segunda-feira, 29 de novembro de 2010

" PEDI E RECEBEREIS"

Maculando o manto de celestial suavidade que cobriu nestes dois dias, 27 e 28/11/2010, os dois complexos, da Vila Cruzeiro e do Morro do Alemão, pelo retorno, ainda que tardio, da paz (opus justitiae pax) e da liberdade sob múltiplos aspectos (libertas quae sera tamen) dos 400.000 habitantes daquelas porções da cidade do Rio de Janeiro, tomo ciência neste instante das ações de inescrupulosa audácia e insensatez desumana, praticadas por alguns das valorosas e heroicas forças de nossa segurança pública por ocasião de um dos mais belos gestos praticados em favor de cidadãos e irmãos, até então reféns de uma minoria desalmada. Não é isto, porém, que ora me move a escrever. O poeta Terência dizia: "homo sum et nihil humani a me alienum puto", isto é, "Sou homem e nada que interessa ao homem me é alheio". Num momento como este , de vitória do bem sobre o mal, quando a população em peso desta cidade, a mais brasileira de todas as províncias do país, se une, se abraça, e abraçada e unida, e feliz, se volta agradecida ao Cristo Redentor, de solidarizar-me com os cariocas não posso fugir. E lembrando-me, em meio a tanta efusão de alegria, dos sentimentos de gratidão a quem tudo isso se deve, tenho diante dos olhos o bilhete enviado a uma emissora de televisão dentro de uma caixa de fósforos, chamando nossa atenção para o fato de que 27 de novembro era o dia de Nossa Senhora das Graças, de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Por sua vez, o administrados de nossa arquidiocese, Dom Orani, convocando os católicos e cristãos para uma noite de orações no dia 27, também ele lembrou e salientou que era o dia de Nossa Senhora das Graças. Maria é mãe de Deus e também mãe dos homens. Aparecendo, no dia 27/11/1830, a Santa Catarina Labouré, a Virgem Maria, num primeiro momento, tinha nas mãos, simbolizando a humanidade, um globo sobre o qual lançava súplice olhar que em seguida erguia ao alto, na direção de Deus seu Filho. Era o gesto da mãe pedindo a Deus graças e proteção para os humanos. E num segundo momento de sua aparição, deixando caírem os braços, de cujos dedos brotavam raios luminosos, significava que estes eram as graças e bênçãos que ela obtinha de seu filho para os que as pediam. Por isto é que Ela é tida e chamada Medianeira Universal de todas as graças. Daí "um grande movimento se tem feito sentir em favor dessa consoladora verdade: todas as as graças nos vêm de Deus pela mediação, pela intercessão de Maria, Mãe de Jesus. Nossa Senhora, portanto, ouviu as preces dos cariocas e obteve de seu Filho a liberdade dos que eram reféns de marginais. Se alguém duvidava, aí está: Maria Santíssima também é carioca como seu Filho no alto do Corcovado.

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