARAÇA", por José Ferreira  Carrato).

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