"ALGUMAS AFIRMAÇÕES PRECIOSAS DE TRISTÃO ANTES DE NOS DEIXAR
"COMPREENDENDO agora que entre os casais mais espiritualmente unidos DEUS está sempre como O AMOR MAIOR, e de preferência ao amor do outro, Maritain estudou e publicou tudo isso em artigos da revista TABLE RONDE que coloquei na estante em Petrópolis, desconfiado que isso tenha representado, subconscientemente, por erro meu, certo esfriamento em relação ao MESTRE (MARITAIN), causado por suas reservas (só reservas?) contra... o NOVO (não digo mestre, mas...sei lá o quê) TEILHARD, com cujo otimismo e projeção para o futuro me encontro hoje mais identificado do que com o tomismo puro de Maritain. Será uma irreverência ou uma temeridade o que estou dizendo? É um problema que vem me perseguindo há muito, desde que li melhor Teilhard. O que me apaixonou neste não foi sua ciência, nem por estar na moda, nem mesmo... por ter contra si o "tigre das Laranjeiras"... Foi por ser otimista e acreditar no futuro. Creio ser este ponto crucial do meu teilhardismo." (Carta de 12/06/1965). "O que me chocou um tanto em 1962 (embora eu o explique pela morte de Raíssa) foi o total desinteresse de Maritain pelas coisas do presente, inclusive pela ação de Joao XXIII e de suas encíclicas. Maritain era precisamente a Igreja aberta e Teilhard é precisamente a expressão dessa abertura. E os antitialhardistas são, por isso mesmo, os da Igreja fechada cuja expressão máxima é o Plínio Salgado e são os Corções, os Sucupiras, os Gilberto Freire, os Lacerdas, em suma tantos que há 20 anos pertenciam, senão à Igreja aberta pelo menos aos que olhavam para o futuro e não para o passado, nitidamente anunciando a sua preocupação com o futuro e a afirmação de que o nosso mundo moderno estava em plena mutação" (carta de 13/05/1965). Daí minha insistência na IGREJA como "voltada para a "IDADE NOVA" e não para a "IDADE MÉDIA", e as minhas discussões com o BERNANOS, todo medievalista (carta de 13/o5/1965, escrita por Tristão à sua filha freira).
terça-feira, 12 de abril de 2016
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