terça-feira, 24 de setembro de 2013

O  DISCERNIMENTO  NA  VISÃO  DE  FRANCISCO

O entrevistador perguntou a FRANCISCO que ponto na espiritualidade inaciana o ajudava melhor a viver a missão de jesuíta e agora como papa. "O  DISCERNIMENTO. Para Santo Inácio é um instrumento de luta para se conhecer melhor o Senhor e segui-lo. É não estar constrangido pelo máximo, mas estar contido   totalmente no mínimo (non coerceri a maximo, sed contineri a minimo divinum est).  Esta verdade  do máximo e do mínimo é a MAGNANIMIDADE que da posição em que nos achamos nos faz olhar sempre o horizonte. É fazer as coisas pequenas de cada dia com o coração grande e aberto a Deus e aos homens. O papa João XXIII a seu modo colocou-se nessa posição de governo, quando escreveu a máxima: "omnia videre, multa dissimulare, pauca corrigere = ver tudo, não dar importãncia a muito, corrigir pouco. Pode-se ter um grande projeto e realizá-lo, agindo sobre coisas pequenas, pode-se usar meios fracos que se revelam mais eficazes do que os fortes (São Paulo, Coríntios). Discernimento requer tempo. Será  sempre preciso tempo para se lançar as bases de uma mudança. E por vezes o discernimento estimula a fazer depressa o que a princípio se pensava fazer depois.  Foi isto que me tem acontecido nestes seis meses de papa.  E o discernimento se realiza sempre na presença do Senhor, vendo-se os sinais, escutando-se o que acontece: o sentir das pessoas, sobretudo dos pobres. Desconfio das decisões tomadas de modo repentino. Em geral  a primeira decisão que me vem à cabeça é errada. Esperar. A sabedoria do discernimento resgata a necessária ambiguidade de vida e faz encontrar os meios mais oportunos que nem sempre se identificam com aquilo que parecia grande ou forte. Minhas escolhas  mesmo as ligadas à vida cotidiana como usar um automóvel  modesto estão ligadas a um discernimento espiritual que corresponde a uma exigência que nasce das coisas, das pessoas, da leitura dos sinais dos tempos. O discernimento guia-me no modo meu de governar!

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