terça-feira, 2 de novembro de 2010

NA PRAIA DO JOÁ

04/11/1928. 82 anos atrás. Acompanhado do filho de 8 anos e de um cunhado, o domingo ideal para uma pescaria, a praia do Joá, no Rio, tinha que ser o ponto do encontro marcado por Deus. Aliás, no dia 02/11/1928, numa premonição extra-sensorial não escrevera ele a seu amigo Alceu Amoroso Lima, após confessar que TINHA FÉ em Jesus Cristo e na Igreja, como nos fundamentos da terra, e que a Cruz estava bem fundada sobre ela. E que sentia uma alegria específica, uma alegria da humanidade toda. E que "o meu pequenino cachorrismo individual não me impressiona! Vivo aqui, gano ali, coço-me acolá, mas tudo isso é passageiro. VOU PARA A FRENTE ATIRADO NO DORSO DA GRANDE ONDA DA VIDA - para onde DEUS quiser!" No dia 04 de novembro de 1928, ele, que se tornou cristão pela água, que, não conteve as lágrimas na conversão ao catolicismo, nas águas da praia do Joá realizou, embora tragicamente, seu derradeiro encontro com o Deus que amava na terra, e seu primeiro diálogo face a face com o Pai, quando foi arrastado sobre o dorso de uma onda, na Barra da Tijuca" (Nota da carta de 04/11 a Alceu). Morreu depois de quinze minutos de luta contra as águas e dando uma última bênção ao filho que, no rochedo, chorava ajoelhado e impotente ante a tragédia. No céu da passagem de JACKSON DE FIGUEIREDO "o que havia era a paz infinita de uma bela tarde de domingo luminosa e azul que transverberava esse grande coração de lutador, mas todo feito para amar e ser amado"(Tristão de Athayde). Eis o mistério! "Como mistério foi o Brasil por ele amado como se ama uma criatura humana. Como mistério foi essa Igreja que ele defendia com um revólver à cinta como certa feita respondeu a Afrânio Peixoto que se surpreendera de ver-lhe no bolso uma arma de fogo. "Para que?" Para defendê-la!"

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