sexta-feira, 3 de maio de 2013

CONFISSÃO DE UM SACERDOTE

Descobri na revista carioca "A ORDEM", pp. 84, de 12/1957, o comentário do livro "UN CURA SE CONFIESA", feito PELO monje beneditino, Dom Marcos Barbosa. Prestes a terminá-lo, regozijo-me bastante com a leitura, visto trazer algo que lança luzes, quase diria proféticas, relacionadas ao problema atualíssimo em torno do celibato eclesiástico. Pretendo oportunamente tecer comentários a respeito. Hoje apenas apresento aos meus possíveis seguidores a tradução de um dos trechos entre tantos que o autor JOSÉ LUIS MARTIN DESCALZO (1930-1991), num estilo atraente e poético, nos deixou em páginas emocionantes, descrevendo momentos vividos pouco antes de receber a unção sacerdotal. "No dia 19/03/1953, na capela da igreja, em Roma, fomos chamados um a um (eram 80 candidatos). Respondíamos ao ouvir o convite pessoal: ADSUM, isto é, Presente!" Minha entrega a Deus já estava realizada. Quando estávamos todos colocados em semicírculo diante do bispo, o colega Jaime pediu a palavra "em nome da Igreja" que nos ordenasse sacerdotes, inquirindo ao bispo: "Sabes se somos dignos?" Resposta do superior do seminário: "Até onde permite a fragilidade humana atesto que sim!" Em seguida falou o bispo consagrante, dirigindo-se primeiro às pessoas presentes: "Sabeis, meus irmãos, que a todos interessa que o barco da Igreja é dirigido por bons pilotos. Por isso, se algum de vós tem algo a dizer sobre algum dos que vão ser ordenados, que se aproxime e o diga sem temor!"Depois de alguns segundos, o bispo se dirigiu a nós: "Filhos diletíssimos, que ireis receber o presbiterado, cuidai bem de recebê-lo com dignidade e de exercê-lo com esmero. Porque é próprio do sacerdote oferecer o Santo Sacrifício, benzer, presidir, batizar. Para se atingir um degrau tão alto deve-se subir com profundo temor e devem os escolhidos estar cheios de sabedoria celestial, de bons costumes e de virtudes. Os ministros da Igreja devem ser perfeitos na FÉ e nos atos, e estarem fundamentados na virtude da dupla caridade, a saber, no amor ao próximo e no amor de Deus. Ponderai bem o que ides fazer, imitai o que trazeis entre as mãos (uma fita entrelaçando uma mão na outra) de forma que, celebrando o mistério da morte do Senhor, procureis mortificar vossa carne, afastando-vos dos vícios e de toda concupiscência. Que vosso ensinamento sirva de remédio espiritual aos fieis. Que o perfume de vossa vida faça as delícias da Igreja de Cristo, de tal modo que com com vossa pregação e com vosso exemplo edifiqueis a casa de Deus. Que nem eu por vos haver elevado a tão alto degrau, nem vós por haverdes aceitado ofício tão sublime, mereçamos ser condenados pelo Senhor, mas ao contrário sejamos bastante recompendados. Que Ele por meio de sua Graça no-lo conceda!!

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