sexta-feira, 24 de maio de 2013

VOVÔ   FEZ   CENTO   E   SETE   ANOS

Foi   a data comemorada ontem, 23/05, por todos os seus netinhos, hoje noventa por cento atingindo uma idade mínima de sessenta anos! Nascido e registrado "VICENTE  GUIMARÃES", resolveu consultar seus leitores de uma página infantil do jornal católico "O Diário", de Belo Horizonte, que apelido lhe dariam a ele que tantas e tão belas histórias lhes contava quinzenalmente, com o rosto de uma pessoa idosa e amiga. Por quase unanimidade, votaram no mais gostoso e espontâneo monossílabo brotado do imaginário infantil: "VÔ!" "VOVÔ"! O  "FELÍCIO", "VOVÔ  FELÍCIO", veio numa cartinha  de uma criança que lhe comunicara ter perdido o avô chamado "FELÍCIO".  Tudo isto trazido na memória de uma época de infeliz recordação "Segunda Guerra Mundial (1938-1945). Nascido em Cordisburgo, MG, (23/05/1906-02/06/81), dirigiu por mais de vinte anos a revista das crianças "ERA  UMA  VEZ". Mudando-se para o Rio de Janeiro, fundou o "SESINHO". Minas Gerais logo o escolheu como patrono de seus clubes de leitura em dezenas de grupos escolares, seus livros infantis, elogiados por Monteiro Lobato e por seu sobrinho João Guimarães Rosa, corriam de mãos em mãos, despertando o gosto pela leitura na criançada do Brasil. Entre as dezenas de obras que produziu, recordo e sinto presente sob meus olhos de garoto de cidade interiorana mineira  "O  PEQUENO  PEDESTRE", dando-nos dicas de como enfrentar uma cidade grande. Com poesias ao alcance da gurizada, com pequens narrações apropriadas, aprendemos através de desenhos coloridos o sentido de palavras tais como "sinal", "mão e contra-mão", na imaginação descíamos e subíamos em "bondes"! Com que emoção releio esse livro onde aprendi que andar na-mão e na contra-mão deve funcionar também quando se perambula numa calçada ou passeio público, coisa que duvido algum transeunte saiba. Enfim, ontem foi aniversário do "VOVÔ  FELÍCIO".  Ainda me vejo com dez, onze anos de idade, catando nas ruas esburacadas de minha cidade natal, Bonfim do Paraopeba, " quebra mas não inverga", catando leitores mirins para não ter que tirar dos bolsos de meus pais o restante do dinheiro para cobrir o que não vendia dos dez exemplares da revista "mais bonita do Brasil".  Até hoje sinto o cheirinho parece-me que de tinta, de emoção, de orgulho camuflado, quando no correio retirava o pacotinho da revista mensal que eternizou seu autor e meu grande amigo, VICENTE DE PAULO GUIMARÃES! "Hoc  est  vivere  bis, vita  posse  priore  frui"!

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