sábado, 20 de novembro de 2010

"EVANGELHO SEGUNDO THOMAS MERTON"

"Somos obrigados a amar-nos uns aos outros:"diligite alterutrum!" ( Amai-vos uns aos outros). Não somos estritamente obrigados a "GOSTAR" uns dos outros. O "AMOR" governa a vontade, ao passo que "GOSTAR" é uma questão de sensibilidade. Se, contudo, amamos realmente a outros, não será também difícil gostar deles. Se esperamos que outras pessoas se tornem primeiro agradáveis ou atraentes, para começarmos a amá-las, jamais começaremos. Se nos contentamos em dar-lhes uma fria e impessoal "caridade" que é só uma questão de dever, não nos daremos absolutamente o incômodo de tentar compreendê-los ou de simpatizar com eles. E neste caso não os amamos realmente, porque o amor implica uma eficaz vontade não só de fazer bem a outros exteriormente, mas também de encontrar neles qualidades a que podemos corresponder. Muita gente não revela nunca a parte de bem que nela se esconde, até o dia em que lhe damos um pouco do bem, isto é, um pouco da caridade que há em nós. Somos de tal modo filhos de Deus que, amando a outros, os podemos fazer bons e amáveis a despeito deles mesmos. O nosso dever é de nos tornarmos perfeitos, como é perfeito nosso Pais celeste: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Ma. 5.48). Isto significa que não olhamos o mal nos outros, mas lhes damos um pouco do nosso bem, a fim de pôr à mostra o bem que Ele neles escondeu". Quando amamos a Deus nos homens, procuramos descobri-LO de cada vez num indivíduo após outro. Quando amamos os homens em Deus, não os procuramos. Nós os achamos, sem procurar, naQuele que já encontramos. A primeira espécie de amor é ativa e sem repouso. Pertence mais ao tempo e ao espaço do que a outra, que já participa da imutável paz da eternidade" ("Homem algum é uma ilha", Thomas Merton; Palavras de Salvação! Graças a Deus!).

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